CLIPPING SINDHOESG 28/11/25

28 de novembro de 2025

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Após atuação decisiva da defesa, Justiça arquiva inquérito e confirma inocência de Dra. Bianca Butterby

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/apos-atuacao-decisiva-da-defesa-justica-arquiva-inquerito-e-confirma-inocencia-de-dra-bianca-butterby-769641

Médica é agredida por paciente que perdeu a vez em UPA Flamboyant

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/medica-e-agredida-por-paciente-que-perdeu-a-vez-em-upa-flamboyant-14134342.ghtml

Câmera flagra homem furtando aparelho de endoscopia de dentro de hospital

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/camera-flagra-homem-furtando-aparelho-de-endoscopia-de-dentro-de-hospital-14134054.ghtml

Nova geração de médicos: os desafios do pós-diploma

https://www.saudebusiness.com/colunistas/formacao-dos-medicos-a-nova-geracao-do-diploma

Colégio Brasileiro de Cirurgiões declara apoio à nota de alerta divulgada pela AMB e o CFM sobre a Ordem Médica Brasileira – AMB

IA na saúde tem potencial infinito, mas exige equilíbrio e preparação

Clínicas: o que muda com o fim da isenção na distribuição de lucros

Mabel dará um ano ao Imas sob gestão terceirizada: “Se não andar bem, nós vamos fechar”

Sem rede prestadora, não há saúde suplementar

https://oglobo.globo.com/opiniao/artigos/coluna/2025/11/sem-rede-prestadora-nao-ha-saude-suplementar.ghtml

Canetas emagrecedoras: Saúde recusa propostas de fundações de GO e SP

https://www.metropoles.com/colunas/tacio-lorran/canetas-emagrecedoras-saude-recusa-propostas-de-fundacoes-de-go-e-sp

Sandro Mabel ameaça fechar o Imas após novo modelo de gestão: “Se não funcionar, vamos encerrar o plano”

JORNAL OPÇÃO

Após atuação decisiva da defesa, Justiça arquiva inquérito e confirma inocência de Dra. Bianca Butterby

A defesa classificou o caso como um dos mais graves erros judiciários recentes no Estado

A Justiça de Goiás arquivou definitivamente, nesta quarta-feira , 26, o inquérito contra a médica Bianca Borges Butterby, presa em 20 de maio sob suspeita de falsificação de medicamento, propaganda enganosa e exercício ilegal da medicina. Após a conclusão das investigações e manifestação do Ministério Público de Goiás (MPGO), que apontou atipicidade da conduta, a investigação foi encerrada sem oferecimento de denúncia. A defesa classificou o caso como um dos mais graves erros judiciários recentes no Estado.

Bianca é formada em Medicina pela Universidade Federal de Goiás (UFG), possui inscrição ativa no Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), pós-graduação em Nutrologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein e certificações da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Mesmo assim, foi tratada publicamente como “falsa médica”, situação que sua equipe jurídica considera ter provocado danos graves e irreparáveis à sua reputação.

O advogado Darô Fernandes, que lidera a defesa, afirma que o inquérito deveria ter sido arquivado desde o início. “A acusação era de que ela falsificava medicamentos, fazia propaganda enganosa e não era médica. No inquérito, provamos que nada disso existia. Demonstramos sua formação, seu registro no Cremego, todas as notas fiscais de medicamentos manipulados legalmente e a inexistência de qualquer ingrediente irregular. O Ministério Público pediu o arquivamento porque não havia fato ilícito, típico ou culpável. Ou seja, ela é inocente”, disse ao Jornal Opção.

Segundo Darô, o arquivamento encerra um processo que durou pouco mais de seis meses e que chegou a mobilizar pedidos de Habeas Corpus no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Não houve irregularidade na decisão judicial, mas o inquérito não tinha elementos para seguir. Como foi arquivado, não existe ação penal contra ela”, explicou.

A defesa da doutora Bianca é composta pela banca de advogados: Daroszewski Advocacia (representa pelo advogado Jaroslaw Daroszewski – Darô Fernandes ) e Éboli Consultare (compostas pelos advogados Henrique Éboli e Leonardo Éboli).

“A verdade apareceu”

Em entrevista ao Jornal Opção, Bianca Borges Butterby relatou que o período em que esteve sob investigação provocou danos físicos, emocionais e financeiros. “A verdade apareceu. Eu nunca cometi nenhum ato ilícito, e agora a justiça está sendo feita”, afirmou. Ela contou que ficou cinco meses sem trabalhar, o que comprometeu sua renda e sua rotina profissional. “Sou profissional liberal. Se não trabalho, não tenho rendimentos”.

A médica também revelou que enfrentou um quadro grave de saúde decorrente do estresse. “Tive síndrome do pânico, transtorno de estresse pós-traumático. No dia da prisão, tive um pico de ansiedade que evoluiu para um sangramento hepático. Precisei de UTI e de cirurgia. Foi tudo muito danoso”, continuou.

Com o arquivamento, Bianca diz que busca reconstruir sua vida profissional. “Retomei meus atendimentos há pouco tempo, primeiro na clínica e, aos poucos, nos hospitais. Meus pacientes sempre acreditaram na verdade. Agora é seguir em frente, cabeça erguida, fazendo o que sempre fiz: uma medicina bem feita.”

A defesa afirma que deve ingressar com ação reparatória pelos danos sofridos, tanto pela prisão quanto pela exposição pública considerada injusta. “O que eu mais queria era minha inocência provada. Nenhuma reparação vai minimizar o que eu sofri, mas a justiça dos homens precisa ser buscada”, concluiu Bianca.

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TV ANHANGUERA

Médica é agredida por paciente que perdeu a vez em UPA Flamboyant

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/medica-e-agredida-por-paciente-que-perdeu-a-vez-em-upa-flamboyant-14134342.ghtml

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Câmera flagra homem furtando aparelho de endoscopia de dentro de hospital

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/camera-flagra-homem-furtando-aparelho-de-endoscopia-de-dentro-de-hospital-14134054.ghtml

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SAÚDE BUSINESS

Nova geração de médicos: os desafios do pós-diploma

Em 2025, o Brasil alcançou a marca de 494 escolas médicas, mais do que o triplo das faculdades existentes há duas décadas

A cada ano, formam-se no Brasil milhares de novos médicos. Para muitos jovens, o CRM (Conselho Regional de Medicina) na mão ainda é visto como passaporte automático para estabilidade, prestígio e boa remuneração. Mas os dados mais recentes mostram um cenário bem diferente – e, na minha visão, bastante desafiador.

Hoje, cerca de 35 mil estudantes concluem medicina e entram no mercado de trabalho por ano, e esse número deve ultrapassar os 50 mil egressos anuais nos próximos anos, impulsionado pelo crescimento do número de vagas e escolas médicas em todo o país. 

Em 2025, o Brasil atingiu 494 escolas médicas, com 50.974 vagas de ingresso por ano – mais que o triplo do número de faculdades que existia há 20 anos.  Se nada mudar, em poucos anos estaremos próximos da marca de 50 mil novos médicos formados anualmente.

Dito isso, fica a reflexão: o que acontece com todos esses médicos depois da colação de grau?

O gargalo da residência: números que não fecham

A residência médica ainda é, com razão, o “padrão-ouro” de formação especializada. O problema é que a conta simplesmente não fecha.

Segundo dados da Demografia Médica 2025, de 2017–2018 para 2023–2024, passamos de 17.130 graduados em medicina para 32.611 egressos. No mesmo período, as vagas de residência aumentaram bem menos: de 13.322 para apenas 16.189 vagas. 

Ou seja:

Em 2023–2024, tivemos 32.611 novos médicos disputando 16.189 vagas de residência.

Isso significa um déficit anual de mais de 16 mil médicos sem vaga de residência, e essa defasagem quase triplicou no período analisado. 

Quando projetamos esse cenário para o futuro, com turmas de graduação cada vez maiores, fica claro: não há, e não haverá, residência para todo mundo.

O resultado já aparece nos números gerais: em dezembro de 2024, o Brasil tinha 353.287 médicos especialistas (59,1%) e 244.141 generalistas (40,9%), ou seja, quase metade dos médicos sem título de especialista. 

Não se trata apenas de estatística. Estamos formando uma “geração do CRM sem rumo”: jovens médicos que chegam ao mercado sem um caminho estruturado de desenvolvimento, empurrados para decisões de carreira por pressão financeira, geográfica ou simples falta de informação.

Os caminhos (nem sempre conscientes) do recém-formado

Diante desse cenário, enxergo quatro trajetórias principais que se repetem hoje entre os jovens médicos no Brasil.

1. A corrida exaustiva pelos preparatórios e residências disputadas

O primeiro grupo é o dos que entram na “linha de batalha” dos cursinhos de residência. É o caminho mais tradicional:

Alguns passam no R1 logo no primeiro ciclo.

Muitos repetem provas por 2, 3, 4 anos, conciliando plantões mal remunerados, dívidas estudantis e pressão familiar.

Há méritos claros aqui: a residência bem escolhida ainda oferece formação robusta, acesso a casos complexos, preceptoria estruturada e melhor empregabilidade. Mas os custos emocionais são altos:

Burnout precoce, sensação de fracasso a cada reprovação.

Adiamento da vida financeira (casamento, filhos, compra de casa) porque “a vida só começa depois da residência”.

Risco de escolher a especialidade mais “quente” do mercado, e não aquela que faz sentido para a vocação do médico.

O problema não está em fazer prova de residência, mas em colocar toda a estratégia de carreira em um funil cada vez mais estreito, sem plano B consistente.

2. Pós-graduações e especializações fora da residência

O segundo caminho é o dos médicos que buscam programas de pós-graduação e especialização lato sensu, MBAs, fellowships e cursos avançados oferecidos por hospitais, instituições privadas e sociedades de especialidade.

Esse movimento cresceu muito nos últimos anos, por três razões principais:

Defasagem de vagas de residência – muita gente não consegue entrar, mas precisa se diferenciar.

Flexibilidade – muitos cursos permitem conciliar estudos com trabalho clínico.

Novas áreas de atuação – dor, medicina esportiva, estética, gestão em saúde, tecnologia médica, telemedicina, longevidade, entre outras.

Aqui, porém, existe um ponto crítico: nem toda pós-graduação é igual. Há programas sérios, com forte componente prático, supervisão adequada e inserção em serviços consolidados. E há também cursos essencialmente teóricos, com pouca ou nenhuma experiência de campo, que prometem “formar especialistas” sem entregar o que o mercado e os pacientes esperam.

Para o jovem médico, a pergunta não deveria ser “tem certificado?”, mas:

Qual é a carga prática real?

Quem são os preceptores e onde atuam?

O programa tem integração com serviços de referência?

Como os ex-alunos estão hoje?

A pós-graduação pode ser um excelente caminho – sobretudo em áreas em que a residência é limitada ou inexistente – desde que o médico entenda suas potencialidades e limites. Em muitos casos, ela não substitui a residência em concursos públicos ou processos seletivos hospitalares.

3. Migrar para cidades menores só com o diploma

O terceiro caminho é o do médico que deixa os grandes centros e migra para cidades menores, muitas vezes no interior, apenas com o diploma de graduação.

A Demografia Médica 2025 mostra que 58% dos médicos atuam em capitais e grandes cidades, concentrando oferta e concorrência nesses polos.  Isso abre espaço real em regiões menores, onde:

A demanda reprimida por atendimento médico é grande.

O médico generalista ainda ocupa posição central na rede de atenção.

A comunidade tende a valorizar mais o vínculo longitudinal.

As vantagens são óbvias:

Mercado menos saturado.

Oportunidade de construir reputação e carteira de pacientes mais rapidamente.

Custos de vida muitas vezes menores.

Mas há riscos importantes:

Isolamento profissional: pouca troca com outros especialistas, menor acesso a serviços de alta complexidade.

Exigência de atuar como “clínico para tudo” sem a base prática que uma boa residência ofereceria.

Maior responsabilidade e pressão, especialmente em locais sem retaguarda hospitalar qualificada.

Se bem planejada, com supervisão remota, atualizações constantes e boa rede de apoio, essa pode ser uma escolha estratégica. Sem planejamento, pode se transformar em fonte de ansiedade, insegurança clínica e erros evitáveis.

4. Ficar nos grandes centros sem especialização, aceitando baixas remunerações

Talvez o cenário mais preocupante seja o do médico que permanece nas grandes capitais, sem residência e sem formação complementar sólida, entrando em um ciclo de subemprego médico:

Plantões mal remunerados em pronto-atendimento.

Jornadas extensas, múltiplos vínculos, contratos precários.

Trabalho repetitivo, com pouco espaço para aprendizado estruturado.

Esse é um terreno fértil para a chamada “uberização da medicina”: médicos  substituíveis, pressionados por metas de volume a qualquer preço, com pouca autonomia clínica e quase nenhuma perspectiva de carreira de longo prazo.

Do ponto de vista da saúde pública e privada, isso também é perigoso: um grande contingente de médicos desmotivados, exaustos e sem plano de desenvolvimento impacta diretamente na qualidade assistencial e na experiência do paciente.

O que um jovem médico deveria considerar hoje

Diante desse cenário, a decisão pós-diploma não pode ser automática. Algumas perguntas precisam ser feitas cedo:

Quem eu quero ser como médico daqui a 10 anos?

Mais que a especialidade, é sobre o tipo de vida, rotina, renda desejada, local onde quer morar, equilíbrio entre trabalho e família.

Quais caminhos combinam melhor com esse projeto de vida?

Residência em grandes centros?

Pós-graduação robusta com foco em prática?

Interiorização planejada?

Combinação de etapas (por exemplo, 2–3 anos em cidade menor + retorno para especialização)?

Quais competências não clínicas eu preciso desenvolver?

Com o cenário atual, não basta saber clínica e cirurgia. A nova geração de médicos vai precisar, cada vez mais, de:

Gestão de carreira e finanças pessoais.

Comunicação e relacionamento com pacientes, equipes e gestores.

Tecnologia e análise de dados em saúde.

Liderança, negociação e trabalho em equipe.

Estou escolhendo por vocação ou por pânico?

Entrar em qualquer pós, aceitar qualquer trabalho, mudar para qualquer cidade, apenas para “não ficar parado”, é compreensível – mas pode custar caro no médio prazo.

Do “passaporte” ao projeto de carreira

O diploma de medicina deixou de ser um passaporte automático para estabilidade.

Ele é, cada vez mais, apenas o primeiro carimbo de uma jornada que exige escolhas maduras, dados na mesa e muito mais consciência de carreira.

Entre cursinhos de residência, pós-graduações, interiorização e permanência em grandes centros, não existe caminho perfeito. O que existe é a necessidade de:

Planejar, em vez de apenas reagir.

Combinar formação técnica com competências de negócios e de relacionamento humano.

Reivindicar, como categoria, políticas mais responsáveis de formação e especialização.

Se não conectarmos a expansão da graduação médica a um projeto consistente de formação pós-diploma, corremos o risco de transformar a medicina brasileira em um campo de frustrações – tanto para médicos quanto para pacientes.

O jovem médico de hoje não precisa apenas de um CRM.

Ele precisa de estratégia de carreira, boa informação e coragem para fazer escolhas que vão muito além da próxima prova de residência.

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SAÚDE DEBATE

Colégio Brasileiro de Cirurgiões declara apoio à nota de alerta divulgada pela AMB e o CFM sobre a Ordem Médica Brasileira – AMB

O Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), uma das mais tradicionais entidades científicas da área cirúrgica no país, manifestou por meio de carta, o seu apoio à nota conjunta divulgada pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre a chamada Ordem Médica Brasileira (OMB).

Na declaração, o CBC reforça a posição das instituições que compõem a Comissão Mista de Especialidades (CME) — composta pelo CFM, AMB e CNRM — destacando que não há base legal que permita a qualquer organização fora desse tripé emitir títulos de especialista ou de área de atuação para médicos.

O comunicado alerta profissionais e sociedade sobre os riscos de iniciativas que tentam criar títulos, selos ou certificações sem reconhecimento oficial, o que pode gerar confusão, insegurança e comprometer a qualidade da assistência em saúde.

A entidade médica ressalta ainda que todos os seus títulos e certificações seguem rigorosamente as normas da CME, incluindo o Título de Especialista em Cirurgia Geral, as áreas de atuação em Cirurgia do Trauma, Cirurgia Videolaparoscópica, Cirurgia Bariátrica e Metabólica, além da habilitação em Cirurgia Robótica.

O CBC ainda afirma no documento que qualquer tentativa de contornar esse sistema regulado não contribui para a boa formação médica e desrespeita o compromisso com a segurança da população. 

Ao se posicionar, o Colégio reafirma sua confiança nas instituições que regulam a atividade médica no Brasil e se mantém alinhado à AMB e ao CFM na defesa de uma certificação séria, transparente e legalmente constituída.

Pedro Eder Portari Filho
Presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

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MEDICINA S/A

IA na saúde tem potencial infinito, mas exige equilíbrio e preparação

A inteligência artificial (IA) já é uma realidade incontornável na saúde. Da triagem de pacientes ao suporte ao diagnóstico, passando pela gestão hospitalar e pela análise preditiva de dados clínicos, os algoritmos estão redesenhando a maneira como o sistema de saúde opera. O potencial é imenso – reduzir custos, otimizar recursos e ampliar o acesso à medicina de qualidade. Mas esse entusiasmo precisa caminhar lado a lado com prudência, governança e responsabilidade.

O Brasil vive agora um momento decisivo nesse equilíbrio. O Congresso Nacional discute o projeto de lei que criará o marco regulatório da inteligência artificial no país. O texto, em fase final de elaboração, adota uma lógica de regulação baseada em risco, segundo a qual as exigências legais devem ser proporcionais à gravidade e ao impacto de cada aplicação. No caso da saúde, isso significa distinguir, por exemplo, um algoritmo que ajuda na priorização de exames de outro que atua diretamente em procedimentos invasivos. O modelo proposto prevê uma governança coordenada pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados, com papéis definidos para Anvisa e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – buscando evitar sobreposição de competências e, ao mesmo tempo, incentivar a inovação responsável.

Essa discussão chega em boa hora. Países que avançaram primeiro nesse campo, como os europeus, vêm revisando suas normas após perceberem que o excesso de rigidez pode travar a inovação e afastar investimentos. A lição é que regular é necessário, mas regular mal pode ser pior do que não regular. O desafio brasileiro é aprender com essas experiências e construir um modelo próprio – capaz de proteger o cidadão, garantir segurança jurídica e fortalecer a indústria nacional de tecnologia.

Eu acredito que o verdadeiro ponto de equilíbrio está justamente entre segurança e inovação. A IA é uma ferramenta poderosa, mas não neutra. Requer responsabilidade ética, transparência nos critérios de decisão e proteção rigorosa dos dados pessoais. Ao mesmo tempo, é essencial que o país mantenha liberdade para criar, testar e adaptar soluções à sua realidade. Sem uma base de dados estruturada, interoperável e protegida, qualquer avanço será frágil. E sem liberdade para inovar, não vai produzir resultados.

Há, ainda, a questão cultural. A adoção da IA na saúde não depende apenas de tecnologia, mas de confiança. Profissionais de saúde ainda demonstram resistência – em parte pela falta de familiaridade, em parte pelo receio de que os sistemas automatizados substituam o julgamento clínico. Esse é um equívoco que precisa ser superado. A inteligência artificial não substitui o médico: ela o potencializa. Ao reduzir tarefas burocráticas e apoiar decisões, permite que o foco volte a ser o que importa: o cuidado humano.

A regulação em andamento pode ajudar a consolidar essa confiança. Um marco legal bem calibrado tem o poder de oferecer previsibilidade a investidores, pesquisadores e hospitais, e de garantir que a inovação avance dentro de parâmetros seguros. E essa regulação de ser viva e ágil, capaz de acompanhar a velocidade da tecnologia e de se ajustar às transformações do setor, sem travar quem já está inovando.

A inteligência artificial representa, portanto, um divisor de águas na forma de cuidar, planejar e gerir a saúde. Seu potencial de transformar o sistema público é enorme, mas sua implementação exige governança proporcional ao seu poder. A combinação entre regulação inteligente, confiança profissional e inovação ética será o caminho para que a IA cumpra seu papel: humanizar o futuro da saúde.

*Valter Lima é CEO da CTC.

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Clínicas: o que muda com o fim da isenção na distribuição de lucros

Durante anos, a distribuição de lucros foi a forma mais vantajosa de remunerar médicos que atuam como sócios de clínicas. O modelo era simples: a empresa pagava seus tributos e os lucros podiam ser repassados aos médicos sem qualquer tributação adicional. Esse mecanismo ajudou muitas clínicas a equilibrar custos, atrair profissionais e organizar a remuneração de forma eficiente.

Com a mudança recente na legislação, esse cenário se transforma de maneira relevante. A distribuição de lucros deixa de ser isenta e passa a ser tributada na pessoa física dos médicos, mesmo quando o profissional trabalha diretamente no objeto social e recebe parte do rendimento como pró-labore e parte como lucros. Isso altera a lógica financeira que sustentou o funcionamento de inúmeras clínicas pelo país.

O impacto é especialmente forte no setor médico porque boa parte das sociedades foi estruturada justamente com base nessa eficiência tributária. Em muitas clínicas, o pró-labore era mantido no mínimo necessário e o restante da remuneração era distribuído como lucro. Agora, se nada for ajustado, a carga tributária do médico tende a aumentar e a margem da clínica pode diminuir.

Diante desse novo cenário, muitos negócios precisarão repensar sua estrutura interna. Algumas clínicas terão de revisar o regime tributário adotado, reavaliar o contrato social e até ajustar a forma de remuneração entre os sócios. Modelos mistos — que combinem pró-labore, distribuição racional de lucros, participação em resultados e benefícios — devem se tornar mais comuns. Outras poderão adotar centros de resultado internos, organizando de forma mais precisa o que cada especialidade, sala ou profissional gera para o negócio, criando uma divisão mais justa e estratégica.

Também volta ao debate a possibilidade de sociedades uniprofissionais, mas apenas para casos específicos em que a prestação seja totalmente pessoal e técnica, sem características empresariais. É uma alternativa que pode funcionar para alguns, mas não serve para a maioria das clínicas que já operam como verdadeiros negócios de saúde.

Em termos práticos, a mudança exige que cada médico entenda algo simples: o modelo antigo, baseado fortemente na distribuição isenta, não se sustenta mais. Quem continuar operando do mesmo jeito terá perda financeira. Quem ajustar a estrutura terá mais previsibilidade e poderá até melhorar sua organização interna, reduzindo conflitos entre sócios, clarificando responsabilidades e tornando a gestão mais profissional.

A tributação dos lucros não representa o fim das empresas médicas, mas sim o fim de um modelo que funcionou bem por muito tempo. A partir de agora, clínicas que desejam permanecer competitivas precisarão apostar em governança, eficiência e transparência. Médicos que são sócios terão de encarar sua clínica não apenas como um consultório ampliado, mas como um negócio que exige organização, estratégia e planejamento.

O futuro das clínicas médicas será menos sobre “como pagar menos imposto” e mais sobre “como estruturar melhor o negócio”. E, para muitos, isso pode ser uma excelente oportunidade de evolução.

*Guilherme Chambarelli é Advogado Tributarista e Sócio do Chambarelli Advogados.

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TRIBUNA DO PLANALTO

Mabel dará um ano ao Imas sob gestão terceirizada: “Se não andar bem, nós vamos fechar”

Prefeito reforça que plano passará por gestão terceirizada em caráter de teste por um ano; se não houver melhora, o plano será encerrado

O prefeito Sandro Mabel (UB) reafirmou que a Prefeitura vai abrir uma licitação para entregar a operação do Imas a uma empresa especializada por um período de um ano. Ele declarou que se o modelo não funcionar e não acabar “a confusão” em torno do atendimento, o plano de saúde dos servidores será fechado. A declaração foi feita à TV Serra Dourada nesta quarta-feira (26).

Ao ser questionado por uma telespectadora sobre relatos de que médicos, clínicas e hospitais seguem recusando o convênio, apesar dos descontos continuarem vindo na folha dos servidores, Mabel disse que o problema não é falta de pagamento, mas o descompasso entre o que o servidor contribui e o tamanho da cobertura oferecida.

“Não existe falta de pagamento. Existe uma cota dentro do convênio muito acima até do que se paga. Você consegue pagar 80 reais e ter oito membros da sua família no plano? Pois é, não dá. A Prefeitura, no Imas, tem. Então o plano não subsiste”, respondeu a Maria Luz.

Mabel destacou que o município não tem condições técnicas de operar um plano de saúde. “Unimed e outras operadoras tocam com dificuldade, mesmo sendo profissionais. Nós não somos, e queremos tocar um plano? A conta não fecha.”

O prefeito explicou que a gestão trabalha com duas possibilidades: ou entrega a operação a uma empresa especializada ou extingue o Imas e oferece um auxílio para que cada servidor contrate seu próprio plano.

“É isso que nós iremos fazer: abrir uma licitação para isso e experimentar por mais um ano. Se funcionar bem, se funcionar direito e não tiver o tanto de confusão que tem em cima, nós vamos manter o plano. Se não andar bem, nós vamos fechar esse plano do Imas.”

Reestruturação

A proposta que redesenha o Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia deve ficar pronta até meados de dezembro, segundo a presidente Gardene Moreira.

O texto, que altera a forma de contribuição e busca corrigir distorções históricas do plano, foi compartilhado pelo prefeito Sandro Mabel com o Ministério Público de Goiás, que acompanha o rombo de cerca de R$ 150 milhões do Imas.

A ideia da Prefeitura é encaminhar o projeto à Câmara Municipal no retorno do recesso, no início de 2026. A reestruturação inclui mudanças na cobrança, possivelmente adotando valores por faixa etária com base em cálculo atuarial.

Gardene afirmou ao Jornal Opção que não haverá “mudanças gritantes”, mas admite que o modelo atual não se sustenta: hoje o servidor paga 4% e pode incluir toda a família, o que pressiona o instituto.

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O GLOBO

Sem rede prestadora, não há saúde suplementar

A crise não é da Unimed. É do paciente, que corre risco real de ficar sem atendimento

A atual defesa do acordo entre a Unimed Ferj e a Unimed do Brasil tenta enquadrar uma crise sistêmica como um bem-sucedido “pacto institucional”. Mas, para quem está no chão de fábrica da saúde – hospitais, clínicas, laboratórios, empresas de home care e centros especializados – o que se vê não é reorganização. É a repetição de uma tragédia anunciada.

Desde 20 de novembro, a carteira de 344 mil beneficiários operada pela Unimed Ferj passou à gestão compartilhada com a Unimed do Brasil, por determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar ( ANS ). A narrativa oficial insiste em chamar isso de solução. Do ponto de vista dos prestadores, trata-se de mais uma tentativa paliativa para um problema estrutural que se arrasta há mais de uma década no Rio de Janeiro.

A crise não é da Unimed. É do paciente, que corre risco real de ficar sem atendimento.

O modelo apresentado se sustenta sobre um equívoco técnico. Pelo desenho do compartilhamento de risco, apenas cerca de 7% da arrecadação permanece com a Unimed Ferj. Esse percentual é insuficiente até para sustentar a operação corrente – quanto mais para amortizar um passivo que já ultrapassa os R$ 2 bilhões, considerando a dívida herdada da Unimed-Rio e ampliada ao longo da gestão da Ferj. Esperar que esse arranjo resolva o rombo financeiro é, na prática, alimentar uma ilusão.

A Ferj assumiu a carteira da Unimed-Rio com uma dívida estimada em R$ 1,6 bilhão. Agora, entrega uma operação cujo passivo gira em torno de R$ 2 bilhões. Não apenas não resolveu o problema: aprofundou-o. A lógica é a mesma, o discurso é o mesmo, restando apenas a mudança de nomes e a tentativa de apresentar a repetição como inovação.

O ponto central permanece sem resposta: de onde virá o recurso novo para manter a operação funcionando e, ao mesmo tempo, honrar os compromissos com os prestadores que mantiveram o atendimento mesmo sem receber?

A situação se agrava porque os prestadores seguem sendo pressionados a atender sem contratos claros, sem cronogramas formais de pagamento e sem qualquer tipo de garantia financeira. Na prática, hospitais e clínicas estão sendo forçados a bancar o sistema. Isso inverte completamente a lógica do setor. Não cabe à rede prestadora financiar a operação de uma operadora insolvente.

Além disso, falta transparência. Não há dados públicos confiáveis sobre a arrecadação efetiva dessa carteira, nem sobre a destinação dos recursos, nem sobre o valor consolidado do passivo. Não está claro quanto é dívida da Unimed-Rio, quanto foi gerado sob a gestão da Ferj e o que, de fato, será assumido pela Unimed do Brasil. Toda operadora é obrigada a reportar essas informações mensalmente à ANS. Por que, nesse caso, elas seguem restritas e fragmentadas?

Enquanto isso, a realidade na ponta é alarmante. Grandes redes hospitalares já suspenderam atendimentos. Empresas de home care estão recusando novos pacientes crônicos e dependentes vitais. Isso não é pressão política: é consequência direta da inadimplência e da insegurança contratual. O risco de desassistência é concreto e imediato.

Diante desse cenário, a ANS não pode se limitar ao papel de espectadora técnica de um processo que ela própria conduz. Se a agência determinou essa engenharia de transição, ela tem responsabilidade direta sobre a transparência dos dados, sobre a clareza quanto às dívidas e sobre a viabilidade econômica do modelo. Endossar uma solução sem exigir garantias é transferir o risco para quem está na ponta.

Nos últimos anos, já vimos três ou quatro tentativas de “solução” para esse mesmo problema. Todas falharam. Todas foram apresentadas como técnicas e responsáveis. Todas deixaram um saldo de dívidas maiores, rede mais fragilizada e pacientes mais vulneráveis. A insistência nesse caminho não é prudência. É uma aposta temerária.

O sistema de saúde suplementar não se sustenta sobre discursos de solidariedade institucional, mas sobre fluxo financeiro, contratos claros e previsibilidade. Sem pagamento, não há rede. Sem rede, não há atendimento. E sem atendimento, todo o arranjo perde sentido.

O que os prestadores exigem é básico: transparência integral sobre arrecadação e passivos; garantias jurídicas e financeiras mínimas; um plano emergencial de recomposição de pagamentos; e um plano estrutural que não empurre o problema para a próxima crise. E, sobretudo, participação efetiva de quem mantém a assistência funcionando no debate com a ANS, o Ministério Público e as demais instituições envolvidas.

Sem rede prestadora, não existe saúde suplementar. O que está em jogo não é a imagem de uma marca, mas a continuidade do atendimento e a saúde de centenas de milhares de pessoas no Rio de Janeiro.

*Guilherme Jaccoud é presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Marcus Quintella é presidente da Associação de Hospitais do Estado do Rio de Janeiro
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METROPOLES

Canetas emagrecedoras: Saúde recusa propostas de fundações de GO e SP

Por outro lado, fundação do Ministério da Saúde escolheu proposta mais cara da EMS para produzir canetas emagrecedoras
O Ministério da Saúde reprovou definitivamente as propostas apresentadas por fundações ligadas ao governos de Goiás e de São Paulo para a produção de canetas emagrecedoras. O resultado final da avaliação foi publicado na edição dessa terça-feira (25/11) do Diário Oficial da União (DOU). Até então, os projetos estavam em fase de recurso.

Enquanto o Ministério da Saúde exclui projetos ligados a governos de oposição, a Fiocruz – que é um braço da pasta – firmou contrato com a EMS para a produção de canetas emagrecedoras apesar de a farmacêutica ter apresentado uma proposta mais cara do que a da concorrente, conforme revelou a coluna nesta reportagem.

Além disso, a parceria da Fiocruz com a EMS vincula futuro fornecimento desses medicamentos ao SUS sem que haja, porém, licitação ou contrato de compra. O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu um processo para investigar a parceria, que foi anunciada nas redes sociais pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), como uma “notícia bombástica”.

As duas propostas recusadas pela pasta foram fornecidas pelo Remédio Popular (Furp), do governo paulista, e pela Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego). Ambos os projetos foram apresentados pelo rito padrão, de Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs), ainda em 2024.

No início deste mês, o Ministério da Saúde explicou que os projetos envolvendo o Furp e a Iquego descumpriram requisitos básicos, “como envolvimento de uma terceira empresa no projeto sem fazer parte da parceria e a ausência de transferência do princípio ativo, respectivamente”. “A transferência de tecnologia e o desenvolvimento do produto no Brasil é o mote principal desta política”, acrescentou o órgão.

Procurada desde terça-feira para prestar novos esclarecimentos, a Pasta não se manifestou.

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O HOJE

Sandro Mabel ameaça fechar o Imas após novo modelo de gestão: “Se não funcionar, vamos encerrar o plano”

Prefeito afirma que vai testar por um ano a terceirização da operação do plano dos servidores e admite que o modelo atual é insustentável. Dívida supera R$ 145 milhões e cobertura segue em colapso

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), afirmou nesta quarta-feira (26) que o Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores (Imas) poderá ser fechado caso a terceirização da operação, prevista para o próximo ano, não reduza os problemas enfrentados pelo plano de saúde.

Nesta quarta-feira (26), em entrevista à TV Serra Dourada, Mabel voltou a defender a entrega da operação do Imas a uma empresa especializada por um período de um ano. Segundo ele, a terceirização será um “teste final” para avaliar a viabilidade do plano de saúde dos servidores.

O prefeito respondeu a uma telespectadora que questionou a recusa de médicos, clínicas e hospitais em atender o convênio, mesmo com os descontos mantidos na folha. Mabel negou falta de pagamento, mas afirmou que há um desequilíbrio estrutural no modelo.

“Você consegue pagar 80 reais e incluir oito membros da sua família no plano? Pois é, não dá. A prefeitura, no Imas, tem. Então o plano não subsiste”, disse o prefeito.

Segundo ele, o município não possui capacidade técnica para gerir um plano de saúde. “Unimed e outras operadoras tocam com dificuldade, mesmo sendo profissionais. Nós não somos, e queremos tocar um plano? A conta não fecha.”

Mabel disse que a gestão trabalha com duas alternativas:
— contratar uma empresa especializada para operar o Imas;
— ou extinguir o instituto e conceder auxílio financeiro para que cada servidor contrate seu próprio plano.

“Se funcionar direito e acabar a confusão, vamos manter. Se não, fecharemos o plano”, afirmou.

Reestruturação em andamento

A presidente do Imas, Gardene Moreira, afirmou que a proposta de redesenho do instituto deve ser finalizada até meados de dezembro. O texto prevê mudanças na forma de contribuição, correção de distorções históricas e adoção de valores por faixa etária com base em cálculo atuarial.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) acompanha o processo, diante do rombo superior a R$ 145 milhões. A expectativa da prefeitura é enviar o projeto final à Câmara no retorno do recesso, no início de 2026.

Terceirizações aceleradas na Saúde

Paralelamente à crise no Imas, a rede de Saúde viveu episódios críticos ao longo do ano. Em julho, o Hospital Municipal e Maternidade Célia Câmara (HMMCC) suspendeu partos por falta de pagamento a anestesistas, e a restrição se espalhou para outras unidades.

A prefeitura rompeu o contrato com a Fundahc no dia 28 de julho e, no mesmo dia, criou uma comissão de transição. Três dias depois, já havia definido novas organizações sociais para assumir emergencialmente as maternidades por três meses — duas de São Paulo e uma do Mato Grosso. O repasse registrado foi de R$ 38 milhões.

Apesar da intervenção, denúncias persistiram. Em novembro, a presidente do Sindsaúde, Néia Vieira, apontou insegurança profissional, incerteza salarial, equipes reduzidas e mau atendimento. Pacientes relataram demora nas emergências, sobretudo nas unidades Dona Iris e Nascer Cidadão.

As OSs negaram as acusações.
— O Instituto Patris afirmou ter realizado cerca de 80 partos na primeira semana de novembro.
— A AHBB disse não haver filas ou atrasos e pediu reformas e pagamento antecipado do piso da enfermagem.
— A Sociedade Beneficente São José destacou melhorias como laboratório próprio e reforço das equipes.

As divergências escancararam falhas de monitoramento e falta de transparência nos contratos emergenciais.

Um governo guiado por “choque de eficiência”

A estratégia de Mabel tem sido apresentada pela prefeitura como um “choque de eficiência”, diante da crise financeira que marca 2025. Além da Saúde e do Imas, o Paço encaminha:

estudos para terceirizar parte da Educação infantil;

análises para concessão de parques públicos;

revisão de contratos e parcerias já existentes;

reestruturações internas em áreas estratégicas.

O ritmo acelerado das decisões gera reações na Câmara Municipal, que cobra mais transparência, e no MP-GO, que monitora de perto cada etapa do processo.

O que vem pela frente

A prefeitura deve entregar ao Ministério Público a versão final do Plano de Transformação Estrutural do Imas até o fim de novembro. A partir de então, o novo modelo será acompanhado por um ano.

Se o desempenho não melhorar, Mabel voltou a dizer que não descarta o encerramento do instituto.

A possibilidade preocupa sindicatos e servidores, que temem perder a cobertura e não veem clareza no futuro do plano — um órgão que, mesmo em crise, atende milhares de famílias em Goiânia.

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Assessoria de Comunicação