Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 29/11/16


ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES

Empresária morre após cirurgia plástica
Família da empresária que morreu após cirurgias plásticas suspeita de negligência breitling navitimer replica médica
Empresária que morreu após lipo reclamou de dor para a mãe em Goiânia
Empresária morreu após cirurgia plástica devido a coágulo que entupiu artéria
Empresária morreu após cirurgia plástica devido a coágulo, diz certidão
Falta de transparência move o motor das fraudes na saúde

TV SERRA DOURADA
Empresária morre após cirurgia plástica
https://www.youtube.com/watch?v=47_CJfIjFlA
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TV ANHANGUERA/GOIÁS
Família da empresária que morreu após cirurgias plásticas suspeita de negligência médica
http://g1.globo.com/goias/videos/t/bom-dia-go/v/familia-da-empresaria-que-morreu-apos-cirurgias-plasticas-suspeita-de-negligencia-medica/5480954/

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Empresária que morreu após lipo reclamou de dor para a mãe em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-2-edicao/v/empresaria-que-morreu-apos-lipo-reclamou-de-dor-para-a-mae-em-goiania/5480525/

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Empresária morreu após cirurgia plástica devido a coágulo que entupiu artéria
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-1-edicao/v/empresaria-morreu-apos-cirurgia-plastica-devido-a-coagulo-que-entupiu-arteria/5479561/

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PORTAL G1/GOIÁS

Empresária morreu após cirurgia plástica devido a coágulo, diz certidão
Michelle Pires, 30, morreu menos de 36h após fazer lipo e abdominoplastia.
Família acusa cirurgião plástico de negligência, em Goiânia; médico nega.
Do G1 GO

A empresária Michelle de Souza Pires, de 30 anos, que morreu menos de 36 horas após passar por cirurgias plásticas, em Goiânia, foi vítima de um tromboembolismo pulmonar, que é um problema causado por um coágulo que se forma nas veias e entope a artéria do pulmão, segundo consta na certidão de óbito. Fotos divulgadas pela família mostram a paciente logo após os procedimentos, quando aparentava estar bem (veja no vídeo acima). Os parentes acreditam que houve negligência médica no caso. O profissional nega.
Michelle morreu no domingo (27) depois de fazer uma abdominoplastia e uma lipoaspiração. Ela morava em Morrinhos, no sul do estado, onde o corpo foi sepultado na manhã desta segunda-feira (28).
A ex-sogra da vítima, Maria Clara Pires, conta que hospedou Michelle em Goiânia depois da cirurgia. Ela afirma que a empresária saiu do centro cirúrgico do Hospital Buriti, no Parque Amazônia, às 20h de sexta-feira (25) e recebeu alta médica às 13h do dia seguinte. Ela seguiu para a casa da ex-sogra, mas passou mal e morreu por volta das 5h de domingo na residência.
“No que ela gritou eu saí correndo, pois eu estava na sala, eu fui no quarto e vi que ela já estava desfalecendo. Aí comecei a fazer massagem cardíaca e lipoaspiração boca a boca. Só que, quando o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] chegou eles tentaram por mais de 30 minutos reanimá-la e não conseguiram”, relatou.
A ex-sogra acredita que o médico responsável pelo procedimento, Pablo Rassi, foi negligente. “A mãe dela me passou que ela estava com anemia, que o médico sabia que ela estava com anemia, e mesmo assim fez a cirurgia”, afirmou Maria Clara.
Em nota, o advogado que defende o cirurgião plástico, Carlos Marcio Rissi Macedo, destacou que o médico, inscrito no Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) e na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica em Goiás (SBPC-GO), “lamenta o ocorrido, se solidariza com o sofrimento da família e se coloca à disposição das autoridades para os esclarecimentos”.
O texto ressalta, ainda, que “todos os exames estavam dentro da normalidade e que o ato cirúrgico transcorreu sem intercorrências, além de terem sido adotadas as medidas profiláticas recomendadas”.
Em entrevista à TV Anhanguera, o advogado disse que não houve negligência por parte de Rassi. “A gente acredita que mesmo que eles tivessem tentado falar diretamente com o dr. Pablo, a interferência dele não mudaria o resultado, pois, ao que tudo indica, foi um tromboembolismo, e isso se insere dentro das situações em que o médico no momento pode fazer muito pouco”, afirmou, ressaltando que houve riscos como qualquer procedimento cirúrgico.
Sobre a afirmação da família de uma possível anemia na paciente, o advogado destacou que isso não procede. “Os exames estavam dentro da normalidade, eles não indicavam anemia. Ela estava apta a ser operada”, assegurou Macedo.
Já o Hospital Buriti informou à TV Anhanguera, em nota, que a cirurgia aconteceu sem problemas e, na hora da alta, as condições clínicas da paciente eram adequadas. Como a morte ocorreu fora da unidade, o hospital destacou que aguarda a conclusão de laudos periciais.
O laudo final do Instituto Médico Legal (IML) com as conclusões sobre a morte da empresária deve ficar pronto a partir de 30 dias.
‘Fatalidade’
O cirurgião plástico Roberto Kaluf, membro da SBCP-GO, falou que, a princípio, a morte de Michelle “foi uma fatalidade”.
“Primeiramente porque foi realizado um procedimento nela no dia anterior e foi nos dito que ela foi toda preparada para o procedimento, com exames pré-operatórios, com avaliação do cardiologista, com uso de equipamentos adequados para a cirurgia, tipo botas de insuflação para membros, aparelho de baixo peso molecular, para se evitar uma trombose e uma embolia. Então, até que se prove o contrário, o que aconteceu com ela foi uma fatalidade”, afirmou.
Segundo ele, a paciente estava com quadro grave de tromboembolismo pulmonar quando morreu. “O que foi nos dito é que o trombo era muito grande, em uma área impossível de ser reparada”, destacou.
Sobre o fato de a paciente ter recebido alta menos de 24 horas depois da cirurgia, Kaluf diz que esse prazo foi correto. “O que existe hoje no mundo, não só aqui em Goiânia, é uma permanência menor possível no hospital. Os cirurgiões plásticos hoje tentam liberar o paciente com menos de 24 horas, para que ele possa começar a deambular e não tenha esses problemas quando a gente fica muito temeroso, como a embolia, trombose, entre outras complicações”.
Já o presidente da SBPC-GO, Luiz Humberto Garcia, explicou que o tromboembolismo pulmonar é uma complicação comum após a realização de abdominoplastia e lipoaspiração. “Tanto que o profissional utilizou de todos os recursos para evitar esse terrível sinistro que aconteceu com o paciente. Ele utilizou compressão pneumática intermitente, usou uma substância que busca evitar a formação do trombo, meia compressiva”, sustentou.
Sobre a possível anemia da paciente, Garcia destacou que “ela não é, nem de longe, causa da hipercoagulabilidade. E a anemia em si não gera um estado de formação de trombose”, explicou.
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FOLHA DE S. PAULO

Falta de transparência move o motor das fraudes na saúde
Leticia Moreira
Nunca me esqueço da expressão de surpresa do meu marido quando me ouviu contando, pela primeira vez, sobre médicos e hospitais que fazem cirurgias desnecessárias só para embolsar dinheiro da indústria de órteses e próteses.
Assim como ele, todos nós tendemos a alimentar a imagem do médico como um ser incapaz de fazer, deliberadamente, o mal. Ficamos chocados quando vem a informação de que, sim, ele, como qualquer outro profissional, pode cometer crimes.
Em janeiro, completa dois anos em que veio à tona a denúncia sobre a "máfia das próteses". O que antes eram apenas conversas reservadas no meio médico, sempre anônimas, virou tema de uma ampla investigação da Polícia Federal e de CPIs na Câmara dos Deputados, com muitos processos e prisões.
Um dos últimos esquemas desbaratados ocorreu no Distrito Federal em setembro último. Treze pessoas foram presas na operação, entre elas sete médicos de um hospital particular, dois empresários fornecedores de próteses, diretores do hospital e outros funcionários.
Ao menos 60 pacientes podem ter sido vítimas da quadrilha (sem contar os planos de saúde que pagaram essa conta fraudulenta). O esquema envolvia cirurgias desnecessárias, superfaturamento de equipamentos, e uso de material vencido.
Entre os crimes, há casos de cirurgias sabotadas para que os pacientes precisassem ser reoperados, gerando lucros para o esquema. A polícia investiga ainda se o grupo tentou matar uma paciente para evitar que ela os delatassem.
Na semana passada, o assunto sobre as fraudes envolvendo órteses e próteses foi debatido no fórum de saúde suplementar, que aconteceu no Rio de Janeiro. Para tentar se proteger contra indicações desnecessárias de cirurgias, as operadoras têm realizado várias ações.
Irlau Machado Filho, presidente do Grupo NotreDame Intermédica, relatou, por exemplo, que a empresa adotou uma segunda opinião médica e orientações de conselhos de classe e de serviços médicos de referência. Com isso, os processos decorrentes de liminares na Justiça caíram de 57% para 33%.
"Antigamente, não denunciávamos o médico, mas em defesa do paciente, que é o que mais sofre, hoje estamos partindo para a denúncia. São poucos profissionais que acabam colocando a reputação dos demais em questionamento. Temos que combater a prática", afirmou.
O médico Edmond Barras, chefe do serviço de clínica e cirurgia da coluna vertebral do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, calcula que 60% dos casos de cirurgias em coluna sejam desnecessários.
"A grande vítima é o paciente. Sempre que se realiza uma cirurgia sem necessidade, o resultado é ruim. Mas como duvidar do diagnóstico de um médico?", questionou.
Um bom exemplo sobre os absurdos que acontecem nessa área é o programa de coluna do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Com adoção de um modelo de segunda opinião, reduziu em 58% a necessidade de cirurgias para casos já diagnosticados como cirúrgicos.
A pergunta que não quer se calar é: por que essa iniciativa não foi replicada em todos os grandes hospitais? A resposta é simples. Porque contraria muitos interesses. A equipe do Einstein recebeu muitas pressões por parte de médicos, inclusive, foi chamada a prestar esclarecimentos ao Cremesp (conselho regional de medicina).
MODELO DE REMUNERAÇÃO
No caso da "máfia das próteses", é bom lembrar que o médico não age sozinho. Muitas vezes, o hospital também é corresponsável por esses crimes. Ou porque participa diretamente do esquema, como aconteceu no Distrito Federal, ou porque faz vistas grossas, já que o médico é o "dono do paciente". Em outras palavras, é ele, muitas vezes, que leva "clientes" para os hospitais.
O atual modelo de remuneração dos hospitais (quanto mais procedimentos, maior o lucro) também é um prato cheio para as más práticas em saúde (como exames feitos sem necessidade).
Todos perdem. Principalmente nós, pacientes, que corremos riscos desnecessários e que, no final, vamos pagar essa conta no boleto do plano de saúde.
Muito tem se falado sobre "compliance" no setor da saúde, ou seja, na obrigação das empresas e todos os colaboradores em cumprir leis e regulamentos, com foco na ética. Sei que há um esforço de várias entidades nesse sentido, mas é preciso ir fundo nesse conceito e não ficar apenas na perfumaria dos manuais de ética.
Os hospitais, por exemplo, poderiam começar por abrir suas contas, consideradas verdadeiras caixas-pretas, e os seus indicadores de qualidade, como taxas de infecção hospitalar, de mortalidade, de eventos adversos, de reinternação, etc. Cada hospital define hoje suas diárias, não há coerência dos valores cobrados e nem especificação dos produtos utilizados.
Também dariam uma grande lição de ética se apoiassem, de fato, a mudança do modelo de remuneração, passando a receber pelo desfecho clínico (pagamento por performance). Ou seja, quanto mais efetiva a assistência, maior a remuneração. Entidades médicas também deveriam abraçar essa ideia. Planos de saúde, idem. Mas, para isso, precisariam fazer um "pente-fino" em seus prestadores de serviço e se engajar, de fato, na busca por melhores práticas assistenciais. E não apenas na redução de despesas e maior lucro.
A falta de transparência no setor da saúde pública e privada é o motor que move a "máfia das próteses" e tantas outras fraudes que presenciamos no setor. Sem tocar nisso, não há chance de sustentabilidade financeira ou assistencial.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação