CLIPPING SINDHOESG 27 A 29/05/17

29 de maio de 2017

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Gestantes e crianças estão longe de atingir meta da Campanha de Vacinação, em Goiás
Paciente espera vaga para cirurgia há quase um mês, em Goiânia
Problemas no HMI são denunciados há mais de 10 anos
Após interdição, Materno Infantil programa reformas
O governo deve autorizar a criação de planos de saúde básicos?
Notificação de morte por Chagas é imprecisa em doadores de sangue
Uso de adoçante em excesso pode fazer mal à saúde, mas é mito que causa câncer
Mortalidade materna reduz, mas continua longe do ideal

TV ANHANGUERA/GOIÁS

Gestantes e crianças estão longe de atingir meta da Campanha de Vacinação, em Goiás
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/gestantes-e-criancas-estao-longe-de-atingir-meta-da-campanha-de-vacinacao-em-goias/5901244/

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Paciente espera vaga para cirurgia há quase um mês, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/paciente-espera-vaga-para-cirurgia-ha-quase-um-mes-em-goiania/5901223/
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O POPULAR

Problemas no HMI são denunciados há mais de 10 anos

Sindisaúde reclama de burocracia e demora na reforma do espaço. Secretaria informa que outras áreas passarão por readequação na unidade

A denúncia que levou à interdição de quatro áreas da Central de Materiais e Esterilização (CME) do Hospital Materno Infantil (HMI) nesta semana vem sendo apresentada à Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) há pelo menos dez anos, segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindisaúde-GO). Flaviana Alves Barbosa.
A presidente afirma que o sindicato vinha pedindo as melhorias. mas sempre recebia respostas inconclusivas. "A burocracia continuou mesmo com o repasse da administração para a OS. As desculpas eram as mais diversas, como a falta de aprovação do projeto pelos órgãos responsáveis. Mas a demora nos motivou a recorrer aos órgãos de fiscalização."
Flaviana diz que não concorda com o repasse desse tipo de serviço para fora da unidade por não poder controlar e acompanhar todo o processo. "Mas do jeito que estava, os servidores e os próprios pacientes corriam riscos." Flaviana acrescenta que o sindicato vinha sendo proibido de fazer vistorias, mas continuava a receber denúncias de funcionários.
Depois disso, a direção do sindicato procurou a Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE), que passou 60 dias em trabalho na unidade. O relatório da inspeção foi apresentada na quinta-feira, em entrevista coletiva. Entre os problemas encontrados, ferrugem, sujeira, falta de equipamentos de proteção individual e de climatização nos ambientes.
A assessoria de imprensa do HMI encaminhou nota assinada pela diretora geral da unidade, Fabiana Negri, respondendo às criticas e informando que o projeto já está aprovado pelo departamento específico da Vigilância Sanitária e que o recurso para a obra já está confirmado.
Conforme foi mostrado na edição de ontem do POPULAR de ontem, ela cita que tem buscado esforços para minimizar a superlotação da unidade, que é uma das causas para os problemas apresentados.
Ontem, a SES-GO informou que o processo licitatório para a reforma da unidade está em andamento desde março e a publicação será na terça-feira, 30. O custo da reforma será de. aproximadamente. R$ 1,2 milhão e contemplará alterações na lavanderia, UTI materna e acesso ao Centro Cirúrgico.
Desde 2012, quando a Organização Social Instituto de Gestão e Humanização (IGH) assumiu, foram reformados a recepção, banheiros, setor de imagem, cartório. ouvidoria, brinquedoteca, todo o Pronto Socorro de Pediatria (PSP) e as UTI Pediátrica e Neonatal e ainda, a modernização do Ambulatório.
A SES-GO informou que, como o HMI possui a estrutura mais antiga da rede pública estadual de Saúde, com mais de 45 anos de existência, em conjunto com o IGH. vem executando as reformas e que o hospital não precisou ser fechado para tal.
A SES-GO informou, ainda, que a pasta mantém uma equipe para acompanhar e monitorar a manutenção e o serviço prestado pelas unidades geridas pelas OSs à população. A Coordenação de Monitoramento e Fiscalização (COMFIC), consiste na verificação mensal das melas contratuais de produção (parte fixa do contrato) e dos indicadores de qualidade (parte variável do contrato), trimestralmente, e culmina na elaboração de Relatórios e Análises Técnicas de Monitoramento e Avaliação.
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DIÁRIO DE GOIÁS
Após interdição, Materno Infantil programa reformas
Por nota, a direção do Hospital Materno Infantil (HMI) informou nesta quinta-feira (25), após interdição da Central de Materiais e Esterilização (CME) pela Auditoria-Fiscal do Trabalho em Goiás, que já programa reformas nas estruturas da unidade de saúde. O cronograma de reformas iniciou em 2012, mas outras áreas foram priorizadas.
"As providencias já estavam sendo tomadas antes mesmo da interdição por parte do Ministério Público do Trabalho […]. O HMI possui a estrutura mais antiga da rede pública estadual de Saúde […] e já havia sido planejado entre a Secretaria de Estado de Saúde e a Organização Social […] projetos de reforma e adequação contemplando áreas críticas do hospital", diz a nota.
Para a realização das obras foi firmado um convênio com a Caixa Econômica Federal (CEF). No entanto, o processo licitatório ainda está em andamento e deverá ser finalizado nas próximas semanas. "No dia 28 de abril, o HMI deu abertura ao processo seletivo para contratação de empresa especializada visando a terceirização do serviço", informa o Hospital.
Para que a CME não deixe de prestar atendimento, a unidade terá realocado os profissionais para receptação e pré-lavagem dos materiais utilizados e estabelecido área para distribuição dos materiais esterilizados.
"Com a terceirização temporária do serviço de CME e a adequação do novo espaço para o setor, é possível afirmar que, a princípio, as não conformidades estruturais foram solucionadas".
Sobre a não utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) por parte dos funcionários, o HMI ressaltou que oferecia os materiais, mas os colaboradores não faziam uso da forma correta por falta de climatização adequada na área de realocação. "Porém, o novo espaço conta com climatização adequada, o que possibilidade a utilização ideal".
Além isso, a unidade informou que os uniformes dos funcionários foram encomendados no início do ano. Algumas peças já foram entregues em janeiro e março. A próxima remessa deverá ser disponibilizada aos funcionários em junho.
"Cumpre salientar que a unidade tem unido forças com a SES-GO, com o Ministério Público, Conselho Regional de Medicina (Cremego), Secretaria Municipal de Saúde (SMS), regulações Municipal e Estadual e, agora, também com o MPT, visando minimizar o problema da superlotação do hospital que, atualmente, interfere diretamente no desempenho do trabalho de todas as áreas da unidade, inclusive no CME", diz a nota.
Por último, o Hospital destacou que o atendimento aos pacientes não será interrompido ou prejudicado.
O caso
A Central de Materiais e Esterilização do Hospital Materno Infantil (HMI) foi interditada nesta quinta-feira pela Auditoria-Fiscal do Trabalho em Goiás por descumprimento de norma de proteção, associada à superlotação da unidade.
De acordo com a Autoria-Fiscal do Trabalho, Jaqueline Carrijo, a conclusão da interdição total da Central, que tem ao todo quatro áreas, ocorreu após 70 dias de auditoria na unidade hospitalar.  Segundo ela, o serviço realizado na Central do HMI é doméstico e oferece riscos biológicos aos pacientes e funcionários do hospital.
Jaqueline afirmou que existem 600 laudas de provas, que serão apresentadas ao Ministério Público do Trabalho, de que é necessária a construção de uma nova Central, com condições ambientais e sanitárias adequadas.
Ainda segundo a auditora, foi determinado que a esterilização e limpeza do Central seja feita por uma empresa terceirizada, com fiscalização do Ministério do Trabalho. "O HMI não nenhuma norma. Tivemos que proibir o uso do espaço. A Central tem funcionamento doméstico, mas o hospital é especializado em casos de média e alta complexidade, não pode ser assim", disse Jaqueline Carrijo.
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ÉPOCA

O governo deve autorizar a criação de planos de saúde básicos?
A crise deixou milhões sem plano de saúde e derrubou a receita das operadoras. Isso faz ressurgir uma velha proposta: criar planos baratos com cobertura reduzida
Nos últimos dois anos, o desemprego ceifou os planos de saúde de 2,8 milhões de brasileiros que contavam com o benefício oferecido pelas empresas. Os novos desassistidos encontram poucas opções para garantir o atendimento da família. Uma delas é se contentar com o Sistema Único de Saúde (SUS), marcado por grandes dificuldades de acesso, mas também por núcleos de excelência com qualidade superior à oferecida por muitos dos convênios privados. Quem busca algo além do SUS descobre que as operadoras perderam o interesse em vender planos individuais ou familiares porque os custos aumentaram e as margens de lucro diminuíram. Restam ao consumidor os chamados planos coletivos por adesão. Para contratar um desses produtos é preciso estar disposto a se associar a uma entidade de classe e a aceitar riscos importantes, como reajustes elevados e quebras unilaterais de contrato. Diante da falta de produtos alternativos e da crise econômica que reduziu o faturamento do setor, a proposta de lançamento de planos de saúde básicos (também apelidados populares, acessíveis, limitados) voltou a ser defendida pelas empresas. A ideia é lançar modalidades mais baratas e com coberturas inferiores às exigidas hoje pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Em março, o Ministério da Saúde anunciou o envio de três modelos à ANS. Cabe à agência verificar a legalidade e a pertinência das medidas sugeridas e decidir se as adotará ou não. As propostas foram feitas por um grupo de trabalho criado pela Pasta. Associações médicas, de defesa do consumidor e de outros segmentos reclamam de falta de transparência. A própria autoria do projeto é controversa. Apesar de ter lançado a ideia dos planos acessíveis e coordenado o grupo de trabalho, o Ministério da Saúde afirmou, em nota, que "não propôs e não opina sobre nenhuma das propostas elaboradas". A necessidade de criação dos novos planos é defendida por Pedro Ramos, diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge). Segundo ele, a demanda por esse tipo de produto não para de crescer. Para Mário Sche-ffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do mercado de saúde suplementar, o consumidor será iludido e não terá o atendimento que imagina quando precisar dele. ÉPOCA reuniu os dois na redação para um debate quente, marcado por bons argumentos, ironias e algumas risadas.
ÉPOCA – O governo deve autorizar a criação de planos de saúde básicos?
Pedro Ramos – Sim. Milhões de pessoas perderam seus planos de saúde nos últimos anos. Temos uma demanda que não para de crescer. Os planos acessíveis – ou básicos, vamos chamar assim – que pretendemos oferecer são limitados em suas coberturas. Ninguém aqui é infantil de dizer que não são. Não estamos tirando direitos de ninguém. Estamos concedendo um direito aos que não têm nada.
Mário Scheffer – O governo não deveria autorizar a criação desses planos. As operadoras têm uma pauta, de longa data, de desregulamentação das coberturas e do reajuste dos planos individuais. Essa proposta tem autoria exclusiva das empresas. Não por acaso, a ideia tem sido rechaçada de forma veemente por entidades como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). O ministro da Saúde, Ricardo Barros, comporta-se como um consultor financeiro das empresas. A justificativa para a criação desses planos surgiu da retração do mercado.
ÉPOCA – Os mais de 2,8 milhões de brasileiros que perderam seus convênios encontram poucas opções. As operadoras têm condições de oferecer uma alternativa, sem que seja um engodo?
Ramos – Não é engodo. A ideia é oferecer três tipos de plano. Um seria apenas de consultas e exames ambu-latoriais. Outro ofereceria o que está no rol de procedimentos da ANS, mas apenas em determinada região. Outra grande oferta seria o plano hospitalar puro. Será um dos melhores produtos para o Brasil. Quem não quer pagar para ter apenas cobertura hospitalar? Há situações em que o serviço público tem excelência e nós não temos. E vice-versa. Vamos ter de baixar a guarda e unir os dois sistemas (público e privado) porque ambos enfrentam dificuldades. A saúde no Brasil está escangalhada. Scheffer – Temos um sistema com uma complexa relação entre o público e o privado. Cento e cinqüenta milhões de brasileiros têm direito ao SUS. E há outros 50 milhões que, além de ter planos e seguros de saúde, também usam o SUS o tempo todo. Os clientes da saúde suplementar usam o SUS na promoção de saúde, na prevenção, na imunização, na alta complexidade (aids, câncer, transplante, terapia renal). E também usam o SUS nas restrições e exclusões de cobertura que o mercado pratica. Um grande movimento de pacientes e prestadores de serviços levou à conquista, em 1998, da re- gulamentação que vigora até hoje. Ela é cheia de falhas, mas estipulou padrões de cobertura e o rol de procedimentos. As empresas querem derrubar o mínimo que foi conquistado.
ÉPOCA – Não é a primeira vez que essa proposta de plano popular é feita. Ela é necessariamente ruim?
Scheffer – É muito ruim. E o plano "copo d'água e aspirina". As necessidades de saúde são imprevisíveis. As pessoas não têm informações suficientes para saber se estão comprando um produto de qualidade. Na hora do adoecimento, elas não terão o atendimento que imaginam.
Ramos – Ruim para a população são as coisas sem regulamentação. Estamos diante do fenômeno das clínicas populares. Por R$ 80, a pessoa compra uma consulta, dois exames e só. Isso é engodo. Fazemos 1,5 bilhão de atendimentos por ano. Em 2016, tivemos 25 mil reclamações. Gente, isso é zero. Não há possibilidade, dentro da ordem econômica do país, de fazer tudo o que as pessoas querem que a gente faça. A norma do plano acessível tem de vir com um grande esclarecimento. O consumidor precisa conhecer os limites do que estiver comprando.
ÉPOCA – Planos que oferecem apenas consulta e exame já existem. O que a proposta traz de diferente?
Ramos – A ideia é reduzir aquilo que foi acrescentado aos planos que existem hoje. Foram colocando o rol de procedimentos, acrescentando terapias e isso encareceu os produtos. O que estamos discutindo aqui é valor de ingresso. As filas que vemos nos hospitais públicos não são filas para cirurgia. As pessoas precisam de uma consulta. É gente com dor de cabeça, mal-estar. O grande trunfo é dar o diagnóstico precoce. Se o paciente está diagnosticado e a obrigação cessa no serviço privado, o serviço público tem de atuar. Scheffer – Com isso, parece que o SUS vira um resseguro do setor privado. Ele assumiria o que não é assumido pelo setor privado. Há uma explosão de ações judiciais contra planos de saúde no Brasil. No primeiro trimestre, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo julgou, a cada dia, mais de 115 ações. Chegam aos tribunais muitos problemas de produtos de preço baixo com rede sem qualidade e restrições de médicos, hospitais e laboratórios.
ÉPOCA – A criação desses novos planos pode acirrar o fenômeno da judicialização?
Scheffer – Sim. É preciso lembrar que, em mais de 90% dos casos, a decisão é favorável ao cliente.
Ramos – Empresa que não respeita o direito do consumidor tem de ser punida. Um grande erro nosso é que o canal de vendas é terceirizado. O vendedor mente. Nosso cliente já entra no plano enganado.
ÉPOCA – Entidades médicas e de defesa do consumidor afirmam que a proposta do Ministério da Saúde não foi suficientemente debatida. Vocês participaram dessa discussão? Ramos – Participamos de reuniões. Estavam lá algumas entidades, mas não quero ficar criando polêmica com elas. Scheffer – Não houve nenhuma transparência. Quem participou do grupo de trabalho criado pelo Ministério da Saúde, fora as operadoras, foi a público dizer que em momento algum foram discutidas nas reuniões as propostas encaminhadas pelo governo para análise da ANS. E outras entidades nem sequer foram convidadas. No documento encaminhado à agência, o ministério afirma que não tem responsabilidade sobre a proposta. É preciso discutir a paternidade disso.
ÉPOCA – De quem é a paternidade?
Ramos – Eu, como representante da Abramge, não apresentei nenhuma proposta. Fomos chamados a apoiar e apoiamos. Não temos vergonha disso. Dizem que filho feio não tem pai.
Isso saiu do Ministério da Saúde, sim.
ÉPOCA – Quem fez a proposta ao Ministério da Saúde?
Ramos – Não fomos nós nem a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde).
Scheffer – E o Ministério da Saúde escreve que a proposta também não é dele.
Ramos – Não vim aqui defender a paternidade de nada. Vim defender ideias. Acho que a ideia é boa. Quem é pai ou não é pai? O bebê está aí. A gente tem de cuidar.
Scheffer – Acho importante discutir o poder financeiro desse setor, que movimenta mais de R$ 140 bilhões por ano. Na eleição passada, identificamos R$ 54 milhões em doações a candidatos. As operadoras elegeram 30 deputados federais, entre eles o atual ministro Ricardo Barros. O retorno desse investimento se dá na indicação de cargos estratégicos na ANS. Ramos – Não conheço essa bancada que dizem que temos no Congresso. Se as empresas fizeram esse apoio, fizeram mal porque ele não está nos servindo. A ANS é cruel com a
gente. Ela é perversa. E a única agência que não fomenta o setor. Parece que todo mundo é contra o plano acessível, mas também tem gente a favor. Este governo e todos os outros nunca nos ajudaram. Se para de vender carro, na semana seguinte vem um plano para ajudar a indústria automobilística. Nunca nenhum governo deu dinheiro para plano de saúde. No ano passado, quem mais ingressou em planos de saúde foram os idosos. Qs jovens saíram – o que é ruim. Como a Previdência, é preciso ter jovens para sustentar os velhos. Não dá para achar que tudo o que nosso setor propõe tem alguma armação. Parece sempre que é o Batman e o Pingüim.
ÉPOCA – É possível melhorar a convivência entre a saúde suplementar e o SUS para que ambos cumpram sua responsabilidade e garantam o acesso da população à saúde?
Ramos – Precisamos disso. Se integrarmos essas energias, vamos conseguir avanços com uma boa atenção básica. Ela evitará que a gente gaste tanto e tão mal em saúde, mas as partes não se entendem. Parece que tudo que sugerimos não presta. Agora vem a ideia dos planos acessíveis. Se ninguém assumir a paternidade dela, eu assumo. Eu, Pedro. Vou deixar o filho sem pai? Scheffer – Pronto, já sabemos quem é o pai da proposta. Pedro, você é o pai do bebê de Rosemary (risos).
ÉPOCA – Há consenso entre vocês quanto ao fato de que a saúde suplementar desempenha um papel importante?
Scheffer – O Brasil fez uma opção constitucional por um sistema de saúde público, financiado por impostos e contribuições sociais. A saúde suplementar é um subsetor que presta atenção médico-hospitalar. Tem um papel relevante porque se ocupa de um quarto da população, mas é preciso pensar o que se quer com o sistema. Desmonta-se o SUS, que não terá sustentabilidade financeira no cenário atual. Ao mesmo tempo, incentiva-se o crescimento de um mercado de planos de baixo preço e cobertura restrita. E o pior dos mundos. Ramos – Ninguém, em sã consciência, é contra o SUS. Sou um fã do SUS, mas ele padece de problemas como má gestão e corrupção. O ideal seria que tivéssemos um SUS tão bom que não houvesse espaço para nós. A união desses dois setores vai fazer com que a saúde cresça. O SUS só vai ter fôlego quando o país voltar a crescer. Isso gera espaço para que as pessoas busquem uma via alternativa. Vamos nos empenhar para que os planos acessíveis cheguem aos cidadãos.
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DIÁRIO DA MANHÃ

Notificação de morte por Chagas é imprecisa em doadores de sangue

As mortes causadas por doença de Chagas podem ser maiores do que as oficialmente notificadas. É o que mostra um estudo realizado no Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP que acaba de ser publicado como um artigo na revista internacional PLOS Neglected Tropical Diseas. De acordo com dados, entre os candidatos a doação de sangue, no período de 1996 e 2000, na Fundação Pró-Sangue-Hemocentro de São Paulo, foram registradas 159 mortes entre doadores de sangue constatados como soropositivos para a doença nos testes de triagem. Destas, somente 26 foram notificadas tendo como causa básica do óbito a doença de Chagas.
De acordo com a pesquisadora Ligia Capuani, fica clara a necessidade de melhor se notificar as causas de morte por Chagas. É comum indivíduos não saberem ser portadores da doença. São os chamados pacientes assintomáticos. Em 2008 ela deu início ao estudo que resultou em sua tese de doutorado Mortalidade entre doadores de sangue soropositivos para doença de Chagas (1996-2000) em São Paulo: um estudo de relacionamento probabilístico de dados, pelo Programa de Doutorado do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), com orientação da professora Ester Cerdeira Sabino, atual diretora do IMT.
Causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, a doença é transmitida aos humanos principalmente pelas fezes do inseto barbeiro – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens "O processo de doação no banco de sangue compreende uma entrevista prévia. Após a coleta do material, as bolsas passam por testes para várias doenças, entre elas Chagas", conta Ligia. "É quando em alguns casos se detecta a doença." A partir daí o paciente é notificado a retornar para ser encaminhado a um tratamento. Segundo a pesquisadora, nem sempre esses pacientes comparecem de volta para o encaminhamento.
Cruzando dados
No Banco de Sangue a pesquisa envolveu 2.842 doares soropositivos e outros 5.684 soronegativos para todas as doenças. De posse destes números, Ligia, que é formada em matemática, realizou um cruzamento com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Brasil (SIM), do Ministério da Saúde, relativo ao período 2001 e 2009. "O SIM é o sistema que permite acesso aos atestados de óbitos e que existe desde 1975, quando o Brasil passou a ter um atestado de óbito padrão", conta. Desde lá, as informações do SIM vem se aprimorando, e em 2001 passou a ter dados com o nome das pessoas, o que permitiu o presente estudo. Entre os 5.684 pacientes soronegativos registou-se um total de 103 mortes. Assim, foi possível constatar que o risco de morte entre os soropositivos é 2,3 vezes maior em relação aos doadores soronegativos.
Ligia Capuani, pesquisadora do IMT (à esquerda), e Ester Cerdeira Sabino, Diretora do Instituto de Medicina Tropical – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens Das 159 mortes registradas entre os soropositivos, somente 26 constavam Chagas como causa básica. Outras 58 estavam relacionadas a doenças cardíacas que poderiam estar vinculadas a doença de Chagas, segundo a professora Ester Sabino (entre elas: cardiomiopatia dilatada, outras hipertrofias do coração, arritmia ventricular, taquicardia ventricular, fibrilação ventrícular, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência do venctrículo esquerdo, insuficiência cardíaca inespecífica e cardiomiologia). "Entre os 45 óbitos com causas relacionadas a Chagas, 23 mortes não tiveram nenhuma menção à doença", ressalta a docente. "As pessoas que morreram com a doença podem ser muito mais."
Como o HIV e HCV
De acordo com a professora Ester, a doença de Chagas é tão frequente quanto o HIV (Aids) e o HCV (Vírus da hepatite C), mas o que ocorre, na opinião dela é um "descaso". Considerada antes uma doença rural, ela já pode atualmente ser analisada como uma doença urbana. Causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é transmitida aos humanos principalmente pelas fezes do inseto barbeiro. O paciente é infectado quando é picado e, ao coçar, leva as fezes do inseto para dentro do ferimento.
Etapas da vida do barbeiro, transmissor da doença. O paciente é infectado quando é picado e, ao coçar, leva as fezes do inseto para dentro do ferimento – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens Após alguns sintomas como inchaço, febre, mal estar e dor de cabeça, os sinais da infecção desaparecem e podem não voltar por décadas. Em sua segunda etapa, já na fase crônica, o paciente apresentará problemas cardíacos, neurológicos e digestivos. A professora informa ainda que a única droga para tratamento da doença é o benzonidazol. "Esta droga não é de fácil acesso a quem tem a doença. Além do mais, é sabido que o HIV e o HCV recebem mais verbas de incentivo dos órgãos governamentais para estudos e pesquisas, enquanto há pouco investimento para a doença de Chagas", lamenta a docente.
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JORNAL OPÇÃO
Uso de adoçante em excesso pode fazer mal à saúde, mas é mito que causa câncer

Por Marcelo Mariano

Especialistas esclarecem mitos e verdades a respeito do uso de adoçante e seus eventuais malefícios ao organismo humano

O adoçante está cada vez mais substituindo o açúcar. Não só pelos diabéticos, que não podem consumir o último, mas também por pessoas em busca de redução de peso. Afinal de contas, alguns adoçantes não possuem caloria e adoçam até 300 vezes mais do que o açúcar. O seu uso, contudo, pode vir a causar prejuízos à saúde.
Quando sentimos um sabor doce, ele é automaticamente relacionado com alta caloria por meio de um sinal químico enviado pelo cérebro, fazendo com que o estômago se prepare para produzir enzimas digestivas. Mas em razão de o adoçante não conter caloria, ao chegar ao estômago, não há o que ser digerido.
Dentre as consequências, pode-se contrair gastrite e úlcera devido aos ácidos não utilizados pelo corpo. Cirurgião do aparelho digestivo, Ruver de Andrade Martins aponta os malefícios do uso em excesso de adoçante: “Quando se usa em grande quantidade, há agressão à mucosa gástrica”. Para o médico, o adoçante mais recomendável é o xylitol, sempre em quantidade controlada.
Nutricionista especializada em fitoterapia, nutrição esportiva e funcional, Paulinne Corrêa indica, além do xylitol, o stevia, que não costuma agradar o paladar, como um dos adoçantes mais seguros por não alterar o índice glicêmico e ser totalmente absorvido.
Para ela, o maior problema do adoçante está em aumentar a compulsão alimentar e a vontade de comer doce. “O principal prejuízo está na corrente sanguínea. É feito um disparo metabólico hormonal para receber açúcar, o que aumenta o apetite podendo resultar também em um acréscimo de gordura corporal.
Paulinne Corrêa sugere que açúcares naturais, como o mascavo, consumidos em pequena quantidade, são menos prejudiciais à saúde do que o adoçante. “O açúcar mascavo e o demerara são as melhores opções. Contêm mais nutrientes, pois não sofrem processos químicos de refinamento e branqueamento.”
Entretanto, a recomendação é que não se use nem açúcar nem adoçante. “O melhor para a saúde é que não usemos açúcares e adoçantes, sejam eles naturais ou artificiais. Precisamos educar o paladar para que encontremos o verdadeiro sabor do alimento sem precisar adoçar”, propõe a nutricionista. Ao pedir um suco, segundo ela, o ideal é que se tome o primeiro gole sem adoçar para que depois, se necessário, seja adoçado de maneira gradual.
Mitos e verdades

Existem alguns mitos que rodeiam os adoçantes. O fato de ser cancerígeno é um deles. De acordo com o endocrinologista Luciano Sanches, não há nenhuma comprovação científica de que o uso de adoçante cause câncer. Ele remete a um estudo realizado há 30 anos como a origem desse mito. “Foram injetadas doses cavalares de adoçante em cinco ratos e dois contraíram câncer de bexiga, mas esse estudo não é o ideal para esse tipo de análise.”
“Adoçante pode ser tóxico para o sistema nervoso”, alerta Luciano Sanches, que condena o seu uso em excesso, uma vez que pode acarretar em ganho de peso. O endocrinologista não aconselha que gestantes não diabéticas façam uso de adoçante e frisa que o uso do produto pode ser feito por qualquer pessoa que não tenha fenilcetonúria (doença genética com incidência rara no Brasil), caso contrário pode causar convulsões.
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DIÁRIO DO ESTADO

Mortalidade materna reduz, mas continua longe do ideal
Hipertensão e hemorragia estão entre as principais causas da mortalidade materna no Brasil e no mundo, e ocorrem principalmente pela má qualidade da assistência no pré-natal e no parto.
Ontem, no Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelaram que cerca de 830 mulheres morrem de complicações com a gravidez ou relacionadas com o parto todos os dias.
O vice-reitor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e professor associado livre- docente do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), Nelson Sass, disse que o Brasil fez muitos progressos nos último anos na redução da mortalidade materna, mas ainda está longe do ideal.
Segundo o Ministério da Saúde, a mortalidade materna no Brasil caiu 58% entre 1990 e 2015, de 143 para 60 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos.
Levando em consideração os dados de 2010 e 2015, sendo o último ano ainda com dados preliminares, a proporção da mortalidade materna diminuiu de 12%, saindo de 67,9 para 60 óbitos por 100 mil nascidos.
Sass explica, entretanto, que a proporção, no Japão, por exemplo, é de 6 óbitos de mulheres por 100 mil nascidos vivos.
No Brasil, segundo ele, os números são bastante heterogêneos e podem variar conforme a região do país, de 44 até 110 óbitos por 100 mil nascidos vivos.
"Ainda que tenhamos uma rede de atendimento, não adianta só quantidade. A qualidade da assistência precisa ser revista. As mulheres parecem ter dificuldade no segmento de atendimento, com consultas muito distantes ou não se adota prevenção", disse o professor. "Quando você tem um alto número de mulheres que morrem de pré-eclâmpsia, por exemplo, o gestor tem que entender o porquê, e qualificar essa assistência", afirmou. " Maternidades sobrecarregadas, com cuidado limitado, facilitam o risco de hemorragia, por exemplo, e, às vezes falta agilidade para a mulhere receber suprimentos de sangue." Segundo Sass, o setor de saúde registra hoje crises importantes em todos os locais por causa do subfinanciamento e uma rede não muito bem articulada. "Não existe uma política de saúde que se dê sequencia com a troca de gestores", argumentou.
Causas A morte materna ocorre durante a gestação ou 42 dias após o parto, quando as mulheres são acometidas por doenças obstétricas, em razão da gestação, ou por complicações de doenças pré-existentes. Entretanto, para o professor da Unifesp, é muito difícil encontrar algo que contraindique a gravidez. O que acontece, segundo ele, são condições de risco que merecem um pré-natal mais cuidadoso.
As principais causas de morte são pressão alta durante a gravidez, hemorragia após o parto, infecções e aborto. Sass explica que a morte materna se associa à qualidade de vida e de assistência, por isso os indicadores são piores em países em desenvolvimento e em locais com poucos recursos.
Quanto mais precária a assistência, a hemorragia acaba sendo a primeira causa de morte materna. Já no grandes centros, a hipertensão acaba se destacando, por causa de uma qualidade de pré-natal não adequado.
A hipertensão é a elevação da pressão arterial que leva a um comprometimento da saúde da mulher, e aí a pré-eclâmpsia é um fator fundamental, segundo Sass. No estado de São Paulo, é a causa mais comum para a morte materna. Já as hemorragias acontecem, principalmente, por partos mal acompanhados, por ruptura uterina e problemas com a placenta. O parto cesariano eleva o risco da placenta ficar aderida, por exemplo, e a mulher ter hemorragias.
"E por último, as infecções puerperais e as infecção relacionadas ao aborto. Existem mulheres, que infelizmente morrem por causa disso, que foram buscar a interrupção da gravidez e morrem por infecção e hemorragias", explicou Sass. "Isso é comum no mundo todo, as causas se repetem".
As sequelas de problemas gestacionais também são um problema grave. Para cada morte materna, de oito a dez mulheres ficam com sequelas definitivas, segundo Sass. No caso da pré-eclâmpsia, ela ainda gera a prematuridade do bebê. "Imagine uma família com a expectativa de ter o primeiro filho e de repente não tem mais a mãe e com um bebê que precisa de cuidados especiais. É uma tragédia familiar", disse.
Pré-eclâmpsia No último dia 22 de maio, algumas entidades internacionais promoveram o Dia Mundial da Pré-eclâmpsia, entre elas a Sociedade Internacional de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez (ISSHP), da qual o professor Nelson Sass é membro.
Todos os anos, quase 76 mil mães e 500 mil bebês no mundo morrem por causa da pré-eclâmpsia. A doença afeta de 8% a 10% das gestações no mundo e responde por 20% de todas as hospitalizações para tratamento intensivo neonatal.
Segundo o professor, a pré- -eclâmpsia é uma doença grave relacionada ao aumento da pressão arterial, mas é pouco entendida e com evolução rápida e imprevisível. Aparece depois das 20 semanas de gestação com sintomas que se sobrepõem e que podem ser considerados normais na gestação, como inchaço, dor de cabeça, ganho excessivo de peso e dificuldade de respirar.
"Sabemos o que precisa acontecer para se ter hemorragia, mas a maioria das mulheres nunca ouviram falar em pré-eclâmpsia. Por isso, essas entidades querem sensibilizar as mulheres a saber que a doenças existe", disse Sass.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação