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DESTAQUES
Sintomas gripais lotam hospitais públicos e privados em Goiânia
Brasil registra 148 mortes nas últimas 24h; média volta a ficar acima de 100
Covid-19: Goiás registra 647 novos casos e seis mortes em 24 horas
Alta em casos de dengue e gripe também aumenta demanda em hospitais da rede privada em Goiás
Com alta procura, Aparecida destina 40 UBS’s ao atendimento de doenças virais
Casos de crianças com covid têm alta de 55%
Mundo bate recorde de casos de Covid com avanço da ômicron
Nota técnica da Saúde garante ao STF que vacina é segura
TV ANHANGUERA
Sintomas gripais lotam hospitais públicos e privados em Goiânia
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AGÊNCIA ESTADO
Brasil registra 148 mortes nas últimas 24h; média volta a ficar acima de 100
O Brasil registrou 148 novas mortes pela covid-19 nesta terça-feira (28/12). A média móvel de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 105. O índice estava abaixo de 100 há três dias, sob influência da instabilidade nos sistemas do Ministério da Saúde após ataque hacker – problema que ainda afeta divulgação de dados. O número de novas infecções notificadas foi de 8.356, enquanto a média móvel de testes positivos na última semana é de 4.956. No total, o Brasil tem 618.723 mortos e 22.252.231 casos da doença.
Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h. Segundo os números do governo, 21,5 milhões de pessoas estão recuperadas. Alagoas, Amapá, Roraima e Sergipe não registraram óbitos nas últimas 24h. Acre e Santa Catarina não divulgaram atualização de casos e mortes.
Roraima não informou a quantidade de infecções registradas, por conta de problema no sistema do Ministério da Saúde. O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde 8 de junho do ano passado, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 647 novos casos e seis mortes em 24 horas
Adriana Marinelli
Goiânia – Goiás registrou 647 novos casos de covid-19 e seis mortes pela doença nas últimas 24 horas, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgados na tarde desta terça-feira (28/12). Com as atualizações, o Estado chega a 946.107 casos e 24.661 óbitos confirmados de covid-19.
De acordo com a SES-GO, Goiás soma 916.291 pessoas que tiveram a doença e estão recuperadas. No Estado, há 586.763 casos suspeitos em investigação. Já foram descartados 293.134 casos.
Além dos 24.661 óbitos confirmados de covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,61%, há 390 óbitos suspeitos que estão em investigação.
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DIÁRIO
Alta em casos de dengue e gripe também aumenta demanda em hospitais da rede privada em Goiás
Com o aumento de casos de dengue e gripe no Estado de Goiás, a rede privada de saúde também vive um momento de lotação, com grande demanda para atendimentos emergenciais. De acordo com a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), os hospitais de Goiânia e do interior estão vivendo um momento atípico neste fim de ano.
Segundo a associação, apenas nesta segunda-feira, 27, uma unidade hospitalar localizada na região Sudoeste da capital, atendeu cerca de 350 pacientes no pronto atendimento, quase 100 a mais do que o maior número de atendimentos diários já registrados na unidade. “Nem mesmo em 2020, primeiro ano da pandemia, foi registrada uma demanda tão grande entre meados de novembro e o mês de dezembro, como a verificada agora”, pontua.
Em outra unidade, localizada no Setor Oeste, o aumento começou em outubro com a transição de atendimentos para casos clínicos não relacionados à Covid-19. O aumento da demanda registrado no mês foi de 6%. Em novembro, esse percentual subiu para 10%. Já em dezembro, superou 20% de aumento e segue crescendo. Em um hospital situado no Setor Bueno, o crescimento é de cerca de 50% na demanda de dezembro em relação a novembro, no pronto atendimento.
De acordo com a Ahpaceg, a situação repete-se em outras regiões da capital e no interior, como em Rio Verde. O reflexo deste aumento na demanda tem sido prontos atendimentos cheios e o aumento no tempo de espera, pois mesmo com mais médicos na equipe, os hospitais não têm conseguido manter o tempo habitual de assistência.
Em todos os locais, a maior procura é por parte de pessoas com sintomas de gripe e dengue, com queixas de febre, tosse, dor de garganta, cefaleia e dores no corpo. Casos de Covid-19 são descartados por exames laboratoriais. A orientação é para que, mesmo diante da atual situação, os pacientes com sintomas citados continuem procurando atendimento médico-hospitalar.
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Com alta procura, Aparecida destina 40 UBS’s ao atendimento de doenças virais
Aparecida de Goiânia abre nesta quarta-feira (29) as 40 Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) do município para atendimento a pacientes com sintomas gripais e suspeita de dengue. A medida foi tomada após um incremento de 32% na procura por atendimento médico no último fim de semana.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a abertura das UBS’s para estes atendimentos deve desafogar as cinco unidades de urgência e emergência de Aparecida de Goiânia. A pasta informou ainda que a cidade não registrou aumento da procura apenas por pacientes aparecidenses, mas também de outros municípios da Grande Goiânia.
Os atendimentos diários de urgências considerando as três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24 horas e os Cais Colina Azul e Nova Era aumentaram de 2.350 para mais de 3.100, o que corresponde a 32% de acréscimo no fim de semana. O fluxo intenso fez a UPA Buriti Sereno, que fica próxima da região Sudoeste da capital, atingir o pico de 700 atendimentos no último domingo (26). Em épocas normais, a média no local é de 400 atendimentos diários.
Na segunda-feira (27), houve 710 atendimentos na UPA Flamboyant, 815 na UPA Brasicon, 938 na UPA Buriti Sereno, 759 no Cais Nova Era, além de 416 no Colina Azul. Ao todo, foram 3.683 atendimentos no dia.
O atendimento nas UBS´s será por livre demanda e sem restrição de abrangência de bairros para pacientes que apresentarem sintomas gripais e de dengue, zika vírus e chikungunya. Entre os sintomas estão febre, dor de cabeça, dor no corpo, coriza, prostração, dores musculares e nas juntas, dentre outros.
O superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria de Saúde de Aparecida, Gustavo Assunção, relata que na noite de segunda-feira (27), havia 27 clínicos, 10 pediatras, um ortopedista e um psiquiatra no atendimento. “É um número que não se acha em nenhuma outra cidade goiana e em poucas no Brasil”, disse. “Mesmo após termos aumentado há alguns dias a quantidade de médicos nas UPASs Brasicon e Buriti, todas as nossas unidades de urgências e emergências estão trabalhando com capacidade máxima,” destaca o gestor.
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CORREIO BRAZILIENES
Casos de crianças com covid têm alta de 55%
Em um ano, a quantidade de mortes nesta faixa etária também cresceu de 3 para 5, aumento de 66, 67% no Distrito Federal. Apesar de a Anvisa ter liberado a imunização deste grupo, o GDF ainda não definiu quando vai vacinar o público-alvo
EDIS HENRIQUE PERES
As infecções por covid-19 em crianças até 10 anos no Distrito Federal aumentaram 55, 15% em um ano. Entre 1º de março e 27 de dezembro do ano passado, foram registrados 6. 588 casos, contra 10. 221 no mesmo período, em 2021. O número de óbitos pelo novo coronavírus também cresceu: saltou de três para cinco casos, uma alta de 66, 67%. Os dados são públicos e estão disponíveis no Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde.
O Governo do Distrito Federal (GDF) só vai começar a vacinar esse grupo de brasilienses quando o Ministério da Saúde divulgar a nota técnica do Plano Nacional de Imunização. Passados 13 dias da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o governo federal pretende começar a imunizar as crianças em janeiro, após o fim da consulta pública para vacinação desse público-alvo.
Enquanto isso, pais vivem a aflição de ver os filhos entrarem para as estatísticas de doentes ou mortos pela doença. Fausta Prates, 41 anos, dona de casa, moradora da Candangolândia e mãe de quatro filhos, conta que o Sars-CoV-2 afetou de forma diferente cada uma das crianças. O temor vivenciado por Fausta aumentou devido aos sintomas da mãe, de 83 anos, que também se contaminou e mora com eles. ‘Minha mãe tinha acabado de receber a 1º dose da vacina. Foi graças a isso que teve os sintomas mais leves. Eu e meu marido ficamos bem ruins; eu fui parar no hospital três vezes, com dificuldade para respirar e muito mal-estar’, relata.
A respeito dos sintomas nos filhos, ela detalha: ‘Mariana e Daniel são gêmeos de seis anos. Ela teve um leve mal estar, ficou meio febril, mas no outro dia já acordou bem melhor. Já ele nem chegou a ter sintomas. Os outros dois mais velhos, Maria Isabel, 13, e João, 10, foram os que mais sofreram com a covid-19. Eles tiveram muita dor de cabeça, moleza no corpo, febre e mal-estar. Ficaram com sintomas por cerca de três dias’.
Fausta conta que durante o período de sintomas ficou monitorando a oxigenação das crianças, para verificar se haveria necessidade deles irem para o hospital. ‘Mesmo agora, continuamos saindo pouco, evitamos shopping, restaurantes e lugares muito movimentados. Mas está melhor do que antes, e minha filha de 13 anos já está vacinada. Com a volta às aulas presenciais, também compramos várias máscaras descartáveis e álcool em gel para todo mundo, além de um pano para eles limparem a mesa na escola e os materiais’, conta. A dona de casa confessa que pretende vacinar os filhos. ‘Estou apenas aguardando a campanha de imunização começar para a faixa etária deles. Até porque não seria liberado a vacina para as crianças se não houvesse um estudo sério sobre isso’, opina.
A assistente terapêutica Ana Caroline Ferreira, 24 anos, e o filho Bernardo Ferreira de Lima, 5, também foram infectados pela doença. ‘Contraímos a covid-19 em junho de 2020: eu, meu filho e meu marido. Meu marido foi ao hospital com os olhos muito irritados e, a princípio, foi diagnosticado com conjuntivite. Depois, eu comecei a sentir dor de cabeça, nariz entupido e muita coriza, parecia uma crise de sinusite muito forte. Meu filho sentiu apenas febre, alguns episódios de diarreia e indisposição. Os sintomas nele eram mais leves. Agora, continuamos com as medidas; busco sempre conscientizar ele, que está indo para a escola, de que o vírus não acabou, de que ele precisa lavar as mãos e usar a máscara, que não pode abraçar os colegas e deve evitar contato’, conta.
Vacinação
Ao Correio, o Ministério da Saúde confirmou que a recomendação é pela ‘inclusão da vacinação em crianças de 5 a 11 anos no Plano Nacional de Operacionalização das vacinas contra a covid-19. No dia 5 de janeiro, após ouvir a sociedade, a pasta formalizará sua decisão e, mantida a recomendação, a imunização desta faixa etária deve iniciar ainda em janeiro’. ‘Vale informar, ainda, que, em outubro, o ministério negociou antecipadamente com a Pfizer a compra de 100 milhões de novas doses de vacina, incluindo todas as faixas etárias que pudessem ser incorporadas ao PNO e imunizantes desenvolvidos especificamente para novas variantes’, destacou o órgão, em nota.
Já a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) disse que aguarda a nota técnica e ‘um novo lote de doses de vacinas’ para dar início à imunização das crianças. O governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que o GDF vai ‘depender da disponibilidade de doses da vacina” enviada pelo ministério para definir qual a estratégia que será usada na capital.
No último dia 24, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou um manifesto pedindo urgência na aplicação das doses no novo público-alvo, que segundo a SES-DF, tem uma população estimada de 268 mil pessoas. ‘A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) vem a público reafirmar sua posição incondicional em defesa da saúde e da vida das crianças e adolescentes, apoiando a urgente implementação de estratégias que permitam minimizar o risco de complicações e reduzir as hospitalizações e mortes do público infantojuvenil associadas à covid-19’, destaca.
O órgão pontuou que, desde o começo da pandemia, em todo o país, 2. 500 crianças e adolescentes, até 19 anos, foram vítimas da covid-19, sendo mais de 300 na faixa etária de 5-11 anos. ‘A covid-19 em crianças pode ainda ocasionar a chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica, um quadro grave de tratamento hospitalar e que se manifesta semanas após a infecção pelo Sars-CoV-2. Foram confirmados mais de 1. 400 casos desta síndrome em crianças no país, com mediana de idade de 5 anos’, afirma.
A infectologista Ana Helena Germoglio destaca que ‘dezenas de países já estão vacinando crianças, e a gente sabe que milhares foram vacinadas sem eventos adversos graves. Não existe um motivo para não instituir a vacinação de crianças no Brasil’. A especialista pontua que o vírus, nessa fase, infecta as pessoas que não estão imunes a ele. ‘Ou seja, são os adultos não vacinados e as crianças que acabam contaminadas. Por isso, agora está havendo um aumento no número de casos de crianças infectadas’, pondera. Na avaliação da infectologista, com mais estudos, a tendência é que a vacinação seja liberada também para a faixa etária menor de 5 anos. ‘Com certeza, esse será um caminho, mas para isso precisamos de mais estudos que garantam a segurança das crianças, inclusive, uma mudança na dose, porque ela não pode ser a mesma para todas as faixas etárias’, destaca.
Atualmente, segundo a pasta, a capital possui 12 casos da variante ômicron ativos. ‘Todos os casos identificados receberam duas doses da vacina contra covid-19. Nove foram imunizados com a vacina AstraZeneca e cinco com a Pfizer. Duas dessas pessoas estão na faixa etária de 20 a 29 anos, 10, na faixa de 30 a 39 anos e dois, na faixa de 40 a 49 anos. Nenhum dos casos apresentou sintomas graves e todos permanecem em monitoramento diário’, afirma.
Palavra de especialista
Ômicron e a vacinação de crianças
‘Em menos de um mês após a sua identificação na África do Sul, a variante ômicron se espalhou por mais de uma centena de países e, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC), 76% das novas infecções já são causadas por essa variante nos Estados Unidos. Essa nova cepa é altamente contagiosa e já é comparada a outro vírus altamente contagioso, o sarampo. Estima-se que uma pessoa infectada pela ômicron é capaz de infectar outras 10 pessoas, comparado a 15 para o sarampo. Isso é quatro vezes maior do que o coronavírus identificado em Wuhan. Atualmente, mais de 100 mil novos casos de coronavírus são identificados por dia, nos Estados Unidos, na França e na Grã-Bretanha. Esse grande número de casos levou vários países da Europa a retrocederem com as medidas de afrouxamento do distanciamento social e uso de máscaras, além da obrigatoriedade do passaporte vacinal. Todos nós sabemos como as vacinas salvam a vida de milhões de pessoas todo ano. Segundo dados do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal de crianças no Brasil para diferentes doenças como poliomielite, tuberculose, meningite, hepatite A e B, sarampo, caxumba e rubéola, diminuiu de 97%, em 2015, para 75% em 2020. Com essa diminuição na cobertura vacinal, nós estamos vendo o ressurgimento dessas doenças que, no passado, tínhamos controlado com a vacinação. Com o coronavírus não é diferente, após o início da vacinação de adultos e depois de adolescentes, o mundo viu o número de mortes diminuir drasticamente. Entretanto, as crianças também podem ser infectadas e, principalmente, podem transmitir o vírus para pessoas suscetíveis. Dessa forma, a vacinação em massa, inclusive de crianças, é imprescindível para podermos controlar a transmissão do vírus. Vários países aprovaram o uso da vacina da Pfizer para uso em crianças de 5 a 11 anos após rigorosa avaliação pelos respectivos órgãos de controle de medicamentos. Aqui no Brasil, os técnicos da Anvisa também aprovaram o uso dessa vacina para crianças. Por outro lado, o Ministério da Saúde resolveu, de uma forma inédita, abrir consulta pública sobre esse tema, atrasando o processo de vacinação. Enquanto isso, o coronavírus agradece a lentidão e hesitação dos nossos governantes para lidar com a saúde do povo’.
Bergmann Ribeiro, virologista e professor do Departamento de Biologia Celular da UnB
Autorização
A Anvisa liberou a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos em 16 de dezembro. O pedido da Pfizer chegou ao órgão em 12 de novembro, mas passou por exigências técnicas e análise. Em 3 de dezembro, a Anvisa se reuniu com especialistas externos para falar sobre a vacina. Após essa etapa, a Pfizer respondeu os questionamentos realizados. À agência também se reuniu com representantes de sociedades médicas e com a empresa fabricante dos imunizantes em 12 de dezembro, até autorizar a aplicação da vacina.
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FOLHA DE S.PAULO
Mundo bate recorde de casos de Covid com avanço da ômicron
Thiago Amâncio
SÃO PAULO Com o avanço da variante ômicron do coronavírus, potencialmente mais transmissível que outras cepas em circulação, o planeta voltou a bater recorde de casos de contaminação por Covid-19 na segunda-feira (27).
Os dados são da plataforma Our Worldin Data, que contabilizou na segunda uma média diária de 854. 603 casos, considerando os sete dias anteriores-a chamada média móvel.
Antes da atual onda, o recorde havia sido registrado emo2s de abril deste ano, com média de 827. 255 casos. À época, a vacinação contra a Covid era inicial em muitos países.
A média móvel registrada na segunda foi impulsionada pela confirmação de 145 milhão de casos em um único dia, recorde absoluto até agora, acima dos 905, 8 mil registrados em abril. O número, porém, pode refletir um represamento de diagnósticos no Natal, uma vez que os registros caem aos fins de semana e feriados -motivo pelo qual a média móvel é mais indicada para analisar tendências. Em contrapartida, com o avanço da vacinação, o número de mortes permanece muito abaixo do registrado em ondas anteriores da doença.
Na segunda, a média móvel de mortes registradas em todo o mundo foi de cerca de 6. 440 óbitos, número comparável a outubrode2020, quando não havia imunizantes. Mesmo assim, a Organização Mundial da Saúde afirmou nesta terça (28) que prevê que a ômicron provoque um aumento nas hospitalizações, sobretudo entre não vacinados. Em seu relatório semanal, a entidade afirmou que o risco apresentado pela cepa permanece ‘muito elevado’.
A explosão recente de contaminações se dá de forma diferente pelo mundo e tem sido impulsionada por países do hemisfério Norte, que começam a enfrentar o inverno, estação em que doenças respiratórias em geral se propagam mais facilmente -porque as pessoas passam mais tempo em ambientes fechados, com menor circulação de ar.
Só os EUA têm enfrentado uma média de mais de 237 mil casos por dia. A Europa também vem batendo recordes, com média de 448, 9 mil casos só na segunda (bem acima do pico anterior na onda mais grave até então, em novembro de 2020, com média móvel de 293, 7 mil casos).
O Brasil, por outro lado, está em um momento de redução no número de diagnósticos, com média móvel de 4. 311 contaminações, de acordo com o levantamento do consórcio de veículos de imprensa, do qual a Folha faz parte.
Mas esse número pode esconder a real situação do país, visto que desde que os sistemas do Ministério da Saúde sofreram um ataque hacker, em 10 de dezembro, estados têm tido dificuldades em enviar informações da doença ao governo federal.
Outro fator que a comparação esconde é a testagem, já que em boa parte das nações europeias e nos EUA é possível fazer exames para detectar a doença de maneira mais fácil do que no Brasil, o que permite identificar um volume maior de contaminações.
Quando se observa o avanço da doença em países específicos, como o Reino Unido, é possível notar o impacto de uma variante mais transmissível. Os britânicos registraram na segunda média diária de 108, 3 mil casos, quase o dobro do recorde anterior, em janeiro (59, 7 mil). Segundo o Our Worldin Data, 58% das contaminações no país são provocadas pela ômicron; há duas semanas, essa cifra era de 9, 5%.
Assim, nações que avançaram na imunização com duas doses de sua população têm corrido para dar um reforço da vacina -o que, segundo indicam as pesquisas, aumenta a proteção contra a nova cepa.
Ao mesmo tempo, governos têm ampliado as restrições para conter o vírus. A França limitou o tamanho permitido de aglomerações e voltou a incentivar o trabalho remoto e o uso de máscaras em ambientes externos. O país também vem batendo recordes consecutivos de contaminação: nesta segunda, foram 179, 8 mil novos diagnósticos, elevando a média diária para 87, 5 mil.
A Holanda anunciou um novo lockdown até 14 de janeiro, com fechamento de serviços não essenciais. Portugal, uma das nações mais vacinadas do mundo, mandou fechar bares e casas noturnas até 9 de janeiro, período em que o trabalho remoto também será obrigatório, e limitou reuniões públicas ano máximo dez pessoas. A Alemanha também anunciou limitação a reuniões a dez pessoas e fechamento de casas noturnas, além de suspender o público de partidas de futebol.
A China, que trabalha com a estratégia conhecida como ‘Covid zero’, de não tolerar surtos da doença no país, ampliou nesta terça o lockdown imposto à cidade de Xian, no noroeste do país, após confirmar 200 novos casos. Com AFP e Reuters
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA anunciou nesta terça (28) que a ômicron já responde por 58, 6% dos casos de Covid-19 no país, com base nas estatísticas da semana que terminou no sábado (25). O anúncio foi feito após a agência revisar os dados da semana anterior. Inicialmente, divulgou que a cepa respondeu por 73% das infecções sequenciadas no país; com a revisão, o CDC agora estima que a ômicron foi responsável por 22% dos casos na semana do dia 18.
O órgão justificou a discrepância citando a existência de dados adicionais, somados à rápida propagação. Especialistas consultados pelo New York Times pontuaram que as estimativas do CDC são suposições aproximadas, mas ressaltaram que o trabalho de comunicação não foi bem feito.
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O ESTADO DE S.PAULO
Nota técnica da Saúde garante ao STF que vacina é segura
Em mais um importante capítulo da discussão em torno da imunização infantil, a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, do Ministério da Saúde, chegou a elaborar nota técnica em que reforça a segurança da aplicação das vacinas em crianças. O documento assinado pela chefe do setor, Rosane Leite de Melo, foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de uma ação movida pelo PT, quando a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu mais prazo para fornecer um calendário de vacinação contra o coronavírus.
O parecer também lembra que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu autorização emergencial para o uso de vacinas contra o coronavírus em crianças no último dia 16. Para reforçar a segurança dos imunizantes, a secretaria do ministério ressaltou ainda que as vacinas são acompanhadas ‘com o programa de monitoramento de segurança mais abrangente e intenso da história do Brasil’, no caso o Plano Nacional de Imunização (PNTI).
A previsão da gestão Bolsonaro é detalhar como será a vacinação infantil só no próximo o dia 5. O presidente disse ainda esperar que não haja interferência do Judiciário no calendário.
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Assessoria de Comunicação