Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 30/01 A 01/02/16


ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES

• Moradores reclamam de obras de unidades de saúde paradas em Valparaíso de Goiás
• Lei que trata da obrigatoriedade de implantação de leitos de UTI entra em vigor
• Mastologistas cobram implementação de programa de qualidade de mamografias
• As dificuldades na batalha contra o câncer
• Pânico entre gestantes
• OPS quer respeito a direito à gravidez
• Artigo – O mundo em guerra contra o “Aedes”
• Editorial – Matar ou matar
• Desembargadora nega pedido para que Estado forneça fosfoetanolamina

TV ANHANGUERA/GOIÁS
Moradores reclamam de obras de unidades de saúde paradas em Valparaíso de Goiás
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/moradores-reclamam-de-obras-de-unidades-de-saude-paradas-em-valparaiso-de-goias/4777546/ (01/02/16)

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RÁDIO CBN/GOIÂNIA

 

Lei que trata da obrigatoriedade de implantação de leitos de UTI entra em vigor
 

Em entrevista à Rádio CBN, o presidente da Ahpaceg falou sobre a lei que trata da obrigatoriedade de implantação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) na rede hospitalar no município de Goiânia. O projeto atinge os estabelecimentos já existentes e os que ainda vierem a ser construídos.
 

http://www.cbngoiania.com.br/programas/cbn-goiania/cbn-goi%C3%A2nia-1.213644/lei-que-trata-da-obrigatoriedade-de-implanta%C3%A7%C3%A3o-de-leitos-de-uti-entra-em-vigor-1.1030553
(30/01/16)
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O HOJE
Mastologistas cobram implementação de programa de qualidade de mamografias

Na semana do Dia Nacional da Mamografia, dia 5 de fevereiro, o presidente da SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia), Ruffo de Freitas Júnior, cobra mais agilidade na implementação do Programa Nacional de Qualidade em Mamografia (PNQM) nos municípios brasileiros.

Segundo a Agência Brasil, a entidade prevê para este ano o lançamento de uma campanha pela qualidade das mamografias. A meta é chamar a atenção de governantes, prefeitos e secretários de Saúde para que disponibilizem verba para facilitar a implementação do programa. Freitas Júnior acredita que o exame “vai melhorar em cada ponto do país”.
O intuito é avaliar o desempenho da prestação dos serviços de diagnóstico por imagem, com base em critérios e parâmetros referentes à qualidade da estrutura, do processo, dos resultados, da imagem clínica e do laudo. Ele se aplica a todos os estabelecimentos de saúde públicos e privados que realizam mamografia e que sejam vinculados ou não ao Sistema Único de Saúde (SUS). O Programa Nacional de Qualidade em Mamografia, do Ministério da Saúde, foi atualizado pela Portaria 2.898/2103 e instituído, em 2012, para tornar obrigatória a qualificação de todos os serviços de mamografia.
Para Freitas Júnior, com a implementação do programa, fiscais de vigilância sanitária devidamente treinados podem percorrer clínicas e verificar como está a conformidade do aparelho de mamografia. “E mais do que isso, da realização da mamografia em si, incluindo a radiação. Se aquele aparelho está acima da média, ou se não está; se tem alguma coisa errada ou não”. A partir daí, a clínica é notificada e se não apresentar melhorias, o aparelho pode ser desativado temporária ou definitivamente.
A SBM avalia que o programa, devido a seu caráter punitivo, deve ser estendido a todos os municípios. Em algumas cidades, como Goiânia (GO) e Curitiba (PR), ele tem apresentado bons resultados, destaca o presidente da SBM.
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que a implementação do programa de qualidade em mamografia depende da iniciativa dos próprios municípios por meio das secretarias municipais de vigilância sanitária.
Diagnósticos errados
O presidente da SBM lamentou que ainda não haja no país uma maneira 100% segura de as mulheres identificarem se a clínica onde vão fazer o exame atende a critérios de qualidade e conformidade. Isso é preocupante, na avaliação dele, porque um exame sem qualidade pode levar a um diagnóstico errado. “Um diagnóstico precoce auxilia um bom tratamento, auxilia na não mutilação e também na redução da morte por câncer da mama.”
Ainda de acordo com a Agência Brasil, o estudo feito pela entidade em parceria com o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) mostra que menos de 10% das 5,2 mil clínicas públicas e privadas existentes no país tem o selo de qualidade em mamografia concedido pelo CRB.
Para que um tumor seja detectado de maneira adequada, o presidente da SBM reforça que toda mulher, a partir dos 40 anos, deve buscar fazer o exame anualmente. “E precisa fazer o exame em local que tenha qualidade. Quando isso ocorre, a grande maioria dos tumores será detectada abaixo de um centímetro ou em torno desse tamanho.” (01/02/16)
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As dificuldades na batalha contra o câncer

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 12 milhões de pessoas no mundo são diagnosticadas todo ano com câncer. Cerca de 8 milhões morrem. Nas estatísticas oficiais, o Brasil deve registrar 600mil casos novos de câncer em 2016. Já é a segunda doença que mais mata no país e muitos brasileiros estão perdendo a batalha simplesmente porque não têm recursos, proteção ou as armas necessárias para lutar contra ela. Se medidas efetivas não forem tomadas, haverá 26 milhões de casos novos e17milhões de mortes no mundo em 2030, sendo que 2/3 das vítimas vivem nos países em desenvolvimento. Diante dessa realidade, a Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), mantenedora do hospital oncológico de referência no Centro-Oeste, Hospital Araújo Jorge, atende cerca de80% de pacientes pelo SUS. Por mês recebem 30 mil pacientes e, em média, realizam83milprocedimentos mensais, entre consultas, sessões de quimioterapia e exames. Grande parte dos pacientes são oriundos do interior do Estado . Atualmente, Goiás conta comum Centro de Assistência (Hospital Araújo Jorge) que coordena quatro Unidades de Assistência no Hospital das Clinicas (Unacons), que são: Santa Casa de Misericórdia de Goiânia e de Anápolis e o Hospital Evangélico de Anápolis, que fornecem toda a assistência incluindo as medicações conforme cada caso. Mas muitos que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), já começam em desvantagem. Demoram na largada, que é o diagnóstico. Além disso, há barreiras pela frente, como a dificuldade de deslocamentos até a capital para o tratamento. Desafios É o caso da moradora de Itumbiara, Doraci Alves. Com suspeita de câncer no útero foi encaminhada depois de muita angústia e dificuldade no diagnóstico para o Hospital Araújo Jorge. "Se tivessem hospitais preparados no interior onde vivemos não teríamos que passar por isso. No Hospital São Marcos, o maior de Itumbiara tem apenas oito leitos para atender todos pacientes do sistema público, que vêm de todas as cidades da Região Sul do Estado", afirmou. Em meio às carências do SUS encontramos, a também moradora de Itumbiara, Maria dos Santos, 74.Ela reclama que há cinco anos vive com a dificuldade de ficar indo e voltando debilitada para sua cidade, enquanto segue com o tratamento do câncer. A filha, Eliana dos Santos, 54, relata a dificuldade que enfrentam: "Nenhum hospital da Região Sul de Goiás tem como tratar o que minha mãe precisa", reclama da situação. "É muito ruim para ela ter que ir para outra cidade toda vez que precisa se tratar. É também complicado para mim e toda família, pois tenho que largar tudo lá, toda vez, pois não posso deixá-la sozinha. Meu marido e filhos se incomodam, mas não temos outra alternativa", desabafa. A Casa de Apoio Olinta Guimarães, é um exemplo de local que recebe pessoas vindas do interior e que não tem onde ficar. Sua maior demanda corresponde justamente a pessoas do município de Itumbiara e outras cidades da Região Sul de Goiás. Embora o fluxo de pacientes na Instituição seja maior por dia, a casa conta com 25 vagas e atende por mês cerca de 700 pessoas. "A demanda de pessoas do interior em busca de casas de apoio para atendimento em Goiânia é muito grande, por isso não damos conta do atendimento. Isso acontece todos os dias", explica uma das responsáveis pela casa, Patrícia Santana. Conforme a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde (Seduce), o órgão trabalha com as normativas do Ministério da Saúde para o atendimento aos casos de oncologia, seguindo normas redefinidas em2014.ARegião Centro-Oeste, teria que possuir um estabelecimento de saúde habilitado para cada 1,7 milhão de habitantes. (31/01/16)

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O POPULAR

Pânico entre gestantes

Reportagem ontem do jornal Folha de S.Paulo relatou casos de grávidas com diagnóstico de infecção pelo vírus zika que estão recorrendo ao aborto clandestino antes mesmo da confirmação se o feto tem ou não microcefalia. Elas pagam entre R$ 5 mil e R$ 15 mil em clínicas particulares. São mulheres casadas que planejaram a gravidez, mas que se desesperam com a possibilidade de seus bebês nascerem com microcefalia.
A suspeita de aumentos de casos de microcefalia no Brasil e que a suposta relação entre o vírus e essa malformação, divulgada pelo Ministério da Saúde, mais confundiu do que informou a população brasileira, em especial as mulheres gestantes ou que programam ficar grávidas.
Na sexta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) adotou postura de dúvida em relação aos dados apresentados pelo Brasil e questionou a "causalidade" entre o zika vírus e a microcefalia. A OMS se negou a confirmar a tese do governo brasileiro, sustentada no aumento, em Pernambuco, da média de 10 a 12 casos por ano de microcefalia para 28 casos em dois meses.
Para a entidade, o que há é uma associação entre microcefalia e zika e não a causa. Para a OMS, serão necessários de seis a nove meses para confirmar se há relação entre o zika e a microcefalia. O Brasil conseguiu espalhar o pânico sem antes ter certeza do que está acontecendo. Essa é a pior política de saúde pública. (01/02/16)
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OPS quer respeito a direito à gravidez

Washington (EUA) – A Organização Pan-Americana de Saúde (OPS) pediu a ampliação do acesso a anticoncepcionais na América Latina diante da expansão do zika vírus, mas defendeu que a decisão de engravidar é um direito exclusivo da mulher.
"Pedir que as mulheres não fiquem grávidas não pode ser uma recomendação. Os países devem informar dos riscos, mas a decisão é só da mulher, é seu direito", disse em entrevista à Agência Efe a diretora do Centro Latino-Americano de Perinatologia, Saúde da Mulher e Reprodução da OPS, Suzanne Serruya.
Porto Rico, Equador, Colômbia, República Dominicana, Jamaica, Honduras e Panamá já pedirão a suas cidadãs que não fiquem grávidas enquanto houver a presença do zika vírus em seus territórios. Já El Salvador recomendou que as mulheres deixem o desejo de ter filhos de lado por pelo menos dois anos.
"Não sabemos quanto tempo vai durar. O que vai ocorrer se em dois anos (a epidemia) estiver pior? Essa não é a solução. É preciso trabalhar para eliminar o vetor (o mosquito transmissor) e para que as mulheres tenham um maior acesso à contracepção", afirmou a especialista da OPS.
O pedido de "adiamento" da gravidez surpreendeu e irritou organizações que defendem os direitos reprodutivos femininos. As entidades avaliam que esse tipo de medida transfere a responsabilidade à mulher, sem fornecer alternativas.
"É ingênuo e insuficiente. Essa crise põe em evidência os grandes vazios das políticas nacionais da região em educação sexual e no acesso aos anticoncepcionais e ao aborto", disse à Efe a vice-presidente de Estratégia da Women's Link Worldwide, Mónica Roa.
Mónica destacou o fato de um país como El Salvador, onde muitas mulheres não têm acesso à métodos contraceptivos e o aborto é proibido em qualquer circunstância, de pedir que suas cidadãs não fiquem grávidas nos dois próximos anos.
"Na Colômbia, quando o ministro fez a recomendação, muitas mulheres entenderam que ele pedia que elas não fizessem sexo por seis meses. Muitas mulheres não sabem onde conseguir anticoncepcionais, não podem pagar por eles ou têm companheiros que não permitem que elas os usem", explicou a especialista.
Esse tipo de pedido é um desafio em um continente no qual calcula-se que 56% das gravidezes não são planejadas. Nesse índice estão casos de falta de acesso a anticoncepcionais, de seu mau uso ou falha, além de carências na educação sexual ou estupros.
"O que mais nos preocupa é o acesso aos métodos contraceptivos. Em todos os países da região, ele é diferente em razão dos níveis de pobreza. O acesso pode variar entre 47% e 7%, segundo regiões e bairros", afirmou a especialista da OPS.
As mulheres pobres estão em uma situação de dupla vulnerabilidade contra o zika: vivem nas zonas onde há mais risco de contágio por causa da incidência do mosquito e são as que têm menos acesso aos anticoncepcionais e à educação sexual.
"Essa deveria ser uma oportunidade para que os países melhorem seus serviços de planejamento familiar", indicou Serruya. (01/02/16)
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Artigo – O mundo em guerra contra o “Aedes”
A Organização Mundial de Saúde (OMS) marcou reunião de emergência nesta segunda-feira, com representantes de países atingidos pelo zika vírus. Ao todo, 23 países já têm vírus circulando. Na tarde de quinta, a OMS fez uma projeção de 4 milhões de casos de Zika nas américas e alertou o mundo para o risco de uma pandemia.
No Brasil, as previsões da OMS são 1,5 milhão de casos. O que chama a atenção é que o organismo máximo de saúde no mundo quer resposta para uma pergunta que todos nós, aqui no Brasil, já fizemos: “Por que tantos países afetados?”, questiona a OMS. Aqui, não paramos de nos perguntar “por que tantas cidades afetadas” e partimos para guerra contra o mosquito. A OMS também reconheceu que “o esforço-chave está no combate ao vetor".
Voltando os olhares para Goiânia, já sabemos que 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti estão dentro das casas. Isso, porque o mosquito gosta de ficar onde tem pessoas, pois a fêmea precisa do sangue humano para se reproduzir, porém se o mosquito não encontrar criadouros em casas habitadas ele vai procurar criadouros mais próximos. Dados recentes mostram, por exemplo, que casas fechadas não habitadas, o índice de infestação chega a 60%. Isso ocorre por falta de responsabilidade e bom senso de alguns proprietários. Graças a uma liminar judicial, nossa equipe de agentes pode entrar nestas casas com a presença de um policial militar e um chaveiro.
O aumento na capacidade de proliferação do mosquito pode ser explicado por uma série de fatores como: adensamento populacional, clima propício e criadouros disponíveis, que desafiam o combate. O mosquito também fez adaptações biológicas que impressionam pesquisadores e aprendeu a sobreviver e colocar seus ovos em locais inimagináveis. Se antes só se reproduzia em água limpa e parada, hoje pode se multiplicar em água suja e nos mínimos recipientes. O período de incubação também colabora para esta proliferação
Em Goiânia, o trabalho de combate ao mosquito foi reforçado com as visitas dos incansáveis agentes de endemias e agentes comunitários de saúde, que juntos fizeram 2, 8 milhões de visitas nos 663 mil imóveis existentes na capital. Além das visitas, com profilaxia, os agentes fazem um trabalho de convencimento e orientação e explicam a o morador como identificar e evitar a presença de criadouros dentro dos domicílios.
Para os proprietários que ainda não se sensibilizaram com a necessidade de acabar com os focos do Aedes, projeto de lei aprovado na Câmara permitiu a aplicação de multa de R$ 1,9 mil a R$ 19 mil. O agente visita, orienta e volta. Se a pessoa não tomou providências é multada. Uma média de três entre dez proprietários de imóveis que já haviam sido notificados fez o dever de casa. Eliminaram os focos do mosquito e não precisaram ser multados. E nossa esperança é de que este porcentual aumente.
Todo esse esforço, porém, ainda é pequeno diante das facilidades que o mosquito encontra para se reproduzir. É por isso que em todas as ações apelamos para a ajuda da população, para que tire dez minutos por semana para eliminar os recipientes com água parada e não deixar o mosquito se reproduzir.
Estamos em guerra contra o Aedes aegypti e nosso papel é vencê-lo de batalha em batalha, de região em região, de bairro em bairro, de casa em casa. A dengue é uma doença que pode matar, mas que a saúde pública já aprendeu a lidar com ela e com tratamento adequado, evita um grande número de mortes. Todos os anos é feito um plano de contingência para que a população seja assistida com eficácia e isso tem acontecido.
A chikungunya, outra doença transmitida pelo mosquito, também está com pesquisas e protocolos avançados. Já o zika vírus ainda desafia pesquisadores, cientistas e autoridades de saúde, que não têm a total dimensão das consequências deste vírus. Sabemos que ele transmite a microcefalia e já temos 4 mil casos no país em investigação. Essa doença pode criar uma geração de malformados no Brasil, com problemas neurológicos irreversíveis.
Em Goiânia, a Prefeitura, o Estado e o governo federal já deram as mãos e em um esforço coletivo estão combatendo o mosquito transmissor do zika. Ação lançada pelas Secretarias de Saúde de Goiânia e Goiás contou com a presença do prefeito Paulo Garcia, secretário estadual de Saúde de Goiás, Leonardo Vilela e vários órgãos da Prefeitura e mostrou a força da união.
Sabemos que quando um resultado depende do esforço pessoal de cada um para melhorar o estado de saúde ele é mais difícil de ser alcançado. O ideal seria que a vacina contra essas doenças já estivessem liberadas e pudéssemos imunizar toda a população. Mas enquanto a vacina não vem, precisamos que cada goianiense e cada goiano se conscientize de seu papel nesta guerra. Saúde também se constrói com boas práticas, como atividade física, boa alimentação e combate ao mosquito Aedes aegypti.

Fernando Machado é secretário municipal de Saúde de Goiânia (30/01/16)
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Editorial – Matar ou matar
A presidente Dilma Rousseff repetiu ontem a declaração feita na semana passada pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, que lhe rendeu muitas críticas: “Nós estamos perdendo a luta contra o mosquito, porque enquanto o mosquito reproduzir-se, todos nós estamos perdendo a luta contra o mosquito", afirmou Dilma, dizendo que isso é a “constatação da realidade".
E neste caso a presidente está correta. Em 2015 foram registrados no Brasil mais de 1,5 milhão de casos da dengue, cerca de 200% a mais que o ano anterior e 135 cidades terminaram 2015 com epidemia da doença. Por três semanas consecutivas em 2016, o número de notificações da dengue em Goiânia ficou acima do limite estipulado pela Secretaria de Saúde.
E pior, o mesmo mosquito também transmite outros dois vírus, além dos da dengue, o da chikungunya e do zika. O Ministério da Saúde estima que mais de 500 mil pessoas tiveram o zika em 2015 e 1,5 milhão terão em 2016. A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que 4 milhões serão infectadas nas Américas neste ano com o zika.
Como não há vacina contra os vários tipos de vírus dessas três doenças nem tratamento para elas, só há uma coisa a ser feita, matar o mosquito Aedes Aegypti. Por isso a estratégia do Ministério de Saúde, das secretarias estaduais e municipais de Saúde é promover uma grande e necessária mobilização nacional. Não há outro caminho a não ser acabar com o mosquito. (30/01/16)
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JORNAL OPÇÃO
Desembargadora nega pedido para que Estado forneça fosfoetanolamina

Por Bruna Aidar

Decisão lembra que substância sintética, considerada promissora contra o câncer, ainda não foi devidamente testada e não possui registro na Anvisa

Ao analisar um mandato de segurança que pedia a garantia de fosfoetanolamina pela Secretaria de Saúde de Goiás a um paciente, a desembargadora Beatriz Figueiredo foi clara: sem eficácia comprovada, riscos catalogados e posologia adequada, não há como exigir que o Estado disponibilize a substância experimental. Segundo ela, as autoridades de saúde nem ao menos saberiam como proceder em relação à como o produto seria ministrado.
“Sabe-se que, a despeito de seu alardeado potencial no controle biológico da propagação tumoral, não há, segundo o parecer da Câmara Técnica de Saúde do Judiciário, até o presente momento, comprovação científica da eficácia da substância, nem estudos suficientes que permitam inferir as doses máximas suportável e mínima terapêutica”, sustentou Beatriz.
A desembargadora também ressaltou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não possui registro da substância, o que impossibilitaria que o Estado a disponibilizasse. Sendo assim, sem o aval do órgão responsável pela regulamentação de qualquer remédio e sem comprovação de eficácia nem no ambiente científico, nem na indústria, a fosfoetanolamina sequer é considerada um medicamento.
Mesmo questões mercadológicas impedem que o Estado disponibilize a fosfoetanolamina. A substância só é produzida pelos laboratórios do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos. E ela lembrou ainda que, até na USP, atualmente só se sintetiza o produto para atender à ordens judiciais.
Entenda a polêmica
Nova promessa da cura contra o câncer, a fosfoetanolamina não é um assunto novo no meio científico. No Brasil, ela começou a ser usada na tentativa de acabar com a doença em São Carlos, há duas décadas, em estudos conduzidos pela equipe do professor do Instituto de Química (IQSC) da USP, Gilberto Chierice.
Eles iniciaram pesquisas que mostravam que a substância parecia estimular a morte programada das células afetadas. Com os resultados promissores, Chierice fornecia a substância a pessoas interessadas, que a utilizavam como remédio. Em 2014, no entanto, frente à falta de regulamentação da substância, a própria USP baixou uma portaria que impedia a distribuição da fosfoetanolamina.
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O problema, assim como no caso da decisão da desembargadora, é a falta de registro na Anvisa. Nota divulgada pelo IQSC lembra que a Lei Federal nº 6.360, de 1976 é clara no que diz respeito a quem pode definir o que é ou não remédio no Brasil: “É atribuição exclusiva do Ministério da Saúde o registro e a permissão do uso dos medicamentos, bem como a aprovação ou exigência de modificação dos seus componentes”
Atualmente, algumas pessoas conseguem na Justiça a autorização para conseguir a fosfoetanolamina. Mas a USP, apesar de ser obrigada a fornecê-la, se coloca abertamente contra a distribuição da substância e reintera que ela só pode ser produzida “(…) pelos pesquisadores do IQSC mediante a prévia apresentação das devidas licenças e registros expedidos pelos órgãos competentes determinados na legislação (Ministério da Saúde e ANVISA)”.
Ainda que empresas do ramo farmacêutico quisessem, inclusive, não poderiam atualmente produzir a substância, procedimento conhecido apenas por Chierice e sua equipe e protegido, segundo a USP, por duas patentes diferentes.
Fosfoetanolamina
Como a própria desembargadora coloca em sua decisão, a fosfoetanolamina funciona como “uma espécie de marcador celular, a permitir que o próprio sistema imunológico da pessoa portadora do câncer ataque as células doentes, preservando-as sãs”. Na prática, é como se ela curasse a doença ao retirar do organismo as células cancerígenas.
O problema é que, apesar do potencial da substância, ela ainda não foi devidamente testada e não se sabe quais seus efeitos colaterais e até em que dosagem ela seria segura. Nem mesmo na USP os estudos são definitivos.
“O IQSC não dispõe de dados sobre a eficácia da fosfoetanolamina no tratamento dos diferentes tipos de câncer em seres humanos – até porque não temos conhecimento da existência de controle clínico das pessoas que consumiram a substância – e não dispõe de médico para orientar e prescrever a utilização da referida substância”, ressalta a universidade.
Mais que uma mera burocracia, a necessidade de regulamentação na Anvisa é uma garantia não só para o mercado e o poder público, mas também para os próprios pacientes que fazem uso da substância. Se uma pessoa resolver fazer uso da suposta medicação e tiver problemas em consequência disto, não terá resguardo algum.
Promissora, a fosfoetanolamina tem sido assunto de audiências públicas pelo Brasil e até de uma força-tarefa do Ministério da Saúde que pretende analisar não só sua eficácia, como também sua segurança. No entanto, apesar de representar uma esperança para uma das doenças que mais matam no Brasil, ela não é a “cura definitiva para o câncer”. (30/01/16)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação