Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 30/11/18

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

 

DESTAQUES

IBGE aponta que expectativa de vida dos goianos aumentou para 74,3 anos
Inquérito investiga esquema de corrupção envolvendo atravessadores no SUS de Anápolis
Médicos migram e deixam vagas abertas
Mais médicos
Metade dos brasileiros desiste do Mais Médicos em até 1 ano e meio
Cidades em extrema pobreza e áreas indígenas são rejeitadas no Mais Médicos

TV ANHANGUERA/GOIÁS

IBGE aponta que expectativa de vida dos goianos aumentou para 74,3 anos
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/ibge-aponta-que-expectativa-de-vida-dos-goianos-aumentou-para-743-anos/7198231/

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JORNAL OPÇÃO
Inquérito investiga esquema de corrupção envolvendo atravessadores no SUS de Anápolis

Por Nathan Sampaio
Prefeito Roberto Naves procurou a equipe de inteligência da Polícia Militar para apurar irregularidades

Após receber a denúncia de um possível esquema de corrupção envolvendo atravessadores que buscam facilidades para pacientes no sistema público de saúde de Anápolis, o prefeito Roberto Naves procurou a equipe de inteligência da Polícia Militar.
Segundo Naves, ele recebeu uma ligação de um denunciante revelando que um atravessador estaria cobrando R$ 10 mil para conseguir a liberação de um Stent pelo Sistema Único de Saúde (SUS), já que o cardiologista indicou dois e o sistema estaria liberando apenas um. “Entrei em contato com o serviço de inteligência da Polícia Militar que descobriu que o atravessador havia mesmo pegado o dinheiro. No mesmo dia, também fui até a Polícia Federal para buscar orientações de como agir”, explica.
Depois disso, foi aberto um inquérito, que tende a ser o ponto de partida para desvendar fraudes de confecção de cartões Sistema Único de Saúde (SUS). Suposto caso atinge casas de apoio criadas para receber pacientes de outros municípios e deve ter uma forte rede de atravessadores. O fato ocorreu no último dia 19 e só revelado agora porque Ministério Público Estadual (MPE) e a Polícia Civil estão investigando o caso.
Com 381 mil habitantes, Anápolis possui cadastrados, atualmente, mais que o dobro de cartões SUS – quase 800 mil. Isso porque existe forte suspeita de que atravessadores lucram vendendo facilidades ao conseguir consultas, exames, cirurgias pelo sistema de regulação. De quebra, muitos alugam casas, hospedam pessoas de outros municípios para que consigam comprovantes de endereços para a confecção do documento. A suspeita é que esse esquema se sustente há vários anos.
“Estamos controlando a regulação, compramos softwares e estamos em pleno sistema de informatização de toda a rede de saúde. É natural que essas pessoas que sempre ganharam dinheiro em cima de um esquema montado comecem a ter dificuldades”, diz o secretário municipal de Saúde, Lucas Leite.
Não está descartada a participação de servidores públicos em todo o esquema. Para Naves, agora é deixar que os órgãos competentes investiguem e, caso comprovado o crime, será aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
Ele lembra que Anápolis pode receber pacientes de municípios pactuados, entretanto, o pagamento deve ser feito. Da forma como está, diz, o município com o segundo maior PIB do Estado fica estrangulado – mesmo gastando R$ 26 milhões por mês na saúde, valor muito maior que o preconizado pela legislação. “Estão forjando que são moradores de Anápolis e assim, deixamos de receber do município de origem do paciente”, esclarece.
Reestruturação
Roberto Naves lamenta a forma como pegou a Secretaria Municipal de Saúde. “O estoque de remédios de uma cidade de quase 400 mil habitantes eram feitos na ponta do lápis, literalmente”, disse.
De lá pra cá, tem investido pesado na modernização e no emprego de tecnologia. Foram adquiridos novos equipamentos e software que estão sendo implementados e que garantem a transparência de todas as informações que circulam em todas as esferas da rede de saúde pública – atenção básica, atenção especializada e urgência e emergência.
O sistema ainda prioriza o controle de abastecimento de medicamentos, regulação de consultas, exames e internações. “Peço a ajuda de quem quer o bem para Anápolis, porque com todo o sistema funcionando, dificulta a vida dos fraudadores e poderemos dar uma saúde muito mais digna para os anapolinos e pactuados”, ressalta.
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O POPULAR

Médicos migram e deixam vagas abertas

Dos 202 profissionais selecionados para preencher espaços desocupados por cubanos em programa federal, 126 já atuam na rede pública. No mínimo 68 deles terão de abandonar cargos
Pelo menos 62% dos 202 profissionais selecionados pelo Ministério da Saúde para preencher as vagas dos cubanos em Goiás do programa Mais Médicos já possuem algum vínculo com o Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que 33,6% atuam no Estratégia Saúde da Família (ESF) pelas prefeituras e terão que se desligar do cargo para assumir a vaga no programa. Apenas 70 profissionais interessados nas vagas não estavam contratados pelo poder público. Houve seis casos que a reportagem não conseguiu identificar esta relação.
Levantamento feito pelo POPULAR cruzando a lista de selecionados para esta etapa do Mais Médicos com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes) do Ministério da Saúde mostra que, além dos 68 médicos que terão de abandonar as vagas nas quais estão lotados no ESF pelas prefeituras, há outros 52 casos em que os profissionais trabalham para a rede pública em cidades diferentes das quais foram selecionados ou até mesmos outros Estados.
Relatório elaborado pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Goiás (Cosems-GO) mostra um quadro ainda pior, com 104 médicos selecionados já atuando no ESF até outubro e apenas 42 sem nenhum vínculo com o SUS. Ainda de acordo com este documento, 21,2% dos 202 convocados pelo Ministério da Saúde para Goiás têm contratos que somam 60 horas semanais de trabalho e 7% com vínculo de 24 horas.
O profissional selecionado para o Mais Médicos pode conciliar o trabalho no programa com outros cargos públicos desde que não haja incompatibilidade com a carga horária exigida pelo programa (40 horas semanais, sendo 32 horas atuando na unidade de saúde). Entretanto, há casos em que médicos atuam na rede pública em cidades distantes do local para onde foram alocados.
A reportagem apurou que alguns dos selecionados já procuraram as prefeituras para flexibilizar o horário de trabalho, podendo ir para a cidade apenas um ou dois dias por semana. Um dos profissionais é diretor de um hospital local. Há também um médicoresidente de São Paulo que já teria dito à administração municipal que ficará no cargo apenas até março.
O impacto da migração dos profissionais com vínculo com as prefeituras para o Mais Médicos ainda não foi totalmente calculado pelo Cosems-GO, mas é realidade no País. O jornal O Estado de S. Paulo mostrou que em outros 13 Estados, os conselhos locais levantaram que 58% dos selecionados apenas migraram de uma unidade de saúde para outra, provocando o desfalque.
Preocupação
O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasens) já se reuniu com o Ministério da Saúde para buscar uma solução para o problema. Existe uma preocupação que o preenchimento das vagas do Mais Médicos represente uma desorganização no sistema de saúde municipal, principalmente em prefeituras que não foram atendidas pelo edital.
É o caso, por exemplo, de Itapaci, que não está inscrita no programa, mas por outro lado vai perder três profissionais do ESF que estão mudando de cidade para atuar no Mais Médicos.
O prefeito Mário José Salles (PSDB) afirmou que não inscreveu a cidade porque estava "inseguro". "Fiquei inseguro com o programa, porque não conheço esse povo que vem para cá. Mas agora eu vou habilitar para entrar", disse.
Itapaci possui 13 médicos, sendo 6 da ESF. Desses, 3 estariam saindo. A secretária de Saúde Taisa Duarte Bastos disse que uma médica que se inscreveu no programa não irá embora, mas a reportagem não conseguiu contatá-la. Taisa afirma que irá abrir credenciamento para ocupar as vagas no próximo mês.
A presidente do Cosems-GO, Gercilene Ferreira, diz que os profissionais que estão trocando de vínculo são atraídos por melhores salários, um contrato mais estável e com o governo federal e outras vantagens, como ajuda de custo ou uma carga horária menor de trabalho. "Só estamos esperando os profissionais se acomodarem para tomar ver as providências. O Conasemsjá começou a discussão com o Ministério da Saúde."
A reportagem procurou o Ministério da Saúde para saber se haveria alguma providência em relação às vagas que ficariam abertas com a migração registrada, mas até o fechamento da edição não houve resposta.

Estabilidade e férias estão entre os atrativos
Profissionais que estão deixando cargos em prefeituras para atuar pelo Programa Mais Médicos relatam a estabilidade como principal motivo para a mudança. Neste cenário, o município de Cidade Ocidental está perdendo quatro médicos, sendo que dois atuam no Estratégia de Saúde da Família (ESF).
Uma das médicas é Patrícia dos Santos Massanaro, que tinha contrato temporário na prefeitura e agora atuará pelo programa em Valparaíso. A profissional relata que com os descontos, acabava recebendo menos na cidade do que o valor que receberá pelo programa. Ela também viu como atraente o fato de que terá férias e um dia na semana para capacitação. "Tem suporte, orientação e estabilidade de atuar por três anos na mesma equipe", comentou.
A médica, formada há um ano, diz que pretende continuar trabalhando na área de Saúde da Família. A coordenadora de Atenção Básica em Cidade Ocidental, Patrícia Vieira, explicou que já foi aberto processo seletivo para que as duas vagas sejam preenchidas em janeiro. O município tem 19 equipes de ESF, em 13 unidades.
De acordo com ela, outras equipes absorverão os pacientes deixados pelos dois profissionais neste fim de ano. O município está recebendo também seis médicos pelo programa, preenchendo as vagas deixadas por seis cubanos.
Em Itapaci, três médicos estariam deixando a cidade para atuar pelo programa em outros municípios. Um deles é Carlos Eduardo Machado Moreira de Melo, que irá para São Luiz do Norte. Formado há dois anos, ele relata as mesmas questões apontadas por Patrícia. "A classe médica pede segurança; pede para ter no mínimo os direitos trabalhistas, como férias", conta. O médico, que também tinha contrato temporário na cidade, diz que esta é a terceira vez que se inscreve no programa, mas nas outras não foi aceito.
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Mais médicos

A o dissecar na edição de hoje o perfil dos profissionais que aderiram ao Mais Médicos depois do rompimento do contrato pelo governo de Cuba, em retaliação às condições impostas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro,
O POPULAR busca municiar com fatos um debate que se esvazia na excessiva conotação ideológica.
Desde o começo da debandada dos 8.332 médicos cubanos atuantes em território brasileiro, o que deve se consolidar na totalidade ainda este ano, a discussão tem se pautado à luz da ideologia, o que é legitimo e até natural diante do cenário eleitoral recente.
Porém, esforçoso também considerar os verdadeiros impactos dessa decisão, com foco no cidadão a quem o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil encontra sua razão maior de ser.
Daí a importância de registrar quantos dos profissionais entrantes no sistema já operavam em outras frentes do SUS, de modo a visualizar onde pode haver futuros vácuos de atendimento. Porque mais importante do que distorcer impactos com fins ideológicos é entendera realidade para poder transformá-la onde houver necessidade.
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FOLHA ONLINE

Metade dos brasileiros desiste do Mais Médicos em até 1 ano e meio

Para especialistas, rotatividade de profissionais pode prejudicar políticas de atenção básica
Metade dos brasileiros (54%) que participaram do Mais Médicos desistiu do programa em até um ano e meio. Os dados, obtidos via Lei de Acesso à Informação, são referentes ao período de 2013 a 2017. O contrato prevê três anos de trabalho.
A alta rotatividade dos profissionais preocupa especialistas , especialmente depois que Cuba anunciou a saída do programa. O governo de Havana não aceitou as condições impostas por Jair Bolsonaro (PSL), que incluíam revalidação do diploma e mudanças na forma de remuneração.
Para efeito de comparação, mais da metade dos cubanos ficava mais de dois anos e meio no Mais Médicos.
O entra e sai de médicos é mais expressivo em São Paulo e Mato Grosso, onde sete a cada dez participantes deixou o programa em até um ano e meio -em SP, 40% não ficaram nem 12 meses.
A maioria dos desistentes (58%) atuava em periferias de capitais e regiões metropolitanas e áreas consideradas de extrema pobreza. É justamente neste último grupo de municípios que estava fatia significativa dos cubanos (35%, contra 25% do Brasil).
Para evitar distorções, foram desconsiderados da análise profissionais que participaram da parceria do Mais Médicos com o Provab. O programa, extinto em 2016, dava bônus nos concursos de residência médica para aqueles que trabalhassem um ano na atenção básica. Também não foram contabilizados os brasileiros formados no exterior que não fizeram a prova de revalidação do diploma.
Segundo especialistas, o perfil dos integrantes do Mais Médicos é de recém-formados , que querem trabalhar por um ou dois anos antes de começar a residência. Muitos deles se graduaram em instituições privadas e contrataram financiamentos para arcar com as mensalidades.
Hoje temos uma legião de médicos que sai da faculdade com dívida muito alta. A preocupação deles é o pagamento da dívida, ou o abatimento. Então, depois de um ano e meio ganhando R$ 11 mil [valor aproximado da bolsa], eles vão embora , diz Mauro Ribeiro, presidente em exercício do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Outra hipótese a ser considerada são as condições de trabalho oferecidas em áreas mais afastadas e periferias de grandes cidades, onde a estrutura das unidades de saúde muitas vezes é precária.
As dificuldades, a qualidade de vida, as condições de trabalho inadequadas certamente podem ser fatores. É um mercado com pleno emprego. O médico suporta um tempo , mas depois sai, vai fazer residência , diz Mário Scheffer, professor da USP e autor do estudo Demografia Médica 2018, que traçou o perfil dos profissionais da medicina.
A alta rotatividade de médicos é considerada prejudicial em programas de atenção básica e saúde da família, em que o acompanhamento dos pacientes por longos períodos é fator importante.
O cenário não é o ideal, mas, considerando a dificuldade histórica de fixar médicos no interior, que não é só do Brasil, [o governo] tem que trabalhar com essa característica [da rotatividade], pensar em como se garante a reposição [das vagas] e fazer com que a assistência seja adequada , diz Scheffer.
O entra e sai de médicos é ainda pior em cidades afastadas e distritos de saúde indígena. Na UBS (Unidade Básica de Saúde) da terra indígena Massacará, em Euclides da Cunha (BA), a 330km de Salvador, os índios kaimbé lamentam a saída dos cubanos. A UBS está sem médico e não há previsão de substituição.
Segundo o cacique Edicarlos de Jesus, 46, antes dos cubanos os médicos não paravam no posto, que atende 1.175 índios, em sete aldeias. Os brasileiros passavam uma temporada e saíam. Chegava a trocar três vezes por ano. E nisso a gente ficava meses sem nenhum médico , afirma.
O médico cubano estava havia três anos no posto. Ele conhecia todo mundo, essa é a qualidade do cubano. O brasileiro, quando a comunidade menos esperava, ia embora , diz.
O agente de saúde e presidente do conselho local, Narciso Gonçalvez, afirma que os médicos brasileiros, além de ficarem pouco tempo no cargo, faziam vários trabalhos ao mesmo tempo.
Eles estavam aqui dois dias por semana. Nos outros, faziam plantão em cidades vizinhas. Faltavam, chegavam atrasados, sempre tinha um imprevisto. Já os cubanos estavam aqui direto.
Segundo o secretário de Saúde de Euclides da Cunha, o enfermeiro Claudio Lima, os postos de saúde indígena são sempre os últimos a serem preenchidos. Quando a gente contrata pelo município a rotatividade é enorme, às vezes saem em três meses , diz.
Ele se preocupa com os novos médicos do programa. Até agora se apresentaram 7, dos 16. É a primeira vez que vamos ter brasileiro com CRM [registro no Conselho Regional de Medicina] aqui. Eu receio que eles não fiquem muito tempo , afirma.
Em situação parecida, a cidade de Juruá (AM), a 24 horas de barco de Manaus, tinha até esta quinta-feira (29) três vagas abertas no programa –e nenhum médico interessado em ocupá-las.
Outros 26 municípios ainda não tinham perspectiva de preencher todas as vagas após uma semana das inscrições do novo edital do Mais Médicos, aberto na semana passada para preencher os postos vagos após a saída dos cubanos . Todo médico que vem aqui só quer ficar por 15 dias ou com salários mais altos , relata a secretária de Saúde de Juruá, Nádia Teixeira.
Levantamento feito pela Folha com base em lista do Ministério da Saúde mostra que, até às 18h desta quinta, todas as 151 vagas ainda disponíveis estavam em municípios de maior vulnerabilidade socioeconômica ou em distritos sanitários indígenas.
A dificuldade no preenchimento desses postos, porém, contrasta com a alta adesão geral registrada. Das 8.517 vagas ofertadas, 8.366 já foram ocupadas, segundo a pasta.
Balanço do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, porém, aponta que essa adesão pode ter deixado ao menos outras 2.844 vagas abertas em unidades de saúde. O número corresponde aos profissionais que já atuavam no Programa Saúde da Família antes de se inscreverem para o Mais Médicos.
Outra preocupação dos secretários está nos relatos que vêm sendo recebidos sobre possíveis desistências de inscritos , algo comum em anos anteriores. Há uma falsa ideia de que a intenção manifesta nas vagas vai se transformar imediatamente em médico presente em todos os lugares e que eles lá permanecerão. Quem acha isso tem total desconhecimento da realidade , diz Scheffer, da USP.
De acordo com a professora da UnB (Universidade de Brasília) Leonor Pacheco, para mudar essa realidade é preciso investir nos programas de formação em saúde da família. Segundo ela, mais universidades têm focado a atenção básica, mas ainda é preciso melhorar. As pessoas não podem achar que só é bacana ser cirurgião plástico. É bacana ser médico da família, é bacana estar na comunidade.
Em nota, o Ministério da Saúde diz que está adotando todas as medidas para garantir a assistência dos brasileiros atendidos pelas equipes da Saúde da Família que contam com profissionais de Cuba .
Segundo a pasta, vagas não preenchidas devem ser direcionadas a outro edital, a ser lançado após 14 de dezembro.
Sobre a alta rotatividade de profissionais, disse que são lançados editais periódicos para cobrir desistências e que é oferecida remuneração diferenciada aos participantes.
É preciso entender que o Mais Médicos é um programa dinâmico e a escolha para atuar no Programa é uma decisão individual, portanto, a pasta não possui autonomia sobre a permanência desses profissionais no programa. Além disso, os profissionais formados no exterior recebem um registro especial para atuação restrita à atenção básica e em localidade especificada pelo programa por, no mínimo, três anos , diz o texto.
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MAIS GOIÁS

Cidades em extrema pobreza e áreas indígenas são rejeitadas no Mais Médicos

Em comum, são municípios de mais difícil acesso e com maior nível de pobreza -fatores que acabaram deixando para que ficassem em último na escolha de profissionais.
Desde a saída dos médicos cubanos do Mais Médicos, o município de Juruá, no interior do Amazonas, vive um cenário de alerta na saúde.
"Ficou o caos. Estamos mantendo o auxílio com base em enfermeiros e no único médico que temos, mas que também atende urgência e emergência e não pode ficar em tempo integral", diz a secretária de saúde do município, Nádia Teixeira.
Localizado a 24 horas de distância da capital do estado, Manaus, e com acesso apenas por barco e lancha, a cidade de até 14 mil habitantes tinha até esta quinta-feira (29) três vagas abertas no programa -e nenhum médico interessado em ocupá-las.
"Quando vi o edital, já sabia que sairíamos prejudicados. Todo médico que vem aqui só quer ficar por 15 dias ou com salários mais altos", relata.
Além de Juruá, outros 26 municípios ainda não tinham perspectiva de preencher todas as vagas após uma semana das inscrições.
Em comum, são municípios de mais difícil acesso e com maior nível de pobreza -fatores que acabaram deixando para que ficassem em último na escolha de profissionais.
Levantamento feito pela Folha de S.Paulo com base em lista do Ministério da Saúde mostra que, até às 18h desta quinta, todas as 151 vagas ainda disponíveis estavam em municípios de perfis 7 e 8 -considerados no edital como áreas de maior vulnerabilidade.
Deste total, 68 vagas estavam em municípios onde 20% da população ou mais apresenta situação de extrema pobreza, com renda inferior a R$ 89 mensais.
Já outras 83 ficavam em áreas de Dseis (distritos sanitários indígenas), que até então tinham a maioria dos postos ocupados por médicos cubanos.
Excluídos, dois municípios não tinham recebido nenhum médico interessado em ocupar as vagas: caso de Juruá e Jutaí, ambos no Amazonas.
Uma preocupação que se agrava com dados de balanço do Ministério da Saúde.
Apesar da corrida inicial por inscrições, desde segunda-feira (26), o percentual de vagas ocupadas no edital do Mais Médicostem tido pouca variação -de 97% a 98%, o que mostra maior resistência em ocupar vagas nestes locais.
Para representantes das duas prefeituras ouvidas pela Folha, a distância em relação à capital e cidades maiores é o principal impeditivo para escolha das vagas.
"Desde que abriram as vagas, ao menos três médicos já entraram em contato comigo pedindo como era a distância", relata Kárita Mendes, secretária de saúde em Jutaí, cidade cujo tempo de deslocamento até Manaus varia de um a quatro dias.
Outro pedido tem sido por aumento: segundo Mendes, os mesmos três profissionais pediram por um pagamento maior -de R$ 11,8 mil, a proposta é que o valor subisse para R$ 20 mil a R$ 30 mil. "Mas não temos como pagar isso", diz.
Segundo Mendes, nos últimos anos, cubanos foram alguns dos poucos que aceitaram se fixar por mais tempo no local.
Sem outros médicos na atenção básica após a saída dos estrangeiros, unidades de saúde quase fecharam as portas.
A solução, diz Mendes, foi montar um sistema de "rodízio" com outros municípios até o fim do edital. Até esta quinta, porém, nenhuma das seis vagas havia sido preenchida.
A dificuldade no preenchimento destas vagas, no entanto, contrasta com a alta adesão registrada no edital do programa.
Das 8.517 vagas ofertadas, 8.366 já foram ocupadas, segundo o ministério.
Balanço do Conasems, porém, aponta que essa adesão pode ter deixado ao menos outras 2.844 vagas abertas nas unidades de saúde.
O número corresponde ao total de médicos que já atuavam no Programa Saúde da Família antes de se inscreverem para atuarem no Mais Médicos.
Outra preocupação dos secretários está nos relatos que vem sendo recebidos sobre possíveis desistências de inscritos, informa Mauro Junqueira, presidente do conselho.
Em nota, o Ministério da Saúde diz que "está adotando todas as medidas para garantir a assistência dos brasileiros atendidos pelas equipes da Saúde da Família que contam com profissionais de Cuba".Segundo a pasta, vagas não preenchidas devem ser direcionadas a um segundo edital, previsto para ser lançado após 14 de dezembro, prazo final para que médicos inscritos se apresentem aos municípios.
Outra alternativa em discussão, informa, é a possibilidade de remanejamento dos médicos em atividade no Mais Médicospara outras localidades, como já ocorreu para atender a população em Roraima" durante o surto de sarampo."Outra iniciativa estudada é ampliar a participação de brasileiros com os alunos formados através do Fies (Programa de Financiamento Estudantil)", informa a pasta.
Para o ministério, o edital do Mais Médicos "tem mostrado que os profissionais brasileiros têm escolhido os municípios mais vulneráveis do país", uma vez que "apenas 17,3% escolheram vagas em capitais".
A pasta, porém, desconsidera que esse percentual corresponde o total de vagas ofertadas nestes locais -as primeiras a serem escolhidas no sistema.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação