Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 27 A 29/03/21

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Alunos de medicina têm formatura antecipada para ajudar no combate à Covid-19

Polícia investiga tratamento caseiro para Covid-19 oferecido em Palmeiras de Goiás

Covid-19: Preços de medicamentos para UTI têm alta de até 1.000% durante a pandemia

Com quase 15 dias de fechamento, demanda por leitos estabiliza, mas cenário permanece crítico

Sindicatos tem papel fundamental para evitar demissão de trabalhadores durante restrições contra a Covid-19

Anvisa suspende prazo para análise do uso emergencial da vacina Sputnik V no Brasil

Pesquisa mostra que 80% dos pacientes intubados com Covid-19 foram a óbito

Em meio à pandemia de Covid-19, dengue também é preocupação para Sistema de Saúde

Instituto Butantan entrega mais 5 milhões de doses da Coronavac à pasta da Saúde

Veja regras e saiba como vai funcionar o revezamento do comércio em Goiânia

Goiás volta à estabilidade da covid-19 e tem queda na demanda por UTIs

Covid-19: Goiás registra 782 novos casos e 74 mortes em um dia

Saúde desviou cloroquina de programa de malária para Covid

Dificuldade para montar equipes de UTI atinge pelo menos nove Estados

TV ANHANGUERA

Alunos de medicina têm formatura antecipada para ajudar no combate à Covid-19

https://globoplay.globo.com/v/9388049/?s=0s

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Polícia investiga tratamento caseiro para Covid-19 oferecido em Palmeiras de Goiás

https://globoplay.globo.com/v/9391331/?s=0s

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ÉPOCA

Covid-19: Preços de medicamentos para UTI têm alta de até 1.000% durante a pandemia

Devido à alta demanda e à escassez de insumos, relaxantes musculares e anestésicos que compõem o chamado ‘kit intubação’ são vendidos a valores bem acima do praticado no início de 2020

Com a alta demanda e a escassez de insumos, medicamentos usados no tratamento da Covid-19 em UTIs sofreram uma alta nos preços de até cerca de 650%, em média, a nível nacional durante a pandemia, mas há casos específicos em que esse aumento superou 1.000% no mercado farmacêutico. Relaxantes musculares, anestésicos e sedativos que compõem o chamado “kit intubação” – substâncias essenciais para intubar um paciente – são os mais afetados.

Associações que representam os hospitais do país apontam que as unidades têm estoque de alguns produtos que devem durar menos de uma semana e encontram dificuldade para adquirir tais medicamentos. De acordo com as entidades, importações emergenciais estão sendo feitas para atenuar o problema da falta dos fármacos em meio à fase mais crítica da pandemia no Brasil, que registra recordes diários de óbitos em decorrência da doença e o colapso do sistema de saúde, com filas de espera por leitos de UTI em vários estados.

Segundo levantamento da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), o relaxante muscular midazolam, em frascos de 3 ml, saltou de R$ 22,78 antes da pandemia para uma média de R$ 174. Entre os mais usados do kit intubação, o atracúrio 10mg/ml saiu de R$ 32,10 para R$ 195, enquanto o rocurônio 50 ml custava R$ 33,33 e agora é vendido por R$ 201. Outro que teve uma das altas mais consideráveis foi o propofol (indicado para sedação), cuja caixa com ampolas de 20 ml variou de R$ 28,70 a R$ 183.

A pesquisa foi conduzida com dezenas de hospitais de pequeno porte associados à confederação e espalhados por todas as regiões brasileiras. A entidade, que congrega oito federações e 90 sindicatos de saúde do país, verificou ainda que o consumo desses medicamentos, com destaque para os anestésicos, cresceu de 800% até 2.350% desde março do ano passado.

A intubação é um procedimento essencial para tentar salvar pacientes graves com insuficiência respiratória aguda Foto: Marcelo Oliveira / EPA

“Temos verificado esse aumento fora da curva na pandemia e com cenários de comportamentos diferentes. Alguns que subiram lá atrás e voltaram a cair estão subindo novamente; existem produtos que vieram constantemente subindo, independente de alta utilização ou não; tem aqueles que subiram no início e caíram voltando a preços próximos a antes da pandemia, como as máscaras. Nesse momento, a gente está vendo esse problema muito grave com material de intubação”, disse Breno Monteiro, presidente da CNSaúde.

De acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), desenvolvido mensalmente pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com a plataforma Bionexo, o grupo terapêutico “aparelho cardiovascular” – que abarca analgésicos, anestésicos e sedativos – registrou uma variação acumulada de 48,88% entre fevereiro de 2020 e o mesmo período deste ano. Já o grupo “sistema musculesquelético”, que abrange relaxantes musculares, analgésicos e anti-inflamatórios, subiu 38,36% em média neste intervalo.

Dados regionais

Recortes mais específicos de alguns estados analisados por ÉPOCA mostram, no entanto, que a variação acumulada atingiu patamares exponenciais quando se trata de determinados exemplares. Em Goiás, por exemplo, o midazolam de 10 ml teve aumento de até 1.600%, segundo levantamento da Associação de Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg).

Conforme pesquisa da entidade, o rocurônio saltou de uma média de R$ 16 para R$ 158, ao passo que o propofol 10 ml, que custava em torno de R$ 8, agora é cotado em R$ 70. Em menor escala, o analgésico remifentanil 2 ml pulou de cerca de R$ 20 para R$ 52. Já os equipamentos de proteção individual (EPIs) cresceram em média entre 200% a 300%, com destaque para a luva de procedimento, cuja caixa com 100 unidades é vendida por volta de R$ 90 frente aos R$ 15 cobrados no princípio da pandemia.

Preço nos medicamentos usados em UTI cresceu até 1.000% no Brasil Foto: Barcroft Media / Barcroft Media via Getty Images

A título de comparação, o mesmo item variou de R$ 28,20 a R$ 89,25 nas compras realizadas por hospitais do Rio de Janeiro. Já a caixa com 50 unidades de máscara descartável foi de R$ 4,71 para R$ 41,85, segundo levantamento da Associação de Hospitais do Estado do Rio (Aherj) de março do ano passado até agora.

Segundo a farmacêutica Ana Valéria Miranda, coordenadora da Central de Compras da Ahpaceg, medicamentos como atracúrio, cisatracúrio e vecurônio estão com cotações zeradas em razão de sua escassez. A tendência é que dentro de uma semana outros fármacos se esgotem e não há perspectiva de reposição. A imprevisibilidade da pandemia, que afetou o planejamento de unidades, é considerada um dos principais entraves.

“Tem pacientes, por exemplo, que só podem receber o rocurônio. Se tentar usar outro relaxante, dependendo da condição clínica dele, ele vai rebaixar e o risco de você perdê-lo é alto. A gente já está no plano D. O médico começa a trabalhar com outras drogas, para não deixar o paciente em estado de alerta, não ter que amarrá-lo. A falta de relaxante é muito preocupante e crítica”, afirmou Miranda.

No Amazonas, estado onde a rede de saúde colapsou no início do ano, o preço de medicamentos para sedação e neurobloqueadores subiu em média 600% – o que engloba propofol e midazolam. O valor do relaxante pacurônio aumentou na ordem de 700%, enquanto o atracúrio, bastante usado na intubação, teve alta média de 500%, segundo dados fornecidos pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Amazonas (Sinessam).

Na avaliação do presidente do Sinessam, Adriano Terrazas, o exemplo do que aconteceu na capital Manaus na crise de oxigênio deveria ter alertado para um iminente desabastecimento de insumos e medicamentos nos hospitais. Segundo ele, funcionários de hospitais do estado chegaram a ser enviados até fábricas no Rio e em São Paulo para buscar pessoalmente alguns produtos em falta.

“Quando interfere nos insumos de produção daquela medicação, quando falta ou não tem no mercado para comprar, a tendência é que a demanda aumente, e o preço automaticamente vai subir. Não tem muito o que fazer. Esses aumentos assim são por causa do consumo excessivo. Não tem fabricante no Brasil que consiga sustentar isso”, explica Terrazas.

Brasil enfrenta falta de medicamentos do ‘kit intubação’, e estoques devem durar poucos dias Foto: Omar Marques / Getty Images O preço

A comercialização de medicamentos no Brasil se baseia na tabela Brasíndice, que traz os valores do preço de fábrica (PF) e preço máximo ao consumidor (PMC). O setor é regulado pela Câmara e Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), ligada à Anvisa, que auxilia na definição dos valores e reajustes anuais. No entanto, esses preços estão sujeitos a oscilações por fatores como a capacidade de produção da indústria e a alta do dólar, já que boa parte dos insumos é importada.

Segundo Gustavo Kloh, professor de Direito do Consumidor da FGV, não é vedado por lei o aumento dos preços por parte de farmacêuticas. O que existe, explica, é apenas uma recomendação e um direcionamento facultativo. Embora a legislação não impeça o reajuste, se constatada a elevação abusiva, pode-se recorrer ao Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). Nesse caso, o órgão tem poder para aplicar multas à empresa, uma vez comprovada conduta inadequada.

“Se alguma farmacêutica quiser aumentar um medicamento num valor muito alto, porque está escasso ou por causa do dólar, não há vedação. Quando sai muito desse padrão, elas podem ter dificuldade de vender para o governo, que é um comprador relevante. A gente já observou em outras situações que a escassez acaba resultando no aumento de preço. Existe uma pressão de demanda que joga o preço do medicamento para cima, como aconteceu na época da gripe suína”, disse Kloh. “O fator de reajuste é importante para que haja um direcionamento no mercado, mas as farmacêuticas não estão proibidas de aumentar mias do que isso, não”, concluiu.

Reclamação antiga

Em julho de 2020, a Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp) enviou um ofício ao então ministro da Saúde Eduardo Pazuello no qual relatava que mais de 95% dos hospitais associados reclamavam da alta no preço dos medicamentos. Conforme pesquisa conduzida pela entidade na ocasião, 15,79% afirmaram que houve fármacos cotados em valores superiores a 1.000%.

No dia 5 de fevereiro, o sindicato dos hospitais do estado alertou em documento aos ministérios da Saúde e Economia que detectou uma “preocupante alta de preços de medicamentos e equipamentos de EPI, o que pode trazer graves entraves nos atendimentos, além de dificuldades de reposição de estoques”.

Relaxantes musculares e analgésicos estão entre os mais afetados pela alta no preço Foto: Octavio Passos / Getty Images

Na última semana, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) reforçou que vários hospitais do país possuem os produtos necessários para tratar Covid-19 apenas por mais três ou quatro dias. Em nota, a entidade afirmou que que a solução em curto prazo depende do Ministério da Saúde. Na terça (23), foi convocada uma reunião na Câmara após diversos estados relatarem que o aumento no número de internações pela Covid-19 no início deste ano levaram à redução nos estoques de anestésicos usados no processo de intubação de pacientes graves da doença.

Questionado, o Ministério da Saúde afimou que está distribuindo mais de 2,8 milhões de unidades de medicamentos de intubação orotraqueal (IOT) para todo o Brasil, em parceria com três empresas fabricantes. Disse ainda que a logística híbrida com a integração pública e privada permitirá que os medicamentos estejam nos estabelecimentos de saúde em menos de 72 horas.

“A empresa Cristália comprometeu-se a fornecer 1.260.000 unidades de medicamentos – as entregas já começaram no dia 23 de março e devem continuar ao longo dos próximos sete dias. A empresa Eurofarma também começou as entregas de 212 mil ampolas em todo território nacional no dia 23. A empresa União Química também enviará, até o dia 30 de março, 1.400.000 unidades de medicamentos”, disse a pasta em nota.

Rodrigo Castro

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JORNAL OPÇÃO

Com quase 15 dias de fechamento, demanda por leitos estabiliza, mas cenário permanece crítico

Por Gabriela Macedo

“A demora para se ver um resultado nas medidas de isolamento é diretamente ligada à forma como os decretos foram seguidos pela população”, ressalta a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim

Após quase uma quinzena do início da vigência do último decreto estadual, que entrou em vigor na quarta-feira, 17, a crescente demanda por leitos em hospitais, voltados ao tratamento de pacientes da Covid-19, se estabiliza em Goiás. O documento estabeleceu a adoção do modelo 14 por 14, com duas semanas de suspensão das atividades consideradas não essenciais, seguidas de outras duas de flexibilização.

A superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, explica que, apesar de a demanda por Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e leitos de enfermaria exclusivos para infectados pelo novo coronavírus ter se estabilizado, as filas de espera ainda se mantém. “Precisamos ter cuidado ao falar sobre isso, porque senão, no senso comum, podem achar que a situação já se resolveu, mas na verdade, o que aconteceu é que as filas de espera pararam de crescer, mas elas ainda existem”, esclarece.

Responsabilidade social

Para Flúvia, alcançar uma redução significativa de ocupação dos hospitais, perto do que se teve nos meses de novembro e dezembro, com percentual entre 60 e 70%, levará tempo. Até lá, o papel do poder público deve ser o de reduzir a mobilidade o máximo possível, e o pedido à população, é a conscientização e a auto responsabilização por suas ações, que serão cruciais no desenvolvimento desses números.

“Sabemos que a melhor forma de reduzir esses números de ocupação de leitos é a vacina, mas até que tenhamos uma quantidade de doses significativa para aumentar o número de pessoas imunizadas, precisamos manter o isolamento. A situação, então, nos próximos dias de flexibilização, vai depender muito do comportamento da população, o que é muito triste, porque, ultimamente, não temos tido bons exemplos”, lamenta a superintendente.

Flúvia ainda questiona e se indigna quanto a baixa adesão as medidas de isolamento, no que é considerado pior momento da pandemia até hoje. “É um paradoxo. Como pode? Hoje é difícil ver alguém que não tem um parente, um amigo ou uma pessoa próxima que precisou de leito de UTI ou que foi a óbito por Covid-19. Acho que as pessoas podem ter perdido um pouco de medo do vírus e se acostumado com toda essa situação, mas isso não pode ser normalizado por ninguém. Precisamos fazer nossa parte, tanto enquanto poder público, quanto como cidadão, para tentar diminuir essa transmissão”, desabafa.

Demora no alcance de resultados

A superintendente Flúvia acredita que uma flexibilização em maior escala só será possível quando for possível ver uma diminuição mais acentuada na curva de contágio e na demanda de leitos em hospitais. Segundo ela, uma das grandes dificuldades encontradas nas unidades de saúde, que atrapalham tanto o tratamento da Covid-19, quanto o de outras doenças, é referente aos recursos humanos. “Faltam médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos de enfermagem e outros profissionais especializados nessas áreas de atuação”, explica.

Aos que criticam a efetividade dos decretos que restringem a circulação das pessoas, a superintendente deixa claro que a visualização de resultados, quando se trata da redução da taxa de transmissão da Covid-19, não é imediata. “Não podemos esperar que, quando se faz um decreto com medidas de isolamento, daqui três dias já teremos resultado. A demora para se ver um resultado é diretamente ligada à como foram feitos os decretos e como esses documentos foram seguidos pela população”, ressalta.

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Sindicatos tem papel fundamental para evitar demissão de trabalhadores durante restrições contra a Covid-19

Por Isabel Oliveira

Advogada trabalhista, Carla Zannini destaca três alternativas para que os empregadores não percam seus funcionários. Especialista ressalta necessidade de uma Medida Provisória para orientar ambas as partes

Desde o ano passado, a pandemia da Covid-19 tem afetado empregadores e funcionários, o que tem gerado muitas dúvidas sobre as medidas a serem adotadas para evitar possíveis demissões. Nesse momento de revezamento das atividades econômicas, o papel dos sindicatos tem sido fundamental segundo a advogada trabalhista, Carla Zannini.

Em entrevista ao Jornal Opção, a especialista disse que buscar o diálogo com as entidades de classe, e amparo jurídico, é crucial para que nenhuma alteração se transforme em futuro litígio trabalhista. “O sindicato é muito importante nesse momento, extremamente importante essa comunicação e esse diálogo com a categoria, para que não tenha perca para ambas as partes, porque o sindicato representa os trabalhadores, e quando se tem um acordo com o sindicato significa que todas as partes estão cientes e que está sendo feito de comum acordo para manter o emprego e a renda”, afirma.

De acordo com a advogada, hoje o empregador  pode utilizar de três alternativas, enquanto, o Governo Federal não dispõe de uma Medida Provisória (MP), que autorize demais medidas. “Estamos aguardando ainda a medida provisória (MP) porque, por exemplo, se o empregador quiser suspender o contrato de trabalho ou reduzir a jornada de trabalho a gente precisa dessa medida provisória. Sem essa medida não pode suspender ou reduzir a jornada e salário”, explica.

“O empregador não pode reduzir a jornada e salário, ou suspender o contrato sem a participação do sindicato da categoria, ou seja, o trabalhador nessas situações deve ser assistido pelo sindicato, e os acordos devem ser pautados dentro da legalidade”, completa.

Alternativas

A advogada diz que entre as alternativas cabíveis estão a concessão de férias individuais ou coletivas, banco de horas negativos ou o direcionamento do trabalhador a execução de suas atividades na modalidade remota ou home office.

No caso de Goiânia, com a possibilidade de abertura do comércio na semana que vem a advogada afirma que o empregador terá que negociar com o trabalhador, já que será regionalizado. “Se estiver muito difícil a situação e o empregador não conseguir mais manter o funcionário, eu sugiro que esse empregador procure o sindicato para tentar fazer um acordo com o sindicato, na presença do jurídico da empresa, fazendo a demissão com parcelamento se for o caso”, ressalta.

Um dos exemplos de que as medidas podem dar certo é o da superintendente operacional  da Federação Unimed Centro Brasileira, Fabiana Daniel Neves. Ela conta que a empresa tem adotado as medidas desde ano passado.  “Em um primeiro momento quando veio a primeira onda, mais de 80% da empresa foi para home office. Criamos uma estrutura de home, não tínhamos essa modalidade de trabalho. Fizemos com alguns contratos, acredito que cerca de 20% foram suspensos, que foram contratos de aprendizagem que não tínhamos como colocar em casa”, explica.

Segundo Fabiana, hoje a empresa tem 50% da equipe em home office e os outros 50% que estão em regime presencial tiveram uma readequação. “Para não ter que efetuar desligamentos nós fizemos uma reformulação dos horários desses colaboradores para que evitassem esses momentos de fluxos intensos”, aponta.

Fabiana concorda com a advogada Carla Zannini, sobre a importância e necessidade do contato com os sindicatos. “Temos mantido o contato com o sindicato, foram eles que nos possibilitaram a questão dos contratos, agilizaram o processo para que pudesse contratar em home office. No início da pandemia, acabamos adiantando período de férias e para isso nós utilizamos o sindicato, foi ele que nos autorizou”, reforça.

“Eu acho que a empresa ganhou muito, fizemos uma pesquisa nesse período que ficamos em home office para verificar o nível de satisfação, e todos entenderam isso como um cuidado da empresa para com a saúde deles. Fica benéfico para ambos os lados”, completa Fabiana .

Segundo Carla Zannini, as medidas podem durar todo o período da pandemia e enfatiza a necessidade da Medida Provisória. “A MP vai autorizar a classe empregadora a colocar o funcionário em casa e quem vai pagar o salário será o governo Federal, ou trabalha 50% da jornada e o empregador arca com metade e o governo a outra. Ou tem essa MP ou tem que haver uma negociação com o sindicato para saber como fica os dias trabalhados”, conclui.

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Anvisa suspende prazo para análise do uso emergencial da vacina Sputnik V no Brasil

Por Felipe Cardoso

Pedido, protocolado na semana passada pela União Química — empresa responsável pelo imunizante russo no País — carece, segundo a Anvisa, de documentos importantes para análise dos sanitaristas

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota onde informa ter suspendido os prazos para análise do pedido de uso emergencial da vacina russa Sputnik V no Brasil.

O pedido, protocolado na semana passada pela União Química — empresa responsável pelo imunizante russo no País — carece, segundo a Anvisa, de documentos importantes para análise dos sanitaristas.

“Devido à ausência de documentos considerados importantes para a análise, conforme previsão legal, houve a suspensão da contagem dos prazos, até que a empresa apresente as informações descritas como ‘não apresentado’ no painel divulgado”, disse em comunicado.

Vale lembrar que apesar da suspensão do prazo, as demais informações já fornecidas pela empresa seguirão sob verificação da Anvisa.

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Pesquisa mostra que 80% dos pacientes intubados com Covid-19 foram a óbito

Por Gabriela Macedo

Enquanto a média mundial de mortalidade é de cerca de 50%, no Brasil esse percentual sobe para 83,5%; na região Centro-Oeste do país, a taxa é de 83,6%

Dados do Ministério da Saúde compilados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), entre os meses de novembro a março de 2021, mostram que, a cada dez pacientes que foram intubados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para tratar a Covid-19, oito foram a óbito. Enquanto a média mundial de mortalidade é de cerca de 50%, no Brasil esse percentual sobe para 83,5% e fica entre as maiores do mundo.

Os dados sobre a taxa de mortalidade da doença foram obtidos através do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), do Governo Federal, e foram compilados por pesquisadores da Rede Brasileira de Pesquisa em Medicina Intensiva, coordenada por Fernando Bozza.

A primeira do pesquisador da Fiocruz dele sobre mortalidade de pacientes de covid-19 foi publicada na revista médica The Lancet Respiratory Medicine e mostrou que quase 80% dos doentes intubados no Brasil entre 16 de fevereiro e 15 de agosto de 2020 morreram. Nessa época, o percentual já era superior ao do Reino Unido (69%), da Itália (51,7%), da Alemanha (52,8%) e do México (73,7%).

Para esse levantamento, em que a compilação foi finalizada no segundo semestre de 2020, foram analisados dados de 254 mil internações.

Explicação da alta mortalidade

Segundo especialistas, a explicação para os elevados números de óbitos de infectados que necessitam de ventilação mecânica está relacionada, principalmente, a baixa quantidade de profissionais da saúde treinados, aos problemas de gestão e a longa fila de espera por leitos em hospitais, que acaba agravando o quadro dos pacientes com a doença.

Para a coordenadora da Rede Brasileira de Pesquisa em Medicina Intensiva, Fernando Bozza, a alta mortalidade das UTIs brasileiras também está relacionada à política errática do governo federal em relação ao combate ao coronavírus. “O Brasil perdeu muito tempo em 2020 com irrelevâncias, como a implementação de medicamentos sem eficácia. Isso impactou na chance de incorporar as melhores práticas e políticas que são de fato eficientes, como treinar equipes de UTI e reduzir a transmissão”, explica Fernando.

Fernando ainda acrescenta que, apesar de dados de morte por intubação em 2021 não estarem consolidados, as informações disponíveis sobre morte hospitalar apontam para um aumento significativo da mortalidade.

Covid-19 no Centro-Oeste

Ainda segundo os dados exclusivos obtidos pela BBC Brasil, o percentual de morte de pacientes intubados com Covid-19, na região Centro-Oeste do país é de 83,6%. Apesar de estar atrás da porcentagem das regiões Norte (86,7%) e Nordeste (83,7%), o número permanece acima da média.

Em Goiás, apesar na estabilização da lista de espera para leitos de enfermaria e UTI Covid-19, em decorrência da suspensão das atividades consideradas não essenciais estabelecidas em decreto por duas semanas, a taxa de ocupação permanece alta, e a de infectados que esperam por atendimento, também.

No momento, das 543 UTIs Covid-19 existentes no estado, somente 27 estão disponíveis, o que resulta em 95,03% de ocupação. Já nas enfermarias, esse número cai para 83,49%, com 122 unidades vagas. A grande porcentagem de ocupação, agrava o quadro dos contaminados que se encontram lista de espera, o que resulta no aumento da taxa de mortalidade de pacientes com o novo coronavírus que são intubados.

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Em meio à pandemia de Covid-19, dengue também é preocupação para Sistema de Saúde

Por Fernanda Santos

Uma morte pela doença já foi confirmada em Goiás. Outras quatro são investigadas.

Com o período de chuvas, um caso de dengue já foi confirmado neste primeiro trimestre de 2021, em Goiás. A morte ocorreu no dia 15 de fevereiro, em Cristalina, e teve confirmação recentemente pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). Ainda outros quatro casos são investigados no Estado.

“É uma preocupação grande nossa, porque a dengue também é grave e fatal em muitos casos. E as medidas de prevenção a gente vem trabalhando há tantos anos”, afirmou a gerente de Vigilância Ambiental e Saúde da SES-GO, Edna Coven.

Períodos chuvosos tornam os ambientes mais propícios para o desenvolvimento do mosquito transmissor, o Aedes Aegypt, por conta de águas que se acumulam sujas em locais de pouco acesso.

“Os riscos de ter lixo no quintal, reservatório de água de descoberto, já vi muita piscina abandonada em meio a uma quadra residencial. São situações que colocam toda a população em volta daquele criadouro em risco. E o período chuvoso é quando temos os picos de casos de dengue evidentes”, informou.

Com os hospitais lotados de pacientes contaminados pela Covid-19, os casos de dengue acendem um alerta. “Se tivermos também muitos casos de dengue, se as pessoas precisarem de hospital, precisarem de internação e leitos, então teremos uma concorrência de dois agravos que vão provocar um aumento da procura de saúde”, disse.

Prevenção

Segundo Edna, a Vigilância Ambiental e de Saúde trabalha duas estratégias de prevenção da dengue. O problema, é que com a pandemia, elas ficam temporariamente suspensas. “Uma é a visita domiciliar pelos agentes de saúde”, conta. “Hoje que visita domiciliar temos? Quando observamos a ocorrência de um grande número de casos em uma mesma área dentro de um bairro ou município”, relata a gerente.

“Nessa situação, o agente vai até os domicílios daquela região para fazer as ações de bloqueio. Essas ações tanto temos o controle mecânico, esse a população terá de fazer, pois o agente não está entrando mais nos domicílios”, explica.

“A borrifação é feita pelo agente de fora do domicílio. Dentro do imóvel é o proprietário que deve promover a limpeza, a verificação se tem alguns focos dentro do quintal e providenciar a eliminação”, diz Edna.

“Os comportamentos das pessoas que são as medidas de prevenção ou o que vai provocar a ocorrência de grandes números de casos. A outra ação que trabalhávamos bastante e que está suspensa são ações de manejo ambiental, por exemplo, ações realizadas junto ao Corpo de Bombeiros, mutirão de limpeza na cidade. Isso está suspenso porque não podemos mobilizar a população para aglomerar”, falou.

“Temos recomendado aos secretários municipais de saúde que mobilize os serviços de limpeza urbana para manter a limpeza regular, como coleta de lixo, limpeza de ruas e praças, lougradoros públicos e a população para que cada um cuide do seu imóvel.”

Segundo a gerente, a dengue, além da pandemia de Covid-19, também é pauta nas reuniões de Comissões de Gestores Bipartite onde há representação estadual e municipal. As reuniões ocorrem virtualmente.

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A REDAÇÃO

Instituto Butantan entrega mais 5 milhões de doses da Coronavac à pasta da Saúde

Goiânia – O Instituto Butantan entrega nesta segunda-feira (29/3) lote com mais 5 milhões de unidades da Coronavac, vacina contra o novo coronavírus, ao Ministério da Saúde. O total de doses repassadas no momento chega a 32,8 milhões. A expectativa é de que até o fim de abril sejam entregues 46 milhões de vacinas.

De acordo com o Painel Covid-19, em que o governo estadual goiano disponibiliza dados relativos à pandemia, em Goiás, 401.086 pessoas receberam só a primeira dose das vacinas contra a covid-19 e 120.080 receberam ambas as doses. Ao todo, 772.960 doses foram distribuídas aos municípios no Estado. 

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Veja regras e saiba como vai funcionar o revezamento do comércio em Goiânia


Goiânia – O decreto com as novas medidas de enfrentamento à covid-19 em Goiânia começa a valer na próxima quarta-feira (31/3). O documento apresenta o modelo de revezamento 14×14, com abertura das atividades econômicas da capital, conforme decisão do prefeito Rogério Cruz anunciada após reunião com representantes do Governo de Goiás, Câmara Municipal e setor produtivo. 

Pelo novo decreto, os horários das atividades serão diferenciados. Um dos objetivos é manter o embarque prioritário no transporte coletivo. Haverá reavaliação da situação ao final dos 14 dias de abertura. 

Confira os detalhes do revezamento do comércio na capital (medidas valem a partir de quarta-feira, dia 31):

I – horário de funcionamento: 

a) das 9h (nove horas) às 17h (dezessete horas) para estabelecimentos de comércio, exceto aqueles especificados neste parágrafo (veja decreto);

b) das 12h (doze horas) às 20h (vinte horas) para estabelecimentos de serviços, exceto aqueles especificados neste parágrafo (veja decreto);

c) das 11h (onze horas) às 23h (vinte e três horas) para bares e restaurantes;

d) das 10h (dez horas) às 22h (vinte e duas horas) para shopping center, galeria, centro comercial e congêneres;

e) das 12h (doze horas) às 21h (vinte e uma horas) para salões de beleza e barbearias;

II – cultos, missas, celebrações e reuniões coletivas das organizações religiosas:

a) lotação máxima de 30% (trinta por cento) de sua capacidade de pessoas sentadas;

b) intervalo mínimo de 3 (três) horas entre as missas, cultos e reuniões similares para realizar a limpeza e desinfecção das superfícies dos ambientes; 

III – bares e restaurantes: lotação máxima de 50% (cinquenta por cento) da capacidade de pessoas sentadas, autorizada a apresentação, exclusivamente, de música ao vivo do tipo “voz e violão” limitada a 2 (dois) integrantes;
 

IV – academias, quadras poliesportivas e ginásios:

a) lotação máxima de 30% (trinta por cento) da capacidade de acomodação;

b) horário de funcionamento das 6h (seis horas) às 22h (vinte e duas horas); 

V – estabelecimentos privados de ensino regular nas etapas infantil, fundamental e médio:

a) limitado à capacidade que assegure distância de 1,5m (um vírgula cinco metros) entre os alunos, professores e demais funcionários nas atividades educacionais presenciais;

b) adotado o critério de 2,25 m2 (dois vírgula vinte e cinco metros quadrados) por aluno para efeito de cálculo da capacidade de cada ambiente de sala de aula; 

VI – cursos livres: limitado à lotação máxima de 30% (trinta por cento) de sua capacidade de acomodação, nas atividades presenciais; 

VII – estabelecimentos destinados à prática de esportes coletivos com a participação de no máximo 4 (quatro) integrantes; 

VIII – serviços de saúde públicos e privados: atendimento ambulatorial em 50% (cinquenta por cento) da capacidade máxima, mediante agendamento prévio; 

IX – atividades de construção civil: funcionamento exclusivamente de segunda a sexta, desde que seja fornecido transporte próprio aos empregados; 

X – feiras livres e especiais, vedado o funcionamento de restaurantes e praças de alimentação, o consumo de produtos no local e a disponibilização de mesas e cadeiras aos frequentadores.

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Goiás volta à estabilidade da covid-19 e tem queda na demanda por UTIs

O governador Ronaldo Caiado informou, nesta segunda-feira (29/3), que Goiás, ao lado de Pará e Paraíba, voltou à faixa de estabilidade no que diz respeito aos números da pandemia. “Isso mostra que os 14 dias de suspensão das atividades não essenciais tiveram resultado”, afirmou em entrevista coletiva durante o evento que marcou o início da vacinação das forças de segurança pública que atuam em território goiano.

Na mesma ocasião, o secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, disse que Goiás registra, há três dias consecutivos, menos pedidos de vagas de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em relação aos patamares anteriores. Se ao longo da semana os dados continuarem com essa tendência, “significa que teremos atingido o platô”, ponderou. No entanto, Alexandrino salientou que a pandemia ainda não arrefeceu, o que reforça a necessidade de que a população mantenha os protocolos de segurança contra a covid-19. 

Durante a coletiva, Caiado também confirmou que o decreto estadual em vigor será respeitado. Os primeiros 14 dias de restrições terminam nesta terça-feira (30/3). Nos próximos 14, haverá flexibilização. “Cumpriremos com nossa palavra, o que é nossa característica. Ou seja, a partir de quarta-feira (31/3) estarão liberadas todas as outras áreas da economia, mas dentro de critérios e de exigências protocolares”, frisou.

O governador reforçou a importância da colaboração da população goiana. “Peço a todos que tenham responsabilidade de manter as medidas de segurança para que continuemos nessa faixa de estabilização que estamos e, se Deus quiser, entrarmos na faixa de queda no número de pacientes no Estado”, pontuou.

Essa colaboração em massa é essencial, reforçou Ismael, para a redução dos pedidos de leitos hospitalares. “Acreditamos que o mês de abril também será de grande número de casos, porém, num platô. Mas como as UTIs estão cheias, o sistema será extremamente demandado”, projetou. O secretário da Saúde disse ainda que a manutenção do decreto estadual tem como objetivo registrar queda sustentada de confirmações da doença em maio.

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Covid-19: Goiás registra 782 novos casos e 74 mortes em um dia

Goiás registrou 782 novos casos da covid-19 e 74 mortes provocadas pela doença nas últimas 24 horas, segundo informações divulgadas pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) na tarde deste domingo (28/3). Com as atualizações, o Estado chega a 475.260 casos e 11.148 óbitos confirmados.

De acordo com a SES-GO, Goiás soma 451.517 pessoas recuperadas. No Estado, há 243.264 casos suspeitos em investigação. Já foram descartados 401.240 casos.?

Além dos 11.148 óbitos confirmados de covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,35%, há 335 óbitos suspeitos que estão em investigação. 

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FOLHA DE S.PAULO

Saúde desviou cloroquina de programa de malária para Covid

O Ministério da Saúde desviou para a Covid 2 milhões dos 3 milhões de comprimidos de cloroquina fabricados pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para o combate à malária.

O desvio de finalidade do medicamento deixou descoberto o programa nacional de controle da malária, com risco de desabastecimento da droga para esses pacientes a partir deste mês de março.

Novos documentos obtidos pela Folha revelam que, diante da política de distribuição de cloroquina a todas as regiões brasileiras, o Ministério da Saúde se viu sob risco de não ter o medicamento param alária e precisou, em caráter urgente, garantir mais 750 mil comprimidos de cloroquina, por meio de aditivo a uma parceria firmada com a Fiocruz.

O aditamento foi proposto em novembro e assinado em dezembro. Em janeiro, a Fiocruz entregou a cloroquina adicional para o programa de malária. O total é suficiente para quatro meses.

Toda a parceria – viabilizada por meio de um TED (termo de execução descentralizada), o de número 10/2020 foi bancada com dinheiro do SUS, ao custo de R$ 258.750,00.

Em janeiro, uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu que ouso de dinheiro do SUS na distribuição de cloroquina a pacientes com Covid-19 é ilegal.

Segundo o tribunal, o fornecimento pelo SUS de medicamentos para uso “off label”, fora da bula, só pode ocorrer se houver autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A Anvisa não concedeu esse aval.

Por meio da Lei de Acesso à Informação, a Folha obteve uma cópia de todo o processo do TED 10/2020, que comprova o desvio da cloroquina para pacientes com Covid-19.

O medicamento é o carro-chefe do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia desde o início da crise sa- nitária. Pesquisas científicas mostraram que a droga não tem eficácia para Covid-19.

Aparceria entre Ministério da Saúde e Fiocruz (vinculada àpasta) paraprodução de difosfato de cloroquina 150 mg existe há quase 20 anos, sempredestinadaamalária. Por ano,oBrasiltem 194 mil casos de malária, dos quais 193 mil ocorrem na região amazônica.

Em 9 de novembro, a Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde enviou um ofício à direção de Farmanguinhos, responsável pela produção de medicamentos e vacinas na Fiocruz, propondo um aditivo ao TED 10/2020. A necessidade era de mais 750 mil comprimidos para malária até janeiro.

“Como é de conhecimento de Farmanguinhos, com o advento da pandemia pela Covid-19, esse medicamento passou a ser disponibilizado também para o tratamento dessa virose, o que elevou o seu consumo, especialmente no primeiro semestre. Com isso, o estoque atualmente disponível garante a cobertura do programa de malária apenas até meados de 2021”, diz o ofício.

Uma nota técnica da mesma secretaria apontou, em vermelho, que a necessidade do aditivo era “urgente”. O documento citou que, com a pandemia, a cloroquina foi apontada pelo Ministério da Saúde como um dos medicamentos que constam do manual de orientações para o “manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19”.

Em nota, o Ministério da Saúde disse ter garantido o estoque de cloroquina para malária, sem prejuízos ou interrupções do atendimento na pandemia. O novo fornecimento da Fiocruz será destinado acasos da doença, conforme demanda dos estados, afirmou. “Toda e qualquer auditoria dos órgãos de controle será devidamente respondida nos autos do processo.” Vinicius Sassine

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METRÓPOLES

Dificuldade para montar equipes de UTI atinge pelo menos nove Estados

Com explosão de internações, falta de mão de obra treinada entre médicos e outras especialidades é gargalo na terapia intensiva e traz risco de apagão; Santa Catarina destaca desistência de profissionais e Piauí tem redução de contratados na ativa após desligamentos

Pablo Pereira

O rápido agravamento da pandemia no Brasil pressiona hospitais, que já lidam com a insuficiência de leitos e escassez de remédios. O risco de um apagão de profissionais especializados também é um problema. No caótico ambiente hospitalar, gestores e entidades médicas de pelo menos nove Estados – Bahia, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Tocantins – relatam falta de intensivistas, dificuldades no atendimento ou necessidade de abrir rodadas de processos seletivos para contratar temporários.

O Brasil tem 543 mil médicos, mas nem todos preparados para as demandas atuais. “O que precisamos é de profissionais treinados para internação sob cuidados intensivos”, diz o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes. “E também dos demais profissionais de saúde, porque não é qualquer médico ou técnico que pode trabalhar numa UTI. As equipes de enfermagem têm de ter treinamento para manejar máquinas modernas e os respiradores.”

Em Santa Catarina, um dos Estados com maior colapso, já foram 32 processos de contratação na crise sanitária. Mas parte dos inscritos não aparece após a convocação. “Cremos que as desistências se dão por receio de trabalhar na linha de frente ao combate à covid-19. Mesmo assim, não se considera um apagão de profissionais, pelo menos no âmbito das estruturas próprias da Secretaria Estadual da Saúde”, diz o governo. O Estado tem 2,6 mil profissionais a mais e na rede de hospitais filantrópicos, cerca de 2,5 mil, em “ampliação sem precedentes”.

Na Bahia, informações oficiais do governo mostram que a demanda ainda tem sido atendida, mas os dados já apontam “dificuldades” para achar profissionais. Em Salvador e região metropolitana, foram abertas cerca de 2 mil vagas este mês.

O Piauí admite que a dificuldade maior é a de encontrar médicos. Foram ao menos dois processos seletivos em 2020 para médicos e demais áreas de enfermagem. A rede pública, diz o Estado,já teve 1.112 contratados e hoje são 1.004 em operação. No fim do ano passado, houve desligamentos por término de contrato ou pedidos de afastamento, alega o governo.

Segundo Gerson Junqueira Junior, presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul, existem hoje no País cerca de 20 mil médicos, de várias especialidades, que já trabalham em UTIs, mas a demanda pode chegar ao dobro disso. O ideal é que cada médico cuide de até 10 leitos de UTI, acrescenta o cirurgião. “No interior, a dficuldade é muito grande para encontrar o profissional”, explica. “E além da equipe, tem de ver se há estrutura de rede elétrica para os equipamentos, rede de abastecimento de oxigênio para os respiradores de alto fluxo, equipamentos de diálise”, diz.

O Estado tinha, segundo Junqueira, de 800 a mil leitos de UTI antes da crise. “Hoje tem 3.195 leitos operacionais de UTI, 1.021 na capital. Não é possível suportar isso”, destaca. “Há hospital com 160% de ocupação de UTI, outro com 145%, outro com 133%”, afirma. “Se isso não é colapso, o que seria?”.

O Rio Grande do Sul destacou que, “diferentemente de alguns Estados, não conta com rede hospitalar própria”. A pedido do governo estadual, o Exército montou unidade de campanha ao lado do Hospital de Restinga, em Porto Alegre.

Plantões e horas extras.

Rondônia já abriu 85 editais de chamamento emergencial para todas as áreas, principalmente médicos. Na rede pública, segundo o governo, foram chamados 2.191 servidores, incluídos os administrativos. Colaboradores voluntários, diz o governo, são “casuais”.

“Não temos funcionários suficientes nas UTIs. Até porque nem todos querem assumir contratos provisórios, de caráter emergencial, e vir para cá, em plena pandemia, trabalhar com pacientes que estão com o coronavírus”, conta Maira Joaneide de Oliveira Barros, enfermeira que atua na UTI do Hospital Regina Pacis e de uma unidade de campanha em Porto Velho.

“Muitas vezes precisamos nos desdobrar, fazer mais horas extras, mais plantões”, acrescenta Maira Joaneide. “Vivemos horas, minutos e segundos de forma muito imprevisível. Quando pensamos que não, a saturação dos pacientes começa a cair, e é muito rápido. Corremos para tentar manter viva aquela pessoa.”

O governo de Mato Grosso admite dificuldade de aumentar os quadros da linha de frente, mas informa que “ainda é possível contratar profissionais da saúde” e a Secretaria Estadual de Saúde está com processo seletivo em aberto. “No ano passado, a Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso abriu dois processos seletivos, um para atuação nos oito Hospitais Regionais geridos pelo Estado e outro para contratar atuação no Centro de Triagem da covid-19”, diz. Já foram contratados, segundo o governo, mais de 1,5 mil trabalhadores para atuar nessas unidades.

O Tocantins informa ter contratado cerca de 1,5 mil profissionais em diversas áreas de atuação de combate à pandemia. A Secretaria de Saúde local diz que foi aberto edital de cadastro para integrar voluntários à linha de frente, mas isso não ocorreu.

O Pará diz que foram contratados, em caráter emergencial, 316 profissionais, entre médicos, enfermeiros, farmacêuticos, técnicos de enfermagem e de apoio administrativo. Conforme o governo, o quadro médico de contratação direta da secretaria atende à capacidade de atendimentos diários nas policlínicas itinerantes”.

Presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte, Geraldo Ferreira diz que “há improvisação, principalmente na rede pública”. E alerta também para as perdas entre profissionais para a covid, o que piora a escassez. O Estado já acumula 50 mortes nas equipes de saúde que enfrentam o vírus, entre médicos e enfermagem, conforme a entidade. Trabalhadores doentes também precisam desfalcar, de forma temporária, a linha de frente. “A situação é gravíssima”, avalia Ferreira.

O governo potiguar diz “fazer contratos temporários e convocações de servidores concursados”. Até o dia 4, foram contratados 1.476 efetivos (concurso público), 2.331 temporários, mais 188 convocados para assinar contratos temporários. No dia 13, inda foi preciso abrir convocação de mais 69 profissionais. 

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Rosane Rodrigues da Cunha 
Assessoria de Comunicação