Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 29 A 31/03/14


ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DIÁRIO DA MANHÃ
Vereadora quer regular visitas de representantes comerciais a médicos
É comum você estar esperando a vez para uma consulta médica e de repente chegar uma pessoa muito bem arrumada, segurando sua pasta, e simplesmente passar na frente de todos os pacientes que esperam ser atendidos. Este é o famoso representante comercial, que tem como função apresentar aos médicos as novidades em medicamentos. As visitas ocorrem, geralmente, no mesmo horário em que os pacientes estão sendo atendidos, o que gera aborrecimentos para quem está esperando ser consultado. Mas um projeto de lei da vereadora Cida Garcêz (SDD) que regular essas visitas.
A intenção é que hospitais e clínicas estabeleçam horários e datas pré-agendadas de forma que o atendimento aos pacientes não fique prejudicado em razão das visitas de representantes comerciais de laboratórios farmacêuticos. Além disso, os estabelecimentos médicos deverão manter em local visível os horários estabelecidos para realização de visitas dos representantes comerciais. O projeto de lei da vereadora Cida Garcêz foi apresentado no plenário da Câmara de Vereadores de Goiânia no dia 26 de março. Antes de ir à votação, será analisado por comissões técnicas, entre elas a Comissão de Constituição, Justiça e Redação.
Entre as justificativas que a autora utiliza para propor a lei está o fato que o Código de Ética Médica diz que atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional. “O trânsito livre de representantes de laboratórios tornou-se prática comum, resultando no atraso dos atendimentos aos pacientes e desrespeito aos direitos dos pacientes. Regular os horários das visitas dos representantes vai garantir a prioridade do atendimento médico aos pacientes”, ressalta Cida Garcêz. (29/03/14)
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O médico José Abel Ximenes foi reeleito para presidir a Federação das Unimeds dos Estados de Goiás e Tocantins e do Distrito Federal (Unimed Cerrado) na gestão 2014/2018. A nova diretoria executiva, que estará à frente da Federação a partir de 1º de abril próximo, é composta também pelos médicos Danúbio Antonio de Oliveira (diretor Administrativo-Financeiro e de Regulação), José de Oliveira (diretor de Mercado) e Walter Cherubim Bueno (diretor da recém-criada Diretoria de Integração e Desenvolvimento Institucional).  (31/03/14)

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O POPULAR
Unimed – O juiz Fernando de Mello Xavier, do 10º Juizado Especial Cível de Goiânia, deferiu liminar, em ação ajuizada por Divina Dias d’Oliveira Alves contra a Unimed Goiânia. Ele considerou abusivo o reajuste de 110% na mensalidade em decorrência da variação de faixa etária. (29/03/14)
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Aparecida de Goiânia
À espera de uma maternidade
População da cidade sofre com a falta de unidade pública especializada no atendimento as gestantes
Patrícia Drummond

São mais de seis anos à espera de uma maternidade municipal em obras que nunca se edificam e outros quase oito meses aguardando a reforma de uma segunda – e única – maternidade pública, prevista para durar, incialmente, de quatro a seis meses. A população de Aparecida de Goiânia reclama da demora, do desperdício de dinheiro público – no primeiro caso – e da falta de uma posição das autoridades locais sobre o futuro dos dois prédios. Segundo a prefeitura de Aparecida, não há previsão de conclusão dos serviços em nenhum dos casos.
“Dizem que as obras (da Maternidade Municipal Boa Esperança) não prosseguem por falhas no layout do prédio. Já se vão anos e a prefeitura não resolve o problema?”, questiona o morador do Jardim Alto Paraíso, Hermínio Pereira da Silva. “O dinheiro público está ali, se acabando, e ninguém toma providência”, emenda o teólogo e estudante de Filosofia, Paulo Freitas, que reside no Jardim Buriti Sereno. Thiago Martins de Oliveira, morador do mesmo bairro onde estão as obras da maternidade – o Jardim Boa Esperança -, próximo ao Fórum, vai mais longe e denuncia: “O lugar está servindo como maternidade do tráfico aqui na região; não nascem crianças, nascem usuários de drogas.”
A construção da Maternidade Boa Esperança, iniciada em 2008, a partir de um convênio celebrado em 2007 com o Ministério da Saúde (MS), é alvo de intervenção do Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO); as obras foram paralisadas em 2010. Já a Maternidade Marlene Teixeira, em reforma desde 5 de agosto, ganhou espaço no noticiário após uma mulher ter dado à luz o 11º filho, no banheiro da unidade, na madrugada de 2 de julho de 2013. Meses antes, em fevereiro, quando o centro cirúrgico do local já estava interditado, uma outra mulher teria perdido o filho por falta de atendimento. A criança morreu no útero da mãe. De acordo com a gestante, ela teve de esperar por atendimento mesmo em trabalho de parto. Na época, o pai do bebê morto registrou ocorrência na 2ª Delegacia Distrital de Aparecida.
“As obras da Maternidade Boa Esperança foram iniciadas na gestão anterior a do prefeito Maguito Vilela e foram interrompidas, neste governo, porque apresentavam erros no projeto. Havia a necessidade de fazer um novo e adequado projeto”, alega, por meio de nota, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia. “Seguindo as orientações do MPF, a SMS contratou uma empresa para fazer o novo projeto, que deverá ser entregue em 90 dias, conforme os prazos combinados. A partir daí, será feita nova licitação para a obra ser retomada de maneira adequada”, informa.
Quanto à Maternidade Marlene Teixeira, na Vila Brasília, a SMS esclarece que os serviços de reforma e ampliação da unidade estão paralisados enquanto a Coordenação de Arquitetura do órgão adquire material para a obra. A expectativa é de que o trabalho seja retomado em 90 dias. “A Secretaria decidiu assumir a obra após quatro processos licitatórios”, argumenta a assessoria de imprensa.
RECURSOS
O investimento na reforma e ampliação da Maternidade Marlene Teixeira é oriundo do Tesouro Municipal e compreende, de acordo com a Secretaria de Saúde de Aparecida, R$ 160 mil para a obra física e R$ 300 mil para a complementação dos serviços, com mobiliário e equipamentos. Já as obras da Maternidade Boa Esperança, destaca o órgão, terão recursos federais com contrapartida do município, mas ainda não há montante definido – inicialmente, a execução do projeto foi orçada em R$ 7,2 milhões.
Durante o período em que a única maternidade pública de Aparecida de Goiânia está fechada, o atendimento ambulatorial e de pré-natal das gestantes vem sendo realizado em um prédio alugado próximo à unidade, na Avenida dos Colonizadores, quadra 82, lote 3, na Vila Brasília. Os casos de Urgência e Emergência estão sendo encaminhados para o Hospital Garavelo, no Setor Garavelo Residencial Park. Segundo a SMS, os profissionais da Maternidade Marlene Teixeira foram remanejados para garantir o atendimento às aparecidenses grávidas nesses dois locais.

Comissão instaurada para apurar problemas
Uma Comissão Especial para Apuração de Responsabilidades foi instaurada para averiguar as irregularidades constatadas na obra da Maternidade Boa Esperança. O relatório final, encaminhado ao Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) para instruir inquérito civil em tramitação, foi finalizado e apresentado aos auxiliares da administração de Aparecida de Goiânia em agosto do ano passado.
A comissão, presidida pelo procurador do Município Domilson Rabelo da Silva Júnior, foi criada por decreto pelo prefeito Maguito Vilela após a verificação das primeiras incongruências no projeto original da maternidade. O trabalho foi iniciado com o levantamento da documentação referente à obra, datada de 2006 em diante. Foram realizadas diversas diligências na Divisão de Convênios e Gestão (Dicon) do Ministério da Saúde em Goiás e o acompanhamento de auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU), além da apuração das notas fiscais emitidas desde o início das obras.
Durante o processo de levantamento de dados, a comissão constatou inúmeras irregularidades, além dos problemas arquitetônicos do projeto, que eram os mais evidentes. Várias dessas falhas foram sanadas gradativamente pelo município. (30/03/14)
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Homem se revolta e invade farmácia de Cais após demora no atendimento
Paciente teria esperando 1 h para tentar conseguir um remédio, em Goiânia.
Após entrar na farmácia, homem roubou medicamentos e tentou fugir em moto.

Um homem de 38 anos invadiu a farmácia do Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais) do Jardim América, em Goiânia, no fim da tarde deste sábado (29) e roubou medicamentos após se revoltar com a demora no atendimento. Fabrício Manoel da Silva alega que chegou a ficar 1 hora esperando para que fosse atendido e que os funcionários não deram atenção ao seu pedido, o que teria provocado sua ação.
De acordo com a Guarda Civil Metropolitana, o homem havia ido buscar um medicamento contra infecção para sua esposa na unidade de saúde. “As câmeras de segurança registraram ele andando de um lado para o outro, procurando a porta da farmácia e quando encontrou, arrombou, pegou vários medicamentos aleatórios e se evadiu em uma moto”, afirmou o guarda civil Luis Miguel dos Santos.
Ainda de acordo com o agente, um paciente do Cais anotou a placa da moto e acionou a polícia. “Como o homem que invadiu a farmácia já tinha feito a ficha de atendimento, nós tínhamos o nome e o endereço dele e nos dirigimos para a residência do mesmo”, contou Santos. Fabrício foi preso quando chegava em casa, mas os medicamentos roubados não foram encontrados.
“Fiz uma coisa errada? Fiz, mas não sou ladrão. A pior coisa que tem é essa, ser tratado como cachorro estando dentro dos seus direitos. Isso é humilhante, a verdade é essa”, disse Fabrício, que foi preso em flagrante.
O homem foi detido e encaminhado para o 20º Distrito Policial de Goiânia, onde será ouvido. De acordo com a direção do Cais, não houve demora no atendimento. Ainda de acordo com os responsáveis pela unidade, a farmaceutica de plantão precisou se ausentar por 15 minuto para fazer uma troca de medicamentos na ala de emergência, momento que Fabrício teria se aproveitado para arrombar a porta e roubar os remédios. (30/03/14)
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JORNAL OPÇÃO

HPV: Método de vacinação adotado pelo governo federal não garante prevenção absoluta
Brasil vai utilizar esquema que ainda está em teste em países como México, Suíça e Colômbia. Campanha nacional pretende imunizar meninas de 11 a 13 anos do vírus que é o principal causador de câncer de colo de útero, o quarto que mais mata no País

Frederico Vitor
O protocolo adotado pelo governo federal para a Campanha Nacional de vacinação contra o Papiloma Vírus Humano (HPV), que vem sendo aplicada na rede pública em adolescentes do sexo feminino, entre 11 e 13 anos, desde o dia 10 de março, não deve garantir 100% de imunização. Ao contrário do recomendado na bula da vacina quadrivalente — cuja posologia indica que a segunda dose deve ser tomada dois meses após a primeira e a última em seis meses depois do início da imunização —, o Ministério da Saúde usará um método que ainda está em teste em outros países, sem comprovação de eficácia.
A vacinação do governo é feita num intervalo de 6 meses da primeira para a segunda dose, e de 60 meses (cinco anos) para a terceira. Este método, conhecido como vacinação estendida, está em teste em países como México, Suíça, Canadá e Colômbia, e não há resultados que comprovem a sua absoluta eficiência na imunização ao HPV. Entretanto, há dados que mostram que duas doses disparam respostas imunes semelhantes a três doses, mas nada que comprove o efeito ou a durabilidade da proteção em um intervalo de cinco anos para a terceira dose.
Mas por que o governo aderiu a este esquema, mesmo informado que não há pesquisas científicas que comprovem que o método 0-6-60 meses não garante total eficiência? E por qual motivo não se adotou o método 0-2-6, o mesmo usado em clínicas privadas e com quase 100% de efetividade comprovada?
De acordo com o Ministério da Saúde, o plano vacinal estendido é uma recomendação do Grupo Técnico Assessor de Imunização da Organização Pan-Americana de Saúde (TAG/Opas).  Segundo o governo, quanto maiores os intervalos entre as primeiras duas doses de vacina, maiores são os tipos de anticorpos obtidos imediatamente antes da terceira dose. O resultado seria uma resposta imunológica mais robusta em meninas de 11 a 13 anos de idade, justamente a faixa etária restringida pela campanha.
A outra justificativa ao esquema alternativo é que evitaria a concomitância com outras campanhas de vacinação, como a da influenza e a da poliomielite. Neste sentido haveria a redução da carga de trabalho das equipes de vacinação.
Fatores econômicos
Estas e outras justificativas do Ministério da Saúde, no entanto, são contestadas por especialistas ouvidos pelo Jornal Opção. Segundo o médico infectologista do Hospital de Doenças Tropicais (HDT) de Goiânia Boaventura Braz de Queiroz, há motivações econômicas para a escolha do método estendido para a campanha levado a cabo pelo governo. Ele afirma que, ao restringir o programa à faixa etária de 11 a 13 anos, economiza-se o número de doses, já que o contingente de meninas acima desta idade é bem superior. “No País, principalmente nas classes menos favorecidas, a vida sexual se inicia dos 13 aos 17 anos. É para essa faixa etária que deveria ser direcionada a vacinação”, ressalta.
Todavia, o infectologista explica que a vacina, em suas duas primeiras doses, é altamente imunizante. Apenas uma dose é satisfatória para a obtenção de anticorpos. O nível de eficiência na imunização, entretanto, é menor e foge do projeto original de pesquisa que foi aprovado pelos organismos internacionais, inclusive pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De todo modo, o infectologista atesta que as adolescentes vacinadas pelo governo já ganhariam um escudo de proteção contra o HPV, mesmo com o risco de falhas no longo prazo. “Ainda que em patamares que não se aproximam a 100% de eficácia, a vacina é importante como política de saúde pública.”
A médica infectologista Luciana de Souza Lima Oliveira Barreto afirma que, por razão de economia, o comitê assessor que orienta o Ministério da Saúde teria inclinado para o esquema de vacinação estendida. Ela ressalta que em nenhum lugar do mundo se fez o cronograma com a última dose em cinco anos — o prazo máximo é de dois anos, como na Suíça e no Canadá. “Quanto à eficácia, só o tempo dirá o resultado. O que ainda não se sabe é se os anticorpos se manterão até as idades mais avançadas. Tudo indica que sim, mas nada está provado com pesquisas ou estudos”, afirma.
Para a ginecologista Rosana Ribeiro Figueiredo Alves, os ensaios clínicos realizados em milhões de mulheres em o todo mundo demonstram que, com o tradicional protocolo de vacinação (0-2-6 meses), a imunidade é suficiente e seguramente  mais efetiva. Em relação ao esquema estendido, não há trabalhos que comprovem resultados similares ao 0-2-6. “O que existem são sugestões que apontam a existência de efeito positivo. Como a vacina não é barata e há necessidade de abrangência, penso que o esquema estendido foi escolhido pelo governo por causa do custo-benefício.”
Campanha poderia ser mais abrangente, segundo especialistas
Segundo informações do Insti¬tuto Nacional do Câncer (Inca), a incidência no Brasil de casos de desenvolvimento de células cancerígenas pelo HPV, principalmente entre a população de menor renda, é elevada. Por ano,  cerca de 15 mil pessoas são diagnosticadas com doenças decorrentes do vírus. O câncer de colo do útero é o segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás só do câncer de mama.
Diante desse quadro, qual seria a motivação do governo em restringir a vacinação apenas para meninas de 11 a 13 anos de idade? Por que mulheres de todas as idades não são vacinadas? Para a infectologista Luciana de Souza Lima Oliveira, entre 11 a 13 anos, o sistema imunológico consegue gerar anticorpos melhores do que em idades mais avançadas. Entretanto, nada impede que uma mulher de 25 anos, por exemplo, venha a tomar a vacina anti-HPV.
O governo justifica que a vacinação é potencialmente mais eficaz em adolescentes que ainda não tiveram a primeira relação sexual, uma vez que a contaminação ocorre concomitantemente ao início da atividade sexual. Para este ano, a expectativa do Ministério da Saúde é de imunizar 80% das meninas de 11 a 13 anos, uma população em torno de 4,2 milhões de adolescentes. Para o ano que vem projetam-se mais 4,2 milhões de meninas entre 9 a 11 anos. Em 2016 serão incluídas 1,3 milhão de garotas entre 9 e 10 anos.
No Brasil, segundo pesquisa do Ministério da Saúde, a média da iniciação sexual das mulheres é em torno de 15 anos. Rosana Ribeiro Figueiredo Alves— que em 2006 defendeu tese de doutorado sobre a infecção pelo vírus, em jovens de 15 a 19 anos, no Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (Iptesp) da Universidade Federal de Goiás (UFG) — afirma que o grau de contágio nesta idade é alarmante. No universo de 432 mulheres pesquisadas, 121 tinham o vírus sem a consciência de que eram portadoras. “Nesta faixa etária, 28% das meninas que tinham o HPV não se queixavam de nada. Com 15 a 19 anos, elas não teriam o benefício do atual programa de vacinação do governo”, ressalta.
O HPV é capaz de infectar a pele ou as mucosas e possui mais de cem tipos. Do total, pelo menos 13 têm potencial para causar câncer. Segundo a OMS, 291 milhões de mulheres em todo  o mundo são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos tipos 16 e 18, ou seja, causadores de lesões pré-cancerosas e cânceres de colo do útero.  No Brasil, a cada ano, cerca de 4 mil pessoas são infectadas. Entre os homens, cerca de mil têm o pênis amputado anualmente por causa do câncer, verrugas genitais e demais lesões, como a crista-de-galo. Se diagnosticado e tratado precocemente, há praticamente 100% de chance de cura.
Falta informação?
Apesar de estudos mostrarem que a vacina reduz as infecções por HPV, ainda há muita desinformação e resistência por parte de pais de adolescentes e de segmentos religiosos. Por se tratar de uma vacina para um vírus sexualmente transmissível, o tema desperta receio e está envolto em polêmicas e especulação.
Como a vacina é comercializada há alguns anos em clínicas privadas, as informações não são tão escassas como se imagina. Para a infectologista Luciana de Souza, apesar das dúvidas, a campanha não deixa de ser uma oportunidade para as classes sociais de menor poder aquisitivo, já que cada dose da vacina varia de 360 a 420 reais em clínicas particulares. “Pos-sivelmente, poderemos ver com esta iniciativa a ampliação das informações e a queda da taxa de câncer do colo de útero em algumas décadas. Isso é um fato que já ocorre em outros países, onde governos realizaram campanhas similares a esta do Brasil.”
A Sociedade Brasileira de Imu¬nizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio de nota, reiteram a importância da vacinação na prevenção não apenas do câncer de colo uterino, mas também de neoplasias em outros órgãos. Segundo os institutos, o câncer causado pelo vírus é o segundo mais frequente entre as brasileiras. A estimativa é de 18 mil novos casos diagnosticados por ano, com alta mortalidade, a despeito da existência do teste preventivo papanicolau.
A Fe¬deração Brasileira das As¬so¬cia¬ções de Ginecologia e Obs¬te¬trícia (Febrasgo) também é favorável à campanha nacional de combate ao HPV. Para a Fe¬brasgo, a va¬cina apresenta maior benefício em mulheres sem atividade sexual prévia e há comprovação da proteção antiviral por um período acima de seis anos, sendo menos eficiente nas que já iniciaram vida sexual, que podem já ser portadoras do vírus. (30/03/14)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação