Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 29/04/20


ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES
O Brasil superou a China no número oficial de mortes pelo coronavírus
Mais leitos de UTI em Goiás
Escalonamento de horário do comércio começa a funcionar em Goiânia
Governo de Goiás aposta em testes rápidos para mapear coronavírus
Médico fala sobre Covid-19 após se recuperar da doença
Anvisa aprova a aplicação de teste rápido em farmácias
Atendimentos caem até 77% em hospitais de Porto Alegre
Medo de contágio esvazia setores de hospitais e laboratórios privados
Apenas 9 operadoras, menos de 1% do setor, aderem ao programa de ajuda da ANS
Telemedicina quebra resistências e ganha espaço no isolamento
O risco do falso negativo
139 leitos de UTI são habilitados em Goiás
Grandes hospitais paulistas receitam cloroquina para pacientes graves, mas evitam uso em casos leves
Divulgado escalonamento de horários para abertura do comércio em Goiânia
Aprovação de testes rápidos da covid-19 em farmácias preocupa entidades
Governo Federal gastou R$ 1 bi em material de saúde com dispensa de licitação
 


TV GLOBO

O Brasil superou a China no número oficial de mortes pelo coronavírus
http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=74400130
………………..

TV ANHANGUERA


Escalonamento de horário do comércio começa a funcionar em Goiânia
https://globoplay.globo.com/v/8517401/programa/

…………………..

Mais leitos de UTI em Goiás
http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=74411436
…………………

Governo de Goiás aposta em testes rápidos para mapear coronavírus
http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=74411192
………………………

Médico fala sobre Covid-19 após se recuperar da doença

https://globoplay.globo.com/v/8517318/programa/
…………………

ZERO HORA

Anvisa aprova a aplicação de teste rápido em farmácias

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou ontem proposta que autoriza a aplicação de testes rápidos para coronavírus em farmácias.
A medida deve valer apenas durante o período de emergência em saúde pública devido à pandemia. Em geral, os testes rápidos, também chamados de sorológicos, usam pequena amostra de sangue, inserida em uma plataforma, para detecção de anticorpos para Sars-Cov-2. O resultado leva de 10 a 30 minutos.
Especialistas e a própria Anvisa têm apontado limitações nesse tipo de teste, como o risco de resultado falso negativo.
Protocolo usado pelo Ministério da Saúde para uso desses exames em profissionais de saúde, por exemplo, prevê que esse tipo de exame seja usado apenas após o oitavo dia de sintomas e como ferramenta complementar de diagnóstico, sem que seja definitivo. Outro tipo de teste, mais preciso, usa a técnica de RT-PCR, voltado à análise de material genético do vírus, mas o resultado demora mais tempo.
Ao defender a proposta, o diretor-presidente substituto da agência, Antonio Barra, frisou que resultados negativos de testes rápidos não excluem a infecção.
Mas ele defendeu a aprovação da medida como forma de ampliar o acesso à testagem no país e diminuir a procura por serviços de saúde na rede pública.
Para Barra, a aplicação recente desse tipo de exame em alguns municípios por meio de postos volantes, com sistema drive-thru, abre espaço também para aplicação em farmácias.
Ele citou leis atuais que trazem regras para farmácias no país, como necessidade de haver a presença de farmacêutico no estabelecimento em todo o horário de funcionamento.
Riscos
Barra não detalhou quais devem ser os requisitos mínimos para aplicação dos testes nesses locais e quais medidas devem ser adotadas para evitar o risco de transmissão.
Questionada, a Anvisa informou que publicará duas notas técnicas com orientações às farmácias. A ideia é organizar fluxo específico para atendimento desses casos. O diretor nega riscos.
– Fazemos hoje testes em via pública, portanto não há de se considerar riscos de fazer testes em ambiente protegido e sobre regramento sanitário – argumentou.
Apesar de autorizada, a aplicação de testes rápidos em farmácias não será obrigatória. A medida entrará em vigor após ser publicada no Diário Oficial da União. A previsão é que isso ocorra até a próxima semana.
………….

Atendimentos caem até 77% em hospitais de Porto Alegre

Os hospitais estão mais vazios do que o normal. Exceto pelo atendimento a pacientes de covid-19, unidades historicamente superlotadas encaram a pandemia sem leitos apinhados e macas pelos corredores. Para médicos, o medo de contágio tem afugentado doentes.
– Onde estão nossos pacientes? – questiona Carlos Kalil, coordenador do Centro de Arritmias da Santa Casa, repetindo uma pergunta rotineira na sua equipe.
Um dos efeitos colaterais do coronavírus foi a reviravolta na demanda por serviços médicos. Na Capital, o atendimento nas emergências despencou nos últimos meses – na unidade SUS da Santa Casa, por exemplo, a queda foi de 77% (leia no quadro).
Fenômeno mundial, o declínio na procura por hospitais ainda tem sido estudado pelos médicos. Em parte, a desocupação de cadeiras era esperada, devido ao cancelamento de consultas eletivas – em muitos casos, acessadas pelas emergências – e à aposta na telemedicina. Mas o desaparecimento de pacientes preocupa, uma vez que as pessoas não deixaram de sofrer infartos, AVCs e fraturas.
Profissionais de saúde temem que muitos não estejam sendo cuidados pelo receio de contaminação. Relatos de pacientes adoecendo em casa e a chegada de doentes em quadros agudos após dias de sintomas atestam que parte das pessoas está sofrendo em distanciamento domiciliar em vez de ir ao hospital e correr o risco de ser infectada.
– Não há apenas a pandemia da covid-19, mas a pandemia do medo. A população relaciona o hospital a local de contaminação, mas isso não é verdade – diz a coordenadora médica da emergência da Santa Casa, Ana Aerts.
Apenas sete pessoas desafiaram a lógica do medo no início da tarde de ontem na emergência privada da Santa Casa, onde os atendimentos caíram pela metade. Na sala de espera, 24 cadeiras seguiam vazias. Diabético e cardiopata, Pedro Paulo Alves, 53 anos, decidiu consultar por insistência da esposa. Munido de máscara e com as mãos embebidas de álcool gel, buscou atendimento após três dias de uma dor que lhe pressiona a cabeça. O soldador faz parte do grupo de risco do coronavírus, mas reconhece o perigo de outros diagnósticos.
– Não posso ficar em casa parado, me arriscando, sem saber o que é. Medo de se contaminar todo mundo tem, mas tinha de buscar o atendimento para saber o que tenho – ensina Alves.
Reeducação
No Hospital de Clínicas, a média diária de pacientes em observação recuou de 75 para 30, salvo os atendimentos de covid-19. Pelos corredores, o público comenta nunca ter visto a emergência tão quieta.
– Há pacientes que vinham sem necessidade e deixaram de vir. Mas não foi por reeducação. Foi por medo. Mas também temos recebido pacientes graves que têm se segurado em casa. E isso é ruim – afirma o chefe da emergência do Clínicas, João Carlos Santana.
Instituições têm buscado demonstrar que hospitais não estão equipados apenas para o coronavírus e que a segurança dos demais doentes está assegurada. Todos reservaram alas para casos de covid-19. No Conceição, a emergência foi dividida em três – triagem, coronavírus e outras doenças -, e visitantes só podem circular após terem febre testada e receberem passaporte que libera o acesso.
Na emergência geral, a média diária de pacientes caiu de 200 para 60. A suspensão de consultas em ambulatórios e a orientação da prefeitura da Capital para que o Samu encaminhe somente pacientes relacionados ao coronavírus também influenciou na queda, conclui o gerente de internações de emergência do Grupo Hospitalar Conceição, Alexandre Bessil. O médico sublinha, contudo, a contraindicação de atrasar tratamentos:
– Ninguém deve ficar em casa aguardando que se agravem seus sintomas por medo da covid-19.
No Moinhos de Vento, a média de atendimentos diários diminuiu 71% na emergência pediátrica e 41 % na adulta. Gerente médica do hospital, Gisele Bastos pede que o público busque o meio-termo: nem ir ao hospital por dor de cabeça passageira nem deixar de procurá- lo com formigamento no peito.
– Há casos em que o retardamento representa a chance de viver ou morrer. É grave – diz Gisele.
No Brasil, a Confederação Nacional de Saúde estima que a ocupação de leitos clínicos e de UTIs caiu pela metade nas unidades privadas.
– Foi forte a recomendação para que as pessoas fiquem em casa. Mas, para questões médicas, não dá. Ficar em casa com sintomas e sem atendimento é temerário – conclui Ana Aerts.
……………….

UOL

Medo de contágio esvazia setores de hospitais e laboratórios privados

Pacientes com outras doenças deixam de buscar atendimento
Enquanto os números de casos e de mortes causadas pelo novo coronavírus não param de aumentar, hospitais particulares, laboratórios e clínicas de diagnóstico por imagem enfrentam um paradoxo: pacientes com outras doenças estão deixando de buscar atendimento por medo da covid-19. A situação, segundo entidades que representam os estabelecimentos, ameaça o equilíbrio financeiro do setor de saúde suplementar.
Segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), o número de exames realizados caiu cerca de 80% desde que o novo coronavírus começou a se espalhar pelo país, entre o fim de fevereiro e o início de março. As cirurgias caíram pela metade. De acordo com o diretor executivo da entidade, Marco Aurélio Ferreira, a realização de procedimentos cirúrgicos corresponde a quase 50% do faturamento dos hospitais particulares.
A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) informou que as clínicas de diagnóstico por imagem registraram queda na procura de 70%, em média. Nos laboratórios clínicos, o atendimento caiu, em média, 60% se comparado ao movimento do mesmo período de 2019.
"É uma queda expressiva e generalizada. Há laboratórios operando com apenas 20% de sua capacidade", disse à Agência Brasil a diretora executiva da Abramed, Priscilla Franklin Martins. "A associação vem conversando com o Ministério da Economia, buscando alternativas como uma linha de crédito do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], que possa aliviar os empresários que precisam encontrar meios para manter seu quadro de funcionários e arcar com os custos fixos. Até porque, na hora em que esta pandemia passar, a demanda represada virá e precisaremos de capacidade para atendê-la", disse a executiva.
Além do apoio financeiro do banco público, a Anahp e a Abramed defendem que a população seja informada sobre a importância de não interromper tratamentos continuados, bem como da "segurança" de se submeter aos chamados procedimentos eletivos (considerados menos urgentes) e a exames clínicos. De acordo com Ferreira e com Priscilla, o objetivo é garantir não só a saúde financeira dos estabelecimentos particulares, mas também evitar que os pacientes interrompam ou adiem o início de tratamentos.
"Pedimos muito à ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar] que flexibilizasse um pouco sua orientação inicial sobre as cirurgias eletivas porque os hospitais estavam se esvaziando. Na última semana, a agência divulgou nota estimulando as pessoas a cuidarem da saúde, recomendando que os pacientes não interrompam os tratamentos. Desde então, já pudemos sentir certo aquecimento no movimento", comentou Ferreira, referindo-se a um comunicado que a autarquia divulgou.
Na nota, a ANS alerta sobre o risco da interrupção de tratamentos continuados e sobre a obrigatoriedade do pronto atendimento em casos urgentes. A agência também esclarece que, apesar da pandemia e das orientações de distanciamento social, jamais recomendou a suspensão ou proibiu a realização de internações e cirurgias eletivas.
"Acreditamos que chegamos a um bom ponto", disse Ferreira. "Agora, estamos trabalhando nestas três frentes: a retomada dos procedimentos eletivos, a continuidade do diálogo com as operadoras de planos de saúde – às quais pedimos que mantenham seus pagamentos em dia – e a busca da abertura de linhas de crédito do BNDES".
O diretor da Associação Médica Brasileira (AMB), José Bonamigo, disse que muitos pacientes adiaram não só os atendimentos mais simples, mas também os de maior complexidade – o que, segundo ele, deixou ociosos alguns serviços médicos não voltados ao atendimento de pessoas com síndromes respiratórias – inclusive em algumas unidades públicas.
"Há muitos hospitais e clínicas de medicina diagnóstica particulares querendo desesperadamente retomar suas atividades porque estão enfrentando dificuldades financeiras devido à redução expressiva do número de atendimentos. Temos notícias de que, em São Paulo, alguns hospitais reduziram a carga horária de alguns profissionais. E até mesmo de alguns casos de demissões – o que parece surpreendente considerando o momento", afirmou Bonamigo.
Marco Aurélio Ferreira, da Anahp, diz não ter conhecimento de demissões em hospitais particulares. "Estamos vendo muitos hospitais privados contratando profissionais para o lugar daqueles que foram atingidos pelo novo coronavírus. Hoje, cerca de 3% dos nossos profissionais [que atendem a pessoas infectadas pelo novo coronavírus ou suspeitas de terem contraído a covid-19] estão afastados por causa da doença ou da suspeita de estarem doentes. A respeito de demissões em outros setores [cujos médicos não atendem aos infectados], não tenho informação".
O diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Gerson Salvador, confirma as demissões, embora afirme que a entidade não tem números. De acordo com Salvador, os maiores prejudicados foram os profissionais que atuam com procedimentos eletivos, entre eles anestesistas – informação mencionada também por Bonamigo, da AMB. "Um absurdo, pois ninguém tem tanta habilidade ao entubar um paciente quanto esses médicos, que podem vir a ser fundamentais na linha de frente do tratamento de pessoas com a covid-19", diz Salvador.
Vários dos entrevistados pela Agência Brasil mencionaram o receio de que, ao evitar hospitais e laboratórios clínicos, muitas pessoas interrompam tratamentos ou adiem o diagnósticos de doenças, retardando, desnecessariamente, o início da terapia.
"As pessoas estão com medo de ir aos laboratórios. O que é preocupante", disse Priscilla. "Os pacientes estão receosos de buscar atendimento para outras doenças, o que pode resultar em agravos à saúde. Temos observado pessoas com quadros preocupantes, como dor torácica ou sintomas neurológicos, retardando a ida ao hospital por medo de se contaminar", reforçou Bonamigo.
Para Daniel Knupp, da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), a situação é preocupante. "As pessoas não podem deixar de fazer algumas consultas e procedimentos, caso contrário as consequências podem ser piores. Mas é bom lembrar que em momento algum houve orientação para que esses atendimentos fossem interrompidos. A recomendação foi para que fossem adiadas as cirurgias eletivas, como, por exemplo, uma cirurgia plástica.
Quem tem uma insuficiência renal, disse Knupp, não pode ficar sem controlá-la. Quem tem um câncer não pode deixar o tratamento de lado. Há pacientes com transtornos de ansiedade que vão precisar aumentar a dose de medicamentos por causa de toda esta situação; pacientes com hipertensão…enfim, a dificuldade, muitas vezes, está nos serviços conseguirem se organizar para atender às pessoas com síndromes respiratórias ou com suspeita de coronavírus, ao mesmo tempo em que oferecem assistência às demais".
Para Salvador, do Simesp, compete ao Estado estabelecer diretrizes e "organizar" a oferta, levando em conta a demanda pelos serviços de saúde.
"Estamos vendo uma parte do sistema de saúde sobrecarregada e outra parte ociosa, o país precisando de leitos hospitalares e de mão de obra qualificada. Então, cabe ao Estado assumir a gestão e distribuir esses recursos de maneira igualitária para que um paciente que precise de um leito, por qualquer motivo, seja atendido, independentemente se no sistema público ou no privado. O que não podemos é ter gente morrendo por falta de leitos enquanto há setores ociosos em hospitais e médicos sendo demitidos", disse Salvador, manifestando o receio de que, a título de socorrer hospitais e laboratórios privados, pessoas sejam incentivadas a procurar ajuda, mesmo em casos que podem ser adiados sem maiores riscos.
"É preciso cuidado para que um estímulo à retomada de procedimentos eletivos não represente apenas a preocupação com os lucros imediatos. Por isso, a meu ver, o melhor, por ora, é que os recursos privados estejam à disposição do SUS [Sistema Único de Saúde], com os estabelecimentos privados sendo devidamente remunerados por isso", propôs Salvador.
A Anahp minimiza os riscos. "Há, nos hospitais, estruturas diferenciadas, preparadas para atender os casos da covid-19 e outras estruturas separadas, nas quais são tomados todos os cuidados necessários ao atendimento dos outros pacientes. Os hospitais estão preparados e têm dado provas disso. É preciso levar em conta a realidade local. Se houver mais casos da covid-19, é óbvio que todos os demais serviços devem ser paralisados. Caso contrário, vamos atender aos outros pacientes".
Consultado, o Ministério da Saúde informou que, "devido ao momento de emergência em saúde pública, tem orientado os gestores, por meio de notas técnicas, a manter os atendimentos essenciais, suspendendo ou adiando aqueles procedimentos eletivos que não necessitam de urgência para realização". O objetivo, segundo a pasta, "é desafogar os leitos para casos graves da covid-19 e as demais situações emergenciais do sistema de saúde".
"Além disso, o acompanhamento de pacientes de outras doenças pode ser mantido por meio de outras alternativas", sustenta o ministério, sem fazer distinção entre serviços públicos e privados. "Os gestores locais podem optar por iniciativas como a telemedicina, visitas domiciliares, fazer busca ativa de pacientes que necessitam ter suas doenças controladas, atendimento em áreas separadas dos casos da covid-19, entre outras, de acordo com a realidade local e com as medidas de precaução adequadas".
………………


VALOR ECONÔMICO

Apenas 9 operadoras, menos de 1% do setor, aderem ao programa de ajuda da ANS

A maioria quase que absoluta das operadoras de planos de saúde não aceitou as condições impostas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar
Apenas nove operadoras de planos de saúde aderiram ao programa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que liberou cerca de R$ 15 bilhões das reservas técnicas do setor.
Essas nove operadoras juntas têm 323,6 mil usuários, o que representa menos de 1% do total do setor que tem 47 milhões de beneficiários.
As operadoras que vão participar do programa da ANS são: Alice Operadora, Bio Saúde, Sistemas e Planos de Saúde, Med-Tour, Terramar, Unimed do Sudoeste, HBC Saúde, AMHA Saúde e Polimédica Saúde.
Essas operadoras poderão usar os recursos liberados pela ANS desde que cumpram algumas exigências como aplicar o dinheiro para pagamento de prestadores de serviço e não cancelar contratos inadimplentes de planos individuais, coletivos por adesão e de pequenas e médias empresas com até 29 vidas.
A maioria quase que absoluta do setor não aceitou as condições impostas pela agência reguladora. O principal argumento do setor é que dos R$ 15 bilhões liberados, uma fatia de R$ 10,5 bilhões referente à Peona (provisão para pagar procedimentos médicos que são cobrados nos meses seguintes à data de realização), precisa ser restituída dentro do próprio mês.
As operadoras pediam as mesmas regras concedidas para as reservas para pagamentos de procedimentos realizados no SUS. Neste caso, a ANS liberou R$ 1,4 bilhão que poderão ser quitados em 24 meses a partir de 2021.
……………

Telemedicina quebra resistências e ganha espaço no isolamento

As tecnologias de telemedicina ganharam espaço no setor público e privado de saúde no Brasil nesta crise. A necessidade de isolamento social impulsionou fortemente o uso dos recursos digitais para atendimentos e troca de informações entre profissionais da medicina. "Estamos atendendo 600 pacientes por dia pelo pronto-socorro digital Einstein Conecta, só de casos que não são ligados ao covid-19", diz Eduardo Cordioli, gerente médico de telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein.
Segundo Cordioli, 85% desses pacientes recebem orientação a distância, e deixam de ir ao pronto-socorro físico, desafogam o atendimento presencial e evitam exposição desnecessária em meio à pandemia. Além disso, o hospital realiza cerca de 1 mil consultas médicas a distância por mês. "Há uma série de especialidades que podem ser muito bem-atendidas pela telemedicina, como dermatologia, oftalmologia e diagnóstico por imagem", avalia.
Até práticas como exames abdominais, que exigem a presença física, poderão, no futuro, ter alternativas seguras para consulta a distância, prevê Cordioli. "O que vimos até agora, é a ponta do iceberg", diz.
Guilherme Weigert, presidente da Conexa Saúde, plataforma de telemedicina usada por hospitais e operadoras de saúde, diz que houve um salto na utilização do serviço nas últimas semanas. "Estamos prestando de 5 mil a 6 mil atendimentos por dia", explica.
A empresa fechou parceria para oferecer a solução a associados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e também planeja ampliar suas ofertas em novas áreas, como a realização de teleconsultas para pacientes sem acesso a planos de saúde. Weigert acredita que a experiência do público com a telemedicina durante o período da pandemia deve reduzir a resistência do brasileiro contra essa modalidade. O crescimento rápido anima a Conexa Saúde para sua quarta rodada de captação de seed money, prevista para ser realizada entre o final de abril e o começo de maio.
As ferramentas de telemedicina também têm servido de apoio à rede de saúde, na linha de frente de combate ao novo coronavírus. O Hospital das Clínicas de São Paulo, instituição de referência no tratamento da covid-19, vem promovendo o contato de suas equipes de especialistas com médicos dos hospitais Ipiranga, Mandaqui, Vila Penteado e do Hospital Regional de Osasco. Até o final de abril, outras seis unidades de saúde seriam incorporadas à chamada TeleUTI.
A TeleUTI funciona como uma rede fechada, sem acesso público, e foi desenvolvida pelo hospital, com o apoio da Rede Nacional de Pesquisa. Seu objetivo é reunir mais de 100 hospitais do Estado, para que os profissionais discutam casos mais graves da covid-19 e troquem sugestões.
"Já vínhamos estudando esse projeto desde o ano passado, como prevenção a possíveis pandemias, e o processo foi acelerado em função do tsunami provocado pelo novo coronavírus", explica Carlos Carvalho, diretor do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas.
Para Marco Antonio Gutierrez, líder do Laboratório de Informática Biomédica do Incor, a emergência sanitária do Covid-19 vai provocar uma discussão na sociedade sobre a regulamentação da telemedicina no Brasil. Segundo ele, há um potencial enorme para uma série de serviços, como o telemonitoramento de pacientes. O próprio Incor trabalha no desenvolvimento de um oxímetro, aparelho que mede a saturação de oxigênio no sangue, que seria equipado com conectividade bluetooth, para reduzir a exposição dos enfermeiros à covid-19, permitindo que acompanhem os indicadores do paciente sem entrar no quarto.
"Nem todas as especialidades poderão fazer atendimento a distância, e temos que discutir pontos importantes, como a proteção aos dados e à privacidade dos pacientes", destaca Gutierrez. "Mas há uma grande expectativa que a regulamentação definitiva venha a ser aprovada depois da crise."
Na prática, a telemedicina é regulamentada no Brasil desde 2002, pelo Conselho Federal de Medicina. No entanto, o Ministério da Saúde editou portarias liberalizando o uso da tecnologia, temporariamente, durante a pandemia. Além disso, uma nova lei foi aprovada na Câmara e no Senado, e aguarda sanção presidencial. De acordo com a nova legislação, o CFM deve regulamentar a prática. "A expectativa é que a regulamentação definitiva aconteça no segundo semestre", explica Donizetti Giamberdino Filho, vice-presidente do CFM.
Giamberdino ressalta que a telemedicina nunca poderá substituir inteiramente o atendimento presencial, e que a prática precisa ser implementada com segurança, dando preferência ao uso em consultas de acompanhamento ou de teletriagem. "Vamos estudar os erros e acertos na adoção da tecnologia, para estabelecer uma regulamentação que seja melhor para a medicina e para a sociedade brasileira", conclui.
…………..

O GLOBO

O risco do falso negativo
CONFIABILIDADE D0 TESTE RÁPIDO É BAIXA, DIZ ESTUDO

Os testes rápidos de detecção de anticorpos para a Covid-19 são ferramentas úteis para estudos epidemiológicos, mas seu uso em clínica médica ainda é controverso. As marcas disponíveis no Brasil, segundo estudo da Fiocruz, têm em média risco relativamente alto para falsos negativos -situação em que o examinado tem o vírus, mas o teste não o detecta.
De acordo com o trabalho, liderado pelo hepatologista Hugo Perazzo, a maioria dos testes disponíveis é capaz de detectar bem anticorpos do tipo IgG, que aparecem nos pacientes tardiamente e se sustentam a longo prazo. O problema maior é com a detecção de anticorpos do tipo IgM, que emergem com cerca de uma semana após os sintomas iniciais.
"Esses testes podem ser úteis para testagem emergencial durante a pandemia de Covid-19 no Brasil", afirmam os autores do trabalho. "Mas é importante ressaltar a alta parcela dos resultados falsos negativos de testes que detectam anticorpos negativos para o anticorpos IgM de Sars-CoV-2 no curso inicial da doença, além da escassa validação baseada em evidências em resultados publicados no Brasil."
Em outras palavras, fazer o teste de anticorpos -conhecido também como sorológico-é fácil. Mas a interpretação dos resultados precisa de cuidado.
Os testes avaliados no estudo, publicado na revista "The Brazilian Journal of Infectious Diseases", eram todos os 16 que já haviam sido aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de abril. Agora, são 43.
COMPRA PELO GOVERNO
Entre os que o trabalho analisou estão da Wondfo, empresa chinesa que forneceu 5 milhões de testes para o governo brasileiro. Ele tem uma sensibilidade declarada ligeiramente melhor que a dos concorrentes (86% contra 82% da média dos outros). Mas isso ainda representa um risco de falso negativo de 14%, considerado alto para uso em clínica médica.
-E esse teste tem um problema: ele não diferencia IgM de IgG -diz Perazzo.
Isso quer dizer que, quando alguém testa positivo por essa marca de exame sorológico, o médico não sabe se a pessoa está produzindo anticorpos por causa de uma infecção recente (IgM) ou já se recuperou da doença há tempos e possui anticorpos de longa duração (IgG).
Essa informação pode ser complementada por um exame clínico de sintomas, afirma o médico, mas é um fator a mais a considerar para quem usa o teste.
De modo geral, infectologistas não recomendam a conclusão de processos diagnósticos apenas com exames sorológicos. O ideal é ter o teste RT-PCR, que detecta a presença do vírus ativo no organismo por meio de seu material genético.
Testes sorológicos, por serem fáceis de aplicar (em geral com uma picada node-ao para extrair uma gota de sangue), são muito mais práticos para uso em grandes pesquisas. O levantamento da Universidade Federal de Pelotas, que busca estimar a incidência da Covid-19 no Brasil, por exemplo, usa os testes da Wondfo.
– Mas o teste sorológico, para fins individuais, é uma porcaria – ressalta o infectologista Mauro Schechter, professor titular da UFRJ. – Usá-los para avaliar uma população grande como um todo está tudo bem. Depende de qual objetivo você tem com o teste. Uma coisa é acompanhar a doença em uma população, outra coisa é fazer diagnóstico clínico para um só indivíduo.
O Ministério da Saúde afirmou que os testes da Wondfo seriam usados inicialmente para fazer triagem de profissionais de saúde infectados pelo novo coronavírus, para decidir quando podem voltar a trabalhar. "Esse teste foi analisado pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fiocruz, e obteve parecer satisfatório", afirma o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde em 9 de abril.
A Celer, empresa de biotecnologia que importa o teste da Wondfo para o Brasil, emitiu um comunicado em seu site destacando a informação: "O instituto de pesquisa não encontrou nenhum falso negativo em amostras analisadas do teste, isto é, 100% apresentaram o resultado esperado".
VALIDAÇÃO PREMATURA
A nota da empresa, porém, omite a informação de que o laudo emitido em 5 de abril pelo INCQS tinha como base o desempenho do teste em somente 18 indivíduos.
– Uma análise com 18 amostras é nada. Não posso garantir que aquilo funciona 100% baseado em 18 amostras. Precisa de um cálculo amostrai, que chegaria a um número muito maior do que 18, para validar um teste -explica Perazzo.
Outro uso que está sendo considerado para testes sorológicos é nos países que buscam conceder liberdade de circulação a pessoas com anticorpos IgG contra a Covid-19. Em tese, essas pessoas estariam imunes ao vírus e não contribuiriam para sua disseminação, mas a ideia é controversa.
– É preciso saber se aquele anticorpo específico dosado naquele teste protege o indivíduo e qual o nível protetor – diz Schechter. – Não se sabe se a infecção natural por Sars-CoV-2 leva a uma proteção nem quão duradoura essa proteção é.
………………

O POPULAR

139 leitos de UTI são habilitados em Goiás

O  Ministério da Saúde anunciou na última segunda-feira (27) a habilitação de 139 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o combate ao novo coronavírus em Goiás. De acordo com os dados da portaria, divulgada nesta terça-feira (28), Goiás foi o quarto Estado que mais habilitou leitos críticos junto ao MS para receber verba federal. As vagas e o recurso, que totaliza cerca de R$ 20 milhões, estão distribuídos entre oito unidades hospitalares.
O Estado ficou atrás de São Paulo, com 740 UTIs habilitadas; de Pernambuco, com 251; e do Ceará, com 180. O custeio será em caráter emergencial pelo prazo de 90 dias, mas pode ser prorrogado.
"Agora a gente vai ter o leito e a remuneração federal para pagar o leito. Isso diminui o ônus do Estado", explicou o titular da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), Ismael Alexandrino.
Entre os hospitais contemplados em Goiás há unidades públicas e privadas. As particulares recebem por vagas ofertadas para o Sistema Único de Saúde (SUS). "Estes são leitos que a gente já vinha trabalhando no planejamento para ampliar o uso deles no SUS. Alguns não existiam", disse o secretário.
Goiânia concentra a maior parte dos leitos. São 30 na Maternidade Célia Câmara (R$ 4.320.000), 20 no Hospital de Urgências de Goiânia (R$ 2.880.000), 12 no Hospital Ismael Queiroz (R$ 1.728.000) e 10 no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (R$ 1.440.000).
Na região metropolitana, o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap), também com 30 leitos, receberá R$ 4.320.000. No interior, foram contemplados: o Hospital Municipal Porangatu, com R$ 2.160.000 por 15 leitos; o Hospital Nasr Faiad, com R$ 1.728.000 por 12 leitos; e o Hospital das Clínicas Dr. Serafim de Carvalho, com R$ 1.440.000 por 10 leitos.
O superintendente de Atenção Integral à Saúde da SES, Sandro Rodrigues, destaca que os 139 leitos são novos e deverão ser acrescidos no total que já vem sendo ofertado pelo Sistema Único de Saúde. Para ele, a medida contribui para reduzir a taxa de ocupação das UTIs em Goiás para o enfrentamento do novo coronavírus. Reportagem publicada m nonteo POPULAR mostrou que 73% das unidades críticas do Estado dedicadas para atender pacientes com Covid-19 estão ocupadas.
"Já existia uma previsão de suporte federal. Então, o financiamento tripartite entra em cena. O MS vai repassar cerca de R$ 1.600 por leito. Via de regra, este valor não paga uma diária de UTI para esses pacientes, que custa em média R$ 2.200", disse o superintendente, que preferiu não precisar datas para que eles sejam liberados. "Todos os hospitais estão em ritmo acelerado para se organizarem, caso ainda não estejam prontos", afirmou.
Fundo
O repasse dos recursos está previsto no artigo terceiro da portaria publicada pelo MS. O documento diz que "o Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a transferência, regular e automática, do montante estabelecido ao Fundo Municipal de Saúde de Goiás". O valor deverá ser pago pelo MS "em parcela única, mediante processo autorizativo encaminhado pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde."
"Parece ter havido erro na escrita da portaria, porque esse fundo não existe. Já notificamos o MS", explica o superintendente.
Rodrigues também destaca que algumas unidades com leitos aprovados pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB) não foram contempladas. Ficaram de fora os leitos de todos os hospitais de campanha previstos no Estado, do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol) e do Hospital de Doenças Tropicais (HDT).
………………

ESTADÃO

Grandes hospitais paulistas receitam cloroquina para pacientes graves, mas evitam uso em casos leves

CFM liberou prescrição de remédio para casos não críticos de covid; ainda não há estudos conclusivos sobre a eficácia do medicamento para o vírus
SOROCABA – Entre grandes hospitais públicos e privados de São Paulo, a maioria receita a cloroquina para pacientes graves de coronavírus , mas o uso do remédio para casos leves. Na semana passada, o Conselho Federal de Medicina (CFM) liberou a prescrição do remédio para pacientes críticos ou não , mas ainda não há pesquisas que comprovem a eficácia do medicamento contra a covid-19.
De dez hospitais públicos e privados paulistas ouvidos pelo Estado , oito receitam a cloroquina para casos graves – um deles indica também para os leves. Só dois recomendam que seus médicos não prescrevam cloroquina ou hidroxicloroquina a pacientes com coronavírus, por causa da falta de estudos conclusivos. Duas das unidades relatam ter observado resultados positivos do remédio, que já é usado há décadas contra malária e lúpus. O governo, o CFM e os especialistas destacam que não pode haver uso preventivo.
O Hospital Israelita Albert Einstein informou que administra a hidroxicloroquina apenas para pacientes graves, no chamado uso compassivo. O Einstein coordena o estudo da coalizão Covid Brasil, composta por 70 hospitais públicos e privados e várias organizações, entre elas a Rede Brasileira de Pesquisa em UTI (BricNet), para testar a eficácia do medicamento contra a doença. No hospital, pacientes com quadro grave podem receber a hidroxicloroquina isolada ou em associação com azitromicina (antibiótico).
O Sirio-Libanês , que também faz parte do estudo, disse que a decisão de administrar ou não o medicamento cabe às equipes médicas. "O uso não é proibido, mas também não é recomendado. O uso do remédio, quando feito, requer cautela, pois pode apresentar em alguns pacientes toxicidades importantes, cardíacas e hepáticas, com potencial de mortalidade", informou. Segundo o Sirio, não foi possível avaliar os efeitos do medicamento, pois os estudos ainda estão em andamento.
O Hospital 9 de Julho , outra instituição privada, informou que até agora não há evidências científicas de que a hidroxicloroquina seja eficaz no tratamento do coronavírus, apesar de estudos iniciais apresentarem bons resultados. "Por isso, seguimos a recomendação do Ministério da Saúde de utilização do medicamento apenas em casos graves ou críticos", disse, em nota.
Já a rede Prevent Senior diz usar a hidroxicloroquina em pacientes graves e também no início do tratamento, conforme critério médico e as normas do CFM, segundo informou. A operadora de saúde chegou a divulgar um estudo preliminar sobre a eficácia da hidroxicloroquina, em associação com a azitromicina, em pacientes com covid-19, em que os médicos relataram resultados satisfatórios. Mas após poucos dias, o estudo, que envolveu uso do medicamento até em pacientes sem diagnóstico confirmado de covid, foi suspenso pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) por ter sido iniciado antes de aval do órgão , além da suspeita de outras irregularidades.
O Hospital das Clínicas de São Paulo , maior complexo hospitalar da América Latina, informou seguir o protocolo do Ministério da Saúde, "mas o uso da cloroquina não é uma recomendação institucional". Consultado, o Hospital Emílio Ribas , referência nacional em doenças infectocontagiosas, não deu retorno, mas a reportagem apurou que os médicos prescrevem a hidroxicloroquina a pacientes em estado grave.
O Hospital de Base de Rio Preto , referência para 102 municípios do interior, não utiliza a cloroquina fora do contexto de pesquisa clínica, nem para pacientes graves. "A decisão foi tomada após avaliação criteriosa dos médicos intensivistas da instituição diante da falta de orientação clara para seu uso e da inexistência de dados de literatura médica.
A medida é extensiva ao Hospital da Criança e Maternidade , que integram o mesmo complexo hospital ligado à Faculdade de Medicina de Rio Preto. "Na hipótese de familiares e responsáveis pelo paciente aventarem a possibilidade de se ministrar a cloroquina, os médicos adotam como procedimento padrão esclarecer a eles sobre os possíveis eventos adversos oriundos do uso do medicamento, posicionando-se contra adotá-lo no tratamento do paciente."
O Conjunto Hospitalar de Sorocaba , maior complexo de hospitais do sudoeste paulista, mantido pelo Estado com gestão do Serviço Social da Construção (Seconci), informou que o uso da cloroquina fica sujeito a critérios de cada médico, mas de acordo com os protocolos do ministério. A pasta indica o uso apenas em casos graves.
O Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas, referência para 6,5 milhões de habitantes em 86 cidades, orienta seus médicos a não prescreverem cloroquina. A unidade diz que, ouvindo especialistas na área, corrobora as recomendações dos órgãos sanitários e da comunidade médico-científica mundial de que não há, até o momento, evidência científica suficiente baseada em ensaios clínicos com humanos sobre a eficácia desses medicamentos.
Segundo a Unicamp, os estudos indicam que o uso da cloroquina é prematuro e potencialmente prejudicial por causa dos efeitos colaterais amplamente conhecidos pela comunidade médica. "No momento, a administração da cloroquina e seus derivados para a covid-19 deveria ocorrer apenas em ensaios clínicos controlados para pacientes internados, sob supervisão médica diz a nota.
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, vinculado à Unesp, informou que faz uso da cloroquina apenas em situações especiais, como uso compassivo, e em ensaios clínicos. O hospital é referência para casos graves de coronavírus em uma região com dois milhões de habitantes.
De acordo com o infectologista Alexandre Barbosa, a posição do CFM é de que o médico pode prescrever se achar que terá benefício no uso compassivo, quando não há muito a se fazer, se a família ou o paciente concordar. "Cada médico deve decidir isso de acordo com a gravidade do caso, mas o uso não pode ser feito prioritariamente fora do ambiente de ensaio clínico."
O HC da Unesp participa de pesquisas da Covid Brasil com a hidroxicloroquina, aplicada em três níveis de tratamento dos pacientes com coronavírus – ambulatório, enfermaria e internados em UTI. "Os resultados ainda não são definitivos, pois não temos o número suficiente de pacientes tratados para uma conclusão. Fora que é um estudo multicêntrico, não é só nosso, e será juntado com o resultado do Brasil todo. Assim que tivermos o resultado de 150 pacientes em nível nacional é que os resultados do medicamento na covid-19 serão avaliados", disse Barbosa.
A pesquisa coalizão Covid Brasil sobre a eficácia da hidroxicloroquina foi dividida em três grupos. O primeiro envolve 630 pacientes com nível moderado da doença, sem sintomas graves, mas que se encontram internados em unidades semi-intensivas e UTI. O segundo grupo, formado por 440 pacientes com sintomas graves e na UTI, vai receber a hidroxicloroquina associada à azitromicina.
Já o terceiro grupo reúne 290 pacientes de extrema gravidade, com síndrome de angústia respiratória aguda. Nesse caso, será avaliado o uso de corticosteroides (terapia anti-inflamatória potente) na redução dos dias de ventilação mecânica e de mortalidade entre esses pacientes. Os três estudos serão simultâneos e a parte preparatória já foi concluída. A fase atual é de recrutamento dos pacientes.
O Ministério da Saúde estabeleceu diretrizes para diagnóstico e tratamento da covid-19, orientando o uso da cloroquina como opção para quadros graves (pacientes internados com pneumonia viral), ressalvando que o uso se restringe a casos confirmados, devendo ser feito conforme orientação médica e em conjunto com outras medidas de suporte. A pasta informou que monitora os estudos de eficácia e segurança da cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes com a doença e, em qualquer momento, poderá modificar sua orientação quando ao uso destes fármacos.
Segundo Alessandro Silveira, coordenador de microbiologia clínica da Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBM), a hidroxicloroquina foi modificada em laboratório para diminuir sua toxicidade – pode causar danos cardíacos e hepáticos – o que torna seu uso mais seguro e seu preço mais caro em relação à cloroquina.
Ele, também professor de Medicina, Farmácia e Biomedicina da Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), em Santa Catarina, alguns estudos mostram que a cloroquina foi eficaz no tratamento da covid-19, enquanto outros demonstram que não houve diferença na melhora ou piora do paciente.
………………………..

A REDAÇÃO

Divulgado escalonamento de horários para abertura do comércio em Goiânia

Medida entra em vigor nesta quarta-feira (29) | 28.04.20 – 19:08

Goiânia –  A prefeitura de Goiânia decretou na tarde desta terça-feira (28/4) o escalonamento de horários para o início do expediente diário do comércio, indústria e prestação de serviços no âmbito do município. O escalonamento entra em vigor a partir desta quarta-feira (29).

Segundo a prefeitura, as medidas, tomadas por deliberação do Gabinete de Gestão de Crise COVID-19, visam diminuir o fluxo de passageiros nos terminais de embarque e desembarque do sistema de transporte coletivo que atende a grande Goiânia, principalmente no chamado horário de pico, e assim minimizar o risco de propagação do novo coronavírus.

Segundo o prefeito  Iris Rezende, as medidas que estão sendo adotadas a partir da edição do novo decreto municipal foram tomadas com a participação do governador Ronaldo Caiado e acertadas durante uma audiência realizada na manhã desta terça-feira entre os dois gestores. “As ações da prefeitura e do governo de Goiás estão focadas no sentido de minimizar todas as dificuldades vividas por quase todos os segmentos sociais e econômicos da nossa cidade e do nosso Estado”, disse.

De acordo com o documento assinado pelo prefeito Iris Rezende, que foi publicado nesta terça-feira (28) no Diário Oficial do Município, os vários segmentos das atividades econômicas estabelecidos no município de Goiânia deverão obedecer uma escala de horários para o início de atendimento ao público e, evidentemente, para início do turno de trabalho dos seus colaboradores. O decreto estabelece escala com cinco intervalos de horários distintos para o início do funcionamento das empresas, começando às 5h da manhã e prosseguindo até às 10h, com intervalo de abertura de uma hora entre cada segmento.

Ficou definido que aos estabelecimentos autorizados a funcionar durante 24 horas não se aplica a recomendação prevista no decreto, ficando recomendado que as trocas de turnos ocorram de maneira a não sobrecarregar o transporte público. O decreto do chefe do executivo municipal determina, ainda, que as concessionárias de transporte público coletivo urbano deverão observar, rigorosamente, no âmbito do município de Goiânia, o limite de capacidade de passageiros sentados, sendo proibido o embarque nos veículos acima deste limite, em conformidade com o disposto na legislação relativa ao enfrentamento da pandemia da covid-19. Além disso, deverão adotar medidas de higienização e ventilação nos veículos que operam na capital.

Confira como ficou o escalonamento:

Começam entre 5 e 6 horas
Limpeza urbana e coleta de lixo, excetuada a limpeza púbica
Postos de Combustíveis
Panificadoras

Começam entre 6 e 7 horas
Área de saúde, como serviços ambulatoriais em hospitais, clínicas, laboratórios, etc
Indústrias alimentícias
Indústrias farmacêuticas/medicamentos
Construção Civil
Supermercados

Começam entre 7 e 8 horas
Empregados domésticos e diaristas
Vigilantes, zeladores e porteiros
Farmácias e drogarias
Oficinas mecânicas e borracharias

Começam entre 8 e 9 horas
Lojas de produtos agropecuários e veterinários
Hospitais e clínicas veterinárias
Agências lotéricas

Começam entre 9 e 10 horas
Bancos
Revendas/concessionárias de veículos
Barbearias e salões de beleza
…………………

Aprovação de testes rápidos da covid-19 em farmácias preocupa entidades
Nota emitida cita "baixa eficiência" | 28.04.20 – 17:54

Goiânia – Após a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta terça-feira (28/4), para a realização de testes rápidos da covid-19 em farmácias e drogarias, entidades da área da saúde demonstram preocupação com o método.

Em nota assinada pelas Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Associação Brasileira de Biomedicina (ABBM), Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), é feito um alerta sobre evidências de que os testes rápidos apresentariam “grande variação de qualidade e desempenho". “Países como Espanha e Itália já devolveram aos fabricantes milhões de kits com baixa eficiência”, diz o texto.

“Entendemos que a missão da Anvisa é proteger a população promovendo o controle sanitário da produção e consumo de produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária em uma ação integrada e coordenada com o Sistema Único de Saúde. Entretanto, não verificamos (…) citações sobre condicionantes ou mesmo a preocupação com a garantia de qualidade dos testes rápidos”, afirma a nota.

As entidades ainda destacam os requisitos essenciais para a obtenção de resultados confiáveis em testes laboratoriais remotos. “Entre os pontos destacados pela legislação estão a necessidade de validação dos dispositivos, registros que assegurem a rastreabilidade, capacitação dos operadores, controle de qualidade e detalhamento das informações que devem constar nos laudos.”

“Desta forma, esperamos que as vigilâncias sanitárias municipais ou estaduais possam exercer seu poder de fiscalização sobre os testes rápidos, a fim de beneficiar a saúde pública e garantir a segurança dos cidadãos brasileiros”, segue o texto.

Por fim, as entidades ressaltam o apoio às ações que contribuam para o acesso da população a exames laboratoriais relacionados à covid-19, mas “desde que sejam asseguradas as boas práticas durante a realização dos testes e a segurança da população.”
……………………..

JORNAL OPÇÃO

Governo Federal gastou R$ 1 bi em material de saúde com dispensa de licitação

Por Marcos Aurélio

Entre os itens comprados, estão álcool em gel, sabonete líquido, termômetros digitais, máscaras e equipamentos mais complexos, como respiradores

Os gastos do governo federal com a compra simplificada de material de combate ao novo coronavírus superou a marca de R$ 1 bilhão, divulgou nesta terça-feira, 28 o Ministério da Economia. Desde 4 de fevereiro, ocorreram 2.140 compras com dispensa de licitação, num total de R$ 1,1 bilhão.
Entre os itens comprados, estão álcool em gel, sabonete líquido, termômetros digitais, máscaras e equipamentos mais complexos, como respiradores. A compra com dispensa de licitação está autorizada pela Lei 13.979, sancionada no início de fevereiro.
Os órgãos que mais fizeram compras com dispensa de licitações foram a Fundação Oswaldo Cruz, com R$ 436,09 milhões (39,76% do total gasto); o Ministério da Saúde, com R$ 231,38 milhões (21,1%); e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, com R$ 169,53 milhões (15,46%).
Alguns estados e o Distrito Federal compraram materiais com dispensa de licitação por meio do Sistema de Compras do Governo Federal (Comprasnet). O Pará gastou R$ 27,53 milhões, seguido por São Paulo (R$ 220,2 mil) e pelo Paraná (R$ 30,4 mil). O Amapá desembolsou R$ 18,07 mil, e o Rio de Janeiro, R$ 10,2 mil. Rondônia, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal também fizeram compras por esse modelo, mas em valores inferiores a R$ 1 mil, cada um.
Medidas provisórias
Para acelerar ainda mais as compras públicas durante a pandemia, o governo editou as Medidas Provisórias (MP) nº 926  e nº 951.
A primeira estende a dispensa de licitação para qualquer insumo e serviço ligado ao enfrentamento da pandemia, inclusive serviços de engenharia para a construção e a reforma de unidades de saúde. A segunda MP permite a compra conjunta de itens com dispensa de licitação pelo Sistema de Registro de Preços, de forma que um órgão pode gerenciar uma compra com outros órgãos e até governos locais atuarem como participantes.
Segundo o Ministério da Economia, uma aquisição normal, por meio de pregão eletrônico, pode levar até 60 dias. Com as mudanças realizadas pelo governo, uma compra via dispensa de licitação pode ser concluída em dez dias. A compra simplificada vale apenas para os materiais e os serviços relacionados ao enfrentamento da pandemia. As demais aquisições devem ser realizadas pelos procedimentos tradicionais.
Ferramenta
Desde o início de abril, o Ministério da Economia oferece uma ferramenta para consultar as compras especiais sem licitação relacionadas ao enfrentamento da pandemia. Os valores gastos podem ser consultados no Portal de Compras. Os valores serão atualizados a cada 24 horas.
O site permite que o cidadão filtre a pesquisa por órgão, unidade da federação e data, sem necessidade de cadastro prévio. Os usuários podem obter dados como valores investidos, quantidades de itens adquiridos e detalhamento de cada aquisição ou serviço a ser prestado. É possível analisar também quais órgãos e em quais estados estão sendo realizadas as maiores aquisições.
Segundo a Secretaria de Gestão do Ministério da Economia, a ferramenta é importante para ampliar a transparência e prevenir a corrupção, ao permitir que a sociedade acompanhe como os recursos da União estão sendo gastos nos casos de dispensa de licitação para o combate à pandemia do novo coronavírus.
……………….