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DESTAQUES
Cães 'invadem' corredores de hospital para ajudar na recuperação de crianças internadas, em Goiânia
Facilidades que levam a risco
Comunidade se une pela saúde
Como a carne processada pode provocar transtornos psiquiátricos
12 mil intoxicações por agrotóxicos ao ano
Likes nada garantem
Contrato com fundação que gere Maternidade Dona Iris é prorrogado por mais cinco anos
Especialista alerta para impacto de fake news no aumento dos casos de doenças graves
TV ANHANGUERA/GOIÁS
Crianças passam por terapia da 'fofura' com animais em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-2-edicao/v/criancas-passam-por-terapia-da-fofura-com-animais-em-goiania/6904213/
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PORTAL G1/GOIÁS
Cães 'invadem' corredores de hospital para ajudar na recuperação de crianças internadas, em Goiânia
Médico afirma que a visita dos animais de estimação diminui a ansiedade e estimula o sistema imunológico dos pacientes. Para voluntários, a experiência é gratificante.
Por Paula Resende, G1 GO
Cães ‘invadiram’ os corredores do Hospital da Criança, em Goiânia, para ajudar na recuperação dos pacientes. Para médicos e pais, o resultado da “terapia” é notório.
“Diminui a ansiedade, a dor, acelera a cicatrização de feridas, estimula o sistema imunológico e traz um conforto”, afirma o médico infectologista Fernando Pessoa.
O Projeto Super Visita é um parceria do hospital com a Universidade Federal de Goiás (UFG). Quinze animais de estimação são levados para brincar com as crianças internadas.
Entre as pacientes está a Joice, que tem dois cães em casa, mas está longe deles devido ao tratamento. Ao ser questionada pela reportagem se a visita diminuiu a saudade dos bichos, a criança não teve dúvida: ‘Dá sim’.
A terapia tem reflexo imediato tanto nas crianças quanto nos voluntários. Alexandre Arroio participa do projeto com duas cadelas.
“Um pai relatou que a criança não levantava da cama porque estava mais prostrada ou triste por estar internada. Aí, quando viu um cachorrinho, a criança se levantou na hora, o pai se emocionou, foi muito bom. Já passamos por experiências muito bonitas e gratificantes aqui”, disse o voluntário.
Antes de iniciarem as visitas, os animais passam por exames clínicos e testes comportamentais. Uma das coordenadoras do projeto, a médica veterinária Kellen Oliveira pede que mais pessoas levem seus bichinhos para participarem do projeto.
“É uma forma de a gente poder mostrar para a sociedade a importância que tanto os cães quantos os gatos, os animais de estimação em si, têm”, afirma Kellen.
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O POPULAR
Facilidades que levam a risco
As armadilhas da intervenção estética
A divulgação de serviços por meio de grupos de WhatsApp e Facebook pode ser arriscada se potenciais clientes não fizerem uma boa pesquisa de profissionais
Cristiane Lima
cristiane.lima@opopular.com.br
Depois de mais um caso de cirurgia estética com fim trágico, especialistas chamam a atenção para as armadilhas que esse mercado pode oferecer. Preços atrativos, facilidades de pagamento e resultados milagrosos podem ser reais, mas devem ser observados com cuidado para o resultado não ser como o da bancária Lilian Calixto, que morreu no dia 15 de julho, no Rio de Janeiro, depois de se submeter a uma aplicação de substância plástica nos glúteos com o médico Denis Cesar Barros Furtado, o Dr. Bumbum.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica em Goiás (SBPC-GO), Sérgio Conceição, alerta para o aumento de grupos formados em redes sociais para divulgar serviços. Isso tem sido visto com preocupação pela SBCP-GO. “Existem médicos que criam ou fomentam esses grupos para se beneficiarem e isso é extremamente ilegal. Temos encaminhado denúncias aos conselhos regional e federal de medicina e de cirurgia plástica para inibir essas práticas”, destaca o presidente.
O Dr. Bumbum, por exemplo, mantém uma conta no Instagram com mais de 664 mil seguidores. Apesar de ter registro profissional de médico ativos em Goiás e no Distrito Federal, ele ofertava seus serviços, além do DF, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Ele não possui especialização e expõe na rede social muitas fotos de “antes e depois” de pessoas que seriam suas pacientes. Muitas dessas imagens chamam a atenção e são atrativas para quem está insatisfeito com o corpo.
Nos comentários das imagens postadas do que seria o trabalho do médico, ele explica as técnicas realizadas e diz ter escrito um livro sobre “A arte de esculpir ser cortes com a bioplastia”. Nos comentários de seguidores, a maioria mulheres, há o destaque para a melhora a auto estima com os procedimentos realizados. O próprio médico orienta que as pessoas que comentam entrem em contato com a secretária dele em um número de celular com código de área de Brasília.
Proibido induzir
Sérgio Conceição diz que essa tem sido uma prática comum e ilegal. “O médico até pode mostrar seu trabalho com a autorização do paciente, mas não com o intuito de induzir a um determinado profissional”, diz. O presidente da SBCP-GO alerta que, em muitos casos, as imagens podem ser manipuladas ou não serem reais.
“O ideal é que o paciente procure o médico, faça pesquisa de sua competência profissional para a cirurgia plástica, converse com outros pacientes, por exemplo”, ressalta Conceição.
O médico ainda diz que grupos em redes sociais podem oferecer armadilhas. Sérgio Conceição entende que lidar com esse assunto pela internet pode deixar o paciente vulnerável às informações sem fundamento. “Claro que as redes sociais podem ser boas, ajudar em certas questões, mas na hora de escolher um profissional para lidar com uma cirurgia, com uma intervenção, é necessário ser mais profundo que isso. Para realizar atos cirúrgicos, o interessado deve buscar apenas médicos capacitados”, destaca.
O presidente da SBCP-GO reforça que dermatologistas também mantém capacidade de realizarem alguns procedimentos como aplicação de botox, por exemplo. “O ideal é que se consulte um especialista, pesquise no site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e onde mais for necessário”, diz. Em Goiás, existem cerca de 200 cirurgiões plásticos credenciados e referenciados pela SBCP para diversas especialidades.
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Comunidade se une pela saúde
CÂNCER Iniciativas de segmentos da sociedade promovem a construção de uma clínica de hemodiálise e de um hospital especializado em atendimento oncológico, no interior do Estado
O tratamento de câncer em Goiás tem chances de ser melhorado, no futuro, graças a iniciativas e ações de segmentos da sociedade, que pretendem construir unidades de saúde para oferecer atendimento gratuito aos pacientes. Uma das ações, desenvolvida na cidade de Goiás, trata-se da implantação de uma clínica de hemodiálise, construída com dinheiro de doações e cujo objetivo é extinguir a necessidade de as pessoas da região, que fazem o tratamento, terem de se deslocar, em média, três vezes por semana para Goiânia. A outra iniciativa é a construção de um hospital especializado, o Hospital de Câncer de Goiás (HCG), cuja obra está em andamento em uma área nas margens da GO-070, em Inhumas.
Cerca de 140 pacientes de municípios da região do Rio Vermelho precisam viajar para outros locais do Estado para fazer a hemodiálise. O tratamento, que já é naturalmente desgastante, fica ainda mais pesado para as pessoas que enfrentam o câncer, quando somado ao cansaço gerado pelas viagens. Foi diante desse cenário que a Associação de Saúde São Pedro d' Alcântara (Aspag), responsável pela gestão do tradicional hospital filantrópico que leva o mesmo nome, na cidade de Goiás, decidiu iniciar uma campanha para angariar fundos e construir uma clínica de hemodiálise.
A arrecadação que começou há um ano, a princípio virtualmente, por meio de um site mantido pela Aspag, já conseguiu juntar um valor aproximado de R$ 400 mil. O dinheiro já foi investido no início das obras da clínica, cuja parte estrutural já está em fase avançada. "Promovemos leilões, as prefeituras ajudam na mobilização da população, inclusive com apoio das cidades vizinhas. Realizamos, ainda, as campanhas do cimento e do tijolo para juntarmos esses materiais essenciais. Agora, vamos iniciar a fase de acabamento e esperamos até o final deste e início do próximo ano estar tudo pronto para funcionar", diz o frei Marcos Lacerda Camargo, presidente da Aspag.
A ideia é que a clínica seja credenciada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e funcione vinculada ao Hospital São Pedro de Alcântara (HSPA). O secretário de Saúde da cidade de Goiás, João Batista Neto, reconhece o alcance social da obra. Ele conta que, além de Goiânia, pacientes da região buscam tratamento em Ipo-rá, Ceres e Goianésia. Uma Van foi adquirida pela prefeitura da cidade para fazer o transporte específico de pacientes de câncer de segunda a sábado. "Eles saem daqui de madrugada e voltam já à noite, quase madrugada novamente", conta ele.
A doação, que antes era feita pelo site criado pela Aspag, hoje é feita apenas por meio de depósito. Os dados da conta são: Banco do Brasil, agência 277-1, conta corrente 22619 X. "Em um primeiro momento, vamos fazer um pleito junto ao próprio Ministério da Saúde para a aquisição dos equipamentos. O projeto da clínica já passou pelos trâmites do SUS e a obra foi autorizada", relata João Batista. Um orçamento inicial previu que tudo, incluindo a construção e os equipamentos, ficaria em tomo de R$2 milhões.
INSPIRAÇÃO
O projeto do HCG, que, segundo a direção, será o maior hospital de câncer de Goiás, foi inspirado no modelo de funcionamento do Hospital de Câncer de Barretos, em São Paulo. Até o site se assemelha um pouco, com espaço destacado para serem feitas as doações, a partir de R$ 10. O objetivo é garantir a construção e o funcionamento a partir do dinheiro doado pela sociedade. Já são mais de 300 pessoas engajadas no projeto.
Projeto estipula área construída de 67 mil m
O Hospital de Câncer de Goiás (HCG), cuja obra já foi iniciada em uma área nas margens da GO-070, em Inhumas, será gerido pela Associação Para Cuidado de Câncer no Entorno de Goiânia (Acceg), criada em maio de 2014 e presidida pelo médico Wagner Miranda. O projeto ambicioso e previsto para custar, ao todo, em tomo de R$ 300 milhões prevê uma área construída de 67 mil metros quadrados, fazendo dele o maior hospital de câncer do Estado. O terreno onde a obra está sendo realizada foi uma doação feita pela Câmara Municipal e pela prefeitura de Inhumas.
Wagner Guimarães conta que o projeto foi dividido em oito etapas e a intenção é concluir a primeira delas, que se trata da parte mais simples, permitindo já o início dos atendimentos am-bulatoriais. A previsão, segundo o médico, é de que a inauguração ocorra em até 60 dias. "Vamos dar início à segunda etapa logo em seguida e as demais vão depender do fluxo de doações", conta Wagner. A fonte de recursos tem sido integralmente as doações f eitas e as arrecadações promovidas em eventos e iniciativas realizadas pelos parceiros do projeto.
No site do HCG, é possível verificar que um dos jeitos encontrados para se obter recursos, por exemplo, é por meio de leilões de animais. Uma campanha feita em parceria com o Banco do Brasil conseguiu arrecadar cerca de R$ 500 mil, conta o médico. "Um empreendimento dessa envergadura não tem como progredir sem apoio e participação da comunidade, de empresas privadas e do setor público. As forças públicas não têm como ficarem de costas para esse trabalho. Quem quiser doar, basta acessar o nosso site e lá tem todas as instruções", esclarece. O site da instituição é o hci-nhumas.com.br.
A demanda por atendimento no Estado e na região, destaca Wagner, é algo que tende a aumentar. Ele argumenta que o câncer aumenta no mundo todo e que não é diferente no Estado. "As vezes, a mortalidade infantil, a desnutrição e a violência são enfermidade que são possíveis de serem reduzidas, mas o câncer só vai aumentar. No Brasil, em nível técnico-científico, são registrados praticamente cerca de meio milhão de novos casos de câncer no Brasil, ou seja, é uma demanda que não tem como ser suprida", diz ele, que aponta ainda que muitas pessoas morrem em virtude do câncer sem sequer terem acesso ao diagnóstico da doença.
A diretriz do projeto do hospital é fundamenta por três aspectos: oferecer assistência de alta qualidade técnica-científca, sem gerar custo para o paciente e focando na humanização do tratamento.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Como a carne processada pode provocar transtornos psiquiátricos
Cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, desenvolvem pesquisa que associa a ingestão de carnes processadas a vários problemas psiquiátricos. Esse tipo de alimento, que já foi classificado como cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde, pode causar ainda mais danos à saúde
Carnes processadas e curadas com nitrato, como carne seca ou bacon, foram associadas a extensos períodos de hiperatividade, insônia e perda de atenção. Esses períodos foram observados em pessoas que experimentam episódios maníacos em uma pesquisa conduzida pela Universidade Johns Hopkins (EUA), e estão diretamente ligados ao consumo de carnes processadas.
Os pesquisadores descobriram que pacientes recebendo cuidados médicos para sintomas maníacos eram três vezes mais propensos a terem comido produtos de carne processada do que pacientes que eram tratados para outras condições psiquiátricas, como a esquizofrenia.
O mecanismo exato por trás da associação ainda não está claro, mas um experimento subsequente realizado com ratos alimentados com carne seca resultou em um aumento de movimentos e sinalização alterada no hipocampo dos animais.
Alterações também foram observadas na microflora intestinal dos ratos, o que sugere um possível mecanismo pelo qual os nitratos da carne afetam o sistema nervoso.
CONDIÇÕES NEUROLÓGICAS
O transtorno bipolar é uma condição crônica de saúde mental caracterizada por mudanças dramáticas nos níveis de humor e energia, incluindo episódios maníacos. Esses episódios podem durar semanas, ou mesmo meses, e podem coincidir com depressão e psicose. Surpreendentemente, pouco se sabe sobre as causas da doença. Há fortes indícios de uma predisposição genética, embora, como na maioria das condições neurológicas, parece que mais de um ou outro gene é necessário para desencadeá-las.
Fatores ambientais que afetam o desenvolvimento inicial, de infecções ao tabagismo materno, têm sido explorados como possíveis gatilhos. Estresse, lesões na cabeça e nascimentos prematuros também são considerados fatores de risco potenciais.
A dieta é outra área que tem atraído atenção significativa dos cientistas, com estudos sugerindo que uma alimentação ocidentalizada com alta carga glicêmica pode contribuir para o desenvolvimento dos sintomas. Agora, os resultados do novo estudo sugerem que uma dieta rica em muitas variedades de presunto, carne seca ou salame pode ter um papel no desenvolvimento de condições relacionadas à mania em pelo menos algumas pessoas.
Os pesquisadores usaram registros médicos para categorizar mais de 700 pacientes voluntários portadores de mania, depressão bipolar, depressão severa ou esquizofrenia. Cada um deles respondeu questionários sobre suas dietas.
A categoria representada pelos sintomas maníacos tinha um número extraordinariamente alto de pacientes que consumiam carnes processadas. A ligação entre essas duas coisas pode estar na adição de compostos de nitrogênio à carne, na forma de nitrito de sódio ou nitrato de potássio, usados para preservar alimentos durante séculos. Em seguida, a influência dos compostos de nitrogênio sobre as bactérias em nosso intestino pode afetar nossa saúde.
"Trabalhos futuros sobre esta associação poderiam levar a intervenções dietéticas para ajudar a reduzir o risco de episódios maníacos em pessoas que têm transtorno bipolar ou que são vulneráveis à mania", disse o principal autor do estudo, Robert Yolken.
MICROFLORA
No passado, variações na microflora já foram consideradas responsáveis por uma digestão excessiva de nitratos nas dietas de pessoas que sofriam de enxaquecas, fazendo com que seus vasos sanguíneos se dilatassem mais que o normal e causassem dor intensa.
Nossos cérebros e as bactérias em nosso intestino têm um relacionamento complicado, o qual os cientistas ainda não entendem totalmente. Logo, não seria um choque se pesquisas adicionais confirmassem que sintomas maníacos podem ser exacerbados ou mesmo causados por certos organismos que vivem em nossos corpos reagindo a nitratos em nossas carnes.
Por enquanto, não é preciso eliminar completamente o bacon de sua dieta. Mas, tendo em vista que ele pode desempenhar um papel em episódios maníacos (e a que a Organização Mundial da Saúde considera que pode ser cancerígeno), talvez seja uma boa ideia moderar o consumo de carnes processadas.
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12 mil intoxicações por agrotóxicos ao ano
Apesar dos esforços em reduzir pesticidas, setor produtivo utiliza substâncias para ampliar rendimentos
Brasil é um dos maiores produtores agrícolas mundiais também um dos maiores consumidores de agrotóxicos. 80% dos produtos são aplicados em soja, milho, cana-de-açúcar e algodão, normalmente plantados em larga escala. O setor movimenta no país cerca de US$ 10 bilhões por ano.
Nesse universo, é intensa a disputa por dois modelos: se o Estado deve reprimir ou facilitar ousados produtos. A discussão atinge trabalhadores e comunidades nirais, que lidam diretamente com as substâncias.
Relatório da ONG internacional Human Rlglits Watcli aponta que existem poucas leis no Brasil para regular o uso dos defensivos agrícolas. Existe limite de distância somente para pulverização aérea. Mas não liá uma norma federal para a pulverização terrestre, muitas vezes feita por tratores. Uma das comunidades pesquisadas pela ONG sofre as consequências disso. Uma escola no Município de Primavera do Leste, em Mato Grosso, fica no meio de uma grande fazenda que usa agrotóxica A diretora, que pediu anonimato, conta que a substância afeta alunos e professores.
"Tantos anos convivendo com agrotóxico, nos acostumamos. Em geral, quando é época de plantio, sentimos irritação nos olhos, coceira na pele, tranca-se a traqueia. Mas no ano passado deu multa dor de cabeça e vômito. O veneno foi muito forte" disse.
Das 27 unidades da federação, apenas oito possuemzonasde segurança para a pulverização terrestre E, segundo um dosdlretores da Hu-man RightsYVatch, Richaid Pearhou-se, as regras não são seguidas.
"É um problema duplo: não ter leis suficientes e as que existem não são obedecidas. As duas coisas juntas produzem uma cultura de Impunidade onde poderosos donos de grandes extensões de terra são autorizados a aplicarpestici-das como querem a fazem isso sem medo de nenhuma responsabilização de autoridades" diz Richard.
O Ministério da Saúde registra de 12 mil a 14 mil intoxicações por agrotóxicos no país a cada ano. Em 2016 foram quase 500 vítimas fatais. E a Organização Mundial da Saúde estima que somente um em cada 50 casos cheguem às autoridades. Mas, mesmo com todas as práticas regulares, setores da sociedade defendem que não existe uso seguro de agrotóxico, como fala o subprocurador-geral do Ministério Público do Trabalho e coordenador do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, Pedro Serafim.
"Pode-se mitigar o risco, mas é permanente, porque é Inerente ao próprio produto. Nós Inclusive defendemos juridicamente a responsabilidade objetiva do fabricante, porque potencialmente produto é algo que causa danos à saúde e ao melo ambiente'."
Existepreocupaçào também com projetodeleiquefezmudançasnale-gislação sobre agrotóxicos, aguardando votação no plenário da Câmara
Aline Gurgel, pesquisadora da Flocmz, instituição ligada ao Ministério da Saúde, feia sobreo impacto da proposta na saúde dos trabalhadores que lidam com agrotóxicos.
"Produtos que vão ser destinados exclusivamente à exportação, há uma previsão da dispensa de estudos toxicológicos, e isso desconsidera, por exemplo, que nós teremos nessas empresas trabalhadores expostos. E também tem ocaso dos produtos que podem ser registrados no Brasil sem esses estudos, e uma vez que ele passe um determinado período de tempo registrada que esse registro se tome definitivo"
APOIO
O Ministério da Agricultura anunciou que apoia o Projeto de Lei. Nota técnica diz que a política de risco zero não é adequada porque até beber água em excesso pode ser perigoso. Sobre a possibilidade de maior regulamentação do setor, o Coordenador Geral de Agrotóxlcos do Ministério, Carlos Venânclo, afirmou que já existem muitas normas sobre agrotóxicos.
"Os pesticidas o agricultor não usa porque ele quer ou gosta, ele usa porque precisa controlar as pragas. Hoje o Brasil participa de um esforço internacional de redução de uso de pesticidas altamente perigosos. Agora a preocupação do Mapa também é que o agricultor teriaa ferramentas, porque se ele não tiver produção no final da cultura não resolve o problema"
Em nota, o Sindicato Nacional da Indústria de produtos para Defesa Vegeta] e a Associação Nacional de Defesa Vegetal afinnaram que o desafio seria promover o uso correto dos pesticidas. As entidades defendem também que o Projeto de Lei é uma modernização e que a proposta não exclui o rigor científica Em meio à polêmica, tramita na Câmara outra proposta relacionada ao tema: a criação de uma Política NacionaldeReduçãodeAgrotóxicos. A fase ainda é de audiências públicas.
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VEJA
Likes nada garantem
Caso do "Dr. Bumbum", que tinha milhares de seguidores no Instagram, mostra que médicos e pacientes podem estar fazendo uso incorreto da propaganda digital
Até meados deste mês, o médico carioca Denis Furtado poderia ser considerado uma celebridade virtual. Tinha 650 000 seguidores em sua conta no Instagram, número capaz de deixar muitos influenciadores digitais com inveja. Profissionais de formações variadas, inclusive da medicina, têm tirado proveito da facilidade oferecida pelas plataformas digitais para angariar seguidores e, dessa forma, promover ações de propaganda e marketing de produtos ou serviços que, infelizmente, nem sempre são confiáveis.
O caso suscita o questionamento: será que nós, médicos, estamos passando dos limites nas redes sociais, exagerando na autopromoção? A carreira médica envolve aspectos que são únicos em relação às demais. Por isso, seguimos algumas diretrizes éticas que visam a proteger tanto os pacientes quanto o próprio especialista. A resolução do Conselho Federal de Medicina nº 2.126, de 2015, por exemplo, diz que "é vedada a publicação nas mídias sociais de autorretrato, imagens e/ou áudios que caracterizem sensacionalismo, autopromoção ou concorrência desleal". Estabelece ainda que "a publicação por pacientes ou terceiros, de modo reiterado e/ou sistemático, de imagens mostrando o 'antes e depois' ou de elogios a resultados de procedimentos nas mídias sociais deve ser investigada pelos Conselhos Regionais de Medicina".
Hoje, essas plataformas se tornaram o grande canal de difusão de informações. E polêmicas associadas a profissionais de saúde e uso de dispositivos eletrônicos já ocorreram antes. Lembremos do caso do profissional de enfermagem que compartilhou o filme da chegada de Neymar ao hospital durante a Copa do Mundo de 2014 e, mais recentemente, da situação que envolveu a ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em 2017, cuja tomografia foi divulgada num grupo de WhatsApp.
"É preciso ficar atento ao que se vê, se compartilha e se curte nas redes, sobretudo quando o tema é saúde"
O hospital do qual sou presidente, em São Paulo, tem 14 000 colaboradores e, nele, a utilização dessas mídias segue um código ético que está na nossa essência e se baseia no sigilo e na defesa da privacidade dos que estão sendo cuidados. Essa postura é reforçada por meio de campanhas internas criadas pela diretoria de Riscos e Compliance, implantada há três anos. As informações sobre nossos pacientes jamais podem ser veiculadas, ainda mais a título de marketing, promoção da organização ou do próprio corpo clínico. Portanto, o que temos como valor institucional deve ser observado com o mesmo rigor pelos nossos profissionais no Facebook, no Twitter, no Instagram, no YouTube, no Linkedin e em outras redes.
A atividade médica é uma ciência de meios, e não de fins. Quando um profissional divulga numa rede a comunicação de um resultado, está se comprometendo com o fim, e não com o meio. Muitas vezes, profissionais competentes fazem o melhor tratamento que existe e o desfecho se descola do que é esperado. Quando o profissional se expõe demais nas mídias, compromete-se com resultados cujo alcance não controla. Pode soar clichê, mas a medicina não é uma ciência exata, e a resposta a um procedimento pode variar de pessoa para pessoa. Daí a necessidade de ter todo o cuidado com a divulgação de tratamentos para não gerar frustração nos pacientes e descrença em relação aos médicos. Determinados posicionamentos nas redes sociais tendem a parecer venda de produtos, e a saúde não é um deles. A forma como devemos lidar com o paciente dentro e fora do ambiente da internet não muda.
Podemos fazer uso dessas mídias para o bem do paciente e do sistema de saúde. Como? Fornecendo ao paciente informações corretas, que possam contribuir para o seu protagonismo na tomada de decisões sobre a própria saúde ou melhorar a sua interação com os especialistas. O Google fez uma parceria com a nossa organização para divulgar conteúdos sobre saúde. Quando um usuário faz uma busca para saber mais sobre uma doença, automaticamente e de maneira orgânica um quadro com nossa chancela aparece com dados confiáveis a respeito do tema. O paciente, assim, chega a uma consulta mais bem informado e tende a se engajar com maior afinco no tratamento justamente por compreender com mais propriedade o problema pelo qual está passando.
No ambiente digital, a quantidade de curtidas não garante a veracidade daquilo que é postado em um site ou em uma página de rede social. Assim como o Einstein, universidades de grande porte e centros de pesquisa nacionais e internacionais disponibilizam em suas redes conteúdo relevante e esclarecedor. Harvard, Case Western Reserve University, MD Anderson Cancer Center e os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos Estados Unidos são apenas alguns exemplos. Uma das nossas funções é orientar os pacientes, inclusive no que concerne à sustentabilidade do sistema de saúde. Uma pesquisa publicada no British Medical Journal mostrou que muitos exames e procedimentos desnecessários são requisitados pelos médicos porque os pacientes assim o exigem. O diagnóstico de sinusite aguda, por exemplo, é clínico, não requer raio-X nem tomografia, até por causa do risco de exposição desnecessária à radiação. Estamos gradativamente educando o paciente para que ele entenda isso. O uso desbragado de recursos encarece custos, pode trazer riscos ao paciente e torna o sistema de saúde menos acessível.
Por fim, é preciso ficar atento ao que se vê, ao que se compartilha e ao que se curte nas redes sociais, sobretudo quando o assunto é saúde. Ao ver um médico em vídeos, é necessário assegurar-se da veracidade de seu registro no CRM – e checar também se o profissional é certificado nas sociedades que regem a prática de sua atividade e especialidade e se elas recomendam os procedimentos por ele propagandeados. Estruturas físicas têm necessidade de alvará de funcionamento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Meu conselho: desconfie de resultados milagrosos. Pesquise e confira a idoneidade até de publicações científicas. Sua saúde e sua vida valem muito mais do que milhares de likes.
* Sidney Klajner é presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e atua como cirurgião do aparelho digestivo e coloproctologista há vinte anos
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JORNAL OPÇÃO
Contrato com fundação que gere Maternidade Dona Iris é prorrogado por mais cinco anos
Por Mayara Carvalho
Medida coloca fim na expectativa de realização de concurso para contratação de profissionais da unidade
A gestão do prefeito Iris Rezende (MDB) decidiu prorrogar por mais cinco anos o contrato com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG (Fundahc), que gere as maternidades Dona Iris e Nascer Cidadão.
O contrato venceu no dia 5 de junho, depois de ter sido prorrogado por seis meses no ano passado.
No entanto, uma cláusula do contrato, assinado há cinco anos pelo então prefeito Paulo Garcia (PT), prevê a substituição quase total dos funcionários contratados pela fundação por servidores concursados do município.
À época, o Conselho Municipal de Saúde enxergava a parceria com a Fundahc como uma “terceirização”, pois médicos, enfermeiros e outros funcionários são contratados pela fundação e não servidores concursados. Sob pressão, o Paço aceitou acrescentar a cláusula de substituição.
A secretária municipal de Saúde, Fátima Mrue, chegou a afirmar em entrevista que a política da pasta é “de realizar concursos e outras modalidades de contratação para não precisar terceirizar o serviço”. Assim, a secretaria iria gradativamente colocar pessoal próprio na unidade, substituindo os contratados, o que de fato não aconteceu.
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Especialista alerta para impacto de fake news no aumento dos casos de doenças graves
Por Matheus Monteiro
Segundo médico infectologista, nenhuma outra medida é tão eficiente quanto a vacina
Relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) aponta aumento significativo nos casos de sarampo – doença infecciosa grave – no mundo inteiro. Os números mostram que entre janeiro e abril de 2018, foram registrados mais de 79 mil casos da doença, contra 72 mil no mesmo período em 2017.
O número é preocupante e acompanha a queda no índice de vacinas em crianças e em bebês, que vem diminuindo. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás, a cobertura vacinal até maio de 2018 chegou a 64,05%.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde registrou queda na proteção contra a poliomielite, doença que causa paralisia. De 98% em 2015 para 77% no ano passado em todo o País. O Ministério emitiu um alerta para evitar o retorno de doenças como a poliomielite e outras que já tinham sido erradicadas ou controladas no passado e que, diante do atual cenário de baixa vacinação, podem voltar a ser confirmadas no País, como é o caso do sarampo.
Neste cenário, a divulgação de fake news que dizem respeito aos perigos de vacinação, impactam no controle de doenças. Boatos, já negados por conselhos de medicina, afirmam que vacinas podem estar relacionadas com o desenvolvimento de uma síndrome intestinal e sintomas de autismo em crianças ou até que possuem mercúrio.
De acordo com o médico Alberto Chebabo, infectologista que integra o corpo clínico do Laboratório Atalaia, em entrevista ao Jornal Opção, a experiência e pesquisa com vacinas é muito grande. “O riscos de efeitos adversos são muito baixos. Na grande maioria das vezes, a doença é sempre muito mais perigosa que qualquer risco associado à vacina”, disse.
O especialista afirma que não existe nenhuma justificativa para não se vacinar ou vacinar os filhos. “A vacinação mudou a história da medicina. Ela é segura. Antes, doenças como sarampo, poliomielite, que são muito graves, matavam uma quantidade enorme de pessoas. Hoje, as pessoas não têm mais medo dessa realidade por não verem mas essas doenças”, alertou.
Alberto lembra ainda que o programa de vacinação brasileiro é considerado um dos melhores do mundo, o que ajudou para erradicação de doenças a índices quase zero. “Nenhuma outra medida é tão eficiente”, finalizou.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação