Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 30/06/21

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Secretário de Saúde diz que variante delta do coronavírus é caso isolado em Goiânia

Brasil registra 1.917 mortes pela covid-19 em 24h e menor média móvel desde março

Mortes e internações por Covid-19 também caem na faixa dos 60 anos

Ministério suspende contrato da Covaxin

Governo abalado por denúncias de propina

R$ 800 mi para venda às clínicas privadas

Mais vacinas até sexta-feira

Saúde demite responsável por comprar vacina

Para ampliar vacinação, governos usam prêmio, desconto em transporte e arraial

Grávidas vacinadas com AstraZeneca podem receber 2ª dose da Pfizer

Covid: Vacinação por critério de comorbidade no Brasil foi ‘maluquice’ e encorajou fraudes, diz epidemiologista Paulo Lotufo

Caiado anuncia chegada de mais 163.690 doses de vacinas contra covid-19

‘Mistura’ de vacinas da primeira para segunda dose é eficaz e segura, diz infectologista

TVANHANGUERA

Secretário de Saúde diz que variante delta do coronavírus é caso isolado em Goiânia

https://globoplay.globo.com/v/9646160/

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AGÊNCIA ESTADO

Brasil registra 1.917 mortes pela covid-19 em 24h e menor média móvel desde março

Total de óbitos soma 516.119

O Brasil registrou nesta terça-feira 1.917 mortes pela covid-19 em 24 horas, segundo dados compilados pelo consórcio de veículos de imprensa. A média móvel de mortes, que considera os registros dos últimos sete dias, vem caindo e chegou nesta terça a 1.603, menor marca desde o dia 9 de março. Em relação às duas semanas anteriores, a queda na média móvel de mortes é de 20%. Apesar da redução, o Brasil tem números elevados de óbitos e infectados há semanas e soma 516.119 mortes pela doença.

Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h. O balanço indica, ainda, que nas últimas 24 horas foram registrados 64.706 infectados pela covid-19. A média móvel de infectados ficou em 65.070, o que significa uma redução de 10% em relação a duas semanas atrás.

Na segunda-feira, 28, os dados já indicavam redução na média móvel de infectados pela primeira vez em 17 dias. A diminuição, portanto, se manteve nesta terça. De acordo com o balanço do consórcio, no total o Brasil registra 18.512.126 testes positivos. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 16.779.136 pessoas recuperadas da doença e 1.218.9184 em acompanhamento médico. O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde 8 de junho do ano passado, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.

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FOLHA DE S.PAULO

Mortes e internações por Covid-19 também caem na faixa dos 60 anos

Tendência pós-vacina vinha sendo observada entre nonagenários, octogenários e septuagenários

Julia Barbon e Guilherme Garcia

RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO – Depois dos nonagenários, dos octogenários e dos septuagenários, o impacto da vacinação contra a Covid-19 já se estende para os sexagenários. Uma redução nas internações e mortes pela doença n grupo tem sido registrada nas últimas semanas, à medida que a imunização avança.

O Brasil deu a largada na vacinação maciça das pessoas de 60 a 70 anos no início de março. A partir demeados de abril, a tendência de queda começa a ser visível: a faixa etária, que representava 23% dos hospitalizados e 29% dos mortos na época, despenca para 1% e 16% em junho.

Em números absolutos também há uma diminuição constante e expressiva no período. Se na última semana de março 5.737 pacientes dessa idade morreram da doença, foram apenas 865 na segunda semana de junho, seis vezes menos.

Os dados tabulados pela Folha são do Ministério da Saúde e consideram pessoas internadas por síndrome respiratória aguda grave (Srag) em qualquer tipo de leito. O intervalo analisado foi até o último dia 12, levando em conta o tempo para as notificações.

Esse é mais um número a se somar ao diagnóstico de rejuvenescimento das vítimas do coronavírus no país. Já era possível observar uma queda do agravamento dos casos nos grupos de 90 e 8) anos desde o fim de fevereiro, e no grupo de 70 anos desde abril, na contramão dos mais jovens.

O epidemiologista e demógrafo Raphael Guimarães, pesquisador da Fiocruz, diz que esse ‘seguramente é um efeito da vacina’. ‘O que a gente tem observado é que, à medida em que o país consegue vacinar idosos mais novos, a participação dessas faixas em mortes e internações se reduz’, afirma.

Ele reforça que a faixa dos 60 anos vinha contribuindo de forma ampla para os casos graves da Covid desde o início do ano, representando em torno de 1 em cada 4 hospitalizações. ‘De umas quatro Ou seis semanas para cá, porém, houve uma inversão na curva’, analisa.

Um estudo da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), em parceria com a Universidade de Harvard e o Ministério da Saúde, mostrou recentemente que a vacinação já evitou a morte de 43 mil pessoas acima de 70 anos, após análise de mais de 200 mil óbitos por Covid-19 entre janeiro e maio deste ano no país.

‘Se tivéssemos começado a vacinar a população antes, essa estimativa de mortes poupadas pela vacinação seria maior ainda’, diz o epidemiologista Cesar Victora, líder da pesquisa que traz pela primeira vez evidências da efetividade das vacinas Coronavac e AstraZeneca no Brasil.

Até agora, 29% da população adulta (46 milhões de pessoas) tomou a 1º dose da vacina, e 16% (26 milhões) está totalmente imunizada (tomou a segunda dose ou vacina de dose única).

Agora, a preocupação é com os mais jovens. A proporção de pacientes internados com 40 a 60 anos disparou de 17% para 40% desde o início do ano. A faixa de até 40 anos também dobrou de 5% para 11%.

Um boletim epidemiológico da Fiocruz que analisa dados nacionais até 12 de junho

indica que a mediana de óbitos pelo vírus caiu pela primeira vez a um nível abaixo dos 60 anos, assim como já havia ocorrido com as internações.

Isso significa que a idade máxima de metade dos hospitalizados passou de 66 anos no início do ano para 52 anos agora. Já entre as vítimas que morreram da doença, foi de 71 anos para 61 anos no período.

‘É verdade que esse processo tem relação com um estreitamento do topo da pirâmide etária da doença,

já que os mais longevos contribuem cada vez menos com casos graves e fatais. Contudo, temos em termos absolutos maior número de casos e óbitos entre jovens, de forma independente ao que ocorre com os idosos’, escrevem os pesquisadores.

‘Este é um cenário extremamente preocupante, especialmente para um país cuja estrutura etária ainda é relativamente jovem. O que virá, com a manutenção deste quadro, será verdadeiramente uma onda: de incapacidade e condições crônicas para brasileiros jovens, que perderão em qualidade de vida e capacidade produtiva’, alertam.

Eles avaliam ainda que o rejuvenescimento dos atingidos pela Covid será cada vez mais intenso e ‘poderá perpetuar um cenário obscuro de óbitos altos’ até que esse grupo etário esteja devidamente coberto pela vacina. Por tanto, é essencial reforçar o uso de máscaras e o distanciamento social.

“É seguramente é um efeito da vacina. À medida em que o país consegue vacinar idosos mais novos, a participação dessas faixas em mortes e internações se reduz”. Raphael Guimarães -epidemiologista da Fiocruz

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CORREIO BRAZILIENSE

Ministério suspende contrato da Covaxin

MARIA EDUARDA CARDIMSARAH TEÓFILO

Alvo de investigações da CPI da Covid, o contrato do Ministério da Saúde com a Precisa Medicamentos — representante do laboratório indiano Bharat Biotech — para a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin foi suspenso ontem. A pasta informou que a medida foi tomada diante da recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU), que apura as denúncias de irregularidades no fechamento do negócio. Para os senadores de oposição no colegiado, a iniciativa soa como uma “confissão” de culpa.

“Por orientação da Controladoria-Geral da União, por uma questão de conveniência e oportunidade, decidimos suspender o contrato para que análises mais aprofundadas sejam feitas”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao anunciar a suspensão. Ele ainda afirmou que o próprio ministério vai fazer uma “apuração administrativa”, a fim de verificar todos os aspectos da compra da vacina. A Diretoria de Integridade da pasta atuará em conjunto com a CGU na investigação dos termos do contrato.

O documento para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin, ao custo de R$ 1,6 bilhão, foi assinado pelo Ministério da Saúde em 25 de fevereiro. Em depoimento à CPI da Covid, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, relataram ter alertado o presidente Jair Bolsonaro sobre suspeitas de irregularidades na negociação da vacina indiana. O chefe do Planalto teria assegurado que acionaria a Polícia Federal para investigar o caso, mas não o fez. Por isso, na segunda-feira, senadores protocolaram no Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra Bolsonaro por prevaricação. A suspensão do contrato da Covaxin, portanto, ocorre um dia depois da denúncia à Corte.

O ministro da CGU, Wagner Rosário, disse que a suspensão é medida preventiva. “Visto que existem denúncias de uma possível irregularidade que não conseguiu ser bem explicada pelo denunciante”, frisou. Segundo ele, o contrato ficará suspenso enquanto durar o prazo da apuração da investigação feita pelo órgão.

Por meio de nota, a Precisa Medicamentos informou que “aguarda com serenidade” a conclusão das investigações da CGU. O sócio da empresa, Francisco Maximiano, prestará depoimento à CPI da Covid amanhã.

A suspensão do contrato teve repercussão na CPI. “Se não tinha nada de errado, por que vão suspender? Isso só tem um nome! Confissão!”, disse o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Já o governista Jorginho Mello (PL-ES) minimizou. “Estava parado (o contrato), não tinha sido aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Então, eu acho que é normal suspender, deixar como estava.”

Também governista, Marcos Rogério (DEM-RO) disse ser fácil entender os motivos da suspensão. De acordo com ele, antes não havia um leque de opções de vacina, e hoje, há. “Estamos diante de uma situação em que, no momento em que houve a negociação com essa farmacêutica, nós tínhamos um cenário. Hoje, nós temos outro. Naquele momento, nós não tínhamos expectativa de ter aqui a vacina da Pfizer, não tínhamos expectativa de ter a vacina da Janssen”, frisou.

Uso emergencial

Horas antes de ter o contrato com o Ministério da Saúde suspenso, a Precisa Medicamentos solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a autorização para o uso emergencial da vacina Covaxin. A agência reguladora confirmou o recebimento do pedido e já iniciou a triagem dos documentos enviados pela empresa. Segundo a Anvisa, o trâmite da avaliação de uso emergencial não depende dos processos de compras dos imunizantes e, por isso, a suspensão do contrato não interfere na análise do órgão.

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Governo abalado por denúncias de propina

Ministério da Saúde anuncia a demissão do servidor Roberto Dias, acusado por representante de uma empresa de vacinas de exigir pagamento ilegal por contrato de imunizante. Deputado Luis Miranda teria recebido %u201Coferta milionária%u201D para não atrapalhar compra da Covaxin

INGRID SOARES

O Ministério da Saúde anunciou, ontem, a exoneração de Roberto Dias do cargo de diretor de Logística da pasta. A decisão deve ser publicada, hoje, no Diário Oficial da União. A saída do funcionário ocorre após o escândalo de propina noticiado pelo jornal Folha de S. Paulo. Segundo a publicação, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da empresa de vacinas Davati Medical Supply, relatou ter recebido pedido, de Dias, de propina de US$ 1 por dose em troca de contrato com o Ministério da Saúde.

A Davati Medical Supply tentava vender 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca a US$ 3,5 cada dose (o valor passou, depois, para US$ 15,5). De acordo com Dominguetti, Dias teria afirmado que a negociação “não avançava dentro do ministério se a gente não compusesse com o grupo, que existe um grupo que só trabalhava dentro do ministério”. “Se a gente conseguisse algo a mais, tinha de majorar o valor da vacina, que a vacina teria de ter um valor diferente do que a gente estava propondo”, frisou o representante da Davati Medical Supply. “Aí eu falei que não tinha como, não fazia, mesmo porque a vacina vinha lá de fora e que eles não faziam, não operavam daquela forma. Ele me disse: ‘Pensa direitinho, se você quiser vender vacina no ministério, tem que ser dessa forma’.”

Questionado sobre qual seria a “forma”, Dias teria apontado: “Acrescentar US$ 1”. “Dariam 200 milhões de doses de propina que eles queriam, com R$ 1 bilhão”, frisou. Segundo o representante das vacinas, o jantar da “propina” aconteceu em 25 de fevereiro, num shopping de Brasília. Ele disse ter considerado a situação ainda mais estranha porque havia mais duas pessoas com Dias. “Era um militar do Exército e um empresário lá de Brasília”, contou.

Roberto Ferreira Dias teria sido indicado ao cargo pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e a nomeação ocorreu em 8 de janeiro de 2019. O parlamentar nega.

A CPI da Covid pretende ouvir Luiz Paulo Dominguetti Pereira na sexta-feira. “Brasileiros morrendo de covid, e bandidos atrás de vantagens ilícitas. Precisamos apurar tudo”, afirmou, nas redes sociais, o senador Alessandro Vieira (cidadania-SE), integrante da CPI. O senador Omar Aziz, presidente da CPI, também comentou o assunto, caracterizando como “uma denúncia forte”.

À GloboNews, Roberto Dias se disse alvo de retaliação por ter cobrado de Dominguetti que comprovasse representar a AstraZeneca, o que, segundo o diretor, nunca aconteceu.

Mais suspeitasEm outro capítulo sobre a Covaxin, Luis Miranda teria recebido oferta de propina “milionária” para não atrapalhar a compra do imunizante, após ter se reunido com Bolsonaro para alertá-lo sobre irregularidades no contrato. A informação é da Revista Crusoé.

Conforme a publicação, houve dois encontros em que valores e a garantia de reeleição foram oferecidos ao parlamentar. Em uma das reuniões, Ricardo Barros estava presente.

Ainda de acordo com a revista, a primeira proposta ocorreu numa reunião numa casa no Lago Sul, em 31 de março. Miranda foi convidado a participar do encontro por um lobista de Brasília para discutir a negociação da vacina indiana. A reunião foi feita com Silvio Assis, homem de confiança de Barros.

No encontro, Assis tentou fazer de Miranda um aliado e ainda pediu que o parlamentar convencesse o irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, a “parar de criar embaraços para o negócio”, que os dois seriam recompensados pela contribuição. A conversa não avançou.

Segundo a Crusoé, um mês depois, em maio, uma nova reunião foi feita, no mesmo local. Dessa vez, Assis estava acompanhado de Barros. Assis teria prometido a Miranda uma participação na venda de cada dose ao Ministério da Saúde, de seis centavos de dólar. Caso o governo concluísse a compra de 20 milhões de doses da Covaxin, o deputado levaria US$ 1,2 milhão (R$ 6 milhões).

Miranda teria se recusado a participar do esquema e, de acordo com fontes da revista, teria chegado a ameaçar dar voz de prisão a Assis. À Crusoé, o parlamentar afirmou que não vai falar sobre a denúncia. Já o lobista Assis confirmou a presença de Miranda na casa, mas negou que o tema dos encontros fosse a compra das vacinas. Barros voltou a negar participação em negociações da Coxaxin..

“Rolo”O deputado Ricardo Barros já tem o nome envolvido em outra investigação: sobre o contrato de compra da vacina Covaxin. O deputado Luis Miranda disse ter relatado ao presidente Jair Bolsonaro as suspeitas de ilegalidade na negociação do imunizante indiano. O chefe do Planalto teria dito, então, que devia ser “mais um rolo” de Barros. O líder do governo na Câmara nega ter participação nas tratativas do contrato.

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R$ 800 mi para venda às clínicas privadas

Precisa Medicamentos firmou acordo milionário com entidades particulares
de saúde para o fornecimento de cinco milhões de doses da vacina Covaxin

BRUNA LIMA LUIS CALCAGNO SARAH TEÓFILO

Alvo da CPI da Covid, a Precisa Medicamentos, representante do laboratório indiano Bharat Biotech no Brasil, chegou a fechar contrato com a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) para a venda de cinco milhões de doses da Covaxin, no valor de US$ 32,71 a US$ 40,78. A negociação renderia de R$ 807,9 milhões a R$ 1 bilhão (com cálculo atual do dólar, a R$ 4,94).



A Precisa está na mira da CPI porque intermediou o contrato entre o governo brasileiro e a Bharat para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin a R$ 1,6 bilhão. O documento foi assinado em 25 de fevereiro, quando ainda não havia aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a vacina fazer testes fase 3 no Brasil — agora, o Ministério da Saúde anunciou a suspensão do contrato.

Telegrama da Embaixada do Brasil na Índia, divulgado pelo Correio, registrou encontro ocorrido em 6 de janeiro entre o embaixador André Aranha, representantes do setor de clínicas privadas, incluindo a ABCVAC, e o sócio da Precisa, Francisco Maximiano, que vai depor na CPI amanhã.



Apesar de a informação constar no telegrama, o presidente da ABCVAC, Geraldo Barbosa, negou ter participado ou enviado emissários para a reunião. “Eu não conheço, nunca fizemos solicitação, não estivemos em (Nova) Délhi, não tivemos nenhum contato com ele. Não é da nossa responsabilidade isso”, afirmou, em entrevista ao Correio (leia abaixo). “Todos os contatos que a gente teve foi com a embaixada da Índia para conseguir os vistos. Não houve pleito junto à Precisa. Essa informação não corresponde com a verdade em nenhum momento.”



Além da falta de aval da Anvisa, a compra de imunizantes por clínicas privadas ainda enfrenta restrições da legislação brasileira. Em março deste ano, o Congresso aprovou uma lei prevendo que doses de vacina contra covid-19 adquiridas pela iniciativa privada devem ser repassadas integralmente para a rede pública, para serem incluídas no Plano Nacional de Imunização (PNI), enquanto estiver ocorrendo a vacinação dos grupos prioritários.



Sobre a visita da Precisa à embaixada em 6 de janeiro, o Itamaraty voltou a dizer, em nota enviada ao Correio, na segunda-feira, que o embaixador André Aranha recebeu “empresários do setor clínico brasileiro que informaram integrar missão empresarial da ABCVAC à Índia para tratar com a companhia indiana Bharat Biotech da importação para o Brasil de vacinas contra a covid-19”. A reportagem procurou a Precisa, mas não obteve retorno. Leia os principais trechos da entrevista com Geraldo Barbosa.

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Mais vacinas até sexta-feira

Ministério da Saúde deve distribuir hoje doses de imunizantes da Pfizer e da Janssen, que chegam ao Distrito Federal em até 48 horas

» Pedro Marra » Ana Maria da Silva

A Secretaria de Saúde aguarda para hoje o informe de novas remessas de vacinas contra a covid-19 ao Distrito Federal. O Correio apurou que o Ministério da Saúde deve publicar uma nota técnica de distribuição de doses por estados e municípios ainda nesta quarta-feira. A remessa enviada ao DF será de vacinas da Pfizer e Janssen. Após a nota do Ministério, os novos lotes são enviados em até 48 horas para as unidades da Federação.

A Secretaria de Saúde informou que “aguarda a pauta do Ministério da Saúde com informações sobre novas doses. A ampliação do público acontece após a chegada dessas doses”, destacou a pasta. 

Ontem, teve início a vacinação de professores da rede particular. A estimativa da Secretaria de Saúde do DF é distribuir 8 mil doses para os profissionais da educação, com imunizantes da CoronaVac e da Pfizer/BioNtech. No Estacionamento 13 do Parque da Cidade, as lágrimas se acumularam no olhar da professora Cintia Pereira, 47 anos. A profissional conta que o período de espera foi difícil, uma vez que foi infectada pelo novo coronavírus.

 “Eu até brinco, é como se eu estivesse ganhando na Mega-Sena. Foi uma espera grande”, diz. Para Cintia, a vacinação dos profissionais da educação não protege apenas os educadores. “A gente trabalha com crianças, que são outras preciosidades. Então, a preocupação não é só com a nossa vida. É com as crianças e suas famílias”, complementa. 

Novos casos

O DF chegou a quase 430 mil casos da covid-19. Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde, foram registrados, ontem, 618 novos casos, totalizando 429.636 pessoas infectadas. Dessas, 412.730 se recuperaram da doença. Ainda segundo a pasta, o DF notificou mais 26 mortes, totalizando 9.232 óbitos. A taxa de transmissão está em 0,90, número abaixo da normalidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 1,00. 

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O ESTADO DE S.PAULO

Saúde demite responsável por comprar vacina

Lauriberto Pompeu André Shalders

Acusado de pressionar servidores para acelerar a importação da vacina indiana Covaxin, mesmo com indícios de irregularidades no contrato, o diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, foi demitido do cargo. A decisão foi tomada na manhã de ontem, segundo nota divulgada ontem à noite pela Pasta. O texto confirma ainda que a exoneração do diretor sairá na edição do Diário Oficial de hoje.

A demissão de Ferreira dias acontece quatro dias após os depoimentos à CPI da Covid do deputado Luis Miranda (DEMDF) e de seu irmão, Luis Ricardo Fernandes Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Os dois disseram haver um esquema de corrupção envolvendo a compra da Covaxin e citaram Ferreira Dias.

O diretor foi indicado para o cargo pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), ex-ministro da Saúde, e pelo ex-deputado Abelardo Lupion (DEM-PR). No ano passado, ele quase ocupou uma diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas o próprio presidente Jair Bolsonaro desistiu da indicação após o Estadão mostrar que o diretor havia assinado contrato de R$ 133,2 milhões no Ministério da Saúde, com indícios de irregularidade.

Uma outra denúncia contra ele, desta vez de cobrança de propina, partiu de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da Davatti Medical Supply. A CPI da Covid vai ouvir na sextafeira o depoimento de Dominguetti, que disse ao jornal Folha de S. Paulo ter recebido de Ferreira Dias pedido de propina de US$ 1 para cada dose da vacina AstraZeneca adquirida pelo governo Bolsonaro. A AstraZeneca nega, porém, que a Davatti a represente – a empresa americana já foi desautorizada pela AstraZeneca no Canadá.

Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) prepararam um requerimento para convocar Dominguetti. Quando depuseram à CPI da Covid, o deputado Luis Miranda e o irmão dele disseram que se reuniram com Bolsonaro no dia 20 de março, no Palácio da Alvorada, e relataram o esquema de corrupção no Ministério da Saúde para compra de vacinas.

Reportagens publicadas na imprensa mineira indicam que a Davatti pode estar fraudando o processo de compra de vacinas no Estado. A empresa teria negociado com prefeituras, com o objetivo de conseguir uma carta de intenção demonstrando interesse na aquisição de imunizantes da AstraZeneca. Depois de conseguir a carta, porém, as conversas emperraram.

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Para ampliar vacinação, governos usam prêmio, desconto em transporte e arraial

Além disso, na Paraíba a ‘competição do bem’ vai dar bônus aos profissionais de saúde. Em outros casos, como em Maceió e Bertioga, a aplicação noturna foi a solução. Especialista observa que outros países, como EUA e Israel, também promoveram brindes e sorteios

Para promover a vacinação contra a covid-19 em todos os grupos e garantir a volta para a segunda dose, governos têm apostado em prêmios, descontos de transporte, ‘corujões’ e até arraial da vacina. Entre os Estados que adotaram estratégias diferenciadas estão Maranhão, Rio Grande do Sul e Paraíba, além de cidades como Maceió e Campo Grande. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 3,8 milhões de brasileiros estão com a segunda aplicação atrasada.

O governo maranhense oferece até R$ 10 mil para quem tomar a segunda dose. Ao todo, serão sorteados 700 prêmios de R$ 1 mil, 200 de R$ 5 mil e 100 prêmios de R$ 10 mil. O governador Flávio Dino (PSB) disse ao Estadão que o governo deve investir cerca de R$ 3 milhões nessa ação. Segundo ele, os efeitos já são sentidos desde que essa e outra ação, os arraiais de vacinação (mutirões com decoração e música juninos), foram iniciadas. ‘Desde que foram lançadas, a curva de vacinação cresceu nitidamente’, afirmou.

Josenir de Jesus, de 65 anos, foi um dos que ganharam o prêmio máximo. ‘Emoção em dose dupla. Ao mesmo tempo em que a gente se imuniza contra o vírus, recebe a boa notícia de um dinheiro que chega em boa hora para quitar as dívidas”, contou o morador de Urbano soa Santos, a cerca de 270 km de São Luís. O Maranhão também se destacou na campanha de vacinação com o caso de Alcântara, que anunciou ter imunizado 100% dos adultos.

Já o governo gaúcho criou a ‘corrida do bem’, com um prêmio em dinheiro para prefeituras – R$ 1,25 milhão em duas parcelas nos dias 20 de julho e 20 de agosto. A divisão da verba seguirá critérios populacionais, de modo que cidades menores, com menos de 10 mil moradores, ganham até R$ 50 mil. Nas maiores, a gratificação pode chegar a R$ 150 mil. A gestão Eduardo Leite (PSDB) sugere que os valores sejam aplicados na atenção primária.

Mas a Famurs, entidade que representa os municípios, não gostou da ideia. Segundo o presidente da federação, Emanuel Hassen de Jesus (Maneco), ‘o problema da vacinação no Rio Grande do Sul e no Brasil como um todo é a falta de vacinas e não eventual incapacidade dos municípios de vacinar’.

Diretora do Departamento de Ações em Saúde do Estado, Ana Costa vê ‘equívoco’ de compreensão. ‘Talvez até porque as pessoas não estão acostumadas que no serviço público se trabalhe premiação por méritos.’ O governo reconhece a dificuldade de vacinar alguns grupos, como aqueles com comorbidades, e diz tomar outras providências, como enviar listas aos municípios e mobilizar associações comunitárias.

Na Paraíba, a ‘competição do bem’ vai dar bônus aos profissionais de saúde. Cada equipe das cidades que atingirem a meta vai receber R$ 3 mil do Estado. Serão contemplados 20 municípios por mês. ‘Estamos com expectativa boa de aumentar a imunização, principalmente em áreas mais distantes na zona rural’, diz Fabiana Ferreira, que coordena a Atenção Básica de Monteiro, a 360 km de João Pessoa. A previsão é de atingir todos os adultos até outubro. ‘Além da distância, temos a questão da quantidade de vacinas, que chegam a cada 15 dias.’

Transporte. Em Campo Grande, parceria entre a prefeitura e a Uber garante deslocamento até o posto de saúde sem custo, desde que o valor não passe de R$ 25. Ao todo, a parceria prevê R$ 100 mil em descontos de viagem, mas a Uber não informou quantas já foram feitas desde que o benefício entrou em vigor, em 1.° de junho. A empresa também não informou quantas pessoas usaram o desconto até o momento.

‘Eu acho que faltou divulgação. Eu e muitas pessoas que conheço não sabiam desse benefício’, disse a empresária Fabiana Siqueira de Resende, que ainda comentou ser um serviço extremamente importante para facilitar o acesso à vacinação. Aos 44 anos, ela tomou a única dose – Janssen – no último sábado.

Segundo a empresa de aplicativo de transporte, em todo o Brasil, são previstas 370 mil viagens com desconto para esse fim. Governos como o da Paraíba e de Maceió também fecharam acordos de códigos promocionais, além de parcerias com a Central Única das Favelas .

À noite. Em outros casos, vacinação noturna é a aposta. Em Maceió, o horário estendido, das 9 às 21 horas, voltou a ser praticado no dia 18, em quatro pontos de imunização. Em João Pessoa, mais de 20 mil pessoas receberam a primeira dose contra a covid-19 no ‘corujão’ que durou 24 horas e terminou na manhã de sábado. Bertioga, no litoral paulista, retomou o ‘corujão’ no ginásio local de esportes. A ação dura até quarta-feira e ocorre das 17 às 21 horas.

Diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações Renato Kfouri diz que cada região tem particularidades e, por isso, estratégias customizadas são bem-vindas. Outros países, como Estados Unidos e Israel, também promoveram brindes e sorteios. ‘O que faz alguém ser vacinado no interior do Maranhão não é o mesmo que motiva no Jardins, em São Paulo, no Leblon, no Rio, ou em Porto Alegre’, diz ele.

Em alguns casos, porém, há ressalvas. O epidemiologista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Alcides Miranda discorda da medida gaúcha. ‘A impressão que passa muitas vezes para o senso comum, ao fazer esse jogo de recompensar quem vacinar mais, é de que a vacina depende dos municípios e não da coordenação estadual’, critica. /


Facilidade ‘É preciso facilitar o acesso, seja com drive-thru, campanhas em domicílio ou noturnas, no caso de quem trabalha de dia.’ Renato Kfouri DIRETOR DA SBIM

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AGÊNCIA BRASIL

Grávidas vacinadas com AstraZeneca podem receber 2ª dose da Pfizer

As grávidas imunizadas contra a covid-19 com a primeira dose da AstraZeneca/Oxford poderão receber a segunda dose com a vacina da Pfizer, na cidade do Rio de Janeiro. A autorização foi feita pela Secretaria Municipal de Saúde, a partir de recomendação do comitê científico da pasta.

A informação foi divulgada na madrugada de hoje (29) pelo secretário de Saúde, Daniel Soranz, em seu perfil no Twitter. Segundo ele, a vacinação pode ocorrer, desde que haja avaliação dos riscos e benefícios, feitos pelo médico que atende a gestante.

Soranz usou como exemplo países como Alemanha, Canadá, Dinamarca, França, Finlândia, Portugal, Suécia, Inglaterra e Itália, que recomendam ou autorizam o uso da Pfizer como segunda dose para quem se imunizou, na primeira dose, com a AstraZeneca.

A vacinação de grávidas com AstraZeneca foi suspensa por orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), devido a possíveis efeitos adversos do imunizante.

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BBB BRASIL

Covid: Vacinação por critério de comorbidade no Brasil foi ‘maluquice’ e encorajou fraudes, diz epidemiologista Paulo Lotufo

Os brasileiros que tiveram acesso à vacinação contra a covid-19 são principalmente os mais velhos, mais ricos e mais brancos, diz o epidemiologista Paulo Lotufo, professor titular de Clínica Médica da Universidade de São Paulo (USP).

Esse retrato é resultado dos critérios para imunização utilizados até agora, afirma ele. Em entrevista à BBC News Brasil, Lotufo critica pontos como a lista de comorbidades (e as exigências para comprová-las) e diz que a forma como essa imunização ocorreu – “uma maluquice” – gerou “corrupção e fraude”.

“O grande erro de tudo sempre foi a história de que não houve coordenação federal”, critica.

O Ministério da Saúde determinou, inicialmente, grupos prioritários para a vacinação. O detalhamento das regras, no entanto, ficou sob responsabilidade dos governos estaduais e municipais. É por isso que as regras variam de cidade para cidade e vemos municípios próximos em fases diferentes da vacinação.

“Agora eu acho que os prefeitos perceberam que, se quiserem ser rápidos, têm que usar o critério de idade”, diz Lotufo.

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

Perfil dos vacinados

Ao dizer que quem está vacinada hoje no Brasil “é a população mais velha, a população mais rica e a população mais branca”, Lotufo destaca que o problema é que isso “não bate” com as principais vítimas da doença.

O epidemiologista usa o exemplo da cidade de São Paulo e cita dados do LabCidade (Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), para argumentar que “os locais de maior risco têm menos gente vacinada”.

Levantamento do LabCidade mostra que os territórios com maior incidência de covid-19 são áreas de São Paulo onde mora a maior parte da população negra da cidade, porém os territórios onde mais se vacinou até agora são onde está a população branca de renda mais alta.

A crítica dos pesquisadores do LabCidade é que o poder público, mesmo reconhecendo as diferenças de impactos da pandemia nas regiões da cidade, não adotou “nenhuma política de prevenção territorializada para prevenir o contágio dos moradores desses bairros mais afetados”.

Nesse cenário, Lotufo menciona que as vacinas de uma só dose – atualmente a Janssen – deveriam ser aplicadas nessas regiões. “Eu pegaria as doses únicas, iria nos bairros mais pobres e vacinaria todo mundo lá”.

‘Corrupção e fraude’

Lotufo diz que foi “uma maluquice” a vacinação pelo critério de comorbidades da forma como ocorreu no Brasil.

O resultado, diz ele, é que os postos de vacinação viraram “cartórios”, gastando mais tempo com processo como a verificação de atestados (diante das informações de possíveis fraudes) do que com a aplicação da vacina em si.

“Ouvimos falar até em município que pediu firma autenticada do atestado. Umas coisas loucas, né?”

Embora aponte que o problema no Brasil não é a capacidade interna de vacinação, mas sim a chegada das vacinas, Lotufo diz que “os postos não deveriam ficar com praticamente nenhuma vacina – tinha que ir chegando e vacinando e vacinando e vacinando…”

Outro problema, segundo o epidemiologista, foi a venda ou a falsificação de atestados, que também colocaram na frente da fila quem não era uma prioridade de fato.

“A experiência mostrou: foi uma altíssima corrupção. Em Vitória, custava R$ 50 o atestado, em São Paulo, R$ 200. Teve venda de atestado adoidado. E não envolve só médico, não. Uma das coisas mais fáceis que tem é você imprimir um receituário, mandar fazer um carimbo? Foi não só corrupção, como fraude.”

Mas e quem realmente tem condições pré-existentes?

Lotufo defende que, considerando todos esses fatores, a prioridade deveria ter sido dada a um grupo mais restrito do que a lista de comorbidades usada no Brasil.

Ele defende como prioridades grupos como pacientes renais crônicos, transplantados, candidatos a transplantes, pessoas com doença autoimune e com câncer. E diz que o poder público já teria a listagem dessas pessoas. “São pessoas que estão registradas em algum momento no SUS, porque elas estão ligadas ao sistema de alta complexidade”.

No caso de diabetes e hipertensão, por exemplo, o professor da USP diz que elas têm relação com a idade e, por isso, “quanto mais rápido você for descendo, vai vacinando a maior parte dos que têm essas condições”.

“Essa questão da comorbidade, quem bolou isso daí é a pessoa que nunca trabalhou em um hospital, porque quando você trabalha em hospital, vê a pressão que existe para atestado para justificar ausência de trabalho. Depois, o que tem de gente que pede atestado para coisas como imposto de renda? A gente sabe como isso acontece.”

Vacina ‘não é questão corporativa’

Ao ser questionado sobre grupos profissionais priorizados – outro ponto da estratégia de vacinação que variou entre as cidades -, Lotufo diz que a vacinação “não é questão corporativa”.

“O pessoal de conselhos de classe, associações, sindicatos vive de voto dos seus afiliados. Então, o que apareceu aí de conselho de não sei o quê dizendo que conseguiu que a prefeitura de não sei da onde vacinasse? E esse cara utiliza, assim, uma coisa bem populista. Isso é corporativo.”

Esse é um dos efeitos do detalhamento das regras ter ficado nas mãos de governo locais, segundo ele.

“Essas pessoas estão próximas, estão ali. Veja só: a filha do prefeito tem uma profissão tal, aí o cara chega lá, fala (em defesa da vacinação do grupo), ele vai concordar, já vacina a filha. É normal isso daí, não estou fazendo um juízo de valor pecaminoso.”

O epidemiologista não citou um grupo específico que ele considere que não deveria ter entrado nas listas, mas criticou a priorização sem critérios coordenados.

“A coisa ficou absurda quando resolveram criar a categoria profissionais de saúde – eu nunca soube que tinha tanta profissão da saúde assim”, disse.

“O critério variou. Teve lugares que exigiram que a pessoa estivesse com a carteira em dia do conselho – ótimo para os conselhos. Outros levaram diploma, outros carteira de trabalho ou alguma coisa que estava trabalhando mesmo? Virou a maior bagunça.”

‘Disputa’ entre governadores

No fim das contas, a briga da população pelas vacinas é resultado, segundo o epidemiologista, da baixa oferta de doses no Brasil. A recusa do governo Jair Bolsonaro para ofertas da Pfizer ainda em 2020 é um dos pontos em investigação na CPI da Covid.

Sobre os anúncios, nas últimas semanas, de prefeitos e governadores de antecipação da vacinação contra a covid-19, Lotufo diz que os motivos dessa antecipação seguem sendo “um mistério”.

“Acho que o que aconteceu foi assim: eles ficaram rateando com essa questão da comorbidade e ficou sobrando, porque muita gente consciente não apelou e uma grande maioria não conseguiu comprovar. Então, ficou sobrando. Essa é minha especulação.”

No entanto, ele provoca: “A questão não é quem vai chegar primeiro. A questão é quem vai completar as duas doses.”

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A REDAÇÃO

Caiado anuncia chegada de mais 163.690 doses de vacinas contra covid-19

O governador Ronaldo Caiado anunciou nesta quarta-feira (30/6), pelo Twitter, que Goiás está prestes a receber mais 163.690 doses de vacina contra a covid-19. 

“Hoje, 21h50, chegam mais 126.250 doses da AstraZeneca. E amanhã, 00h05, 37.440 da Pfizer. Todas para 1ª aplicação”, escreveu. 

A previsão do governador é que as novas doses garantam o avanço da campanha pelo critério de faixas etárias. “Até setembro a vacina vai chegar a quem tem 18 anos”, projetou. 

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JORNAL OPÇÃO

Segurança vacinal

‘Mistura’ de vacinas da primeira para segunda dose é eficaz e segura, diz infectologista

Por Isabel Oliveira

Na avaliação do médico, caso sistema seja adotado em Goiás pode ser benéfico e completaria o esquema para gestantes, já que a vacinação de grávidas com AstraZeneca foi suspensa pela Anvisa

No Rio de Janeiro, as grávidas imunizadas contra a Covid-19 com a primeira dose da AstraZeneca/Oxford poderão receber a segunda dose com a vacina da Pfizer. Alguns países como Alemanha, Canadá, Dinamarca, França, Finlândia, Portugal, Suécia, Inglaterra e Itália, recomendam ou autorizam o uso da Pfizer como segunda dose para quem se imunizou, na primeira dose, com a AstraZeneca.

A vacinação de grávidas com AstraZeneca foi suspensa por orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), devido a possíveis efeitos adversos do imunizante.

O médico infectologista, Marcelo Daher disse ao Jornal Opção que essa ‘mistura’ é eficaz e segura. “A vacina é segura. Tem um trabalho publicado pela Universidade de Oxford mostrando que ela é eficaz. A troca é segura e também é eficaz. Tem mais efeitos adversos, então, as pessoas tem um pouco mais de reação, porém, é eficaz. Se vier acontecer em Goiás não teria problema, isso seria benéfico porque completaria o esquema para gestantes e a gente tem visto cada vez mais que aumenta a proteção. Essa segunda dose dá mais proteção quando fazemos com outra plataforma”, afirma.

Segundo ele muda a plataforma de vacina e muda a chance daquela reação grave que aconteceu. “Isso diminui a chance de acontecer. A gente sabe, que nenhum estudo havia sido feito de maneira muito importante sobre essa intercambiabilidade, então, a possibilidade de usar uma vacina de um laboratório, e outra de outro, vem ganhando força porque nos Estados Unidos e a Inglaterra principalmente, e, na Europa houve uma suspensão da vacina Astrazeneca para pessoas com menos de 30 anos  e em alguns países para menos de 50 anos pela vacina da Pfizer e a partir daí começa a ter dados de segurança”, explica o médico.

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Assessoria de Comunicação