ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
• Casos de dengue em Goiânia triplicam em 2015
• Após campanha, pais embarcam para tratamento da filha no exterior
• Manifestação em Goiânia pede liberação da fosfoetanolamina
• Goianiense, o líder da indigestão
• Justiça determina liberação de remédio contra câncer
• Artigo – Assistência e responsabilidade social
• Artigo – Saúde pública e suplementar: conversas isoladas
• Comissão quer ampliar orçamento da Saúde em mais R$ 4 bilhões para 2016
TV ANHANGUERA/GOIÁS (clique no link para acessar a matéria)
Casos de dengue em Goiânia triplicam em 2015
http://g1.globo.com/goias/jatv-1edicao/videos/t/edicoes/v/casos-de-dengue-em-goiania-triplicam-em-2015/4640477/ (28/11/15)
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Após campanha, pais embarcam para tratamento da filha no exterior
http://g1.globo.com/goias/jatv-1edicao/videos/t/edicoes/v/apos-campanha-pais-embarcam-para-tratamento-da-filha-no-exterior/4641026/ (28/11/15)
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O POPULAR
Manifestação em Goiânia pede liberação da fosfoetanolamina
Substância alardeada como cura para diversos tipos de câncer teve distribuição suspensa por falta de testes e registro na Anvisa. Mobilização é nacional
Manifestantantes se concentram na Praça do Bandeirante e pedem liberação da fosfoetanolamina
Cerca de 100 pessoas participaram de manifestação, neste domingo (29), na Praça do Bandeirante, para a liberação da fosfoetanolamina, substância experimental para tratamento do câncer, desenvolvida pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), no campus de São Carlos. A mobilização é nacional e ocorre simultaneamente em diversas cidades do País.
As cápsulas de fosfoetanolamina, alardeadas como cura para diversos tipos de câncer, chegaram a ser distribuídas gratuitamente pela instituição, porém a entrega acabou suspensa por decisões judiciais até que ocorra o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A substância ainda não passou por esses testes em humanos e seus efeitos nos pacientes são desconhecidos.
Na capital, a expectativa é que a manifestação mobilize 200 pessoas até o final da manhã. Estão sendo colhidas assinaturas para liberação e acesso dos pacientes à substância, que serão encaminhadas ao Ministério da Saúde.
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Goianiense, o líder da indigestão
Capital é a que tem maior índice de trabalhadores que relatam indisposição após o almoço
Pedro Nunes
A quantidade de óleo utilizada no cozimento e a famosa “serra”, aquele volume de comida que chega a chamar a atenção no prato do goiano, são apontados como os principais culpados para o incômodo após o almoço. Os trabalhadores goianienses, inclusive, são os que mais se queixam de indisposição após a refeição do meio-dia em todo o País.
A conclusão é da pesquisa Alelo Hábitos Alimentares do Trabalhador Brasileiro, em parceria com a Conecta-i, braço online do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), que ouviu mais de 3 mil pessoas em busca de informações sobre comportamentos alimentares dos brasileiros.
Dentre os profissionais da capital que participaram, 57% deles relataram sonolência, indisposição, queimação ou sensação de peso no estômago depois de almoçarem. “É o pior índice entre as capitais pesquisadas, bem acima da média nacional, que é 43%. Não por acaso, o percentual de profissionais goianos que diz consumir alimentos feitos com óleo no almoço, como milanesa e outras frituras, é de 43%. E, quando perguntados sobre como consideram sua alimentação, 39% se declararam pouco ou nada saudáveis”, comenta o diretor de marketing e produto da Alelo, André Turquetto.
A própria culinária local pode ser uma das culpadas para a indigestão. “O que diferencia a comida típica goiana de outras regiões é que ela é mais pesada, contém mais gordura, como as carnes suculentas, e leva mais óleo. Em geral o que traz esse mal estar são esses dois fatores. A comida do goianiense, por exemplo, chega a brilhar, culpa do óleo”, brinca a nutricionista Fernanda Portes.
Outro ponto citado por ela é a grande quantidade de comida ingerida de uma só vez. “Aquele volume de alimento pesado dificulta a digestão e o sangue desce para o estômago, o que resulta em sono e em um desconforto”, ressalta Fernanda.
A enfermeira Ana Kátia Oliveira, de 32 anos, se enquadrava nesse perfil. “Como eu tenho uma hora de almoço, se eu comer muito não consigo render o suficiente. Às vezes fazia isso e me sentia indisposta, com uma sensação de cansaço e um sono incontrolável. Se eu sinto sono tenho que dormir mesmo, não tem jeito. Por isso tenho preferido comer menos e não tomar nada junto da refeição”, conta, ao explicar a mudança de hábito.
Café da manhã
A pesquisa mostrou ainda que 36% dos trabalhadores de Goiânia dizem fazer a primeira refeição do dia fora de casa. Este também é o maior índice por cidade encontrado pelo estudo. Dentre os goianienses que fazem o desjejum fora de casa, 62% deles tomam o café da manhã no trabalho, contra apenas 16% dos que escolhem a padaria.
“Pelo que eu acompanho e pela pressa, a maioria toma apenas aquele café preto. No mais, um pão de queijo ou um pão na chapa gorduroso que é o hábito. Poucos tomam um café da manhã decente”, relatou a nutricionista Fernanda Portes.
Essa má alimentação, segundo ela, além dos problemas de saúde que pode acarretar com o tempo, também atrapalha o rendimento da população ativa. “Para boa parte dos trabalhadores, que são aqueles que trabalham sentados e fazem pouco esforço, ficar com a barriga vazia muito tempo e depois ingerir muito alimento, deixa a pessoa mais lenta, que é uma forma de segurança do corpo para armazenar energia. Além disso, traz sonolência e dificuldade de concentração”, observa.
Com isso as temidas gorduras viscerais, além de possíveis gastrites. “Vira uma bola de neve. Com muito tempo sem comer a pessoa tende a ter problema de resistência insulínica, se tiver histórico de diabetes ela pode desenvolver mais facilmente. Além de gastrite e refluxo, colesterol e triglicerídeos altos, que são os problemas mais comuns”, destaca Fernanda.
Dormir depois do almoço melhora humor e habilidades motoras
A National Aeronautics and Space Administration, a famosa Nasa, já comprovou por meio de estudo que dormir cerca de meia hora durante a tarde melhora a concentração, a memória, as habilidades motoras, o humor e a capacidade de tomar decisões. A produtividade então, segundo a agência espacial, aumenta até um terço após a soneca.
O auxiliar contábil Raul Cassimiro, de 20 anos, já se atentou para isso. Pelo menos quatro vezes na semana ele tira um cochilo após o almoço na CMO Construtora, onde trabalha. “É relaxante. Depois do almoço dá aquela preguicinha e mesmo que dure apenas 10 minutos eu já volto mais disposto, mais estimulado. Trabalho com arquivos, de frente para o computador, então, a vista fica mais cansada e o sono pior. Acaba também sendo um diferencial da empresa”, relata. (29/11/15)
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Justiça determina liberação de remédio contra câncer
Paciente estava com tratamento interrompido para regulamentação da situação
A Justiça determinou a liberação do fornecimento de fosfoetanolamina sintética, produzida pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) para a continuidade do tratamento de uma paciente de São Carlos (SP). A mulher, vítima de câncer, vinha apresentando bons resultados com a terapia, interrompida pela USP até que a situação fosse regulamentada.
A antecipação de tutela em favor da paciente foi deferida pela juíza Gabriela Muller Carioba Attanasio em ação movida pelo representante da paciente, o advogado goiano Paulo Marcos Batista.
Na ação, Paulo Marcos Batista argumentou que sua cliente necessita para o tratamento da fosfoetanolamina para o tratamento da doença. O medicamento era produzido pelo Instituto de Química da USP, mas a partir da Portaria 1389/2014 houve interrupção na produção e distribuição.
“Isso aconteceu em detrimento de seu direito à saúde, pois se trata de um antitumoral encontrado no próprio organismo humano, que não provoca efeitos colaterais e tem prolongado vidas, com grande melhora no quadro clínico e até cura da doença”, justificou o advogado.
Em sua decisão, a magistrada paulista rejeitou os argumentos do diretor do Instituto de Química, de que agiu dentro da legalidade e que “agora, que tomou conhecimento dos fatos, resolveu normatizar a situação”.
A juíza Gabriela Muller observou que, conforme o próprio diretor, a pesquisa vem sendo realizada há 20 anos e existem outras ações em andamento, nas quais se informou que há cerca de 800 pessoas fazendo uso com relatos de melhoras. “Trata-se de garantir o direito humano à vida, bem maior consagrado pela Constituição Federal como ícone da dignidade da pessoa humana”, concluiu a juíza.
No pedido, o advogado Paulo Marcos Batista pontuou que a Lei 6360/76 isenta de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) os medicamentos novos, destinados exclusivamente ao uso experimental, sob controle médico. A juíza determinou ainda que a fosfoetanolamina sintética seja entregue via Correios. (29/11/15)
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Artigo – Assistência e responsabilidade social
Cuidar do outro e atentar às necessidades dele são aspectos que nem sempre estão atrelados em dimensão global à assistência em saúde. O atendimento médico, exclusivamente, não consegue envolver toda a complexidade de grupos de doenças específicas, como as infecciosas. No caso do HIV/Aids, a associação de fatores psicológicos, sociais e econômicos demanda iniciativas estatais. Em Goiás, a realidade para as pessoas que convivem com a infeção é bastante peculiar. O Condomínio Solidariedade é um espaço com amparo que elas necessitam.
Em 20 anos de existência, o local passou por várias fases. A depreciação e perda do caráter de assistência integral trouxe consequências negativas para o tratamento das pessoas soropositivas, que vai além da ingestão de medicamentos. A especificidade do HIV/Aids implicou na remodelação do Condomínio Solidariedade que foi anexado ao Hospital de Doenças Tropicais dr. Anuar Auad (HDT/HAA) há quase três anos e, em 2014, teve a gestão transferida para o Instituto Sócrates Guanaes (ISG), organização social que administra o hospital.
Desde então, uma série de mudanças e ampliações físico-estruturais contribuíram para a formatação do novo perfil do espaço com organização, menos burocracia e ausência de desperdícios. Com nova roupagem, o Condomínio representa um avanço para a assistência prestada aos pacientes de doenças infecciosas crônicas e atende à necessidade social dos portadores de HIV/Aids que precisam estar em Goiânia para o tratamento. Isso significa que defendemos o conceito de qualidade de vida não apenas como ausência de doença, mas também bem-estar biopsicossocial do portador de HIV e o de doenças infecciosas.
Para efetivar essa visão holística, o Condomínio foi proposto em dois núcleos e será inaugurado segunda-feira, como celebração antecipada ao Dia Mundial de Luta contra a Aids. O núcleo psicossocial inclui a casa de apoio, que é a hospedagem temporária para os pacientes do interior do Estado que não têm estadia durante o tratamento ou realização de procedimentos em Goiânia. Nesse período, eles contam com um serviço de apoio multidisciplinar que o assessora, buscando sua reinserção biopsicossocial na comunidade de origem.
Por outro lado, temos ainda o núcleo de assistência médico multidisciplinar com uma área ambulatorial e outra hospitalar, onde contamos com 30 leitos, sendo 20 para longa permanência e 10 para cuidados paliativos. O ambulatório possui oito consultórios para atendimento nas áreas de odontologia, psicologia, nutrição e serviço social. Os leitos do Condomínio também darão fôlego ao HDT/HAA e funcionarão como retaguarda para pacientes encaminhados pela unidade.
A ousadia do atual Condomínio surge ainda na implementação do serviço de cuidados paliativos a partir de uma perspectiva sistêmica, voltado para pessoas com doenças crônicas com improvável evolução para a cura, mais não necessariamente em estado de terminalidade. O nosso foco é o atendimento humanizado assentado no acolhimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação primados nos princípios de acessibilidade, integralidade, respeito à autonomia do paciente, humanização e qualidade do SUS. O nosso objetivo é acolher o outro quando ele mais precisa, atendendo dentro do possível suas necessidades, possibilitando o resgate de identidade e cidadania.
Anamaria Arruda é médica e diretora geral do HDT/HAA e do Condomínio Solidariedade. (28/11/15)
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Artigo – Saúde pública e suplementar: conversas isoladas
Neste final de 2015 o setor saúde busca novos caminhos em duas grandes reuniões programadas pelo setor público para Brasília e pelo setor privado para São Paulo, como de costume sem qualquer interação prevista.
Inicialmente aconteceu o 1º Fórum da Saúde Suplementar ,dias 24 e 25 de novembro, num palco de luxo: o Hilton Hotel em pleno Brooklin da pauliceia, promovido pela FENASAÚDE. Faltou espaço e as inscrições se encerraram com antecedência, em parte graças à presença de figuras de proa no comando dessa área nos Estados Unidos, fonte básica de inspiração e métodos (hoje também no controle de parte do mercado brasileiro) para os PLANOS DE SAÚDE executados no Brasil.
A temática em discussão incluiu uma análise do Obamacare, a reforma da saúde executada pelos democratas e odiada pelos republicanos que é tema de ponta na campanha para a Presidência da República em pleno andamento; os desafios que as empresas (e não seus pacientes que pagam o olho da cara para ter um Plano de Saúde) enfrentam devido aos aumentos de seus custos; a organização da assistência e da remuneração.
No começo de dezembro (dias 1º a 4) no Centro de Convenções situado em frente ao Palácio Buriti na capital do país, a 15ª Conferência Nacional de Saúde reúne o setor público. O tema é genérico e pouco inspirado: Saúde de Qualidade para Cuidar bem das Pessoas, parecendo revelar muito mais um desejo de ocupar o tempo e o espaço do que discutir de fato o momento extremamente crítico pelo qual passa a saúdepública brasileira. Para justificar os enormes gastos (num momento de tão intensos cortes orçamentários que afetam duramente a prestação de serviços à população) da operação conferência, espera-se que possa de fato discutir com algum nível de detalhe e profundidade o que realmente acontece com o SUS.
Os eixos temáticos fornecem poucas esperanças de que isso se dê: Participação Social, Valorização do Trabalho e da Educação em Saúde, Ciência e Tecnologia no SUS.
Diante da evidência cada vez mais nítida de que o Brasil precisa de um sistema nacional de saúde que possa reunir as forças dispersas das áreas pública e privada, são raros os instantes reservados nas duas programações para apresentação de propostas inovadoras de ação comum.
Em São Paulo as chances estavam no painel sobre organização assistencial que en passant fez referência ao que denominou de Um Modelo de Atenção Integrada no Brasil. A "integração", no linguajar do setor de saúde, deveria significar uma divisão de atribuições e recursos entre as áreas pública e privada com uma só coordenação e objetivando o atendimento de uma determinada comunidade (ou "população-alvo", outro jargão muito utilizado para representar quem será objeto das políticas a serem executadas). Já no encontro de Brasília a possibilidade reside no eixo sobre Financiamento do SUS e Relação Público e Privado.
Os dois eventos representam um investimento sem dúvida elevado por parte do Ministério e das Secretarias de Saúde por um lado, e das entidades que regem o subsistema das operadoras da saúde suplementar de outro. Experientes conhecedores desses fóruns de discussão, contudo, dizem-se pessimistas quanto ao surgimento de novas ideias e novas propostas de efetiva integração ou de soluções efetivas para a crise contemporânea.
Mas, a responsabilidade dos organizadores e dos participantes é imensa. O Brasil está exausto e não pode pagar especialistas de tão alto nível para que consumam mais tempo em debates improdutivos e, mais que isso, defendendo posições que conduzam a um maior isolamento entre dois lados que só retoricamente dizem ter interesses comuns.
Vitor Gomes Pinto é escritor e doutor em Saúde Pública. (28/11/15)
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JORNAL OPÇÃO
Comissão quer ampliar orçamento da Saúde em mais R$ 4 bilhões para 2016
Para relator, previsão de orçamento em R$ 100 bilhões para o setor pode fazer com que atendimentos de média e alta complexidade sejam paralisados no segundo semestre
Com prazo cada vez mais apertado e recursos escassos, parlamentares querem garantir pelo menos R$ 4 bilhões a mais para a Saúde no orçamento do próximo ano. Hoje, o setor tem previsão de R$ 100 bilhões para 2016, mas o relator setorial, deputado João Arruda (PMDB-PR), alerta que, com esse quantitativo, os atendimentos de média e alta complexidade, como internações ambulatorial e hospitalar no Sistema Único de Saúde (SUS) e o programa Farmácia Popular, deverão parar no segundo semestre.
"O orçamento está diminuindo. Se considerarmos a inflação, será menor que no ano passado. Se a previsão fechar em R$ 100 bilhões, teremos uma perda de R$ 7 bilhões", adiantou Arruda. Segundo ele, a crise tem aumentado o número de demissões no País, o que se refletirá em maior demanda pela saúde pública. "Quem utiliza o convênio particular e é demitido, acaba usando o SUS. Aumentará o custo com a saúde. Por isso, o orçamento deveria aumentar junto com a demanda", afirmou.
Diante da expectativa de arrecadação baixa e de cortes que ameaçam o setor, considerado prioritário, o governo já fez ajustes à proposta original. Em uma tentativa de evitar prejuízos para a Saúde, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) conseguiu aprovar uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), incluindo a Emenda Constitucional 86 e aumentando a previsão inicial em mais R$ 3 bilhões.
A emenda torna impositiva a execução das emendas individuais dos parlamentares ao Orçamento da União e é resultado da proposta conhecida como PEC do Orçamento Impositivo. Pelo texto, o Executivo fica obrigado a executar até 1,2% da receita corrente líquida realizada no ano anterior nas demandas parlamentares e metade do valor tem de ser destinado à área de Saúde. Em 2015, o volume foi de quase R$ 10 bilhões. O Congresso espera que a presidente Dilma Rousseff (PT) não vete o dispositivo.
"Com isso, conseguimos reduzir as perdas a R$ 800 milhões", informou o relator. Especialistas em financiamento de Saúde fixam em R$ 120 bilhões o investimento mínimo para que a área não seja comprometida.
Diante do cenário de crise, João Arruda preferiu manter uma expectativa "mais realista". "Acho que com mais R$ 4 bilhões a gente consegue ter o mínimo para trabalhar. O problema é que está difícil tirar o dinheiro de outro lugar."
A sugestão apresentada por Arruda e acatada por outros parlamentares da CMO foi, por exemplo, usar parte da repatriação de dinheiro que está irregularmente em contas de outros países. A estimativa do governo é que a arrecadação com a proposta de estímulo para regularização desses ativos será de pouco mais de R$ 11 bilhões. Entretanto, o relator disse acreditar que o valor pode chegar a R$ 20 bilhões.
"Aí seriam 50% para estados e municípios e outros 50% para a saúde", acrescentou João Arruda. O deputado aposta que as contas serão superiores às apresentadas "conservadoramente" pela Receita Federal. O projeto da repatriação foi aprovado na Câmara e aguarda decisão do Senado.
Para Arruda, o mais importante é garantir uma previsão maior de recursos. "Precisamos de recurso carimbado. Se não arrecadar, podemos trabalhar com a DRU [Desvinculação de Receita da União, que permite remanejamento de recursos do orçamento] no fim do ano que vem e passer o dinheiro para a saúde."
O pedido para revisão dos valores acabou intensificando impasses na última reunião da CMO, no dia 26, e adiando a votação do relatório do senador Acir Gurgacz (PDT-RO). Sem a aprovação desse relatório, o parecer final do orçamento não pode ser concluído pelo relator-geral Ricardo Barros (PP-PR), que também resiste à revisão do valor para Saúde.
O argumento de parlamentares contrários à proposta de Arruda é que a Receita Federal teria de ser consultada para que o ajuste fosse feito.
"De onde eles tiraram a previsão de R$ 11 bilhões. Acho que estão querendo não gastar dinheiro no ano que vem. Acho que nem devemos votar o PL se não resolvermos o problema da saúde. Não é um jogo fisiológico que estamos fazendo. Estamos falando da saúde do país", disse Barros. Aliado da proposta, o deputado Hildo Rocha (MA), líder do PMDB na comissão, antecipou que a legenda pode obstruir as próximas sessões da CMO.
O relatório final do orçamento depende de aprovação do relatório de receita para ser apresentado e concluído antes do recesso parlamentar, que começa a partir de 23 de dezembro. A última sessão do Congresso Nacional deste ano, quando senadores e deputados podem concluir as propostas orçamentárias, está marcada para 17 de dezembro. O colegiado teria que aprovar um texto até o dia 16. (29/11/15)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação