CLIPPING SINDHOESG 29/12/20

29 de dezembro de 2020

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Instituto Butantan recebe mais 500 mil doses da vacina CoronaVac
Professor se cura da Covid-19 após ser tratado por médico a quem deu bolsa de estudos, em Goiânia
Idoso que sonha em ser médico conclui metade do curso aos 87 anos e posa para sessão de fotos em Goiânia: ‘Sonho de criança’
Mulher trans tenta conseguir cirurgia após rejeição de silicone que desceu do bumbum para os pés: ‘Dói muito’
Na saúde, primeiros meses de 2021 serão difíceis
Covid-19 faz expectativa de vida dos brasileiros cair pela 1ª vez desde 1940
Fiocruz deve pedir registro de vacina contra a covid-19 até a próxima semana
Fux exonera secretário que pediu à Fiocruz reserva vacinas para 7 mil servidores
‘Não colocaria nenhuma vacina sob suspeita’, afirma Nísia Lima, presidente da Fiocruz
Sem fechar com Pfizer, Bolsonaro cobra de fabricantes registro na Anvisa
Dupilumabe: medicamento para dermatite atópica fica fora do novo rol da ANS
Lei que prevê 72 horas para Anvisa decidir sobre vacina de Covid-19 perde validade dia 31
Anvisa concede certificado de boas práticas a fábricas ligadas à vacina da Pfizer contra Covid
Mesmo com vacinação, pandemia deve continuar por boa parte de 2021
Fetos não pegam covid de mães infectadas, mas herdam menos defesa, diz Harvard
OMS alerta para novas pandemias
Hospital das Clínicas da UFG inaugura Ala Lourival Louza com apoio de doações

PORTAL G1

Instituto Butantan recebe mais 500 mil doses da vacina CoronaVac

Carga com doses da vacina contra o coronavírus chegou no Aeroporto de Cumbica em Guarulhos no fim da manhã desta segunda (28). Até o final de dezembro, Instituto Butantan terá 10,8 milhões de doses.

O Instituto Butantan recebeu na manhã desta segunda-feira (25) o quinto lote de doses da vacina chinesa contra o coronavírus. As 500 mil doses prontas da Coronavac chegaram ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

O avião, vindo da China, pousou por volta das 11h40. Outro carregamento com mais 1,5 milhão de doses deve chegar na próxima quarta-feira (30) totalizando o recebimento de 10,8 milhões de doses.

Na semana passada, na véspera de Natal (24), chegou uma carga de 5,5 milhões composta por 2,1 milhões de doses já prontas para aplicação e mais 2,1 mil litros de insumos, correspondentes a 3,4 milhões de doses que serão envasadas na fábrica do Butantan. A carga com o maior lote de imunizantes foi recebida no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no interior do estado.

Abaixo, veja o que ainda é dúvida e o que já se sabe sobre a vacina:

Eficácia

Qual é a taxa de eficácia da vacina? O valor não foi anunciado mas, segundo o secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, foi superior ao valor mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 50%.

A taxa de eficácia é um conceito que se aplica a vacinas na fase 3 de estudos (última fase dos testes em humanos). Ela representa a proporção de redução de casos entre o grupo vacinado comparado com o grupo não vacinado. Na prática, se uma vacina tem 90% de eficácia, isso significa dizer que 90% das pessoas que tomam a vacina ficam protegidas contra aquela doença.

Estudo da fase 3

Quais os dados completos do estudo da fase 3? Os dados não foram divulgados. É aguardado que os desenvolvedores submetam suas conclusões ao comitê de uma revista científica. Além da revisão dos pares, a publicação deve esclarecer detalhes como eficácia em diferentes faixas etárias, segurança (reações adversas) e, entre outros, quanto tempo após a segunda dose a imunidade é atingida.

No Brasil, a vacina foi testada em 16 centros de pesquisas, em sete estados e no Distrito Federal. Treze mil voluntários brasileiros participaram dos testes.

Plataforma da vacina

A CoronaVac usa vírus inativados. Esta técnica utiliza vírus que foram expostos em laboratório a calor e produtos químicos para não serem capazes de se reproduzir.

Total de doses negociadas

O governo de São Paulo afirma ter comprado 46 milhões de doses. Desse total, seis milhões foram importadas prontas da China, enquanto as demais 40 milhões serão preparadas na fábrica do Butantan.

Segurança e resposta imune

Estudo publicado em revista científica aponta que ela é segura e produz resposta imune. Os resultados publicados na revista científica “The Lancet” tratam dos estudos de fase 1 e 2 com 743 pacientes. O efeito colateral mais comum relatado foi dor no local da injeção.

Segundo a pesquisa, as respostas de anticorpos foram induzidas no prazo de até 28 dias após a primeira imunização. Os pesquisadores não avaliaram também o comportamento das células T (ou linfócitos T), que fazem parte do sistema imunológico e são capazes de identificar e destruir células infectadas.

De acordo com a pesquisa, a taxa de anticorpos neutralizantes encontrada no sangue dos voluntários esteve abaixo (entre 2,5 e até seis vezes) do que é verificado em pacientes que já foram infectados pela Covid. Apesar deste dado, os pesquisadores afirmaram à revista The Lancet que acreditam que a CoronaVac pode fornecer proteção suficiente contra Covid-19, avaliação que eles fizeram com base em suas experiências com outras vacinas e nos dados de estudos pré-clínicos com macacos.

Armazenamento e transporte

A vacina utiliza esquema já consagrado de armazenamento e transporte. A CoronaVac pode se armazenada em refrigeração padrão, como a vacina da gripe. Ela também pode ser armazenada por até três anos, o que ofereceria algumas vantagens para a distribuição.

Autorização de uso

O imunizante ainda não tem autorização de uso no Brasil. Dados parciais sobre a vacina já foram enviados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas não houve ainda pedido de uso emergencial ou de registro definitivo.

Na China, ela foi aprovada em julho para uso emergencial. A aprovação é parte de um programa do país asiático para vacinar grupos de alto risco, como médicos.

Onde será usada

Além do Brasil, quatro países planejam usar ou já usam a Coronavac: China, Indonésia, Turquia e Chile.

A vacina não está listada entre as já monitoradas pela iniciativa Covax Facility, comandada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo da OMS é acelerar compras e garantir que mais países tenham acesso aos imunizantes.
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Professor se cura da Covid-19 após ser tratado por médico a quem deu bolsa de estudos, em Goiânia

Ex-aluno disse que essa foi uma forma de agradecer pela oportunidade dada. Professor chegou a ficar 20 dias internado, mas já está sem sequelas.
Por Vitor Santana, G1 GO

Um professor de química se curou da Covid-19 após ser tratado por um médico a quem deu uma bolsa de estudos quando ele ainda era estudante, em Goiânia. O profissional de saúde, Wallace Pinheiro, diz que salvar a vida do antigo professor foi uma forma de agradecê-lo pela oportunidade dada e também cumprir uma promessa: salvar vidas.
Wallace nasceu em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia. Morando na periferia e filho de um policial militar e de uma empregada doméstica, ele sabia que seria difícil passar em uma faculdade pública. Em 2010, começou a procurar colégios da capital pedindo ajuda para realizar o sonho de se tornar médico.
Ele recebeu muitas respostas negativas, mas encontrou apoio no cursinho em que o professor Marcos Araújo era dono na época. “Ele falou assim: ‘Meu grande sonho é ser médico, mas está difícil, porque eu venho de escola pública, eu tenho pouca base, mas eu tenho muita força de vontade’”.
“Aí eu perguntei: ‘Wallace, para que você quer ser médico?’’. E ele respondeu uma coisa que eu me arrepio até hoje: ‘Para salvar vidas’.”, contou Marcos.
Após longa rotina de estudos, acordando às 4h40 para pegar ônibus em Trindade e conseguir estar às 7h10 no cursinho, em Goiânia, Wallace foi aprovado em 2012 em seis vestibulares. Wallace e Marcos se encontraram pela última vez há três anos, na formatura do aluno.
Reencontro
O destino, no entanto, promoveu o reencontrou dos dois, mas em uma situação mais delicada. Marcos testou positivo para a Covid-19 em agosto. Nos dez primeiros dias, ele teve pequenos sintomas, mas depois começou a ter muita dificuldade para respirar. Foram 20 dias internado no Hospital de Campanha de Goiânia, com comprometimento de 80% dos pulmões.
E, numa coincidência da vida, ele passou a ser cuidado pelo ex-aluno.
“No início, eu não acreditei que fosse o Wallace, eu acreditei que fosse um anjo. Um anjo na forma do Wallace. Como se Deus tivesse me mandado um anjo, e o anjo fosse aquele menino que eu tanto confiava”, disse.
O médico também se surpreendeu ao ver o antigo professor naquela situação: “Na hora eu nem pensei que poderia ser ele. A gente nunca pensa que o pior está acontecendo com alguém que a gente gosta”.
“Eu parei e falei: ‘Deus, me ajuda. Me ajuda a salvar a vida do Marcos’. Era a grande chance que eu tinha de retribuir o que ele me deu”, contou o médico.
A presença de Wallace ajudou a tranquilizar o paciente durante a internação. “Ele conversou comigo e disse: ‘Você se lembra que falou que eu, como médico, iria salvar muitas vidas? Então, eu vim salvar a sua’. Aquilo, naquele momento, me encheu de esperança e eu pensei que ia vencer, não ia entregar os pontos”, relata o professor.
Marcos recebeu alta em outubro e já está em casa, recuperado e sem sequelas. “A lei do retorno vem mesmo. Eu jamais imaginaria que aquele menino, aquele garotinho, um dia pudesse ser responsável pela minha vida. A minha vida esteve na mão dele e, graças a Deus no céu e o Wallace aqui na terra, eles conseguiram manter a minha vida”, completou.
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Idoso que sonha em ser médico conclui metade do curso aos 87 anos e posa para sessão de fotos em Goiânia: ‘Sonho de criança’

Formado em contabilidade e direito, Valdomiro de Sousa conta que desde quando trabalhava de servente de pedreiro queria estudar medicina, mas não tinha dinheiro: ‘Era pobre demais’. Ansioso pelo fim da pandemia, ele já faz planos para a formatura.
Por Lis Lopes, G1 GO
Aos 87 anos de idade, o empresário Valdomiro de Sousa está a caminho de realizar um sonho que tem desde criança: ser médico. Formado em contabilidade e direito, o idoso concluiu, neste semestre, metade do curso de medicina. Segundo Valdomiro, ele só conseguiu ingressar no curso recentemente, pois não tinha condições financeiras quando era mais novo.
“Tive uma vida muito sofrida, já fui pobre demais, trabalhei de pedreiro, de servente, já fiz caixão, trabalhei de tudo que puder imaginar. Melhorei minhas condições para poder bancar o curso, consegui me organizar estudando e trabalhando”, conta.
Apesar de ter trabalhado como contador por 10 anos e como advogado por 4, Valdomiro conta que não se encontrou nessas profissões. Por isso, mesmo com a vida financeira já estável, decidiu estudar novamente para conseguir ingressar no curso de medicina. Foram três anos prestando vestibulares, até que, aos 84, Valdomiro foi aprovado em uma faculdade particular de Goiânia. A mensalidade custa, em média, R$ 7,5 mil.
“Foi muito difícil, mas é um sonho de muitos anos, um sonho de criança, então, corri atrás. Até hoje não me canso de admirar a profissão de médico”, relata.
‘Meio médico’
Para comemorar a conclusão de metade do curso, que, ao todo, dura seis anos, Valdomiro realizou uma sessão de fotos de “meio médico”, registrado pelo fotógrafo Gregore Miranda, que ficou inspirado pela trajetória do idoso.
“Ele é uma inspiração para a turma toda dele e faz vários planos para o futuro. Quando se formar, aos 90, ele ainda quer fazer uma especialização. Os jovens costumam colocar dificuldade em tudo, ficam arranjando desculpas, e ele nos dá esse exemplo, vai lá e faz tudo”, afirma.
Pandemia
Por causa da pandemia, Valdomiro não tem ido à faculdade. Ele faz parte do grupo de risco do coronavírus. Além da idade, é diabético e hipertenso. Por isso, segue sem sair de casa desde o início da pandemia.
Valdomiro acompanha as aulas on-line e, inclusive as provas, faz de casa. Uma professora foi até a casa dele para aplicar os últimos exames deste semestre. “Fiz 13 provas em uma semana, todas aqui em casa”, conta.
Até mesmo o ensaio de “meio médico”, realizado em setembro, não pôde ser ao lado dos colegas de curso. O fotógrafo foi até a casa do idoso, enquanto os demais alunos foram fotografados na faculdade.
Ansioso pelo fim da pandemia, o idoso já planeja a festa de formatura, prevista para daqui três anos.
“Devo me formar com 90 anos. Quero fazer uma festa de arromba, vários dias de comemoração. Agora é pedir a Deus para me dar saúde”, diz.
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Mulher trans tenta conseguir cirurgia após rejeição de silicone que desceu do bumbum para os pés: ‘Dói muito’

Luara Butielles Nunes Coelho, de 31 anos, conta que corre o risco de ter os membros inferiores amputados por causa de infecção. Ela tenta o procedimento pela rede pública de saúde.
Por Lis Lopes, G1 GO

Sofrendo com dores e inchaço, a cuidadora de idosos Luara Butielles Nunes Coelho, de 31 anos, tenta realizar, pela rede pública de saúde, uma ressonância magnética e uma cirurgia para retirada de silicone industrial que se deslocou do bumbum para os pés dela. Transexual, ela colocou o silicone há 10 anos, mas notou que, há alguns meses, seu organismo começou a apresentar uma rejeição ao hidrogel. Ela teme ter os pés amputados.
“O médico me disse que, enquanto não for feita a retirada do silicone, vou continuar tendo infecção e cada vez pior. É muito triste e dói muito, estou tomando morfina para a dor”, conta.
(CORREÇÃO: O G1 errou ao informar que havia uma rejeição a próteses de silicone. Na verdade, a rejeição foi ao hidrogel do silicone industrial, que se deslocou pelo corpo. A informação foi corrigida às 8h08 de 29 de dezembro de 2020.)
Segundo Luara, o médico que a avaliou em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, disse que, caso ela não realize a cirurgia para retirada do silicone, é possível que os pés dela necrosem e tenham de ser amputados.
“Eu tenho 31 anos, eu trabalho e quero continuar trabalhando, meu trabalho mudou minha vida para melhor. Preciso trabalhar, não posso perder meus pés. Meu medo é que ele [silicone] está começando a subir pela perna e criando nódulos, pode atingir outras partes do meu corpo.”, afirma.
Luta por tratamento
A cuidadora de idosos conta que há dois meses as dores aumentaram e, por isso, ela passou a maior parte dos últimos 30 dias internada em diferentes unidades de saúde. Na última semana, Luara esteve na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, onde recebeu alta na segunda-feira (28).
A paciente foi informada que o tratamento indicado para o caso dela é feito no Hospital Alberto Rassi (HGG), em Goiânia. A cuidadora de idosos chegou a procurar a unidade pessoalmente na segunda-feira, mas foi informada de que o atendimento depende do encaminhamento da Central de Regulação.
Ao G1, a Central de Regulação informou, às 14h42 de segunda-feira, que a solicitação para a cirurgia foi “devolvida para o prestador em Aparecida de Goiânia por falta de informações para o procedimento”. Disse ainda que a paciente deve pedir à unidade que fez o pedido que verifique o motivo do cancelamento e que envie novamente as informações corretas para o encaminhamento.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia informou, às 15h47, que o “pedido de encaminhamento da paciente para o Hospital Geral de Goiânia já está inserido no sistema e que agora aguarda o agendamento pela Central de Regulação de Goiânia”.
Por sua vez, o HGG informou, por meio de nova enviada às 16h28 de segunda-feira, que a mulher não possui regulação na unidade, não tendo sido atendida no hospital até então. O hospital afirmou ainda que, em verificação na Central de Regulação de Goiânia, “não foi identificada nenhuma solicitação de internação por meio do componente denominado de urgência, tampouco encaminhamento para consulta ambulatorial”. Assim, o HGG ponderou que “não tem previsão de quando Luara será encaminhada para a unidade” (leia a nota na íntegra ao fim do texto).
Preocupada com o risco de perder os pés e sentindo dores, Luara conta que não sabe mais a quem recorrer.
“Ficam me jogando de uma unidade para a outra, ninguém faz nada. Nós transexuais já sofremos tanto com o preconceito, acho que o SUS deveria acolher mais a gente, ter mais compreensão”, desabafa.
Posicionamento do HGG na íntegra:
“O Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi – HGG salienta que a usuária não possui regulação na unidade, não tendo sido atendida neste hospital até o presente momento. Em verificação na Superintendência de Regulação e Políticas de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia – SUREPS/SMS/Goiânia, não foi identificada nenhuma solicitação de internação por meio do componente denominado de urgência, tampouco encaminhamento para consulta ambulatorial.
Ressaltamos que o HGG é uma unidade de saúde 100% regulada pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia – SMS/Goiânia, portanto, qualquer atendimento ambulatorial, de internação hospitalar, realização de exames ou realização de cirurgia eletiva não são realizados diretamente na unidade, uma vez que o órgão responsável pelo gerenciamento da demanda da rede de atenção à saúde do SUS na Capital é a SUREPS/SMS/Goiânia. Assim sendo, não temos previsão de quando a mesma será encaminhada para esta unidade.
Informamos que a usuária reside no município de Aparecida de Goiânia, dessa forma, o encaminhamento de referência/contra-referência emitido pela Santa Casa de Misericórdia deve ser protocolado pela paciente no Pró-Reg (Central de Regulação de Aparecida de Goiânia) para posterior encaminhamento à Central de Regulação de Goiânia (caso não disponham dos serviços necessários naquele município). Caso após o seguimento dos trâmites regulatórios a paciente venha a ser regulada para internação no HGG, o tratamento clínico necessário para o caso, incluindo a realização de exames, bem como procedimentos cirúrgicos poderão ser realizados.
O Serviço de Transexualidade do HGG está à disposição para a paciente a qualquer momento. Como somos um hospital do SUS, o fluxo de entrada no serviço e procedimentos são regidos pela Portaria do Ministério da Saúde (MS nº 2803 de 2013). Neste sentido a paciente chegará ao ambulatório do HGG, mediante o encaminhamento médico de uma unidade básica de saúde (CAIS), que a regulará para ser atendida e ter direito ao tratamento clínico e, se houver necessidade, às cirurgias que são disponibilizadas. Os serviços disponíveis em nosso ambulatório são: consulta ginecológica (hormonioterapia), consulta psiquiátrica, atendimento psicológico e fonoaudiológico. Quanto aos procedimentos cirúrgicos, ofertamos Histerectomia, Mamoplastia, Prótese Mamária, Tireoplastia (redução do Pomo de Adão) e Redesignação Sexual (Neocolpoplastia – construção de neovagina) aos pacientes que contarem com dois anos de acompanhamento clínico e que forem maiores de 21 anos, conforme definido na referida portaria ministerial.
Caso a paciente tenha interesse de ingressar como nossa paciente, deverá realizar um atendimento com Clínico Geral no seu município de residência e solicitar ao médico que lhe atender, um encaminhamento ao Serviço de Transexualidade do Hospital Alberto Rassi (HGG) – código 625, protocolar esse encaminhamento no Pró-Reg e posteriormente aguardar os trâmites administrativos e agendamento de consulta no HGG por parte da SMS/Goiânia”.
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PORTAL IG

Covid-19 faz expectativa de vida dos brasileiros cair pela 1ª vez desde 1940

Levantamento do IBGE também mostra que a queda na longevidade foi de dois anos

A pandemia da Covid-19 , doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), fez a expectativa de vida ao nascer dos brasileiros diminuir pela primeira vez desde 1940, apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento do órgão, a longevidade no País também teve queda de dois anos.

Com a mudança, as estimativas para os próximos anos mostram que a pandemia vai reverter a tendência observada nas últimas décadas, que passou, pouco a pouco, a registrar maior tempo de vida dos brasileiros.

O cenário depende, no entanto, da capacidade que o governo vai ter de vacinar a população durante o ano de 2021, sendo essa a única forma definitiva de reduzir drasticamente o número de mortes. Caso isso não ocorra, as quedas nesses dois índices pode se estender por mais um ano.

Em 1940, a expectativa de vida do brasileiro ao nascer era de 45,5 anos. Desde então, com a redução da mortalidade infantil e os avanços na medicina, o número vem crescendo consistentemente. Em 1980 chegou a 62,5 e, no ano 2000, a 69,8. Nos últimos vinte anos, os ganhos foram um pouco mais lentos, mas, mesmo assim, nunca se registrou um decréscimo.

De acordo com os últimos números divulgados pelo IBGE, em novembro, a expectativa de vida do brasileiro ao nascer era de 76,6. E poderia ser ainda mais alta se não fosse a violência urbana, que costuma vitimar principalmente homens jovens. Tanto que a expectativa de vida das mulheres era de 80,1 anos, contra 73,1 anos dos homens.

Do ponto de vista demográfico, o impacto é muito grande porque, em geral, as mortes de crianças e jovens têm um impacto muito maior na expectativa de vida média da população do que entre os mais velhos. Embora, os idosos sejam os mais vulneráveis, os mais jovens também estão morrendo, o que piora esse quadro.

Desde o início da pandemia até este domingo (27), o Brasil chegou a 191.139 registros de mortes por Covid-19, de acordo com o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass). Os casos confirmados de contaminações pelo novo coronavírus são 7.484.285.
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AGÊNCIA ESTADO

Na saúde, primeiros meses de 2021 serão difíceis

Diante da indiferença aos riscos de contaminação, o prognóstico é de aumento progressivo dos casos e lotação dos hospitais

O Brasil vive uma situação extremamente delicada em relação à pandemia nesta última quinzena do ano. Mesmo com a média móvel de novos casos de covid-19 se aproximando de 50 mil por dia, maior patamar até agora, o nível de isolamento social despencou por causa da indiferença de boa parte da população em relação aos riscos de aglomerações nas férias de verão e festas de fim de ano.

De acordo com a plataforma In Loco, que compila dados de GPS dos celulares, o porcentual da população que mantém as restrições de movimentação caiu de 48,3% para 39,1% na semana entre 13 e 19 de dezembro, o que representa a menor adesão desde o início da pandemia. ‘Cerca de 60% das pessoas que transmitem o coronavírus são assintomáticas, por isso encontros sociais e aglomerações precisam ser evitados’, adverte Cristina Megid, diretora da Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo.

Enquanto o número de mortos pela covid-19 no País se aproxima de 200 mil – ou seja, um a cada mil brasileiros -, a proporção de casos confirmados é de um para cada 30 brasileiros. Praticamente todo mundo já teve alguém no circuito mais próximo diagnosticado com a doença.

Recorde de casos

A segunda onda da covid-19 no Brasil está claramente configurada pela evolução do gráfico dos casos. Depois de crescer gradualmente entre março e agosto, a contaminação foi caindo até o começo de novembro. Daí em diante, os números voltaram a crescer – e rapidamente. Bastaram seis semanas para que toda a redução obtida ao longo das 15 semanas anteriores se perdesse.

O número de mortes acompanhou esse movimento, ainda que numa proporção menor na segunda onda. Na semana entre 19 e 25 de julho, auge da primeira onda, foram 319.389 casos e 7.714 mortes, o maior número de vidas perdidas numa única semana até agora no País. Já a semana entre 13 e 19 de dezembro bateu o recorde de casos, 320.581, mas teve menos mortes, 5.082. Assim, na comparação entre as duas semanas, o índice de letalidade caiu de 2,4% para 1,6%. Tudo aponta, no entanto, para um crescimento significativo da contaminação nas próximas semanas – e, por consequência, do número de mortes.

A situação dos Estados Unidos, recordista de casos e de mortes, é um exemplo que deveria ser levado a sério pelos brasileiros como advertência do que pode estar vindo por aí. Desde o início da pandemia, o Brasil vem seguindo o desenho geral da evolução dos números dos Estados Unidos, com um mês de atraso – que é justamente a diferença entre a identificação do primeiro caso da doença em cada país (21 de janeiro nos Estados Unidos e 25 de fevereiro no Brasil).

Nos Estados Unidos, a pior semana da primeira onda, em julho, teve a média de 67 mil casos diários. Agora, na segunda onda, a força de disseminação do vírus foi espantosamente multiplicada. O país chegou ao patamar de 100 mil casos diários em novembro e de 200 mil casos no início de dezembro – e o gráfico continua apontando para o alto.

Otimismo com 2021

Mesmo com todos os dados preocupantes do momento, há um clima de otimismo no ar por causa da proximidade da vacinação. O instituto de pesquisa Opinion Box acaba de ouvir mais de 2 mil brasileiros sobre as perspectivas para 2021 e 65% deles disseram acreditar que será um ano melhor, ante 21% que imaginam um ano igual e apenas 14% que preveem um ano pior.

Dos que acham que será pior, 60% apontam o agravamento da crise econômica como principal motivo. Dos que acham que será melhor, 65% consideram que a principal razão para isso será a vacinação contra a covid-19.

O otimismo aflora quando se pensa no ano como um todo, mas não nos próximos meses. Há um grande receio em relação ao período até que a vacinação comece a fazer diferença nos índices de contaminação. Dos entrevistados, 71% admitiram estar com medo da segunda onda e 74% acham que as cidades deveriam retomar medidas mais drásticas de restrição à circulação de pessoas. Apenas 25% acham que o pior da pandemia já passou.
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Fiocruz deve pedir registro de vacina contra a covid-19 até a próxima semana

A Fiocruz pretende entregar 210,4 milhões de doses no País ao longo de 2021, soma suficiente para vacinar mais de 105 milhões de pessoas.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), laboratório público ligado ao Ministério da Saúde, deve pedir até a próxima semana o registro da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o grupo farmacêutico AstraZeneca. O imunizante é a principal aposta do governo federal para combater a pandemia do novo coronavírus. A Fiocruz pretende entregar 210,4 milhões de doses no País ao longo de 2021, soma suficiente para vacinar mais de 105 milhões de pessoas.

A ideia de levar o pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entre o fim de 2020 e o começo do ano seguinte já havia sido anunciada pela Fiocruz e citada pelo Ministério da Saúde. Em entrevista à Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira, 28, o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da fundação, Marco Krieger, confirmou que o calendário está mantido.

A Fiocruz pretende, no começo de janeiro, começar a produzir as doses da vacina. A previsão é receber o registro da Anvisa até fevereiro e, na sequência, liberar as doses já fabricadas. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirma que a vacinação no Brasil deve começar em meados de fevereiro.

O laboratório brasileiro irá pedir o registro definitivo do produto. Com este tipo de aval é possível entregar as doses em massa à população e até mesmo usá-las na rede privada. A Fiocruz, porém, vende as suas doses apenas à rede pública. A Anvisa tem até 60 dias para avaliar o pedido de registro. A expectativa do laboratório público é que a análise seja mais célere, pois já foram entregues à agência os dados iniciais (fases 1 e 2) de desenvolvimento do imunizante.

Uma opção é tentar o aval para uso emergencial e temporário da vacina. Neste caso, a Anvisa estima finalizar a análise em até 10 dias, mas o produto só poderia ser aplicado em grupos pequenos, como de profissionais de saúde. A Fiocruz não deve tentar este tipo de autorização.

Krieger disse ao Estadão que a documentação só será levada à agência após a publicação dos dados finais (fase 3) da pesquisa de desenvolvimento do imunizante. Ele disse que o pedido será feito “no máximo” até a próxima semana. A AstraZeneca afirma ter encontrado, após pesquisas adicionais, “a fórmula vencedora” para sua vacina contra covid-19. Em entrevista ao jornal Sunday Times, o CEO da farmacêutica, Pascal Soriot, disse que o imunizante garantiu “proteção de 100%” contra formas graves de covid-19.

O porcentual citado por Soriot se refere ao poder de evitar a forma grave da covid-19. Já os dados sobre a eficácia da vacina, ou seja, de impedir o desenvolvimento da doença a partir da proteção criada pelo produto, ainda são desconhecidos. As vacinas desenvolvidas por Pfizer/BionTech e Moderna apresentaram eficácia de 95% e 94%, respectivamente.

“A gente não viu esses dados ainda, mas quem falou foi o CEO da empresa. Minha convicção era de que essa evolução acontecesse. Não imaginava que seria tão rápido”, disse Krieger ao Estadão sobre a fala de Soriot.

O representante da Fiocruz também afirma que as novas vacinas são uma “revolução” no combate a doenças infecciosas. “Há ansiedade, mas a perspectiva é boa. O Brasil pode ter mais de uma vacina em tempo rápido. Estamos animados com os resultados dessas novas tecnologias”, disse Krieger.

A Anvisa já certificou a fábrica da AstraZeneca, localizada na China, que produz o insumo farmacêutico entregue à Fiocruz. O laboratório brasileiro, no primeiro semestre, deve realizar fases finais de preparação da vacina. A ideia é que todo o produto seja fabricado no Brasil a partir da segunda metade de 2021.

Segundo o plano nacional de imunização do Ministério da Saúde, a produção das doses na Fiocruz está prevista para começar em janeiro. A entrega do primeiro lote, de 15 milhões de doses, será feita no mês seguinte. No primeiro semestre, a ideia é fabricar 100,4 milhões. No segundo semestre, mais 110 milhões de doses com produção totalmente nacional. O cronograma de vacinação dos grupos prioritários foi montado a partir da previsão de doses disponíveis em 2021 desta vacina.
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Fux exonera secretário que pediu à Fiocruz reserva vacinas para 7 mil servidores

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, exonerou do cargo o secretário de Serviços Integrados de Saúde da Corte, Marco Polo Dias Freitas, servidor que teria sido responsável pelo pedido feito à Fundação Oswaldo Cruz de ‘reserva’ de vacinas contra a covid-19 para 7 mil funcionários da Corte. Fux diz que Freitas enviou o documento à Fiocruz sem seu conhecimento.

A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Estadão.

Como mostraram os repórteres Rafael Moraes Moura e Fabiana Cambricoli, o STF alegou, no documento à Fiocruz, que a reserva das vacinas permitiria a ‘destinação de equipamentos públicos de saúde para outras pessoas, colaborando assim com a Política Nacional de Imunização’.

“Considerando se tratar de um produto novo e ainda não autorizado pela Anvisa, gostaria de verificar a possibilidade de reserva de doses da vacina contra o novo coronavírus para atender a demanda de 7.000 (sete mil) pessoas”, escreveu o diretor-geral do STF, Edmundo Veras dos Santos Filho, em documento assinado no dia 30 de novembro. O ofício dizia ainda que a Secretaria de Serviços Integrados de Saúde – SIS ficaria responsável pela realização da campanha de vacinação.

No entanto, em resposta enviada à Corte na quarta-feira, 23, a Fiocruz negou o pedido apontando ainda que não possui autonomia ‘nem para dedicar parte da produção’ para a imunização de seus próprios servidores. O Superior Tribunal de Justiça fez um pedido semelhante à fundação, o qual também foi negado.

O pedido gerou reação de ministros, como o decano, Marco Aurélio Mello, que disse ao Estadão estar “envergonhado” com a solicitação do tribunal. Na mesma linha, o relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, afirmou: “Considero fora de propósito qualquer iniciativa que neste momento não siga as orientações das autoridades sanitárias.”

À TV Justiça, o presidente do STF, Luiz Fux, havia defendido o pedido. Na ocasião, o ministro sustentou que uma das preocupações é não parar instituições fundamentais do Estado, de todos os Poderes, compostas por homens e mulheres que “já têm uma certa maturidade”.

“Nós por exemplo pedimos, de toda forma educada, ética, um pedido dentro das possibilidades quando todas as prioridades forem cumpridas de que também os tribunais superiores tenham meios para trabalhar. E para isso precisa vacinar. Não adianta vacinar os ministros e não vacinar os servidores. A difusão da doença seria exatamente a mesma”, afirmou o ministro.
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‘Não colocaria nenhuma vacina sob suspeita’, afirma Nísia Lima, presidente da Fiocruz

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) prevê entregar 210,4 milhões de doses da vacina contra covid-19 no próximo ano, segundo Nísia Trindade Lima, presidente do laboratório público, vinculado ao Ministério da Saúde. Ela reconhece, porém, que a imunização da população contra o novo coronavírus deve se estender até 2022. Nísia é uma entusiasta do Plano Nacional de Imunização, do qual a Fiocruz é responsável pela produção de 10 das 19 vacinas. Neste sentido, mesmo a instituição que lidera tendo acordo de produção com laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, não embarca em disputas políticas na corrida pelo imunizante. Sobre a demora na divulgação da eficácia na testagem da Coronavac, do Instituto Butantã e da chinesa Sinovac, é categórica: ‘Eu não colocaria nenhuma vacina sob suspeita’.

A partir da publicação de artigos em revistas científicas e da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Nísia diz que é certo que os imunizantes foram checados por especialistas independentes: ‘Todas as vacinas que forem registradas são seguras, com diferentes porcentuais de eficácia, mas certamente com a possibilidade de evitar o adoecimento, a morte, que é uma grande preocupação’.

Demonstra cautela quando provocada a falar sobre os limites do teto de gastos públicos para o combate à pandemia da covid-19, apontando que a sociedade terá que se debruçar sobre a questão do aumento do financiamento para saúde e áreas correlatas. E considera legado importante, o forte apoio do setor privado. ‘Nós criamos o site Unidos Contra a Covid para receber doações, tivemos um apoio de mais de R$ 400 milhões de pessoas físicas e empresas – apoio da iniciativa do Todos pela Saúde,’ afirmou à repórter Paula Bonelli.

Nísia é uma estudiosa da história da saúde pública no Brasil, com doutorado em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ). Sua experiência prática recente inclui a construção de rede de emergência para enfrentar crises como zika e febre amarela. Aos 62 anos, acaba de ser a mais bem votada na lista tríplice dos servidores da Fiocruz para outro mandato de quatro anos. No último páreo, em janeiro de 2017, Nísia também ficou em primeiro lugar, mas o então ministro da Saúde, Ricardo Barros, do governo Michel Temer, escolheu a segunda colocada. A mobilização de cientistas e servidores reverteu o quadro e Nísia acabou sendo nomeada. A seguir os principais trechos da entrevista com a presidente da Fiocruz.

Laboratórios escondem notícias ruins e expõem as positivas no caso da Covid-19? Cientistas, por exemplo, criticam a demora na divulgação da eficácia na testagem da vacina Coronavac.

Acho que tem muita informação e contra informação, e nós temos que ser muito cuidadosos. A Fiocruz produz 10 das 19 vacinas do Plano Nacional de Imunização (PNI), é um instituto com credibilidade. Da mesma forma, o Instituto Butantã tem muita tradição. Eu não colocaria nenhuma vacina sob suspeita. O que nós precisamos é de fato ter a evidência científica e a submissão para o registro.

A credibilidade dos laboratórios é testada na pandemia?

Os nossos laboratórios de produção têm demonstrado ao longo da história respostas às crises sanitárias e não está sendo diferente agora. O que existe hoje é um modo de comunicar a ciência que está mudando muito. A Pfizer e a própria AstraZeneca anunciaram resultados pela imprensa antes mesmo da publicação científica. Esse é um procedimento novo, muito em função da expectativa da sociedade.

A partir de que momento dá para confiar nas vacinas?

A ciência trabalha com método, os dados são checados por pessoas independentes e isso nos dá muita segurança. Todas as vacinas que forem registradas são seguras, com diferentes porcentuais de eficácia, mas certamente com a possibilidade de evitar o adoecimento, a morte, que é uma grande preocupação.

À medida que as pessoas forem vacinadas a transmissão será interrompida?

Isso será um processo, não será uma coisa tão rápida. Eu sou uma grande defensora das vacinas, mas tem que olhar o conjunto, o SUS, que vai garantir o acesso à vacinação e o nosso PNI, garantindo o acesso de todos.

Quais são os gargalos na distribuição a serem avaliados?

As vacinas que requeiram menos cadeia de frios, menor complexidade, que tenham um custo menor, serão sustentadas. O imunizante que a Fiocruz produzirá pode ser conservado em temperaturas de 2 a 8 graus centígrados, já temos toda a questão da logística do envasamento da vacina, porque utilizaremos a mesma da febre amarela. São frascos de cinco doses, as seringas são as que os programas de imunização usam geralmente, então não tem esse problema logístico mais acentuado. Até julho nós estaremos importando e depois será uma vacina absolutamente nacional, brasileira, e nós produziremos enquanto for necessário. Temos o compromisso de produzir 100,4 milhões doses até julho do ano que vem e mais 100 milhões a partir de agosto. Num regime de duas doses, isso dará para cobrir um contingente bastante expressivo de população, e ela certamente se somará a outras vacinas que estarão obtendo registro. Os cientistas apontam que as mutações de modo algum invalidam as vacinas, mas são aspectos que exigem pesquisa, e não achismo. Quanto mais informação a gente substitui o medo por consciência e por um cuidado.

Teve uma decisão do STF permitindo estados e municípios a importarem vacina e a obrigarem seu uso. O que achou?

O Ministério da Saúde definiu que qualquer vacina que seja aprovada pela Anvisa, com eficácia e segurança comprovadas, será incorporada ao PNI. Então acho que temos que reforçar um Sistema Único de Saúde, é uma visão nacional. Porque se não nós estaremos criando uma grande distorção, quer dizer, os municípios com maiores recursos terão maior acesso à vacina? Como é que vamos controlar essa ida ao mercado de prefeitos, governadores? A Fiocruz entregará 210,4 milhões de doses de vacinas no próximo ano. São 750 mil doses por dia.

O presidente disse que não vai ter vacina para todo mundo.

É, isso é um fator de priorização, isso num primeiro momento. Há também grupos que nós ainda não temos evidências científicas para vacinar, como gestantes, crianças. A vacina da Pfizer fez os testes e está preconizando a vacina a partir dos 12 anos.

Então, a perspectiva otimista é que em 2022 os brasileiros estejam vacinados?

Vamos ver qual vai ser a disponibilidade de vacinas efetiva que teremos. Elas estão em produção em âmbito global. Há uma dificuldade dessa oferta. O Brasil participou da iniciativa Covax, da Organização Mundial de Saúde – coalizão de 165 países para garantir imunizante contra a Covid-19 para nações mais pobres. Portanto, a primeira vacina registrada também será utilizada aqui. Diria que a perspectiva otimista é conseguir uma grande cobertura vacinal da população até terminar 2021. Mas acho que o mais realista é considerarmos que isso se estenda pelo primeiro semestre de 2022.

A capacidade de produção de vacinas é limitada?

Neste momento, temos toda a nossa capacidade de produção. Estamos produzindo as outras vacinas também como para febre amarela. Houve a redução da imunização no País, as pessoas precisam se vacinar, aconteceu o retorno do sarampo. Estamos ainda aumentando a produção de vacinas, de biofármacos, que são os medicamentos do futuro. Acabamos de assinar a escritura definitiva para um terreno em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para construir um complexo de biotecnologia de saúde.

Como avalia que serão os próximos anos?

No futuro, não tenho dúvida, precisaremos de mais vacinas, com boas práticas e condições. A saúde será um fator de desenvolvimento e de autonomia tecnológica. Trabalhamos na Fiocruz com o conceito de complexo econômico industrial da saúde. Ela não é só uma despesa, a saúde também é um fator de desenvolvimento econômico, de que o País possa ter autonomia nesses itens tão importantes. Esse também é um aspecto muito importante do nosso acordo para a produção da vacina para covid na Fiocruz.

O governo federal está disposto a financiar a vacina de covid-19 até que ponto?

Tivemos até o momento financiamento através de medida provisória, aprovada pela Câmara e pelo Senado, garantindo R$1,9 bilhão, para trazer esse ingrediente farmacêutico ativo e finalizar a produção em Bio-Manguinhos. Nos últimos anos aconteceram investimentos importantes. E agora há uma outra medida provisória destinada à aquisição de vacinas e à preparação do programa de vacinação.

Está ok esse financiamento? Para esse momento que nós estamos sim.

O importante é ter um investimento contínuo, estável, numa instituição como a Fiocruz. Não só nela. Acho que o mesmo se aplica a todas as instituições de ciências universitárias do nosso País.

Isso vai além da própria instituição?

A Fiocruz está contribuindo com vários estudos de fase 3 da própria vacina do Butantã, da Janssen, temos um importante grupo de pesquisa trabalhando. O que a gente tem depois da chamada farmacovigilância, é a fase 4. No Ministério da Saúde tem recursos para isso. Mas certamente a saúde terá que ter um tratamento diferenciado daqui para frente, mesmo numa situação de crise, porque ela, a ciência e a tecnologia farão parte para solução para a saída da crise, não tenho dúvida disso.

O teto fiscal pode ser um problema para vacina? Para o financiamento da vacina?

Todos os recursos para à covid-19 no orçamento deste ano poderão ser estendidos até o próximo. E têm tido um tratamento extraordinário, mas essa é uma questão que o País vai ter que discutir. Como vamos preservar essa base orçamentária, principalmente com vistas à superação da crise? Acho que esse vai ser o debate nacional dos próximos meses.

Por que você prefere a expressão ‘novo futuro’ no lugar de ‘novo normal’?

Teremos que participar dessa construção. Superaremos essa pandemia, mas vivemos num mundo globalizado, a própria pandemia está gerando novas desigualdades. Então temos que construir esse futuro com bases em sistemas de saúde, com base em ciência e tecnologia, num esforço democrático, no envolvimento da sociedade.

Qual é o legado?

Um legado importante é o forte apoio do setor privado. Criamos o site Unidos Contra a Covid para receber doações, tivemos um apoio de mais de R$ 400 milhões de pessoas físicas e empresas – apoio da iniciativa Todos pela Saúde. Colaboramos com processamento de testes, diagnósticos, e a adequação das nossas instalações para produção da vacina de covid. Estamos trabalhando com transparência em todos esses dados.
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AGÊNCIA GLOBO

Sem fechar com Pfizer, Bolsonaro cobra de fabricantes registro na Anvisa
DANIEL GULLINO
Presidente destaca mercado brasileiro e diz que responsabilidade é do ‘vendedor

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cobrou ontem desenvolvedores de vacinas contra a Covid-19 por ainda não terem feito pedido de uso emergencial ou de registro na Anvisa. Bolsonaro afirmou que o Brasil é um “mercado consumidor enorme” e que a responsabilidade de disponibilizar o imunizante é do “vendedor”, e não dele.

  • O Brasil tem 210 milhões de habitantes, Um mercado consumidor, de qualquer coisa, enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles, então, não apresentam documentação na Anvisa? Pessoal diz que tenho que… Não, não, Quem quer vender… Se eu sou vendedor, eu quero apresentar afirmou Bolsonaro a apoiadores no Palácio da Alvorada.
    Enquanto quase 5 milhões de pessoas já receberam doses de vacinas contra a Covid-19 em todo o mundo, o presidente voltou a dizer que não está preocupado com a “pressão” em tomo do tema e que a vacinação não pode ser feita “correndo”, Bolsonaro também disse que poderia ser acusado de interferência na Anvisa caso pressionasse por um trâmite mais acelerado.
    NEGOCIAÇÕES EM CURSO
    No início do mês, a Anvisa fixou prazo de 10 dias para concessão da autorização emergencial de uso da vacina contra a Covid-19. Essa modalidade independe da obtenção de registro por autoridades do exterior e é concedida pela agência para aplicação do imunizante em grupos específicos.
    A Pfizer, cujo imunizante já está sendo aplicado em vários países, entre eles o Reino Unido e os EUA, informou que as negociações com o governo “estão em curso” e que considera o processo de submissão contínua- método convencional de aprovação de vacinas junto à Anvisa – o mais célere neste momento. “A submissão de uso emergencial também pede detalhes do quantitativo de doses e cronograma que será utilizado no país, pontos que só poderão ser definidos na celebração do contrato definitivo”, diz nota ao GLOBO.
    A AstraZeneca, que tem acordo de fabricação com a Fiocruz e o Ministério da Saúde, também segue a submissão continuada e informou que tem enviado à Anvisa sucessivas atualizações sobre análises de segurança e eficácia do imunizante.
    A farmacêutica informou também que não enviou pedido de uso emergencial da vacina feita em parceria com Universidade de Oxford porque ele ainda não está disponível no Brasil. Segundo a empresa, as primeiras doses serão entregues no início de janeiro.
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Dupilumabe: medicamento para dermatite atópica fica fora do novo rol da ANS

Pacientes em todo Brasil esperam a chegada do novo rol de procedimentos da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), previsto para entrar em vigor a partir de 2021, onde se ampliará a cobertura ofertada pelos planos de saúde obrigando-os a custear tratamentos e procedimentos mais modernos.

Embora o novo rol de procedimentos da ANS seja um avanço para o tratamento de muitas doenças, pacientes com dermatite atópica que dependem do uso do medicamento dupilumabe (cujo nome comercial é Dupixent) não serão comtemplados.

A ANS manteve o dupilumabe fora do rol, levando os pacientes a ingressarem na Justiça para buscar a cobertura do tratamento pelo plano de saúde ou mesmo acionar o SUS (Sistema Único de Saúde) para ter acesso ao medicamento.

Segundo o advogado especialista em plano de saúde Elton Fernandes, a recusa dos convênios médicos e o fato da ANS manter o medicamento dupilumabe fora do rol de procedimentos de cobertura obrigatória têm sido revistos pela Justiça.

O rol de procedimentos da ANS já nasce defasado. A sociedade esperou três anos, pois estamos desde 2017 revisando o rol de procedimentos e, agora, sabemos que a ANS soltará o novo rol para viger nos anos de 2021 e 2022, talvez até mesmo 2023, sem medicamentos como o dupilumabe para o tratamento de dermatite atópica, explica o advogado Elton Fernandes.

De acordo com o especialista, o número de ações contra planos de saúde disparou em todo país. Em boa medida, a demora em revisar e incluir novos tratamentos no rol é a causa desse aumento.

Justiça confirma que planos de saúde e SUS devem custear dupilumabe

Desde a aprovação do medicamento dupilumabe no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no meio do ano de 2019, pacientes têm buscado a Justiça para ter acesso à medicação, seja pelo plano de saúde ou então pelo SUS.

Muitos desses pacientes que já haviam tentado inúmeros tratamentos, sendo que alguns deles apresentavam sérios efeitos colaterais, como é o caso dos corticoides.

O advogado Elton Fernandes ressalta que, em larga medida, a Justiça tem acolhido esses pedidos, desde que sejam bem embasados em prescrição médica, e que existe muita jurisprudência favorável aos pacientes.

Acompanhe a seguir a orientação do especialista em Direito da Saúde sobre os direitos dos pacientes com dermatite atópica e como é possível conseguir a cobertura do medicamento pelo SUS ou pelo plano de saúde.

Rol da ANS e a cobertura de medicamentos de alto custo

O novo rol de procedimentos da ANS deixou de fora diversos medicamentos de alto custo que são fundamentais para o tratamento de pacientes diagnosticados com dermatite atópica, câncer de mama, esclerose múltipla, entre outras doenças.

Ao receber a recusa do plano de saúde em custear o tratamento, pacientes se questionam: ‘quanto custa dupilumabe?’. E, ao fazer uma pesquisa rápida, muitos deles se dão conta que não possuem condições de pagar pelo preço do medicamento.

Essa decisão é prejudicial para diversos consumidores da saúde suplementar que não possuem condições financeiras de pagar o valor que é cobrado pelo dupilumabe e dependem do plano de saúde para ter acesso ao tratamento prescrito, reforça o advogado Elton Fernandes.

A boa notícia, segundo o especialista, é que caso a cobertura do medicamento tenha sido negada é possível mover uma ação judicial contra o plano de saúde com o objetivo de conseguir o custeio integral do valor do dupilumabe.

Tramitação eletrônica acelera o andamento do processo

Atualmente, os processos não costumam mais demorar como antes. Afinal, hoje em dia tudo é informatizado e os processos tramitam pelo meio eletrônico. Muitas vezes, não há nem mesmo audiência e necessidade do advogado comparecer ao fórum.

Casos como o de pacientes com dermatite atópica podem demandar, inclusive, o que chamamos de pedido de liminar, onde o juiz pode desde logo determinar que o plano de saúde forneça a medicação, mesmo enquanto o processo ainda está em trâmite, informa o advogado Elton Fernandes.

A liminar é fundamental para pacientes que possuem urgência em iniciar o tratamento prescrito, seja com o dupilumabe ou qualquer outro medicamento que esteja registrado pela Anvisa no país.

Pedido de liminar: o que é necessário para obter a decisão?

Basicamente, será necessário demonstrar apenas duas coisas para obter uma liminar na Justiça: a existência de um direito e a urgência do caso.

Quando dou aulas para turmas de Direito, costumo dizer que liminar é uma espécie de analgésico onde o paciente, ao tomar, acaba com sua dor, mas não resolve por completo seu problema, pois esta decisão liminar precisará ser posteriormente confirmada ao final do processo para continuar valendo. Mas, uma vez que o juiz conceda a liminar, o paciente poderá iniciar a medicação e a liminar pode ser concedida logo no início do processo, explica o advogado Elton Fernandes, especialista em planos de saúde.

Sendo assim, é fundamental ter um bom relatório médico descrevendo o quadro de saúde e a urgência do paciente em fazer uso do medicamento. Além disso, é importante ter o auxílio de um advogado especialista em ação contra plano de saúde.

Pacientes que dependem do SUS também podem obter dupilumabe

Os pacientes que dependem do SUS também podem ingressar na Justiça com um pedido de liminar para ter acesso ao dupilumabe. Assim como acontece nas ações contra planos de saúde, será necessário demonstrar a urgência do tratamento.

O SUS costuma demorar mais para cumprir uma decisão judicial e os critérios são um pouco diferentes daqueles utilizados contra os planos de saúde. No caso de uma ação contra o SUS, o paciente precisará demonstrar que não tem condições de pagar a medicação e, ainda, demonstrar que não existem outros medicamentos listados no SUS capazes de possibilitar o tratamento, alerta o advogado Elton Fernandes.

Ainda não existe previsão para que o dupilumabe seja incluído no rol da ANS. Por essa razão, pacientes com dermatite atópica que possuem indicação para utilizar o medicamento terão de continuar buscando a Justiça para ter acesso ao tratamento.
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Lei que prevê 72 horas para Anvisa decidir sobre vacina de Covid-19 perde validade dia 31

Legislação está vinculada à vigência de decreto de calamidade que termina no final do ano; MP que poderá estabelecer novo prazo só deve ser analisada pelo Senado a partir de fevereiro

BRASÍLIA- A legislação que determina prazo de 72 horas para que a Agêncina Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analise a autorização de vacina contra Covid-19 cujo registro já tenha sido emitido por uma autoridade sanitária do exterior perderá a validade no dia 31 de dezembro. A avaliação da Anvisa com base na autorização de agências externas pode voltar a ter novo prazo a partir de fevereiro, caso o Senado mantenha um texto aprovado pela Câmara neste mês.

A lei aprovada no Congresso é um dos principais instrumentos utilizados por autoridades para pressionar a Anvisa pela apreciação célere do registro de vacinas, e já foi evocada diversas vezes por governadores dos estados nas discussões sobre a aprovação do imunizante no país.

A lei 13.979 que fala, entre outros pontos, sobre o registro de vacina, alterada pela lei 14.006, tem sua vigência vinculada ao decreto que estabelece o estado de calamidade até 31 de dezembro. Ou seja, como o estado de calamidade não deve ser renovado, a legislação perderá a validade no fim deste ano. Haverá um vácuo sobre o tema até que o Senado aprecie o texto da medida provisória (MP) que autoriza a compra de vacina contra a Covid-19 pelo programa internacional Covax Facility, aprovado neste mês pela Câmara.

Por acordo, o relator da matéria, deputado Geninho Zuliani (DEM-SP), aceitou um prazo intermediário para que a Anvisa libere as autorizações temporárias ou emergenciais. A Anvisa alegava que não poderia conceder as liberações em 72 horas, como a legislação atualmente determina, e pedia um prazo de 10 dias. O relator estabeleceu o prazo em 5 dias para que a agência se manifeste após a submissão do pedido, dispensada a autorização de qualquer outro órgão da administração pública. Para essa liberação emergencial, o imunizante precisará ser aprovado em pelo menos uma das agências reguladoras internacionais. Devido ao recesso parlamentar, a MP só perderá a validade em 3 de março do ano que vem e poderá ser analisada pelos senadores até esse dia.

Segundo o artigo 3° da lei 13.979, para enfrentamento da emergência em saúde as autoridades poderão adotar autorização excepcional para importação e distribuição “de quaisquer materiais, medicamentos, equipamentos e insumos da área de saúde sujeitos à vigilância sanitária sem registro na Anvisa considerados essenciais para auxiliar no combate à pandemia do coronavírus”. A lei estabelece, no entanto, algumas condições para isso.

Primeiro, o insumo deve ter sido registrado por ao menos uma autoridade sanitária estrangeira como a Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos; a European Medicines Agency (EMA), na Europa; a Pharmaceuticals and Medical Devices Agency (PMDA), no Japão; ou a National Medical Products Administration (NMPA) , na China. A legislação frisa, no entanto, que o imunizante precisa ter obtido registro dessas agências e estar autorizado à distribuição comercial. Essa lei foi proposta pelo próprio governo federal e posteriormente sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.

No início do mês, governadores afirmaram que caso houvesse registro de alguma vacina no exterior e a Anvisa não se manifestasse no prazo de 72 horas o imunizante estaria automaticamente aprovado.

  • Se a Anvisa não se manifestar em 72 horas sobre a autorização, a vacina automaticamente estará autorizada- afirmou na ocaisão o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, complementando:
  • Temos a fala final do ministro de que vai adquirir toda e qualquer vacina. E que o processo vai ser feito pelo Ministério da Saúde e não pelo governador A ou B.

O GLOBO questionou se a Anvisa pretende estabelecer algum prazo interno para responder a eventuais demandas de vacinas que tenham sido aprovadas no exterior e solicitem o aval da agência. Em resposta à reportagem, a Anvisa afirmou que “trabalha em acordo com a legislação vigente”. A agência disse ainda que “desde janeiro de 2020, a Anvisa vem priorizando tudo que seja relacionado ao enfrentamento da pandemia.”

A Anvisa afirmou também que mantém o compromisso de “atuar no menor tempo possível, usando todas as estratégias de otimização das análises, como as ferramentas de reliance e das avaliações já iniciadas por meio do processo de submissão continua.”
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FOLHA DE S.PAULO

Anvisa concede certificado de boas práticas a fábricas ligadas à vacina da Pfizer contra Covid
Documento é um dos requisitos para aprovação de registro do imunizante, cujo aval ainda não foi solicitado, diz agência
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou nesta segunda-feira (28) que concedeu à farmacêutica Pfizer certificados de boas práticas de fabricação em processo que analisa o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19.
O pedido havia sido feito pela empresa em conjunto com a BioNTech nos últimos meses.
Atualmente, o certificado de boas práticas é um dos requisitos para que fabricantes possam obter o registro da vacina, nome dado ao aval para que possa ser aplicada à população.
Na prática, a decisão da Anvisa indica que há menos impeditivos para análise de um pedido de registro quando ele ocorrero que ainda não tem previsão.
Ao todo, quatro empresas participam do processo de fabricação de insumos e formulação da vacina da Pfizer com a BioNTech, segundo a Anvisa. Dessas quatro, a Anvisa diz que já possui informações suficientes de três delas quanto ao cumprimento das boas práticas de fabricação, restando informações de apenas uma.
Segundo a agência, um empresa teve a inspeção feita diretamente pela Anvisa, enquanto outras duas foram avaliadas por uma autoridade reguladora que usa de normas semelhantes ao órgão brasileiro. A quarta empresa “ainda enviará informações requeridas pela Anvisa após a análise técnica inicial”, diz.
Os primeiros certificados que indicam a aprovação de boas práticas o que ainda não é o registro da vacina foram publicados no Diário Oficial da União na noite desta segunda (28).
Além da Pfizer e BioNTech, outras duas fabricantes de vacinas já tiveram certificados de fabricação aprovados: a Wuxi Biologics, que fornece insumos para a AstraZeneca, e a Sinovac, que tem parceria com o Butantan. Ambas as fábricas ficam na China e tiveram o documento aprovado após inspeção feita por uma equipe da agência no local.
Mais cedo, a Pfizer divulgou uma nota em que afirma que não pretende solicitar o uso emergencial da vacina no Brasil, mas sim continuar com o envio de dados à Anvisa por meio de outro processo, chamado de submissão contínua –o qual prevê envio escalonado de documentos até que haja pedido de registro.
A avaliação da empresa é que essa medida seria mais ágil do que a opção anterior.
“A submissão de uso emergencial também pede detalhes do quantitativo de doses e cronograma que será utilizado no país, pontos que só poderão ser definidos na celebração do contrato definitivo”, completou em nota.
Atualmente, a Pfizer ainda negocia um acordo com o Ministério da Saúde para fornecer doses ao Brasil. O imunizante já foi aprovado para uso emergencial em outros países onde a empresa tem acordos firmados, como o Reino Unido e Chile, por exemplo.
A divulgação da nota ocorreu horas após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), alvo de críticas pelo atraso na compra de doses, questionar laboratórios que desenvolvem imunizantes e dizer que eles deveriam estar interessados em vender os produtos para o país.
“O Brasil tem 210 milhões de habitantes, então um mercado de consumidor de qualquer coisa enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para gente? Por que eles não apresentam documentação na Anvisa?”, questionou o presidente durante conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.
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Mesmo com vacinação, pandemia deve continuar por boa parte de 2021

Plano de imunização lento, logística e alta transmissão da Covid-19 impõem manutenção de restrições
Everton Lopes Batista

A pandemia do coronavírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, deve entrar em 2021 com força, beirando os 200 mil mortos pela doença desde sua chegada ao Brasil.
Embora o cenário com relação às vacinas em desenvolvimento seja animador, com testes clínicos bem sucedidos e início da aplicação em países como Reino Unido e Estados Unidos, especialistas alertam que, pelo menos no Brasil, vamos passar boa parte do próximo ano como vivemos em 2020, com restrições do comércio e atividades culturais e a manutenção de medidas de proteção contra o contágio, como o uso de máscara e o distanciamento social.
O plano de vacinação nacional do governo – classificado por especialistas como lento e insuficiente para cobrir toda a população- , as dificuldades logísticas para distribuir o imunizante e as altas taxas de transmissão do virus tornam mais demorada a retomada de uma vida mais parecida com a que existia antes da pandemia.
A data para o início da imunização no país ainda é incerta. O Ministério da Saúde já fez quatro previsões: os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março foram cogitados para o começo da campanha. O impasse fez crescer a insegurança da população com relação aos planos do governo, que afirma aguardar uma autorização para uma imunização pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) antes de bater o martelo.
“Até que os grupos prioritários sejam vacinados, deve se passar quase um ano inteiro. Quando isso acontecer, devemos ter uma menor circulação do vírus na população, mas ainda teremos muitos casos novos da doença e mortes causadas por ela”, diz Viviane Alves, microbiologista e professora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB/UFMG).
Em três fases iniciais, a campanha deverá vacinar trabalhadores da saúde, pessoas com mais de 60 anos, indígenas e pessoas de comunidades tradicionais, pessoas com algumas comorbidades e deficiências permanentes severas, trabalhadores da educação e segurança pública, entre outros.
Quando for finalizada a vacinação dos grupos de risco, Alves diz que haverá maior tranquilidade para os mais suscetíveis à doença. “Mas ainda não sabemos se as vacinas podem evitara transmissão do vírus e, assim, se não forem seguidos os cuidados necessários, a transmissão entre os mais jovens ainda pode pressionar o sistema de saúde.”
Segundo o imunologista Daniel Santos Mansur, professor e pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os jovens adultos são grande parte do número de infectados pela doença por estarem mais expostos, circulando mais. Esse grupo também deve ser um dos últimos a receber a vacina, ficando à frente apenas das crianças, que têm as menores chances de complicações com a Covid-19.
“Não acho que a vacinação inicialmente vai mudar o cenário em termos de número de novas infecções aponto de podermos deixar o distanciamento social e o aso de máscaras, por exemplo”, diz.
É possível ser infectado com o vírus, mas não manifestar nenhum sintoma da doença. Os chamados assintomáticos seriam cerca de 40% a 50% do total de infectados pelo Sars- C0V-2, segundo estimativas de cientistas. Os primeiros resultados divulgados dos estudos com as vacinas em teste são animadores, mas a eficácia medida diz respeito à capacidade que o imunizante tem para proteger contra o desenvolvimento da Covid-19 e não mostram se os imunizantes podem diminuir a transmissão.
Os resultados dafase3de testes clínicos da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, publicados no início de dezembro, indicam que o imunizante é capaz de bloquear a transmissão do viras em quem a recebe, de acordo com Mansur. Mas o pesquisador lembra que esse dado ainda precisa ser confirmado e que nenhuma outra vacina em desenvolvimento apresentou dados referentes à capacidade de evitar o contágio.
“Distribuir para todas as pessoas uma vacina que previne a doença e bloqueia a transmissão é o cenário ideal, mas ainda estamos um pouco longe dele”, diz Mansur.
Outro grande desafio é ampliar a cobertura vacinai até que a circulação do vírus diminua a ponto de reduzir drasticamente o surgimento de novos casos da doença Para chegarmos a essa imunidade coletiva, porém, devemos superar a baixa quantidade de doses disponíveis das vacinas aprovadas, disputadas por todos os países do mundo. A resistência da população aos imunizantes disponíveis é outra barreira nesse caminho.
Um artigo publicado neste mês na revista científica BMJ por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins (Estados Unidos) mostrou que os países mais ricos já garantiram 51% das doses de vacinas disponíveis para compra, mesmo tendo menos de 14% da população mundial.
No Brasil, a principal aposta foi a vacina de Oxford/AstraZeneea, da qual o governo federal garantiu cerca de 100 milhões de doses ainda em j unho. O imunizante não foi aprovado em nenhum país ainda e foi passado para trás pela vacina criada pela Pfizer em parceria com a empresa de biotecnologia alemã BioNTech, com quem o governo só iniciou as tratativas para um acordo em dezembro para a compra de 70 milhões de unidades.
Cada pessoa precisa receber duas doses das principais vacinas em desenvolvimento para adquirir proteção contra a doença. Assim, 70 milhões de doses seriam suficientes para vacinar35 milhões de pessoas.
Para chegarmos à imunidade coletiva e diminuirmos radicalmente os riscos de infecção, especialistas apontam que uma parcela entre 70% e 80% da população precisa ser vacinada – oque representa algo entre 146 milhões e 180 milhões de brasileiros.
Além da baixa disponibilidade de doses inicial, o número de pessoas que recusam a vacina tem aumentado. Segundo pesquisa nacional do Datafolha divulgada neste mês, cerca de 22% dos entrevistados afirmam que não pretendem se vacinar. Em agosto, eram 9% da população brasileira.
Segundo cientistas e médicos, a disseminação de informações falsas e a atitude do presidente Jair Bolsonaro, que desencoraja a aplicação da imunização, contribuem para o movimento antivacina, que vai contra a ciência bem fundamentada dos imunizantes, que combateram doenças e evitam milhões de mortes todos os anos.
“Quando não atingimos a cobertura vacinai necessária, novos surtos podem acontecer. Foi isso que aconteceu nos últimos anos com os surtos de sarampo e febre amarela, porque as pessoas deixaram de se vacinar”, afirma Mirian de Freitas Dal Ben, médica infectologista no Hospital Sírio-Libanês.
“Vacinas são um mecanismo de controle de doenças, e quando um pequeno grupo decide não se vacinar o impacto disso pode ser grande na população como um todo.”
Dal Ben explica que quanto mais pessoas estiverem vacinadas, maiores as chances de diminuir a circulação do vírus e proteger pacientes com doenças de base que não podem receber o imunizante.
No dia 17 de dezembro, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que a vacina contra a Covid-19 pode ser obrigatória e liberou a União, estados e municípios a aprovarem leis que restrinjam direitos das pessoas que não quiserem se vacinar.
Os cientistas afirmam que há ainda muitos conhecimentos a serem produzidos a respeito do vírus e das vacinas que podem combatê-lo. Entre as incertezas que serão carregadas para o próximo ano, estão a duração da imunidade concedida pela vacina e a capacidade de mutação do vírus, que pode trazer a necessidade de uma vacinação recorrente e periódica, como acontece com a gripe. “Mas só teremos essas respostas com o passar do tempo “, diz Mansur.
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CORREIO BRAZILIENSE

Fetos não pegam covid de mães infectadas, mas herdam menos defesa, diz Harvard

Apesar de a comunidade científica ter dedicado praticamente o ano inteiro a entender o novo coronavírus, essa enfermidade ainda não é bem compreendida por especialistas. Para ajudar na difícil tarefa de decifrar as características do Sars-CoV-2 e suas consequências, um grupo de pesquisadores americanos investiu no estudo sobre o impacto da covid-19 na gravidez. Em análises feitas com mais de 100 gestantes, cientistas da Universidade de Harvard observaram que as mulheres contaminadas não transmitiram o patógeno para o feto. Porém, também constataram que a transferência de anticorpos protetores, que é feita por meio da placenta, é menor do que era esperado.
As descobertas foram publicadas na última edição da revista especializada Jama e podem contribuir para o desenvolvimento de estratégias de vacinação mais eficazes para as gestantes. Autoridades de saúde de vários países têm encarado com reservas o uso de vacina nas grávidas. A Agência de Medicamentos Europeia (EMA), por exemplo, ao autorizar o imunizante do consórcio Pfizer/BioNTech, recomendou que deve haver uma avaliação caso a caso.
Os pesquisadores já desconfiavam que grávidas infectadas com novo coronavírus não o transmitem aos fetos, mas decidiram realizar investigações mais apuradas para entender melhor o comportamento do vírus no organismo delas. “Imaginávamos que o vírus Sars-CoV-2 não teria força o suficiente para chegar até a criança, principalmente devido à proteção da placenta. Porém, sabemos muito pouco sobre a resposta imune a esse patógeno nesse grupo de pacientes”, destacaram os cientistas no artigo.
No estudo, os investigadores acompanharam 127 grávidas, todas no terceiro trimestre de gestação, que receberam atendimento em três hospitais da cidade de Boston, entre 2 de abril e 13 de junho. Entre as 64 com teste positivo para a covid-19, os cientistas não encontraram vírus no sangue materno ou no cordão umbilical, apesar da detecção do patógeno no sistema respiratório das mulheres. Também não foram registrados sinais do agente infeccioso nas placentas.
“Suspeitamos que a transmissão para o feto é bloqueada devido à ausência de vírus no sangue das mães, mas, também, porque as principais moléculas usadas por esse agente infeccioso, para entrar nas células (receptor ACE2 e enzima TMPRSS2) ,não estão presentes na placenta”, destacou, em um comunicado à imprensa, Andrea Edlow, professora-assistente de Obstetrícia, Ginecologia e Biologia Reprodutiva na Universidade de Harvard, e principal autora do estudo.
Anticorpos
Na segunda parte da pesquisa, os cientistas focaram na transferência de anticorpos que agem contra o novo coronavírus das mães para os bebês. Eles se surpreenderam ao constatar números mais baixos do que seria considerado normal.
Os cientistas também compararam a quantidade de células de defesa do Sars-CoV-2 transferida aos fetos com as taxas de anticorpos da gripe (influenza), e coqueluche. “As células protetoras específicas para esses dois vírus, que foram herdadas pelos bebês, atingiram índices relativamente normais. Já as do novo coronavírus foram significativamente menores, além de terem se mostrado menos funcionais do que os anticorpos contra a gripe”, detalhou Edlow.
Os cientistas explicaram ainda que a transferência transplacentária de anticorpos para o feto é tipicamente mais alta no terceiro trimestre, o que surpreendeu ainda mais o grupo. Edlow revelou que essa redução pode ter ocorrido devido a alterações em ligações de carboidratos (glicosilação) presentes nos anticorpos do Sars-CoV-2, que não foram vistas nas células de proteção da influenza e da coqueluche.
“Essa alteração pode fazer com que essas moléculas fiquem ‘presas’ na circulação materna, em vez de serem transferidas pela placenta por meio de receptores de anticorpos placentários”, acrescentou a principal autora do estudo.
Imunização
Na avaliação de José Gomes Moura, médico ginecologista do Hospital Anchieta, em Brasília, os dados vistos no trabalho contribuem para um melhor entendimento do comportamento do novo coronavírus em gestantes, o que pode ajudar a lidar melhor com a enfermidade no futuro. “Estamos todos os dias antenados com essas novidades relacionadas à covid. A cada hora, temos mais uma contribuição importante, como as fornecidas por esse estudo. Essa pesquisa, agora, deixa bem claro que temos uma baixa transmissão de anticorpos durante o terceiro trimestre. Precisamos ficar atentos a isso, pois, até agora, achávamos que a proteção dos bebês a essa enfermidade era maior”, frisou.
Para Moura, os estudos devem prosseguir para, por exemplo, verificar os possíveis motivos dessa limitação. “A pesquisa fala dessas falhas nas ligações de carboidratos como uma possível causa, mas é necessário ter certeza quanto a isso. São dados importantes que precisam ser considerados em pesquisas futuras”, completou.
Os pesquisadores de Harvard estão certos de que os resultados da pesquisa poderão impactar no desenvolvimento de estratégias de vacinação. “Precisamos de imunizantes para gestantes que sejam capazes de trabalhar com esse padrão distinto de glicosilação. Será a medida ideal para gerar uma maior proteção aos recém-nascidos”, defendeu Andrea Edlow. “Nossas descobertas também levantam questões sobre o momento ideal de administração da vacina”, assinalou Edlow.
O ginecologista brasileiro concorda. Para Moura, os dados do estudo americano precisam ser levados em consideração para traçar campanhas de imunização de gestantes. “Com essas informações, temos argumentos que justificam ainda mais a necessidade de vacinar grávidas e também qual é o melhor momento. Possivelmente, durante o terceiro trimestre de gestação, o mesmo período em que os pesquisadores observaram essas alterações”, opinou. “Só com o tempo teremos respostas mais sólidas e seguras”, reconheceu.

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OMS alerta para novas pandemias

Em meio à segunda onda da covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, ontem, que os países devem se preparar para outras pandemias ainda piores. “É apenas um sinal de alarme”, alertou Michael Ryan, diretor de Emergências da agência internacional, durante a última coletiva de imprensa do ano sobre a pandemia do novo coronavírus, responsável por mais de 1,7 milhão de mortes em todo o mundo.
“Essa pandemia tem sido muito difícil. Circulou muito rapidamente e afetou todos os cantos do planeta, mas não necessariamente foi a pior”, advertiu Ryan. O diretor da OMS ressaltou que o novo coronavírus tem uma transmissibilidade muito alta, e pode ser letal, mas ressalvou que “seus níveis de mortalidade são relativamente baixos em comparação com outras doenças emergentes”.
O epidemiologista Bruce Aylward, também membro da agência de saúde das Nações Unidas, apoiou a tese ao afirmar que, apesar dos avanços científicos no combate à covid-19, como o desenvolvimento de vacinas em tempo recorde, a humanidade ainda está muito despreparada para a ameaça de futuras pandemias.
“Estamos na segunda e terceira ondas do vírus e ainda não somos capazes de controlá-lo”, lamentou Aylward, ao lado de Ryan. “Embora estejamos mais bem organizados, os avanços ainda não são suficientes para a atual (pandemia) e menos ainda para as futuras”, acrescentou o especialista.
Enquanto isso, a vacinação para a covid-19 avança em vários países, embora enfrente problemas de logística em alguns deles, causados, sobretudo, pelas exigências de armazenamento das doses. A empresa americana Pfizer anunciou que entregaria, com um pequeno atraso, carregamentos de seu imunizante – desenvolvimento em parceria com a alemã BioNTech – para oito países europeus, previstos, inicialmente, para ontem.
A farmacêutica informou às autoridades europeias que as encomendas vão chegar hoje ao destino. “A Pfizer foi informada por sua fábrica em Puurs (Bélgica) sobre atrasos nos embarques para outros países, inclusive Espanha, devido a um problema com o processo de carregamento e embarque”, afirmou o Ministério da Saúde espanhol, em comunicado.
Madri anunciou que fará um cadastro com os dados das pessoas que se recusam a ser vacinadas contra a covid e que o compartilhará com outros países da União Europeia – as informações não serão divulgadas. “Não é um documento a ser tornado público e será feito com o maior respeito pela proteção de dados”, declarou, em uma entrevista à emissora de televisão La Sexta, Salvador Illa, ministro da Saúde do país europeu. Os espanhóis não serão obrigados a receber as doses contra o novo coronavírus.
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A REDAÇÃO

Goiás ultrapassa marca de 305 mil casos da covid-19
Adriana Marinelli

Goiânia – Goiás registrou 1.259 novos casos da covid-19 e uma morte pela doença nas últimas 24 horas. É o que aponta boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) divulgado na tarde desta segunda-feira (28/12). Com as atualizações, o Estado chega a 305.735 casos da covid-19 e 6.753 óbitos confirmados.

De acordo com a SES-GO, há em Goiás o registro de 295.166 pessoas que tiveram a doença e estão recuperadas. No Estado, há 257.323 casos suspeitos em investigação e outros 206.268 já foram descartados.

Além dos 6.753 óbitos confirmados de covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,21%, há 196 óbitos suspeitos que estão em investigação.
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JORNAL OPÇÃO

Hospital das Clínicas da UFG inaugura Ala Lourival Louza com apoio de doações

Por Augusto Araújo

Expectativa é de que doação de mais de R$ 2 milhões do Grupo Flamboyant estimule empresas a investirem em educação e saúde

Foi inaugurada a ala Lourival Louza no novo prédio do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG), nesta segunda-feira, 28. Composta por 60 leitos, a nova ala contou com a parceria do Grupo Flamboyant, que doou R$ 2,3 milhões para a compra de equipamentos.
A instituição de ensino espera que o gesto pioneiro do grupo empresarial possa servir de inspiração para outras empresas também colaborarem com o hospital. O reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, destacou o momento emblemático do recebimento desta doação para o Hospital das Clínicas, inaugurado no último dia 14.
“O Sertão hoje é referência para o país e o eixo de desenvolvimento mudou para o Centro-Oeste brasileiro. Por isso o arrojo da obra do novo Hospital das Clínicas. Nossa estrutura não deve para nenhuma outra instituição de saúde do Brasil”, afirmou Edward.
Representando o Grupo Flamboyant, a empresária Isadora Louza incentivou outras instituições a realizarem esse tipo de doação em prol da saúde e da educação brasileira. “Gostaríamos que outras empresas se sentissem motivadas a realizar esse tipo de doação. Esse espaço materializa a valorização da ciência”, concluiu.
O superintendente do HC, prof. José Garcia Neto, destacou a relevância que o hospital exerce, sendo referência em diversas áreas de pesquisa, em especial no tratamento de doenças infecciosas e transplantes. O professor também agradeceu à iniciativa por “acreditar na educação e saúde no Estado de Goiás.”
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação