Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 29/06/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Mortes por data real da covid voltam a subir, mas seguem baixas

Mulher morre após lipoaspiração e família denuncia médico no DF

Fila de espera por transplante no País cresce 30,4% e chega a 50 mil pessoas

Goiás registrou 40 abortos legalizados de vítimas de estupro na rede pública estadual desde 2021, diz hospital

CCJ da Câmara aprova piso salarial para enfermagem

Anahp lança publicação para estimular a qualidade hospitalar

Goiás monitora primeiro caso suspeito de varíola dos macacos

Goiana ganha decisão judicial que obriga plano de saúde a pagar por retirada do útero

Profissionais de saúde temem a aplicação do remédio mais caro do mundo; entenda

Duas crianças morrem por dia devido a Covid-19 no Brasil

PODER 360

Mortes por data real da covid voltam a subir, mas seguem baixas

Depois de abril de 2022 ter o menor número de mortes por covid desde março de 2020, os óbitos tiveram leve alta em maio e em junho. É o que mostram os dados de mortes por data real ( sobre a estatística abaixo).

As mortes estavam em queda desde o final de janeiro de 2022, quando o Brasil enfrentou o pico da ômicron, variante mais transmissível do coronavírus. E voltaram a subir com o aumento atual de casos por causa das baixas temperaturas.

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Os números da covid-19 divulgados diariamente (óbitos por data de notificação) se referem à quantidade de vítimas informada às autoridades em 24 horas -não à data em que essas pessoas morreram. Só a estatística de mortes por data real mostra quantas pessoas de fato morreram em cada dia.

O dado, no entanto, demora para ser computado. Dessa forma, os números das últimas semanas ainda vão aumentar. Isso porque 3% dos óbitos ainda não tiveram sua data de ocorrência definida.

Os números foram divulgados no último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Eis a íntegra (9 MB) do documento, publicado na 2ª feira (27.jun).

O gráfico abaixo mostra que o número de mortes (por data de registro ou data real de ocorrência) caiu brutalmente nas últimas semanas, sinalizando o arrefecimento da covid-19.

Abril de 2022 foi o mês com menos mortes por covid-19 no Brasil desde março de 2020, quando foi registrada a 1ª vítima da doença no país. Até agora, 1.209 óbitos foram contabilizados naquele mês. Maio já tem 1.423 mortes computadas -alta de 18% frente a abril. Junho, com dados até dia 20, soma 1.520 (26% de aumento ante abril).

Os números, no entanto, continuam muito abaixo do auge da pandemia: em março de 2021, foram 81.622 mortes por causa da covid-19.

O recorde de óbitos neste ano foi em 27 de janeiro, quando 961 pessoas morreram pela covid-19. O dia com mais mortes durante toda a pandemia foi em 29 de março de 2021, com 3.492 vítimas da doença. É quase o quádruplo dos óbitos de 27 de janeiro.

MORTE DE COVID POR DATA REAL

Há duas estatísticas de mortes por covid-19. A mais conhecida é a das notificações: esse número é divulgado diariamente no Poder360.

O outro dado, mais preciso, é a data real da ocorrência do óbito. Mostra o dia em que as pessoas de fato morreram. Esse registro permite verificar de maneira mais precisa o estágio em que a pandemia se encontra.

Os gráficos desta reportagem mostram a diferença das duas estatísticas. Em laranja, está a quantidade de vítimas confirmadas em 24h pelo Ministério da Saúde -cada um desses óbitos pode ter ocorrido em diferentes datas. Já em azul está a quantidade de pessoas que de fato morreram naquele dia.

OÂ Poder360Â é o único veículo brasileiro que publica com frequência as estatísticas de mortes pelas datas em que realmente se deram. Saiba aqui como e de onde o jornal digital obtém dados sobre a pandemia.

O último boletim do Ministério da Saúde traz dados até meio-dia de 20 de maio. Das 669.390 mortes confirmadas até esse dia, 651.791 têm a data real conhecida. Ou seja, ainda não se sabe exatamente em que dia aconteceram 3% das mortes registradas até a última atualização dos dados.

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O ESTADO DE S.PAULO

Fila de espera por transplante no País cresce 30,4% e chega a 50 mil pessoas

Pelo menos nove pacientes morreram por dia à espera de transplante no primeiro trimestre deste ano, segundo relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (Abto). Enquanto isso, a lista ativa de pacientes adultos e pediátricos em espera ultrapassou os 50 mil. Foi um crescimento de 30,45% desde o início da pandemia de covid-19.

A crise sanitária causou aumento nas contraindicações médicas de doação e represamento de procedimentos, além de ampliar as mortes de pacientes em lista de espera. Mesmo com o aparente arrefecimento da pandemia, os dados do primeiro trimestre não são animadores, na visão de especialistas.

Presidente da Abto, Gustavo Ferreira destaca que a pandemia desestruturou o programa de transplante no Brasil, ao provocar impacto negativo no número de procedimentos e de doações, que vinham em alta. A queda se deu, explica Ferreira, por dois motivos principais: insegurança de movimentar um paciente debilitado e expô-lo ao vírus e por causa da pressão no sistema de saúde, que paralisou alguns centros de transplante e reduziu a ação de outros.

Em 2020, o Ministério da Saúde recomendou “contraindicação absoluta” para doação de órgãos e tecidos em caso de doador com teste positivo, por exemplo. A taxa de contraindicação passou de 15% em 2019, para 23% em 2021, reduzindo a efetivação das doações.

A mortalidade em fila também progrediu. Foram mais de 4,2 mil mortes em 2021, número que foi de 2,5 mil em 2019. Isso tem forte ligação com a contaminação por covid. “São pacientes mais vulneráveis”, destaca Ferreira. Mais de 71% eram pacientes à espera de transplante renal, que precisam fazer hemodiálise ao menos três vezes na semana.

O ano passado foi um dos piores para a atividade, especialmente o primeiro trimestre. Em números absolutos, os três meses iniciais de 2022 foram um pouco melhores. Na projeção anual, porém, “não foi bom”, destaca Valter Duro Garcia, responsável pelos transplantes renais na Santa Casa de Porto Alegre e editor do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) da Abto. No editorial trimestral, escrito por ele, a associação projeta queda nas taxas de transplantes de rim (-13,8%), fígado (-11,5%) e coração (-12,5%).

A taxa de efetivação de doação passou de 26,2% no fim de 2021 para 24,3% no primeiro trimestre deste ano. A queda foi acompanhada pelo crescimento da não autorização familiar para doação, que chegou a 46% – era 42% em 2021.

A contraindicação médica caiu, ficando em 21%, mas segue alta levando em consideração os níveis pré-pandemia. Em março, o governo flexibilizou as regras de doação em relação à covid para retomar os índices de antes da doença.

O QUE FAZER

Para atingir os níveis de 2019, Garcia destaca que é preciso “crescimento substancial” até o fim do ano. Ele aponta ser necessário aumentar a efetivação da doação e melhorar o aproveitamento de órgãos. E, principalmente, aprimorar o acolhimento a famílias de potenciais doadores. É preciso encarar também a desigualdade regional. “Os maiores centros de transplante estão localizados nas Regiões Sudeste e Sul. Enquanto Norte e Nordeste têm menor número dessa atividade”, diz Gustavo Ferreira, presidente da Abto.

O Ministério da Saúde afirmou ter lançado o Programa de Qualidade no Processo de Doação e Transplantes (Qualidot), com investimento de R$ 26 milhões, para qualificar estabelecimentos que atuam nesses procedimentos. O governo ainda destacou que atua na formação de profissionais para que façam o acolhimento das famílias.

ENQUANTO ESPERAM

Na fila, pacientes relatam piora do quadro, medo de pegar covid e perda de autonomia. Veneranda Gama da Silva, de 40 anos, ficou cerca de um ano e meio na fila de transplante hepático. Conseguiu fazer o procedimento em julho do ano passado, quando já estava bastante debilitada. “Eu estava com 40 quilos. Fraquinha, fraquinha. Só couro e osso.” Isso prejudicou sua recuperação.

A espera poderia ter sido menor. Para fazer o transplante, ela deixou Rio Branco, no Acre, e veio para a capital paulista. A viagem, que estava marcada para março de 2021, só pode ocorrer um mês depois. “O governado do Acre suspendeu todos os voos.” Aquele mês foi um dos piores para ela. “Eu passava dois dias em casa e o resto no hospital.” Além da dor, os dias na fila foram marcados pelo medo de deixar os quatro filhos desamparados – a mais nova tem 2 anos.

Necessitando de transplante duplo, de rim e pâncreas, desde 2020, Marla Patrícia Ramos, de 41 anos, temia ser infectada pelo coronavírus. “Quando peguei, chorei quase três dias seguidos achando que ia morrer”, conta. Hoje, ela aguarda por um transplante de pâncreas. O de rim foi feito há três meses.

Conseguir vencer a fila significará uma oportunidade de, finalmente, voltar para casa. Cerca de quatro anos atrás, conta, os rins “pararam de funcionar” em decorrência da diabete. Para fazer hemodiálise, precisou se mudar de Iturama, em Minas Gerais, para Votuporanga, em São Paulo. “Estou com saudade da minha casa, da minha avó, da minha mãe”, diz. “Tem três meses já que não vejo meus filhos.”

Antonio Carlos Rodrigues de Sousa, de 44 anos, disse não ter tido medo de se infectar. “Até porque eu não saía. Era de casa para a hemodiálise.” Essa foi sua rotina durante seis anos na fila de espera por transplantes de pâncreas e rim.

Morador de Vitória da Conquista, na Bahia, ele realizou em abril os transplantes em São Paulo. Dois meses após o procedimento, Antonio sonha em comer uma buchada e abrir uma loja. “Considero já ter uma vida normal. Agora é manter os cuidados e tocar o barco para frente.”

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PORTAL G1

Goiás registrou 40 abortos legalizados de vítimas de estupro na rede pública estadual desde 2021, diz hospital

Goiás registrou 40 abortos legalizados realizados por vítimas de estupro na rede pública estadual desde 2021, de acordo com dados divulgados pelo Hospital Estadual da Mulher (Hemu), em Goiânia. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), o hospital é único da rede pública a fazer o procedimento legalizado no estado.

Segundo o Hemu, ao todo, contando com os casos decorrentes de violência sexual, foram realizados 48 procedimentos na rede estadual desde o início de 2021. Destes, 18 ocorreram este ano em pacientes com idades entre 11 e 39 anos. No entanto, a maior parte tinha de 20 e 35 anos.

No hospital, o procedimento é oferecido desde 2005. O g1 solicitou os dados dos procedimentos realizados anteriormente, mas a instituição não divulgou.

De acordo com a instituição, na rede pública, o aborto legalizado é feito seguindo as instruções da portaria nº 2.561, do Ministério da Saúde, que foi publicada em 23 de setembro de 2020.

O aborto legal é oferecido de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é permitido em três casos, de acordo com a legislação brasileira:

No Hemu, a médica especialista em medicina do adolescente e coordenadora do ambulatório de apoio à vitima de violência sexual, Marce Divina de Paula, explica que as mulheres chegam até o hospital em busca do procedimento por “livre demanda” OU por encaminhamento.

“Pelo Código Penal Brasileiro, se exige apenas a vontade da mulher. Não se diz que precisa se ordem judicial e nem que precisa de um defensor. O código exige que se respeite a vontade da pessoa”, diz Marce.

Atendimento

De acordo com a médica Marce Divina, quando uma mulher dá entrada no Ambulatório de Apoio à Vítima de Violência Sexual para a realização do procedimento, ela é atendida por uma equipe multiprofissional, que conta com médicos, psicólogos e assistentes sociais.

“Ela é recebida por uma enfermeira, consulta com um médico e expressa o que ela deseja fazer. A assistência é integral, já que a violência não causa dano apenas ao corpo”, explica a coordenadora do ambulatório.

O próximo passo após a triagem é preencher o protocolo previsto na portaria do Ministério da Saúde, que deve ser assinado e aprovado por pelo menos três profissionais e pela diretoria técnica do hospital.

Marce explica que a aprovação do procedimento é comunicada à paciente durante uma etapa de entrevista, onde ela assina um termo de consentimento de riscos. Logo depois, são iniciados os protocolos para internação.

O que é necessário?

No único hospital da rede pública de Goiás que realiza o aborto legal são definidos os seguintes critérios para a realização do procedimento, conforme o que diz a legislação brasileira:

Como ele é feito?

De acordo com a norma técnica do Ministério da Saúde que regulamenta o aborto, sempre que possível deve ser oferecida à mulher a opção de escolha da técnica a ser empregada para a interrupção da gestação:

No Hemu, as três técnicas são oferecidas.

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METRÓPOLES

Mulher morre após lipoaspiração e família denuncia médico no DF

O marido de uma paciente que morreu após uma lipoaspiração no Distrito Federal abriu um boletim de ocorrência contra o médico cirurgião e denuncia que a família aguarda desde 18 de junho pelo prontuário do Hospital Daher, no Lago Sul, onde foi realizada a operação.

A advogada Elieni Prado Vieira, 56 anos, foi submetida a procedimento estético de hérnia umbilical, lipoaspiração do abdômen e abdominoplastia no dia 19 de maio. O cirurgião plástico trabalha em uma clínica privada, mas realizou a operação na paciente no Daher.De acordo com o policial militar Filipe Vieira Cedro, 27, filho de Elieni, ela teve alta no dia seguinte. No entanto, já no dia 21 de maio, a mulher começou a vomitar sangue, ficar pálida e apresentar falta de ar.”No terceiro dia, eu liguei para a secretária do médico e falei que ela estava bem mal. Levamos minha mãe na clínica dele, na Asa Sul, e ele tranquilizou a gente, falou que era normal da cirurgia. Nós ficamos tranquilos naquele momento, mas, enquanto isso, ela já estava com hemorragia interna”, comenta Filipe.

O filho da paciente, então, questionou uma amiga que já tinha feito lipoaspiração se ela passara por situação parecida. “Perguntei por quanto tempo ela sentiu esses sintomas e ela disse que não teve isso. Foi aí que fiquei preocupadíssimo.”

“Se minha mãe tivesse feito exame de sangue logo quando começaram os sintomas, teria descoberto e poderia estar aqui ainda. Mas o médico cirurgião não pediu, eu que procurei a secretária dele para solicitar o pedido do exame”, desabafa o filho.”A gente conseguiu encaixe em outra clínica e ela fez exame de sangue. Na hora, o médico dessa outra clínica disse para ela correr para o pronto-socorro”, conta.Ainda segundo Filipe, a mãe fez uma endoscopia em 29 de março deste ano e teve resultados normais. “Aí, depois dessa cirurgia, faltam que ela adquiriu uma úlcera”, diz.

Prontuário

No dia 30 de maio, a mulher deu entrada na Unidade de Terapia de Intensiva (UTI) por 15 dias de um outro hospital privado. Em 14 de junho, Elieni não resistiu e veio a óbito.Conforme Filipe, a família fez a solicitação do prontuário médico ao Hospital Daher no dia 18 de junho, mas ainda não recebeu o documento. “Se for preciso exumar para fazer algum exame, por exemplo, essa demora deles pode comprometer demais”, reclama o filho.De acordo com o marido da paciente, um homem de 50 anos que pediu para não ser identificado, a denúncia de erro foi registrada na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul). Para a família, além de uma suposta falta de apoio correta do médico no pós-operatório, causa sofrimento a demora na obtenção do prontuário.

“Nós estamos em busca de saber se houve algum procedimento no Daher que desencadeou tudo isso. Só quero saber o que houve, porque agora ficamos eu e os meus três filhos e nós estamos sem chão”, lamenta o esposo de Elieni.O que dizem os envolvidosO Metrópoles procurou o Daher e o médico denunciado, mas nenhum dos envolvidos respondeu até a publicação desta reportagem. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações futuras.

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DIÁRIO DO GRANDE ABC

CCJ da Câmara aprova piso salarial para enfermagem

A CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) da Câmara dos Deputados aprovou o texto da Proposta de Emenda à Constituição 11/2022, que dá segurança jurídica ao piso salarial nacional de enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras. Agora, o texto segue para a comissão especial, que deverá discutir a PEC antes de sua apreciação em plenário.

A votação, ocorrida de maneira simbólica, só não foi unânime porque o partido Novo foi divergente. Já o deputado Bilac Pinto (União Brasil-MG) afirmou que a comissão especial deve definir qual será a fonte de custeio desse piso salarial. ?Nós somos a favor, mas não podemos botar essa conta somente para as prefeituras e para os hospitais?, disse.

A matéria foi proposta após senadores e deputados aprovarem o PL 2.564/2020, de autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES), que prevê piso mínimo inicial para enfermeiros no valor de R$ 4.750. Pela proposta, esta será a remuneração mínima a ser paga nacionalmente por serviços de saúde públicos e privados. No caso dos demais profissionais, o texto fixa 70% do piso nacional dos enfermeiros para os técnicos de enfermagem e 50% para os auxiliares de enfermagem e as parteiras.

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ABC DA COMUNICAÇAO

Anahp lança publicação para estimular a qualidade hospitalar

Segundo a associação, a promoção estruturada da qualidade é condição para o sistema ser sustentável diante dos novos desafios na saúde

A Associação Nacional de Hospitais Privados – Anahp lançou nesta terça-feira (28) a publicação Desafios de Qualidade em Saúde no Brasil, que relaciona as transformações do setor de saúde ao debate sobre entrega de qualidade para o atendimento da população. Dentre os temas abordados no material estão: a importância da acreditação, indicadores de qualidade hospitalar, o engajamento dos players do setor e o interesse do paciente em buscar por informações sobre as instituições de saúde que frequentam.

De acordo com o diretor-executivo da Anahp, Antônio Britto, o objetivo da publicação é traçar um panorama do atual cenário em que a qualidade hospitalar está inserida, as relações com o paciente, operadoras de planos de saúde, empresas contratantes e as acreditadoras que atuam no Brasil. “Hoje, a disponibilidade de dados que demonstram a qualidade dos serviços de saúde são raros. Outro dado que reflete esse cenário é que apenas 7% dos hospitais brasileiros possuem algum tipo de acreditação”, disse o executivo.

Nesse sentido, continua, “a acreditação é uma ferramenta que pode orientar a busca por qualidade de maneira consistente e uniforme, inclusive com soluções que permitam a integração mais produtiva entre os segmentos público e privado”. Além disso, ajuda a minimizar um dos principais obstáculos para a qualidade nos sistemas de saúde, que é a dificuldade para evoluir de forma homogênea e sustentável.

Outro tópico destacado na publicação é a forma como o setor dialoga com a população sobre qualidade em saúde. “Em pesquisa encomendada pela Anahp, observamos que parte das pessoas relacionam a estrutura física do hospital com qualidade, somente a minoria cita o conhecimento sobre indicadores de qualidade. E isso é responsabilidade do setor, de trabalhar nessa educação”, finaliza Britto.

O material Desafios de Qualidade em Saúde no Brasil tem o intuito de estimular uma cultura de informações transparentes, objetivas e relevantes para que a sociedade tenha em mãos os elementos fundamentais para medir a qualidade das instituições de saúde, sendo um ponto de início para a jornada pela busca da assistência qualificada e sustentável.

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A REDAÇÃO

Goiás monitora primeiro caso suspeito de varíola dos macacos

Mônica Parreira

Goiânia – Goiás monitora um caso suspeito de varíola dos macacos, informou nesta terça-feira (28/6) a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). A paciente é uma mulher de 43 anos e que mora em Goiânia. Ela está em isolamento domiciliar e a situação é acompanhada pelas autoridades de saúde. 

A pasta confirmou que chegou a registrar dois casos suspeitos. No entanto, um deles não se encaixava nos critérios da doença e foi descartado. Sobre a mulher que está com os sintomas, já houve a coleta de material para análise laboratorial. 

A SES-GO informou que alguns dos critérios para suspeitar de varíola dos macacos são: apresentar lesões características da doença, ter histórico de contato com casos suspeitos ou confirmados, ou ter se deslocado para locais onde há uma transmissão sustentada do vírus.

Até o momento, o Ministério da Saúde notificou pelo menos 80 casos suspeitos da doença no Brasil, sendo 20 confirmados e 14 suspeitos.

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O HOJE

Goiana ganha decisão judicial que obriga plano de saúde a pagar por retirada do útero


Por: Ana Bárbara Quêtto

Kênia Fabiana da Silva, de 46 anos, foi diagnosticada com trombose endovenosa crônica – formação de coágulo no interior das veias profundas – além de uma grave doença no útero. A supervisora de call center procurou o plano de saúde da Hapvida, mas teve o procedimento negado por “não atender os critérios para a cobertura”.

Na última sexta-feira (24/6), a mulher ganhou uma decisão judicial, com assistência da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), que obriga a operadora a cobrir os custos do procedimento. A paciente também possui uma miomatose uterina (tumores benignos), que causam um constante sangramento volumoso, sem contar uma forte anemia.

Por isso, Kênia é obrigada a utilizar fraldas adultas e receber diversas transfusões. O caso se agravou na última quinta-feira (23/6), que foi levada ás pressas ao hospital credenciado e internada para a estabilização do seu quadro clínico geral.

Devido a trombose, e também da trombofilia – predisposição para a formação de coágulos de sangue – recém diagnosticada, a mulher ainda não pode fazer a cirurgia que geralmente é indicada nesses casos, a histerectomia (retirada do útero). O risco de óbito é extremamente alto.

“Solicitei à Hapvida a autorização para a embolização da artéria uterina e foi negado duas vezes”, explica Kênia. A defensora pública Michelle Bitta, titular da 2ª Defensoria Pública Especializada de Atendimento Inicial em Saúde da Capital fala que o plano de saúde agiu de forma abusiva ao negar o procedimento.

“O plano de saúde informou que a paciente não atende os critérios para a cobertura, pois todos os miomas seriam submucosos, o que não são. Além de que, essa exigência não consta no rol da Agência Nacional de Saúde (ANS). O procedimento está no rol da ANS”, frisou a defensora pública.

Kênia Fabiana agora aguarda que o procedimento seja feito para que ela possa voltar a ter uma vida normal. “Nenhuma palavra consegue descrever a sensação que eu senti na hora que eu descobri que a justiça tinha me concedido isso. Hoje eu sei que eu tenho direito a viver”, disse.

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Profissionais de saúde temem a aplicação do remédio mais caro do mundo; entenda

Por: Ana Bárbara Quêtto

Os profissionais de saúde de um hospital de Curitiba, no Paraná, temem aplicar o remédio Zolgensma, que custa R$ 6,5 milhões. A maioria tem medo desperdiçar o conteúdo da droga. “E se eu deixar cair? E se eu perder uma gota?”, relatam.

A droga, que chegou a ser transportada em carro forte, é armazenada em local sigiloso até que finalmente possa ser aplicada em crianças com AME (Atrofia Muscular Espinhal). Uma doença genética rara que paralisa os músculos de recém-nascidos, levando a maioria à morte.

O remédio é tão caro que pode inviabilizar o orçamento de grandes cidades. Ele chega ao hospital com um esquema avançado de segurança. Esse esquema é um ritual no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, referência nacional em atendimento pediátrico e o segundo do país a administrar o Zolgensma em um paciente, em setembro de 2020.

A responsável pela aplicação foi a neuropediatra Adriana Banzato, que já vinha acompanhando o tratamento com Zolgensma em outras 30 crianças, na capital do Paraná. Em entrevista ao UOL, a médica fala sobre o custo de uma vida.

“Pensando só no dinheiro, quanto esse paciente vai custar à sociedade? Uma criança [com AME] deverá ter tratamento em tempo integral por toda vida. O custo disso para sociedade e para família é muito maior que o do remédio”, relata.

Para Benzato, o poder público deve custear o tratamento com Zolgensma por operadoras de planos de saúde, a quem necessitar. Segundo a pediatra, o remédio traz melhorias à qualidade de vida de crianças com AME. Ainda garante que todos os pacientes tratados melhoraram após a medicação.

Inclusive, Novartis, laboratório que desenvolveu a droga, convidou a doutora a expor sua experiência com o manuseio do remédio, no evento de lançamento no mercado brasileiro. A conferencia ocorreu em Brasília, no final de maio.

O preço

A novidade do remédio é que ele é um tratamento genético. O Zolgensma insere um pedaço de um gene em células do paciente com AME para que produzam uma proteína essencial para a sobrevivência de neurônios. Um dos motivos pelo preço do líquido.

Crianças com AME não têm o gene produtor dessa proteína, os neurônios começam a morrer. Logo, o paciente perde os movimentos motores e, em seguida, vem a atrofia.

Para inserir o gene produtor da proteína no organismo das crianças doentes, o Zolgensma utiliza um vírus, chamado AAV9, presente no ar e inofensivo a humanos. Em laboratório, o “conteúdo” do vírus é modificado. Entao, o gene produtor da proteína que falta no organismo de quem tem AME é inserido nesse invólucro.

Dessa forma, ao entrar no organismo humano, ele procura células para “infectar”. Ao encontrá-las, ele se fixa a elas, bem perto dos genes originais do paciente doente. Assim, o organismo produz anticorpos para combater o vírus, liberando o conteúdo.

Por fim, o gene se posiciona ao lado do DNA que passa a funcionar como se fosse do próprio organismo para sempre, e a proteína começa a ser produzida. Em alguns casos, essa abordagem não funciona. Por isso é importante fazer o teste da existência de anticorpos contra o AVV9.

Sobre o transporte do remédio

Banzato explica que o Zolgensma é um líquido que vem em pequenos frascos, de 5,5 ml ou 8,3 ml cada, enviados diretamente do laboratório para o hospital no qual o paciente receberá o tratamento. Cada paciente recebe uma dose de 40 ml a 80 ml, dependendo de tamanho e peso.

Com os dados do paciente, o laboratório calcula quantos frascos são necessários para compor essa quantidade de remédio e os envia acondicionados numa caixa. De acordo com a médica, carros fortes já foram utilizados para transportar o Zolgensma, mas acabaram sendo abandonados por chamar muita atenção.

Por segurança, o Hospital Pequeno Príncipe não informa o local onde o medicamento é armazenado até que ele seja aplicado no paciente. Ele chega ao hospital congelado a 60º C negativos. Leva 24 horas para o conteúdo se transformar em líquido.

Depois de um dia, os frascos podem ser abertos e aplicados nos pacientes. Benzato conta ao UOL que os farmacêuticos relataram apreensão durante o transporte. “Mas eles estão acostumados com esse trabalho. Passam por um treinamento e têm certificação para lidar com isso”, disse.

Aplicação do Zolgensma

O líquido é inserido no corpo das crianças através de um cateter na veia, similar ao usado na aplicação de soros. Para receber o Zolgensma, é preciso estar internado em um leito hospitalar.

Alguns hospitais só aplicam o Zolgensma em pacientes que foram internados um dia antes, e a alta só ocorre um dia depois do procedimento. Outros centros hospitalares exigem apenas uma hora de internação prévia e a liberação acontece no mesmo dia.

Segundo Benzato, o tempo de internação varia conforme o protocolo de cada hospital e a evolução de cada paciente. O custo para a aplicação do remédio, que não está incluso no valor do medicamento – muda de acordo com esses indicadores.

No entanto, o gasto extra dificilmente supera 1% do custo do remédio —o que pode chegar a mais de R$ 100 mil. Ainda assim, isso dificilmente sai do bolso dos pacientes, já que decisões judiciais obrigando o Estado a fornecer o Zolgensma para quem tem AME determinam que o internamento e a aplicação também sejam custeados.

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Duas crianças morrem por dia devido a Covid-19 no Brasil

Por: Alexandre Paes

Cerca de duas crianças menores de cinco anos morrem por dia no Brasil, desde o início da pandemia. Ao todo, 1.439 crianças nessa faixa etária morreram em decorrência da Covid-19 nos dois primeiros anos da pandemia no país. Os dados são de um levantamento feito pelo Observa Infância em parceria com a Fiocruz, com base em dados coletados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.

Em 2020, foram registradas 599 mortes de crianças com até cinco anos em consequência da doença. Já em 2021, quando a letalidade da doença aumentou em toda a população, o número de vítimas infantis saltou para 840.

Metade dos óbitos registrados está concentrada na região Nordeste do país. Dados preliminares divulgados pelo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde indicam que a média de duas mortes diárias se mantém este ano. Entre janeiro e 13 de junho de 2022, o Brasil registrou um total de 291 óbitos entre crianças menores de 5 anos.

A análise destes dois primeiros anos da pandemia no Brasil mostra que crianças de 29 dias a 1 ano de vida são as mais vulneráveis. Os dados de 2020 e 2021, analisados pelos coordenadores do Observa Infância, Cristiano Boccolini e Patricia Boccolini, passaram por revisão do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

A professora e epidemiologista Patricia Boccolini, alerta para a urgência na aprovação da vacina para essa faixa etária. “Bebês nessa faixa etária respondem por quase metade dos óbitos registrados entre crianças menores de 5 anos. É preciso celeridade para levar a proteção das vacinas a bebês e crianças, especialmente de 6 meses a 3 anos. A cada dia que passamos sem vacina contra Covid-19 para menores de 5 anos, o Brasil perde 2 crianças”, aponta Patrícia.

A farmacêutica Pfizer informou que já prepara a documentação para solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o aval para liberação da vacina contra a Covid-19 para bebês acima de 6 meses até crianças de 5 anos.

Na semana passada, os Estados Unidos começaram a imunizar crianças com menos de cinco anos contra o coronavírus. A agência de saúde norte-americana expandiu autorizações de uso emergencial das vacinas da Moderna e da Pfizer para incluir crianças dessa faixa etária.

O pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz Cristiano Boccoli explica que os dados se referem a óbitos infantis em que a Covid-19 foi registrada como causa básica e àqueles em que a doença é uma das causas da morte, ou seja, a infecção agravou alguma condição de risco preexistente ou esteve associada à causa principal de óbito.

“Na análise do Observa Infância consideramos também as mortes em que a Covid-19 agravou um quadro preexistente. Quer dizer, embora nem todas essas crianças tenham morrido de Covid-19, todas morreram com Covid-19”, esclarece o pesquisador.

Boccolini atribui o número alto de mortes comparado a outros países ao descontrole da pandemia e à desigualdade de acesso aos serviços de saúde entre as regiões do país, como a oferta de leitos de terapia intensiva, por exemplo.

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Assessoria de Comunicação