Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 31/01/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DIÁRIO DA MANHÃ

Opinião – Saúde Pública: onde está a “excelência nos serviços”?

O vice-governador de Goiás, José Eliton, afirmou que a Saúde Pública “passa por um processo de excelência nos serviços levados à população” (Diário da Manhã, 10/01/13, pág. 10) e o diretor-geral do HGG de Goiânia, André Luiz Braga, afirmou que “o atendimento de qualidade e humanizado” ao usuário do SUS é o objetivo que norteia o trabalho dos hospitais públicos (Ib., 11/01/13, p. 5). Que propaganda enganosa! Não seria o caso de acionar o Procon? Esses senhores, ou não conhecem a realidade, ou fingem de não conhecê-la, ou (o que é pior) zombam da cara do nosso povo sofrido. A realidade é bem diferente da que foi apresentada.
Vejam só algumas situações que já foram divulgadas pela mídia e falam por si mesmas. Recente manchete da imprensa noticia: “Cais: após um ano, denúncia de descaso no atendimento em unidade de saúde se repete.” “Saúde volta a ser caso de polícia.” “Angústia, dor e indignação. Os sentimentos se misturam em longas filas de espera por atendimento nos 13 Cais e Ciams da capital. Muitas vezes, os pacientes são mandados para casa ou orientados a procurar socorro em outra unidade de saúde. Situação fez paciente denunciar descaso ao Ministério Público” (O Popular, 15/01/13, 1ª página).
Maurílio Alves Batista Junior denuncia: “Temos assistido diariamente nas redes televisivas os descasos que vêm vitimizando os idosos, a começar pelos Cais e hospitais públicos de Goiânia. Aqui os idosos estão morrendo por falta de leitos de UTI, como é o caso de Nivaldo Moreira da Silva, de 75 anos.” Ele, que sofria de problemas cardíacos graves, peregrinou pelo Cais do Bairro Goiá, “onde havia apenas dois pediatras de plantão”; peregrinou pelo Cais do Setor Novo Horizonte, “onde a situação estava pior, pois haviam 180 pessoas na fila e a senha dele seria a 181”; peregrinou pela Santa Casa de Misericórdia, “onde foi constatado que precisaria de um procedimento que dependia do SUS, ou seja, passar por uma unidade pública para depois receber o encaminhamento” (Ib., 21/01/13, p. 6. Cartas dos Leitores). Finalmente – diz ainda Maurílio – depois de mais de 30 horas de espera pela UTI, surgiu uma vaga no Hospital do Jardim América, mas, como Nivaldo não tinha condições financeiras para pagar cerca de 500 reais pela UTI móvel privada – que o transportaria com segurança – não resistiu e veio a óbito. Que situação lamentável! Que crime!
Dia 13 deste mês de janeiro, “Alice Ferreira da Silva, de 81 anos, morreu depois de ter socorro negado nos Cais de Campinas e do Cândida de Morais, segundo a família. Portadora de câncer, ela caiu, teve fratura na perna e uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) andou 25 minutos e só conseguiu atendimento no Cais do Finsocial, conforme registro de ocorrência”. Regiane de Castro. parente da vítima, desabafou: “Se Alice tivesse conseguido atendimento no primeiro Cais, talvez ela estaria aqui ainda.” Pergunto: quem vai responder judicialmente pela morte de Nivaldo e de Alice?
Marcos Vinícius, que apresentava sintomas de dengue, não conseguiu atendimento, nem no Ciams do Novo Horizonte, nem nos Cais do Jardim América e de Campinas. Por isso, também no dia 13 deste mês de janeiro, registrou um BO por omissão de socorro no 20º Distrito Policial, no Setor Sudoeste. Indignado, desabafou: “Ter atendimento é um direito, não é um favor. Mas estamos vivendo um momento de absoluto descaso.”
Outra situação desesperadora. “A sensação de descaso tomava conta de cerca de cem pessoas, na tarde de ontem (14/01), no Ciams do Novo Horizonte. Por volta das 15h30, muitos doentes esperavam ansiosos para que seu nome fosse anunciado. Alguns gemiam. Outros tentavam segurar a dor e conter o choro, como fez a vendedora Cristina Gomes da Silva, de 39 anos, que estava com cólica renal. ‘Moça, não tem como me dar um comprimido para diminuir a dor?’, perguntou para a atendente. Após obter apenas a resposta de que deveria esperar, Cristina seguiu para um canto e se entregou às lágrimas” (Ib., p. 4). Que desrespeito!
Infelizmente, o caos na Saúde Pública não é só no Estado de Goiás e em Goiânia, mas no país inteiro, sobretudo nas grandes cidades. Ainda no dia 13 deste mês de janeiro, a Rede Globo apresentou, no Fantástico, uma reportagem especial sobre o tratamento desumano dado a mais de 70% dos idosos no Brasil.
Na rede municipal de São Paulo, “661 mil pedidos estão na fila do serviço médico”. “Na capital paulista, espera é de 35 meses para realizar exame que diagnostica problemas nos nervos” (Folha de S. Paulo, 18/01/13, p. C1).
Reparem o absurdo! Em relação às pacientes com câncer de mama, o Ministério da Saúde decide quem deve e quem não deve morrer. A proposta da pasta é oferecer o trastuzumabe, medicamento usado em conjunto com a quimioterapia, “às pacientes em fase inicial ou avançada localmente, o que deixa de fora o grupo daquelas que tiveram metástase, ou seja, a disseminação do câncer para outros órgãos”. O governo entende que, “no caso de metástase, o impacto do remédio no tempo e na qualidade de vida é pequeno”.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica contesta o Ministério e fala em alguns anos de sobrevida. Anderson Silvestrini, presidente da Sociedade, afirma: “A gente vê respostas extraordinárias. Paciente com muita metástase que, com o remédio, chega a ter redução de até 90% (no tumor)” (Ib., 16/01/13, p., C6). O benefício do medicamento é surpreendente, mas, mesmo que fosse pequeno, o Ministério da Saúde não tem o direito de antecipar a morte de ninguém. É crime!
Antes de terminar, a bem da verdade, não posso deixar de reconhecer que, na Saúde Pública – além daqueles/as que não se comportam como deveriam – há também médicos, enfermeiros e agentes de saúde que, apesar das condições precárias e adversas, dedicam com amor aos doentes. A Saúde Pública, mais do que uma questão pessoal, é uma questão estrutural.
Quando será que o governo, federal, estadual e municipal, levarão a sério a Saúde Pública? Inventam-se, às vezes, muitas desculpas para justificar o descalabro, mas na realidade é só uma questão de vontade política e de prioridade administrativa.

(Fr. Marcos Sassatelli, frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção – SP), professor aposentado de Filosofia da UFG. E-mail: mpsassatelli@uol.com.br)
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Opinião – Aprovação das OS

ARMINDA SOARES DE ALMEIDA

Foi muito oportuna a divulgação da pesquisa Serpes sobre a qualidade do atendimento na rede de saúde pública do Estado, principalmente depois que o serviço passou a ser prestado pelas Organizações Sociais. Independente dos números, o mais importante são as melhorias que estão sendo empreendidas em benefício dos usuários.
O Hugo, por exemplo, tempos atrás estava prestes a ser fechado pela Vigilância Sanitária e sofria restrições do Conselho Regional de Medicina, pela sua péssima estrutura física e de atendimento. Hoje, o Hugo já apresenta índices que devem ser respeitados, por ter conseguido absorver a demanda, mesmo com aumento de 30% de seus atendimentos por conta da paralisação parcial do Hospital de Urgência de Aparecida de Goiânia. O Hugo está atendendo mais pessoas, mantendo a qualidade e sem aumento de custos.
Espero que, diante dos números apresentados, outras unidades possam logo ser transferidas para o Terceiro Setor. Torço para que o Ministério Público e o governo do Estado cheguem logo a um consenso quanto à legalidade dos contratos de gestão e que a população possa receber uma saúde de qualidade e humanizada.
(Arminda Soares de Almeida,  via e-mail)
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SAÚDE BUSINESS WEB

Laboratório farmacêutico é processado pelo Ministério da Justiça

O Ministério da Justiça abriu processo administrativo contra a Cifarma Farmacêutica. A empresa teria omitido informação aos consumidores sobre o risco à saúde e à segurança do lote 3EB03 do xarope Bronxol. O despacho está publicado no Diário Oficial da União de hoje (30).
De acordo com Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, da Secretaria Nacional do Consumidor de Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça, a Cifarma deveria ter feito uma campanha de alerta sobre o remédio, porque alguns frascos do lote 3EB03, com prazo de validade até abril de 2014, foram rotulados com a apresentação infantil, embora sejam para uso adulto.
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O POPULAR

Dengue
Goiânia já registra 8,5 mil casos
Para Secretaria Municipal de Saúde, número foi alcançado por causa da chegada do tipo 4 do vírus

Camila Blumenschein

O número de casos notificados de dengue em Goiânia continua aumentando. Conforme boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), nas quatro primeiras semanas deste ano já foram notificados 8.486 casos da doença. O mês de janeiro de 2013 já tem 65% do número de casos notificados em todo o ano de 2012, que chegou a 13.007. Após a divulgação, no último dia 16, do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (Liraa), que foi de 3,7% (de cada cem domicílios, 3,7 têm foco do mosquito), a SMS constatou que a capital está passando por uma epidemia de dengue.
A diretora de Vigilância em Saúde da SMS, Flúvia Amorim, destaca que, apesar de ainda estar ocorrendo aumento do número de casos da doença de uma semana para a outra, o aumento da terceira semana para a quarta foi menor. “Vamos avaliar esses números para verificar se o crescimento vai seguir o esperado conforme outras epidemias de dengue que tivemos em Goiânia. A tendência é que esse crescimento continue diminuindo para se estabilizar entre a 8ª e a 10ª semana”, explica.
Conforme Flúvia Amorim, a principal causa para o surgimento da epidemia de dengue em Goiânia é a introdução do novo vírus da doença, o tipo 4. “Com o novo vírus, aumenta a quantidade de pessoas susceptíveis, ou seja, como o vírus é novo, as pessoas ainda não estão imunes a ele”, diz.
A diretora afirma que o número de casos começa a decrescer porque muitas pessoas já contraíram esse vírus da doença e por isso a susceptibilidade diminui. As ações realizadas pelas SMS e pela Secretaria do Estado de Saúde (SES) também colaboraram para a desaceleração do crescimento do número de casos. “Apesar dessa diminuição, nesta época temos o fator clima que atrapalha o combate ao mosquito, porque com chuva e calor ele consegue se proliferar muito facilmente”, destaca.
PNEUS
A população, segundo Flúvia Amorim, também não está dando sinais de colaboração com o combate à dengue. Uma ação realizada pela SMS na terça-feira para o recolhimento de pneus encontrou 1.100 focos do Aedes aegypti no material descartado pelas pessoas na cidade. “Esta constatação demonstra que o descaso ainda é grande. A população precisa aderir e nos ajudar a combater o mosquito”, ressalta.
O avanço da epidemia trouxe à Goiânia na semana passada o coordenador do Programa Nacional de Controle da dengue do Ministério da Saúde (MS), Giovanini Coelho, e o representante da Secretaria de Atenção à Saúde do MS que informaram à SMS que seria preciso redimensionar o Plano Municipal de Contigência para Enfrentamento de Epidemias de Dengue, elaborado pelo município.
O diretor de Atenção à Saúde do município, Sandro Rodrigues, informou que a SMS comprou 203 cadeiras de hidratação para os Centros de Atendimento Integral à Saúde (Cais) da capital. Já foram instaladas nos Cais da Vila Nova, Novo Horizonte, Guanabara 3 e Campinas, 140 cadeiras. As outras serão instaladas ainda nesta semana. A iniciativa, conforme Flúvia Amorim, faz parte das medidas de redimensionamento do plano de enfrentamento.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação