ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
O POPULAR
Artigo – Santas Casas e a misericórdia
Uma crise silenciosa, mas constante, há tempos assola as Santas Casas de Misericórdia do País. No segundo semestre do ano passado, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara divulgou um relatório, de autoria do deputado Antônio Brito, da Bahia, apresentando um retrato da situação vivida pelas Santas Casas, hospitais e entidades filantrópicas em todo o Brasil.
Pelo relatório, a dívida das 2.100 entidades assistenciais de saúde do País pode chegar a R$ 15 bilhões ao final deste ano, um débito quase sete vezes maior que o registrado em 2005. Em algumas cidades, como Belo Horizonte, prédios e equipamentos são penhorados para o serviço das Santas Casas não serem interrompidos.
A Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde reconhece a situação das entidades, e informa que “atualmente esses hospitais são responsáveis por mais de 50% do atendimento feito pelo SUS”. Neste momento as Santas Casas e os hospitais filantrópicos estão mobilizados na luta por uma revisão na tabela do SUS.
Segundo o Relatório da Câmara Federal, o SUS subfinancia ações dessas entidades filantrópicas. Só em 2011 houve um déficit de R$ 5,2 bilhões no setor. De cada R$ 100 gastos pelos hospitais o SUS consegue cobrir apenas R$ 65. Resumindo, esses dados significam que de um custo de R$ 14,7 bilhões pelos serviços prestados, as entidades hospitalares receberam R$ 9,6 bilhões.
A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia diz que a defasagem na tabela do SUS chega a mais de 700% em alguns procedimentos. Nesse caso, o caos nas contas também tem o subfinanciamento como desencadeador. Embora o SUS responda por 11,5 milhões de internações anuais e por 300 milhões de consultas médicas, “a insuficiência de recursos deixa sem tratamento 10 milhões de hipertensos, 4,5 milhões de diabéticos, 90 mil doentes com câncer (sem quimioterapia e/ou radioterapia) e 3,7 milhões de obesos mórbidos.”
Na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, a situação deficitária não é diferente. Segundo a entidade, seus custos e despesas operacionais em 2012 foram de quase R$ 52 milhões. Mas a receita do SUS chegou a pouco mais de R$ 37 milhões, ficando, portanto, um déficit de R$ 15 milhões.
O Ministério Público Federal confirma a defasagem no financiamento do sistema e chama a atenção para o fato de que essa derrocada do sistema filantrópico de saúde do País vem acompanhada, também, por problemas de má gestão e corrupção.
Trago essas informações à opinião pública de Goiás para chamar a atenção das instâncias de poder e de todos quantos possam pensar alguma solução. De minha parte, farei o que estiver a meu alcance para resolver o problema da forma mais definitiva possível, principalmente quando acabo de integrar, como membro titular, a Subcomissão Permanente de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde do Senado.
Lúcia Vânia é senadora (PSDB) e jornalista (29/04/13)
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Saúde
Ipasgo abre credenciamento para profissionais
Começam nesta segunda-feira, dia 29, as inscrições para profissionais médicos, odontólogos, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais interessados em fazer parte da rede credenciada do Ipasgo. São oferecidas 922 vagas, mas não há um número limite de inscrições. O edital está disponível para consulta desde o último dia 15 no site www.ipasgo.go.gov.br.
“Qualquer profissional interessado, mesmo os das especialidades que não estão listadas para início imediato, pode se inscrever e poderá ser credenciado a qualquer momento, dentro do prazo de validade do processo, que é de 5 anos”, diz o presidente do Ipasgo, Taveira Neto.
Os profissionais inscritos farão parte da base de dados do Ipasgo e serão chamados à medida que outros credenciados deixarem o Instituto, ou quando for constatada que existe demanda para novos credenciamentos.
Mais informações: (62) 3238.2447 (27/04/13)
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Violência sexual
Aberta unidade para tratamento de vítimas
Maria José Silva
Mulheres e adolescentes vítimas de violência sexual contam, a partir de agora, com uma unidade especializada, apta a prestar o atendimento que pode amenizar a dor vivenciada pelo crime. Denominado Ambulatório Girassol, o órgão está localizado nas dependências do Hospital e Maternidade Dona Iris, na Vila Redenção. Nele, as vítimas serão assistidas por médicos ginecologistas, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais.
O diretor do Hospital e Maternidade Dona Iris, médico ginecologista Maurício Viggiano, informa que a estruturação do Ambulatório Girassol surgiu a partir da constatação, feita cotidianamente, de que muitas vítimas de estupro deixam de notificar a ocorrência do crime e de procurar assistência à saúde devido à ausência de um local especializado neste tipo de atendimento. O Hospital Materno-Infantil, no Setor Coimbra, presta assistência apenas a vítimas de violência sexual com menos de 14 anos.
Maurício Viggiano acentua que o atendimento às vítimas de violência sexual logo após a ocorrência do crime é caracterizado como emergencial. Adolescentes e mulheres, conforme diz, devem passar pelo pronto-socorro do Hospital e Maternidade Dona Iris, de onde são referenciadas para o Ambulatório Girassol. “O primeiro atendimento visa garantir o repasse de medicamentos que previnem a gravidez indesejada e doenças como sífilis, aids e gonorréia, entre outras.
Espaço reservado
O Ambulatório Girassol, prossegue o diretor, é instalado num espaço reservado para que as vítimas sintam-se mais à vontade para narrar o drama pessoal aos profissionais de saúde. O tratamento para este tipo de problema dura aproximadamente seis meses, conforme avalia Maurício Viggiano. “O estupro altera emocionalmente a vida da pessoa. É uma das piores violências sofridas pelo ser humano”, pontua o ginecologista. Conforme diz, na maioria das vezes a vítima hesita em narrar a própria história.
Conforme os dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Justiça, no ano passado foram registrados 492 casos de estupro em Goiás. Destes, 135 foram notificados na capital. As vítimas são pessoas como Maria (nome fictício), uma garota estuprada desde os 11 anos pelo professor, que trabalhava em uma escola de circo. Pessoas que sofreram o mesmo crime vivenciado por ela podem ser assistidas no Ambulatório Girassol. A coordenadora da unidade, a ginecologista Laura Porto, destaca que o espaço visa, antes de tudo, prestar a assistência prezando pelo atendimento humanizado, sigilo, minimização das consequência se recuperação das vítimas. (27/04/13)
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O HOJE
Campanha foca hipertensão infantil
Vida sedentária, falta de exercício, tabagismo na adolescência e alimentação inadequada são os maiores vilões da doença em jovens
A hipertensão na criança e no adolescente foi o foco da campanha que a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) desenvolveu, com atividades em todos os Estados e no Distrito Federal, no Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, lembrado na sexta-feira (26). De acordo com dados da SBC, de 6% a 8% das crianças e adolescentes brasileiros na faixa de 7 a 20 anos têm a doença.
Para o coordenador da campanha e diretor da SBC, Carlos Alberto Machado, a maior preocupação é que não existe entre os brasileiros a cultura de medir a pressão arterial durante a infância e a adolescência. Ele alertou que há possibilidade de esses índices aumentarem porque também tem crescido o número de crianças obesas no país. “É importante mudar o estilo de vida dessas crianças. É muito mais fácil mudar o estilo de uma criança do que de um adulto”, disse o médico.
A diretora científica da Regional da Baixada Fluminense da Sociedade, Sonia Regina Zimbaro, classificou a hipertensão como “assassina silenciosa” porque não tem sintomas e os pais, geralmente, só levam a criança ao médico quando ela tem febre. “Acima de 3 anos de idade, quando as vacinas já foram dadas, praticamente os pais não levam mais ao pediatra como rotina e, a partir daí, não são levadas com frequência ao médico. A obesidade infantil está na nossa frente. Hoje temos crianças com 5 anos que já estão obesas. Uma pressão de 120 por 80 pode ser elevada se a criança tiver obesidade”, informou.
Para Sonia Regina Zimbaro, a vida sedentária, com as crianças mais recolhidas dentro de casa sem fazer exercício, o tabagismo entrando na adolescência, a alimentação inadequada com os fast foods (comida rápida, em inglês) são fatores que causam a elevação da pressão nessas faixas de idade.
Ela disse que estão sendo registrados casos de lesões em órgãos como o coração, cérebro e o rim, além da visão e de vasos de membros inferiores, provocadas pela alteração dos níveis de pressão. “Então, temos que tratar quem tem fatores de risco e fazer também a prevenção. Se essa criança tiver uma hereditariedade de hipertensos, ela deve desenvolver a doença ao longo da vida. E é preciso alertar também as adolenscentes que estão engravidando. É um risco se ela tiver histórico familiar de hipertensão”, esclareceu a médica, que defendeu a inclusão da aferição da pressão arterial nos exames admissionais dos alunos nas escolas.(29/04/13)
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Violência obstétrica: irreversível dano à vida
Embora pouco comentados, os destratos sofridos por mães, do pré-natal até o momento do parto
CATHERINE MORAES
Aplicação exagerada de ocitocina para acelerar contrações, subir na barriga para expulsar o feto – manobra de Kristeler –, xingamentos, maus-tratos, procedimentos dolorosos sem autorização e até mesmo impedir a gestante de ter um acompanhante durante o parto. Estes são apenas alguns exemplos de violência obstétrica que afeta uma a cada quatro mulheres no Brasil. Os dados são da pesquisa Mulheres brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado, divulgada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo. Não é tão recente, mas a situação não mudou muito desde então e o problema continua pouco difundido. Conselhos Federal e Regional de Medicina, por exemplo, ainda não computam denúncias.
A pesquisa foi realizada com 2.365 mulheres distribuídas pelo País, seja de área rural ou urbana. Destas, 25% afirmaram ter sofrido violência durante o parto e enumeraram como: exame de toque de forma dolorosa; negação de remédios para dor; gritos; xingamento; falta de informação sobre procedimentos realizados. Algumas entrevistadas afirmaram que foram amarradas, empurradas e até assediadas sexualmente. Maternidades públicas e privadas também não mostraram grandes diferenças de números.
Entre as frases ouvidas estão: “Não chora que ano que vem você está aqui de novo”; “Na hora de fazer não chorou, não chamou a mamãe, porque tá chorando agora?”; “Se gritar, eu paro o que estou fazendo agora e não vou te atender”; “Se ficar gritando vai fazer mal pro seu neném, ele vai nascer surdo”. Além disso, algumas mulheres afirmaram que foram amarradas, xingadas e até assediadas sexualmente (veja box). As denúncias incluem ainda exames de toque de forma dolorosa; gritos; atendimento negado e falta de remédios para dor.
“Tive meu filho em um esquema conhecido por profissionais da área da saúde como o limbo do parto: um hospital precário, porém maquiado para parecer mais atrativo para a classe média, que atende a muitos convênios baratos, por isso está sempre lotado, não é gratuito, mas o atendimento lembra o pior do SUS, porém sem os profissionais capacitados dos melhores hospitais públicos nem a infraestrutura dos hospitais caros particulares para emergências reais. Durante o pré-natal, fui atendida por plantonistas sem nome. Também não me lembro do rosto de nenhum deles. O meu nome variava conforme o número escrito no papel de senha da fila de espera: um dia eu era 234, outro 525. Até que, durante um desses ‘atendimentos’, a médica resolveu fazer um descolamento de membrana através de um exame doloroso de toque, para acelerar meu parto, porque minha barriga ‘já estava muito grande’. Saí do consultório com muita dor e na mesma noite, em casa, minha bolsa rompeu. Fui para o tal hospital do convênio já em trabalho de parto”, recorda Andrea Dip, jornalista que decidiu contar a própria história denunciando este tipo de violência em matéria veiculada na Agência Pública. E isto foi apenas o começo do pesadelo.
Andrea foi instalada em uma cadeira de plástico da recepção e informada que deveria procurar outro hospital devido à superlotação. Com a bolsa vazando, a mãe dela ameaçou ligar para o advogado, o pai quis bater no recepcionista e finalmente ela foi levada para dentro da unidade, Lá, passou por um exame de toque coletivo feito por um médico e vários estudantes. “Consigo me lembrar de poucas situações em que fiquei tão constrangida na vida. Cerca de uma hora depois, me colocaram em uma sala com várias mulheres. Quando uma gritava, a enfermeira dizia: ‘Pare de gritar, você está incomodando as outras mães, não faça escândalo’. Se eu posso considerar que tive alguma sorte neste momento, foi o de terem me esquecido no fim da sala, pois não me colocaram o soro com ocitocina sintética, que acelera o parto e aumenta as contrações, intensificando muito a dor”.
Contrariando a Lei nº 11.108, ela não teve direito a um acompanhante porque era necessário “preservar a privacidade das demais mulheres”. No momento do parto, que enfim chegou, ela recebeu uma combinação de anestesia peridural com raquidiana e sem ser questionada ou consultada, sofreu uma episotomia (corte na vagina) sem consentimento.
“Empurraram a minha barriga e puxaram meu bebê em um parto ‘normal’. Achei que teria meu filho nos braços, queria ver a carinha dele, mas me mostraram de longe e, antes que eu pudesse esticar a mão para tocá-lo, levaram-no para longe de mim. Já no quarto, tentei por três vezes levantar para ir até o berçário e três vezes desmaiei por causa da anestesia. ‘Descanse um pouco, mãezinha’ ,diziam as enfermeiras Eu não queria descansar, só estaria sossegada com meu filho junto de mim! O fotógrafo do hospital (que eu nem sabia que estava no meu parto) veio nos vender a primeira imagem do bebê, já limpo, vestido e penteado. Foi assim que eu vi pela primeira vez o rostinho dele, que só chegou para mamar cerca de 4 horas depois”, lamenta.
Mulher luta por lei da cesariana
Após quatro anos de tratamento para engravidar, mãe que levava gestação saudável perdeu o filho após demora para realizar parto
Um marido com 50% dos espermatozóides mortos, uma mulher com ovário policístico e um sonho do casal: ter um filho. Fernanda Fernandes e Marciano Tavares fizeram quatro anos de tratamento e então veio o milagre de nome Lucas Emanuel. Foram nove meses de gestação acompanhada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), quase 24 horas de trabalho de parto, pouca dilatação e o pedido de uma cesariana que demorou a ser atendido. O resultado: um bebê que ficou 23 minutos sem respirar e não sobreviveu. Vítima da ainda desconhecida violência obstétrica, a mãe luta agora pela Lei Emanuel, que exigiria cesariana imediata para mulheres que não conseguirem dilatação em 12 horas. Infelizmente, ela não é a única.
Fernanda, de 35 anos, que já tinha uma filha do primeiro casamento, hoje com 17, conta que fez um pré-natal tranquilo, com cuidados necessários como alimentação balanceada. Apesar disso, a violência obstétrica já começou quando ela não pôde escolher o hospital no qual queria ganhar o bebê. Moradora de Sorocaba, São Paulo, ela fez o acompanhamento em um posto da cidade e foi encaminhada para o hospital mais próximo da residência, mas queria optar por outro.
“Fui pro hospital às 8 horas da manhã do dia 14 de fevereiro já estava com um pouco de dor, eles me examinaram e pediram pra eu voltar pra casa porque estava no início de trabalho de parto. Saí de lá acabei e fiz minha última consulta do pré-natal. Minha médica falou que estava tudo bem. Às 18 horas eu retornei ao hospital e já estava com fortes dores. Aí que começou o meu pesadelo. Com fortes dores, eles me internaram e tive uma madrugada tensa: vomitei de dor. Pedi para ver o médico e queria uma cesariana, mas não me ajudaram. Tive de 3 a 4 dedos de dilatação e não passou disso”, lamenta.
Com o amanhecer, às 7 horas do dia 15 de fevereiro, houve troca de plantão e o médico que deveria chegar às 7 horas, chegou às 8 horas. “Eu tinha pedido para as enfermeiras que avisassem o médico da necessidade da minha cesárea. Ele chegou, foi ver outra paciente e depois do parto me disse que a cirurgia foi feita em mim por volta das 9 horas, mas tenho a sensação de que foi mais tarde. Nem sequer vi meu bebê chorar”, completou.
A então mamãe foi pro quarto por volta de meio-dia e ao seu lado outras mães recebiam os filhos, mas o dela não apareceu. O marido chegou por volta de 14 horas para a visita e às 16 recebeu a notícia de que o pequeno Lucas Emanuel estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Para Fernanda, a notícia só foi dada à noite, às 20 horas. O garotinho tinha ficado 23 minutos sem respirar dentro da barriga e engoliu meocônio – as primeiras fezes de um bebê.
“Me pediram para voltar às 11 horas do dia 16, para visitá-lo na UTI. Quando cheguei lá, me disseram que ele tinha falecido, que teve cinco paradas cardíacas de madrugada. Não tiveram nem consideração de avisar alguém da família primeiro. A médica ainda me perguntou se eu queria segurar ele no meu colo. Como isso? Eu queria o Lucas Emanuel vivo. Meu filho não saiu nos meus braços e sim num caixão…”, se entristece.
A luta
Evangélica, crente em Deus, Fernanda conta que esta é a única forma de sobreviver a tudo o que passou. E foi por isso que ela começou a luta pela Lei Lucas Emanuel, que tem como objetivo ajudar para que as mães que passam por um trabalho de parto normal tenham um tempo determinado para que o bebê nasça com segurança. Não tendo dilatação e não havendo nenhum sinal de avanço chegando nesse tempo máximo, uma cesariana deve ser feita obrigatoriamente.
Ela encaminhou o pedido para o deputado federal Jefferson Campos e para a senadora Ana Amélia, que respondeu dizendo estar sensibilizada com a perda. “Sobrevivo com as forças de Deus, sou evangélica e creio muito em Deus. Ele está sendo a minha força e, com tudo isso, estou buscando que meu pedido se transforme em lei. Nenhuma mãe deve passar o que eu passei. Temos a Lei Maria da Penha para mulheres agredidas, mas não temos uma lei para protegê-las na hora do parto”, explica. (28/04/13)
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DIÁRIO DA MANHÃ
Automedicação só piora sintomas
Uso indiscrimado de analgésicos torna crises frequentes. Tratamento preventivo e alteração no estilo de vida são soluções
ANTÉRO SÓTER
A automedicação é, e sempre foi, uma mania em todas as camadas sociais, mesmo com a mídia e as autoridades alertando quanto aos perigos desta prática. A qualquer sinal de dor de cabeça, ocasional ou frequente, as pessoas correm ao armário em busca de um analgésico qualquer, na maioria das vezes indicado por um parente ou amigo. Um ato, de acordo com especialistas, danoso à saúde e que pode, inclusive piorar as crises, já que o uso indiscriminado de analgésicos, ao invés de aliviar o sintoma, pode agravá-lo. O alívio, quase que imediato causado por tais medicamentos, quando usados sem prescrição médica após uma bateria de exames, cobra seu preço levando a um aumento na frequência de crises.
Segundo o neurologista Leandro Teles, formado e especializado pela Universidade de São Paulo: "Existe uma multidão de pessoas que têm dor de cabeça quase todos os dias e vivem à base de analgésicos. O ideal, nesses casos é iniciar um tratamento preventivo, mudança de estilo de vida e cessar o uso abusivo de tais medicamentos."
Os analgésicos simples, de acordo com Leandro, são direcionados para doenças agudas ou para pessoas com crises de dor de cabeça eventuais. "Quando a pessoa tem mais que duas crises de dor de cabeça forte por mês, já está indicado o tratamento preventivo. O uso excessivo de analgésico transforma uma enxaqueca eventual em uma enxaqueca crônica, com frequência muito elevada de crises, por vezes todos os dias. Para saber se você usa analgésicos demais bastar contar o número de comprimidos usados em uma semana, se for mais que dois, você está fazendo mais mal do que bem à sua saúde" orienta o especialista.
O neurologista paulista ensina que o tratamento correto de dores de cabeça frequentes exige um diagnóstico preciso do tipo de dor, que pode ser do tensional, causado pela tensão do dia a dia e que são mais leves, constantes, bilaterais, "aperto e sem sintomas de náuseas", e a enxaqueca, "que apresenta dores mais intensas, pulsáveis, lateralizadas, com intolerância à luz, cheiro e ruídos, acompanhada de náuseas.
Para Leandro Telles, em qualquer uma das situações, quando a frequência de crises mensais é alta, o tratamento preventivo (com medicamento usado diariamente, escolhido pelo neurologista e em dose baixa) é mais eficiente. "Correr atrás da dor com analgésicos causa uma espécie de efeito rebote tirando o quadro de controle. Quando a pessoa se dá conta, está com um monte de remédios na bolsa e usando analgésico diariamente. O mesmo remédio que alivia um pouco o sofrimento gera o retorno precoce da dor. Algo semelhante ocorre com alguns descongestionantes nasais, você pinga, o nariz abre, depois o nariz fecha, aí você pinga de novo e o ciclo se repete por meses e até anos. (mais um exemplo de efeito medicamentoso rebote)", diz ele.
Para Leandro Teles, "não tem jeito, para tratar dores de cabeça crônicas e frequentes o ideal é procurar profissionais habilitados. O diagnóstico preciso, o mapeamento da dor, mudanças pontuais de estilo de vida e escolha de medicamentos apropriados para cortar ou prevenir a dor, quase sempre confere um alívio mais duradouro do martírio causado pela dor de cabeça".
Tratamento de enxaqueca depende de diagnóstico correto
O neurologista Leandro Teles explica que "a enxaqueca é uma dor de cabeça muito peculiar, o diagnóstico preciso é fundamental, pois o tratamento é direcionado e pode ser bem diferente do feito para outros tipos de dor. Estamos falando de uma doença relativamente comum, cerca de 30% das mulheres em idade fértil e 10 % dos homens apresentam esse tipo específico e incapacitante de dor na cabeça".
As características clássicas da crise de enxaqueca, segundo Leandro, podem ser explicadas através de vários fatores.
1- Evolução = a enxaqueca evolui em crises. A pessoa, de tempos em tempos, apresenta o sintoma – a duração da crise é de 4 a 72 horas (se não medicada). Entre as crises a pessoa está bem. É fundamental pelo menos cinco crises na vida para o diagnóstico e evidências que o problema é crônico.
2- Característica da dor = de intensidade moderada a forte, geralmente de uma da cabeça (apenas de 40 % das vezes dói os dois lados), característica pulsátil (latejante, como se o coração batesse dentro da cabeça), que piora com atividades do cotidiano (melhora com repouso).
3- Sintomas associados = além da dor, o paciente costuma sentir intolerância à luz, ao barulho e, eventualmente, a odores fortes. É muito frequente a presença de náuseas e até vômitos (o que dificulta a tomada de remédios). Em cerca de 20% dos casos de enxaqueca podem surgir sintomas neurológicos transitórios antes, durante ou depois da dor. Esses sintomas são geralmente visuais, como pontos brilhantes ou visão turva, mas podem ser formigamentos e até bloqueio da fala (chamamos esse sintoma de aura, e são absolutamente típicos da enxaqueca).
4- Afastar outras doenças = é fundamental afastar outras doenças importantes na hora de dar o diagnóstico de enxaqueca. Para isso o médico usa toda a sua experiência e o exame neurológico, em casos mais complicados podem ser necessários exames complementares (guiados para afastar outras causas, uma vez que a enxaqueca não aparece nos exames). Várias doenças podem simular dores de cabeça mais crônicas, tais como: trombose venosa cerebral, meningite crônica, hipertensão intracraniana, sinusopatia, etc. (por isso nada de auto-diagnóstico)
5- Complicações = a enxaqueca mal conduzida pode complicar, sendo as duas principais complicações: 1- Estado de mal de enxaqueca = é quando a dor dura mais que 72 horas, muitas vezes necessitando de internação e medidas mais drásticas; 2- Enxaqueca transformada: algumas vezes a enxaqueca sai do controle e começa a aparecer quase todo o dia. Fica um pouco mais fraca mais não vai mais embora (a principal causa para isso é o uso excessivo de analgésicos comuns – acima de duas vezes por semana).
"Aa enxaqueca é uma síndrome complexa. Envolve a cabeça, intolerância a estímulos, alterações de estômago e até sintomas neurológicos focais. Além disso, tem doenças sérias que podem simular uma enxaqueca descontrolada, atrasando muito o diagnóstico correto. Por fim, o tratamento incorreto pode levar à complicações como a dor de cabeça crônica diária, que causa profundos impactos físicos, sociais e emocionais a quem já experimentou essa complicação", informa Leandro Teles.
Por tudo isso, segundo ele, é fundamental dar atenção ao sintoma e buscar ajuda especializada. O tratamento correto inclui mudanças personalizadas no estilo de vida, escolha de medicamentos preventivos em casos selecionados e definição da terapia anti-dor caso, ainda assim, ela apareça. Os resultados são muito bons quando damos a devida atenção a essa incapacitante doença. (29/04/13)
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Goiânia ainda não atingiu nem metade da meta
Somente 41,39% da população estimada pela campanha contra a influenza recebeu a vacina em Goiânia. Ao todo foram aplicadas, até o dia 25 de abril, 95.956 doses da vacina. A cobertura ainda é baixa, pois a Secretaria Municipal de Saúde tem meta de imunizar cerca de 200 mil pessoas. A campanha foi prorrogada até o dia 10 de maio.
A diretora de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, lembra que no ano de 2012 tivemos três óbitos por gripe H1N1 e os três casos pertenciam a grupos de risco para formas graves e não tinham tomado vacina. "Por isso, a participação da população na campanha é muito importante para que possam se proteger contra a doença e suas possíveis complicações", completa Flúvia.
O grupo com maior cobertura é o de puérperas (mulheres no período de até 45 dias após o parto). O Programa de Vacinação em Maternidades percorre 26 hospitais/maternidades todos os dias em Goiânia para vacinar recém-nascidos contra a hepatite B e, na oportunidade, vacinar também as mães, nas primeiras horas após o parto, contra a influenza.
Além disso, as Maternidades Dona Íris, Nascer Cidadão e Nossa Senhora de Lourdes possuem salas de vacinação e, por isso, também oferecem a vacina contra a gripe para as puérperas. Dessa forma, garantimos que todas as mães em Goiânia saiam das maternidades imunizadas, evitando assim complicações decorrentes da influenza e diminuindo o risco de mortalidade.
A Secretaria de Saúde tem como função não só prestar atendimentos de urgência, emergência e consultas especializadas, mas também de evitar que as pessoas fiquem doentes ou que possam ir a óbito por uma doença. A gripe tem a melhor forma de prevenção, pois a vacina é segura e eficaz. (29/04/13)
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Paço Municipal faz campanha para doação de sangue
O Instituto de Hematologia de Goiânia realiza amanhã a campanha "Doe Sangue Doe Vida", no pátio do Palácio das Campinas Venerando de Freitas Borges (Paço Municipal), na sede da Prefeitura de Goiânia, das 8 às 16 horas. O objetivo da campanha é reforçar os estoques de sangue da cidade. Servidores do Município são principal alvo da ação.
A coordenadora de captação do Instituto de Hematologia de Goiânia, Mônica Rosa de Oliveira, afirma que as bolsas de sangue adquiridas por meio de doadores fidelizados ao banco de sangue são insuficientes. E, "para atender a demanda por sangue na Capital, campanhas como essa são realizadas constantemente". Além do funcionalismo goianiense, cidadãos que circulam diariamente pelo Paço poderão contribuir com a iniciativa.
Requisitos
Segundo normas técnicas do Ministério da Saúde, o doador deve apresentar documento oficial de identidade com foto, como RG, carteira de trabalho, certificado de reservista, carteira do conselho profissional ou carteira nacional de habilitação. Deve também pesar mais de 50 quilos, estar bem de saúde, não estar em jejum e ter entre 16 e 67 anos, 11 meses e 29 dias. Dos 16 até 18 anos incompletos, o doador deve apresentar consentimento formal dos responsáveis. (29/04/13)
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Perigo ronda as academias
Excessos na prática de exercícios físicos preocupam médicos, por danos à saúde que esta pode causar, em virtude da falta de planejamento no treino
BRUNO LISITA
Em seu livro Amor, Sexo e Tragédia, o professor Simon Goldhill, da Universidade de Cambridge elucida que a procura constante pelas formas perfeitas do corpo é uma das heranças greco-romanas. Estas civilizações possuíam ginásios semelhantes às academias modernas, que eram utilizados para moldar e cultuar o corpo, delineando uma melhor silhueta. O protótipo do homem extraordinário com a elegância da simetria, o equilíbrio das curvas da forma atlética foi densamente arraigado nas civilizações ocidentais de forma que dificilmente se poderá mudar este padrão assimilado. Os filmes na telinha, os vídeos na internet, as revistas vão ostentando cada dia mais os corpos nus, explorando os tônus musculares numa busca incessante pela beleza.
A grande preocupação médica nos dias de hoje, sobretudo de ortopedistas, é com respeito aos perigos dos excessos nas academias de ginástica. Tudo o que extrapola os limites, a exemplo de quem malha pesado todos os dias, pode danificar a saúde, levando ao aparecimento de doenças. Os músculos humanos reagem de acordo com o esforço despendido. Quanto maior ele for, maior será o consumo de oxigênio e proporcionalmente maior a eliminação de dióxido de carbono e ácido lático. Quando isto ocorre, as fibras musculares padecem de lesões microscópicas que vão se regenerando com mais intensidade depois de ocorrido o trauma. Os músculos "incham" em resposta ao trifosfato de adenosina que é ativado. A compulsão pela rotina de exercícios pode se tornar um vício incontrolável. O exercício só é bom quando se sai com a camisa suada, pensa essa categoria, desconhecendo os perigos do descomedimento da atividade física.
De acordo com o padrão internacional, um atleta que não é profissional e que ultrapassa seis horas semanais de exercícios físicos puxados já é classificado como excessivo. Testar os limites do corpo não é saudável. Quem não é desportista profissional tem que fazer exercícios sem sentir dor. Essas pessoas que cometem estes abusos acabam não só lesando a saúde física, como também a sua vida social, deixando de lado outros tipos de lazer com amigos e família para se entregar totalmente ao esporte. Comportam-se neste aspecto diferentemente dos gregos que defendiam mente saudável em corpo são, privilegiando a estética corporal, sem valorizar o preparo mental.
O educador físico e personal trainer Guilherme Simão revela que praticar exercícios físicos sem supervisão de um profissional acaba induzindo a lesões principalmente nos joelhos, ombros e coluna vertebral. São lesões que, se recorrentes, podem vir a se tornar um problema crônico. Segundo ele, antes mesmo de recorrer a atividade física, é necessário que se faça uma consulta médica, para avaliar a capacidade da pessoa, verificando se a mesma está apta a praticar um esporte, ou mesmo a frequentar uma academia.Infelizmente, além da maléfica prática de não possuir supervisão para o treino, muitos indivíduos não obtendo o retorno desejado, começam a abusar indiscriminadamente de suplementos e anabolizantes. O uso destes produtos pode provocar doenças cardíacas, mal funcionamento do fígado e dos rins, acne, dores articulares e perda de cabelo. No homem também pode causar infertilidade, impotência, calvície, desenvolvimento de mamas e aumento da próstata. Na mulher, há o crescimento de pelos faciais, alterações menstruais, adulteração da voz e diminuição das mamas. E, além dos efeitos físicos, o abuso dessas drogas pode causar alterações do humor, provocando agressividade, irritabilidade, confusão mental e até mesmo depressão.
Embora ambos sejam utilizados para o mesmo fim, vale frisar que os suplementos alimentares são alimentos, enquanto os anabolizantes são medicamentos. Mas a ingestão de suplementos em excesso também pode trazer problemas para a saúde. Portanto, é indispensável a orientação de um nutricionista e de um profissional de educação física, que poderão indicar se realmente há a necessidade do uso, bem como a quantidade adequada.
O educador físico Fernando Diniz, 33 anos, também faz coro a este discurso. Na opinião dele, o exercício corporal é uma prática indispensável para a melhora da saúde e qualidade de vida. Porém, se feito sem orientação profissional, expõe o praticante a vários riscos que podem comprometer a saúde acarretando lesões de músculos e ligamentos, tendinites, perda de cartilagem e até mesmo agravos cardíacos, podendo levar ao óbito. Esses são alguns dos problemas mais comuns aos praticantes de atividade física sem orientação.
Em Goiânia há uma grande quantidade de parques e pistas de corridas, um verdadeiro incentivo para que as pessoas comecem a praticar esporte. Porém, falta a preocupação com a qualidade de execução desses exercícios. Há um déficit de campanhas que mostrem que a prática desportiva deve ser bem orientada para ser saudável. Diniz explica que “a população desconhece os riscos e acaba buscando a estética de forma irresponsável, procurando orientação geralmente depois da primeira dor ou lesão, isso porque parece fácil simplesmente calcar um tênis e sair por ai correndo”. Mas os riscos são constantes devido à falta de planejamento do treino. É fundamental respeitar os limites do corpo, os sinais que ele demonstra de que o treino está muito intenso. Por isso a periodização de treinamento deve ser progressiva, o fortalecimento muscular deve acontecer paralelamente ao aumento da intensidade e todas as fases do treino respeitadas para que a corrida não precise ser interrompida devido a uma indesejável lesão.
Cabe ainda ressaltar o fato de que muitos condomínios atualmente possuem academias montadas para seus moradores, mas não oferecem muitas vezes profissionais qualificados para auxiliar os alunos no uso dos aparelhos de musculação e ergometria. Antes de começar a praticar qualquer tipo de atividade, procure sempre seu médico e um profissional de educação física para consulta. (29/04/13)
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Fim dos sintomas da dengue
Medicamento homeopático é produzido em Goiânia. 40% dos efeitos são amenizados. Base da composição leva veneno de cascavel
O Hospital de Medicina Alternativa (HMA) está disponibilizando para municípios com altos índices de dengue em Goiás doses de um remédio homeopático que ameniza as fortes dores e a indisposição causada pela doença. O medicamento é produzido à base de plantas, fósforo e Crotalus horridusch (veneno de cobra cascavel), mas não substitui e não é considerado como vacina. Ele foi testado e existe no País há cinco anos, a cidade de Ribeirão Preto-SP foi pioneira no tratamento homeopático da doença. Resultados do Projeto Dengue e Homeopatia já estão sendo vistos nos municípios goianos. Senador Canedo, por exemplo, até agora usou 40% da remessa recebida no início de março, o que demonstra a aceitação da população ao medicamento.
O diretor do HMA, Nestor Carvalho Furtado, esclarece como o remédio pode auxiliar no combate à dengue. “Estamos produzindo o remédio aqui no hospital. Ele é fruto de experimentos feitos inicialmente em Ribeirão Preto. Em Goiás, o primeiro local a aderir foi o município de Iporá, que tinha índices altos de dengue”. Para o médico, a adesão dos municípios será gradativa. “Convidamos as pessoas específicas de cada local para uma reunião técnica, várias entidades participaram. Cerca de 45 cidades no Estado estavam com risco de epidemia, participaram 35 representantes na reunião, destes, 21 agora fazem parte do projeto e assinaram um termo de adesão”, diz.
Segundo Nestor, o medicamento não pode ser confundido ou tratado como vacina contra a dengue. “É um tratamento de suporte contra a doença, não deve também servir para substituir as precauções indicadas pelo Ministério da Saúde, essas continuam sendo as mesmas. As experiências que já tivemos mostram que diminuem sim o número de casos graves da dengue nos municípios que usaram o remédio há mais tempo, como no Rio de Janeiro”, ressalta.
Os municípios que ainda não aderiram ao projeto podem voltar atrás a qualquer momento. O diretor do HMA informou ainda que várias cidades do Estado estão buscando pelo medicamento. “Já temos novos pedidos e estamos nos preparando para atender uma maior demanda, no segundo semestre deste ano”, diz. Ele também explica que a distribuição foi baseada de acordo com a população do município. “A distribuição aqui foi baseada na população. Caldas Novas, por exemplo, tem 75 mil habitantes, a quantidade de frascos enviada é compatível. Cada vidro do remédio homeopático pode atender até 300 pessoas”, esclarece. Na reunião feita com os municípios, Nestor disse ter esclarecido como o medicamento homeopático deve ser conservado, transportado e como administrar as gotas, orientações gerais, para não haver erros. Segundo ele, também estão preenchendo uma ficha com nome, sexo e idade, para controle dos resultados do projeto.
O medicamento não tem contraindicações, pelo contrário, pode ser ingerido por crianças recém-nascidas, idosos, gestantes, enfim. Quanto à distribuição nos municípios, o médico disse ser uma questão particular de cada localidade. Ele também ressalta que o medicamento só poderá ser utilizado caso seja prescrito pelo médico ou haja avaliação e explicação de uso por parte deste. O custo de produção do medicamento é de R$ 1,70 por frasco. Segundo Nestor, esse preço é considerado baixo se relacionar o custo/benefício do remédio. As experiências positivas nos outros Estados demonstram isso. Os valores gastos pelo governo com internação e tratamentos longos de casos de dengue mais grave são bem mais altos. “Só em Caldas, por exemplo, eram 150 casos de dengue por dia”, ressalta o médico.
O Projeto Dengue e Homeopatia é uma parceria entre as Superintendências de Gerenciamento das Unidades Assistenciais de Saúde (Sunas) de Política de Atenção Integral à Saúde (Spais), do HMA e unidades da SES-GO.
municípios
A gerente de Atenção Básica do município de Senador Canedo, um dos que receberam um número grande do remédio, diz já estar satisfeita com os resultados. “ Já estamos com 40% da medicação usada, a população está procurando muito, os veículos de comunicação divulgaram e as pessoas estão vindo. Fora isso também estamos levando o medicamento à população e fazendo uma espécie de campanha, sabemos que não se trata de vacina, no entanto é uma ótima forma de auxílio no tratamento. Formamos postos volantes até a noite nas unidades de saúde básica. Recebemos o remédio no início do mês de março”, diz. Em Goiânia, a chefe da vigilância em saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Flúvia Amorim, diz que o medicamento não vai ser aderido como um novo tratamento na capital sem um estudo local. “É preciso ter a certeza de que pra esse medicamento há um resultado bom. É preciso fazer avaliações para que ele seja utilizado. Cada município tem características próprias que devem ser consideradas”, diz.
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Ressonância magnética: mortes foram causadas por falha humana
A morte dos três pacientes que se submeteram a exames de ressonância magnética no Hospital Vera Cruz, em Campinas (SP), no dia 28 de janeiro deste ano, foi causada por falha humana. A informação foi confirmada ontem pela Polícia Civil, após a divulgação dos laudos feitos pelo Instituto de Criminalística e pelo Centro de Controle de Intoxicações da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os laudos confirmaram que a substância que causou a morte dos três pacientes foi o perfluorocarbono, produto de uso externo e industrial. A substância foi injetada por engano nos três pacientes em vez de soro. “Essa substância é composta de flúor e carbono e tem sido usada em vários segmentos, principalmente na indústria. Já houve relatos de uso dela na saúde, mas em outras localidades, principalmente no exterior. Nesse caso específico, a substância que foi encontrada era uma substância de uso exclusivo da indústria”, explicou Brigina Kemp, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas.
A Secretaria de Saúde informou que o perfluorocarbono foi posto, inadvertidamente, em uma embalagem de soro. Um funcionário da Ressonância Magnética Campinas (RMC), clínica responsável pelos exames no hospital, se enganou com as embalagens e injetou o perfluorocarbono nos pacientes. As mortes ocorreram por embolia pulmonar, informou a secretaria.
De acordo com a diretora do Departamento de Vigilância, o uso da substância nos procedimentos de ressonância ainda está sendo investigado. “Não se conhece o uso dessa substância nas rotinas dos procedimentos de ressonância. Consultamos o CRM [Conselho Regional de Medicina] e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem para que nos informe sobre o uso desse procedimento e desse produto”.
A RMC recebeu quatro multas da Vigilância em Saúde que somam cerca de R$ 10 mil. A empresa também recebeu duas interdições. “Uma interdição é a dos produtos e a outra do próprio serviço, que ficou dois meses sob interdição. (ABr) 27/04/13
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação