Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 31/01/20

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES
Goiás cria centro de operações estratégicas para monitorar coronavírus
Unimed Goiânia reduz gastos administrativos em 2019
HDT descarta suspeita de infecção pelo coronavírus em paciente de Goiânia
Aplicativo inédito no Brasil permite agendar consultas médicas em domicílio e acesso a prontuário eletrônico
Coronavírus: 14 respostas sobre a ameaça chinesa
Ministério da saúde desmente fake news sobre coronavírus
Medo se espalha mais rápido do que o vírus
Após batalha judicial de quase 4 anos, União tem até novembro para indenizar irmãos separados dos pais com hanseníase
Cremego conclama médicos a apresentarem sugestões para a atualização das normas da telemedicina

JORNAL OPÇÃO

Goiás cria centro de operações estratégicas para monitorar coronavírus

Por Lívia Barbosa

Equipe multiprofissional da Secretaria de Saúde implanta plano de contingências para definir ações de vigilância epidemiológica e monitoramento dos casos

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) esclarece que não há registro de casos suspeitos de coronavírus em Goiás. No entanto, ativou oficialmente o Centro de Operações Estratégias (COE), por meio de portaria a ser publicada nesta sexta-feira, 31, no Diário Oficial do Estado (DOE). O grupo é composto por equipe multiprofissional, com finalidade de definir e monitorar ações de vigilância epidemiológica, assistência e comunicação.
A primeira reunião do COE foi realizada nessa quarta-feira, 29, com integrantes das Superintendências de Vigilância em Saúde (Suvisa), Atenção Integral à Saúde (Sais) e do Complexo Regulador em Saúde de Goiás; pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Infraero, Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (Samu), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Saúde.
Com especialistas em emergência em saúde pública, o COE implantou um plano de contingência no qual foram definidas as ações em vigilância epidemiológica, como protocolos de critérios para casos suspeitos, orientação dos profissionais de saúde para lidar com possíveis casos e monitorá-los. Nesse período, deverão ser utilizadas as mesmas precauções usadas em anos anteriores para os casos da gripe H1N1.
A SES-GO esclarece que, seguindo os protocolos do Ministério da Saúde, são consideradas suspeitas de contaminação por coronavírus pessoas que apresentem febre e tosse ou dificuldade de respirar e que tenham história de viagem com transmissão local últimos 14 dias ou entraram em contato com pessoas suspeitas, também nos últimos 14 dias. Ou seja, não é qualquer sintoma de gripe ou de problema respiratório que é considerado caso suspeito de coronavírus.
Fique alerta
De toda forma, a SES-GO alerta que se alguma pessoa se enquadrar na definição de caso suspeito, deve procurar o serviço de saúde e informar onde esteve nos últimos 14 dias, para que o profissional possa enquadrá-la, ou não, como caso suspeito da doença. A SES-GO ainda orienta os profissionais de saúde para que, no surgimento de algum caso com essa definição, comuniquem imediatamente a Vigilância Epidemiológica, para que as providências necessárias sejam tomadas.
São consideradas suspeitas de contaminação por coronavírus pessoas que apresentem febre, tosse ou dificuldade de respirar e história de viagem com transmissão local nos últimos 14 dias ou entraram em contato com casos também suspeitos nos últimos 14 dias.
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A REDAÇÃO

Unimed Goiânia reduz gastos administrativos em 2019
Indicadores mostram resultados positivos

Goiânia – Um balanço divulgado pela Unimed Goiânia mostra que a cooperativa obteve resultados positivos em 2019, se comparado a anos anteriores. Ao todo, foram R$ 50 milhões de lucro com resultados operacionais – verba relacionada ao atendimento médico. Outro ponto destacado foi a redução da sinistralidade da carteira de beneficiários – relação do custo assistencial (despesas com serviços médicos) e receitas líquidas (mensalidades recebidas).

A expectativa era reduzir o índice de sinistralidade de 90%, em 2018, para 89,48%. A Cooperativa, ao final de 2019, calculou uma redução de 2,17%, atingindo 88,05%, queda superior ao que se era esperado. Este fator gerou economia de R$ 32 milhões em 2019, se comparado com 2018.

Em 2019, o gasto administrativo da empresa, calculado em R$ 132 milhões, foi o menor dos últimos três anos. “A Unimed Goiânia assume seu protagonismo por meio de uma gestão que se define pela relação ética e transparente com todos os públicos com os quais se relaciona, e busca estabelecer metas empresariais que contribuam com o desenvolvimento do patrimônio de cooperados e cooperadas. Esse compromisso se refletiu nos bons e sólidos resultados financeiros alcançados”, destaca a diretora de Planejamento e Controle, Selma Trad.

“Os resultados demonstram que temos uma boa gestão, uma cooperativa sólida, econômica e que valoriza o cooperado e a cooperada. Graças a esse trabalho, a Cooperativa está devidamente fortalecida para superar outros desafios inerentes ao setor de saúde do País”, completa o diretor-presidente da Unimed Goiânia, Breno de Faria.

O Patrimônio Líquido da Unimed Goiânia, composto por capital social, reservas e sobras resultantes da operação, cresceu 31,43% de 2018 para 2019.

Avaliação pelos indicadores da Unimed do Brasil
Com objetivo de acompanhar o desempenho econômico de suas Singulares, a Unimed do Brasil criou uma rotina de acompanhamento trimestral de vários indicadores (conforme os quadros abaixo). Esse acompanhamento realizado periodicamente tem como objetivo analisar a situação das cooperativas para identificação de anormalidades econômico-financeiras, antecipando medidas para evitar possível intervenção da ANS.

O Índice de Liquidez Corrente (ILC) mede a capacidade da Cooperativa em pagamentos a curto prazo. O parâmetro desejado, classificado como ótimo pela Unimed do Brasil, é de, no mínimo, 1,2. A Unimed Goiânia fechou 2019 com índice de 1,39, com superação de 15,8% em relação à meta.

Já o Índice de Suficiência de Lastros (ISL) demonstra quanto de ativos (aplicações financeiras e imóveis vinculados à ANS) a operadora possui para cobrir as provisões técnicas. A Unimed Goiânia encerrou 2019 com 37,9% de suficiência, acima do mínimo desejável estipulado pela Unimed do Brasil.
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HDT descarta suspeita de infecção pelo coronavírus em paciente de Goiânia
Há nove casos suspeitos no Brasil

Goiânia – Um paciente com suspeita de infecção pelo coronavírus foi internado no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia, na última quarta-feira (29/1), mas após análise realizada pelos profissionais da unidade de saúde, foi confirmado que o paciente não se enquadra como suspeito.

Em nota, o HDT informou que o paciente não teve febre em nenhum momento, que esteve em Macau em dezembro, quando ainda não havia casos suspeitos do coronavírus.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem atualmente nove casos suspeitos de coronavírus, em seis estados. Na conta do ministério, não está incluso o caso suspeito do HDT.

Confira a íntegra da nota do HDT:

Sobre o possível caso de Coronavírus atendido no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informa que, após investigação, concluiu-se que a paciente não se enquadra como caso suspeito. A pessoa não apresentou febre em nenhum momento e esteve na China, mais precisamente em Macau, no mês de dezembro, quando não havia casos no local, nem suspeitos e nem confirmados.

A SES-GO informa que, ao entrar em contato com o Ministério da Saúde, foi informada de que o caso será excluído por não se enquadrar nos critérios definidos para a doença.

Por fim, a Secretaria informa que a paciente não apresenta sintomas no momento e receberá alta médica.
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TERRA

Aplicativo inédito no Brasil permite agendar consultas médicas em domicílio e acesso a prontuário eletrônico

Profissionais de saúde e pacientes que utilizam a tecnologia como um facilitador das tarefas diárias contam, a partir desta segunda-feira (27), com uma opção inédita no Brasil. O aplicativo Doxtor, criado pelo médico Joel Campos, oferece uma plataforma digital dotada de inteligência artificial que possibilita, entre outras funcionalidades, o agendamento de consultas e o acesso a um prontuário digital completo. "Assim como em um app de transporte, por exemplo, o médico poderá ficar disponível pelo tempo que quiser, colocando o valor de seu atendimento e o raio de distância de sua preferência", explica Campos.
Ter disponível, na palma da mão, o prontuário completo do paciente é um desejo antigo de quem atua no setor. É o que afirma o relatório Future Health Index (FHI) 2019, da Royal Philips, cujos dados mostraram que 74% dos brasileiros não têm acesso ao registro eletrônico de saúde, ao passo que 79% demostraram interesse em obtê-lo. "Disponibilizar essas informações aos pacientes, de forma segura e simples, é também uma maneira de criar a consciência sobre os papéis tanto do médico como o do próprio usuário do aplicativo na busca por uma vida saudável", disse.
Como funciona?
Ao iniciar a solicitação de consulta, tanto para atendimentos em domicílio como em consultórios e clínicas, o paciente pode incluir sintomas, alergias e qualquer outra observação que contribua para um diagnóstico mais assertivo. Assim, antes mesmo de se deslocar à casa do usuário ou durante a viagem – que pode ser acompanhada em tempo real pelo solicitante -, o médico tem a possibilidade de estudar o caso e agilizar todo o processo. Após a consulta, as informações relevantes colhidas no atendimento ficam disponíveis no prontuário digital e podem ser acessadas por outros profissionais de saúde sempre que forem realizar uma consulta.
"Essa funcionalidade é um incremento importante de segurança para o paciente e aumenta as chances de um diagnóstico mais eficiente. Todos nós temos rotinas agitadas e buscamos comodidade, tanto na contratação como na prestação de serviços. É essa facilidade que o Doxtor oferece, com consultas em casa e o fim dos atrasos", afirma Joel Campos. Os usuários do aplicativo, disponível para Android e iOS, poderão pagar as consultas no cartão de crédito, sem taxas para cadastro.
A empresa inicia suas atividades no escritório localizado em São Paulo, mas com o aplicativo ativo para profissionais e pacientes em todo o Brasil.
Planos
O app possibilita ainda a entrada de outros profissionais da saúde, como dentistas, enfermeiros e fisioterapeutas, cujas fichas são verificadas rigorosamente antes da aprovação. Após a validação, é possível escolher entre três planos: Básico, Plus e Prime. No Básico, o cadastro é gratuito e o usuário paga apenas uma taxa de 15% quando realizar consultas domiciliares. O Plus tem custo de R$ 59 ao mês e consultas domiciliares ilimitadas, sem qualquer cobrança extra. O Prime oferece um sistema de gestão completo, que inclui benefícios como marketing digital, agenda on-line em tempo integral, calendário de consultas integrado entre app, consultório e site, prontuário eletrônico para todos os pacientes, gestão financeira e comunicação direta com a equipe de recepção. A parcela mensal é de R$ 159.
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VEJA

Coronavírus: 14 respostas sobre a ameaça chinesa

Um tira-dúvidas sobre a infecção que provoca temor global

O que é a nova cepa do coronavírus identificada na China? O 2019-nCoV, eis sua identificação científica, faz parte do grupo coronavírus, que pode infectar tanto animais quanto seres humanos. Recebe esse nome porque tem em sua membrana – vista por meio de microscópios – uma silhueta que se assemelha à coroa (corona) do sol.
Quais são os sintomas? Os mais prevalentes são febre, tosse e falta de ar. Alguns pacientes apresentam coriza e diarreia. Casos graves podem evoluir para pneumonia, síndrome respiratória aguda grave e insuficiência renal. Ressalte-se, contudo, que são ocorrências comuns a diversas enfermidades – daí a importância de sempre procurar orientação médica.
Como ele é transmitido? Pelo contato com gotículas de secreção liberadas quando o paciente espirra ou tosse. Dados iniciais mostram que cada indivíduo infectado transmite o vírus para, em média, 2,6 pessoas. A taxa é semelhante à do H1N1, da família da gripe influenza, e bem mais baixa que a do sarampo. Só em raros casos pode haver transmissão do coronavírus de animais para humanos – é o que se supõe ter ocorrido na China, agora.
Qual é o período de incubação? Estima-se que o tempo entre a exposição ao vírus e o início dos sintomas varie de dois a catorze dias.
Quais são as semelhanças e as diferenças em relação a outros vírus? O 2019-nCoV é da mesma família do vírus da síndrome respiratória aguda grave (Sars) e da síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers), e tem semelhanças, como sintomas e formas de transmissão, também com o H1N1. A letalidade do novo vírus parece ser bem menor que a de seus familiares. Mas há um porém: enquanto os vírus da Sars e Mers são transmitidos apenas quando os sintomas estão ativos, há indícios de que o 2019-nCoV possa ser passado por pessoas assintomáticas.
Quais são os riscos de o vírus se alastrar no Brasil? Segundo especialistas, o risco existe, embora reduzido, já que a China é um relevante parceiro comercial do Brasil e há um alto fluxo de pessoas entre os dois países. A identificação precoce, em eventuais casos positivos, é meio caminho andado para o tratamento.
É grave? Cerca de 25% dos casos confirmados foram classificados como severos. A taxa de mortalidade é de 2,1%, considerada média. É semelhante à da gripe espanhola (2%), mas inferior à da Sars (10%) e da Mers (40%) e superior à do H1N1 (0,1%). Grupos de risco, como idosos, crianças e pessoas com problemas de saúde, têm maior probabilidade de apresentar complicações.
Como é o tratamento? Não há, ainda, um medicamento específico. O tratamento consiste na administração de remédios para alívio dos sintomas e no suporte de terapia intensiva em casos mais graves.
Há vacina? Ainda não, mas a expectativa entre os pesquisadores é que ela seja desenvolvida em até três meses – e estará disponível antes mesmo de um remédio específico para combater os sintomas do coronavírus. Diversos antivirais, como o remdesivir e remédios contra o HIV, estão sendo testados no combate ao novo vírus, mas é cedo para dizer se algum deles será eficaz.
Como deve proceder, do ponto de vista de precaução, quem estiver em regiões onde já foram confirmados casos de contaminação? A pessoa deve evitar contato próximo com quem apresentar sintomas de infecção respiratória; lavar frequentemente as mãos com água e sabão; praticar a chamada "etiqueta da tosse" (manter distância ao tossir ou espirrar, usar um tecido para proteger a boca e o nariz e lavar as mãos em seguida). Na China, recomenda-se não ir a mercados que tenham animais vivos nem visitar porções rurais do país.
O que fazer em caso de retorno recente – trinta dias ou menos – de viagem à China? A recomendação é procurar imediatamente um serviço de saúde se houver sintomas como febre e problemas respiratórios. Pessoas que retornaram há mais de quinze dias e não apresentaram sintomas não precisam se preocupar.
Devo me preocupar se visitei outros países com casos já confirmados? Não há motivo para preocupação. Até o momento, só há circulação do vírus na China.
Se importei um produto chinês, corro risco? Não. O vírus é transmitido pelo contato com secreções e não sobrevive muito tempo fora do corpo humano.
Tenho viagem marcada para a China. Posso ir? O Ministério da Saúde sugere adiar as viagens à China. Mas não há proibição.
Fontes: Ministério da Saúde; Carlos Starling, infectologista, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia; Mirian Dal Ben, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo
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O GLOBO

Ministério da saúde desmente fake news sobre coronavírus

Chá de erva-doce
Mensagem distribuída em grupos de WhatsApp diz que a erva teria a mesma substância que o medicamento Tamiflu. A Saúde nega que o chá contenha fosfato de oseltamivir, princípio ativo do remédio.
Epidemia no Brasil
Texto acusa governo de 'esconder os números' da epidemia, diz que oito cidades do Brasil estariam sob quarentena e que 41 pessoas teriam morrido. Falso.
O Ministério atualizou dados ontem: são nove casos suspeitos e nenhum confirmado.
Performance apocalíptica
Foto de performance artística de 2014, que representava 528 vítimas de campo de concentração nazista, foi compartilhada como se fosse de uma rua chinesa.
Sopa culpada
Rumor relaciona epidemia ao consumo de sopas de morcego. Embora haja suspeita de que o vírus tenha sido transmitido pelo consumo de animais selvagens, não há comprovação de que o s morcegos sejam os culpados. Foto assustadora do animal usada nas redes foi publicada por influenciadora digital há 4 anos.
Dano neurológico
Mensagem apócrifa nas redes afirma que pesquisadores da UFRJ confirmaram a capacidade de dano neurológico do coronavírus. Entre os efeitos estariam perda de memória, confusão mental, dificuldade motora e coma. A Saúde informa que não há indícios de que o vírus cause prejuízos ao cérebro.
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Medo se espalha mais rápido do que o vírus

No bairro da Liberdade, em São Paulo, comerciantes dizem temer contato com chineses. Em hospital de Duque de Caxias, chegada de mulher com feições orientais levou outros pacientes a usarem máscaras cirúrgicas
ANA LETÍCIA LEÃO E RODRIGO DE SOUZA
SÃO PAULO E RIO
O novo coronavírus, que causou mais de 200 mortes na China, está deixando a comunidade asiática de São Paulo apreensiva. Comerciantes da Liberdade, bairro que concentra grande número de orientais, já temem um possível contato com o vírus, por causa de pessoas de origem chinesa que estão retornando ao Brasil após passarem as festas de fim de ano no país asiático.
Vendedora de eletrônicos, a coreana Cristina Um é "vizinha" de comerciantes chineses que têm parentes voltando ao Brasil:
– Quem veio da China não virá até a loja, mas quem tem contato com eles, sim. Preferia que eles ficassem em casa, mas não tenho como impedir que venham trabalhar. Isso causa certa apreensão, sim.
Já a rotina da brasileira Paula Melo já foi afetada pelo vírus. Como a dona da loja em que trabalha não consegue sair da China, a folga semanal da vendedora foi suspensa.
– Ela não foi infectada, mas está trancada em casa. Já falei para minha patroa que, quando ela voltar, vamos falar só pelo WhatsApp – brinca.
Para a taiwanesa Chaene Chen, de 42 anos, a preocupação maior é com a escola chinesa dos filhos, de 5 e 8 anos. Segundo ela, muitas crianças passaram férias na China.
– Estou apreensiva com a volta às aulas – diz.
O clima de preocupação também tomou conta do Rio. Na tarde de anteontem, uma mulher de feições asiáticas deu entrada no Hospital Ma Lioni, em Duque de Caxias, com mal-estar. Foi o bastante para que rapidamente máscaras cirúrgicas se multiplicassem pelo hospital. E, em horas, fotos e vídeos dos pacientes com a proteção se espalharam pelas redes sociais.
– Recebi fotos por todo lugar. Ouvi até que havia dez suspeitos de coronavírus internados na cidade- disse Ana Paula Bellot, moradora de Caxias.
Taxistas e comerciantes locais disseram que pacientes de todas as alas do hospital adotaram as máscaras, e os acompanhantes foram orientados a deixar a unidade. A Amil, responsável pelo hospital, informou que o uso das máscaras foi inciativa pessoal, e não determinação da administração.
Segundo a Secretaria estadual de Saúde (SES), houve dois casos suspeitos de coronavírus no Rio, entre eles o da paciente de Duque de Caxias, mas já foram descartados. A SES acrescentou que os dados foram fechados ontem às 16 h, e que, por isso, um caso do Rio ainda constava do boletim do Ministério da Saúde, que recebeu as informações dos estados até o meio-dia.
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Após batalha judicial de quase 4 anos, União tem até novembro para indenizar irmãos separados dos pais com hanseníase

Lei que vigorou de 1949 a 1986 permitiu que governo segregasse filhos sadios desses pacientes em orfanatos para crianças com pais vivos. Irmãos de SC que passaram por um desses locais na década de 1960 ganharam direito a uma indenização de R$ 50 mil cada por danos morais.

Em 1963, quando os pais receberam o diagnóstico de hanseníase e tiveram de ser compulsoriamente internados em leprosários, os irmãos catarinenses Roberto e Ana (nomes fictícios) foram imediatamente afastados do restante da família.
"Tínhamos tios vivos, mas não nos deixaram ir para a casa deles. Nos mandaram para um educandário com outras crianças na mesma situação", lembrou Roberto, em entrevista ao G1. Ele ficou no local por dois anos, um a menos que a irmã.
Uma lei federal que vigorou de 1949 a 1986 permitiu que o governo brasileiro segregasse filhos sadios de pacientes com hanseníase em locais conhecidos como preventórios, uma espécie de orfanato para crianças com pais vivos.
Em março de 2015, Roberto e Ana entraram na Justiça do Rio Grande do Sul pedindo à União uma indenização por danos morais, iniciando uma batalha judicial que passaria por três instâncias e levaria quase quatro anos.
No final de 2018, o Supremo Tribunal da Justiça (STJ) decidiu que o caso configura "um quadro de alienação parental forçada por políticas governamentais equivocadas" e que a União deverá indenizar os irmãos em R$ 50 mil cada. O prazo para pagamento se encerra em 15 de novembro. A decisão transitou em julgado e não cabe mais recurso.
Roberto e Ana tornaram-se, assim, os primeiros filhos segregados pela extinta política de hanseníase brasileira a ganhar na Justiça o direito a uma indenização da União.
Apesar de sadios, eles foram fichados pelo Departamento de Profilaxia da Lepra (DPL). O órgão funcionou entre as décadas de 1940 a 1980 e era responsável por diagnosticar, rastrear e isolar os pacientes em leprosários – ou "hospital para leprosos" (os termos "lepra" e "leprosos" atualmente são proibido no Brasil por causa do estigma social associado às palavras).
A estimativa do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) é que cerca de 40 mil crianças tenham sido afastadas de pais internados compulsoriamente. O movimento defende que a política de combate à hanseníase do século 20 foi um dos maiores casos de alienação parental ocorrido no Brasil com o aval do Estado.
"Eu e minha irmã fomos enviados para o mesmo local, um preventório [educandário] em Palhoça [região metropolitana de Florianópolis]. Era um pavilhão muito grande. Lá, ficamos separados por uma parede", conta Roberto. "Eu sabia que minha irmã estava atrás da parede, mas eu não podia ter contato com ela. Ficamos dois anos sem nos ver."
"Sofremos muito lá. Eu tinha 6, 7 anos e era obrigado a trabalhar no preventório. Também lembro de um dia que me comportei mal na escola e me colocaram de castigo num prédio em construção que tinha perto. Me levaram para o último andar e me deixaram lá sozinho por um dia. São coisas que a gente não esquece", conta Roberto. Ele diz que o processo é importante "não somente pelo valor, mas pela reparação do sofrimento".
O advogado dos irmãos, Luis Henrique Monteiro, afirma: "A importância desse processo é que ele poderá servir de precedente para os outros casos de filhos segregados que lutam na Justiça por indenização".
A historiadora Yara Nogueira Monteiro, especialista em história social da hanseníase no Brasil, explica que os educandários eram locais construídos especialmente para abrigar os filhos de pacientes de hanseníase que eram internados nos leprosários.
"Ali, ficavam as crianças que ninguém queria por causa do preconceito contra a hanseníase", conta a pesquisadora.
De acordo com ela, o único dado oficial aponta que 14 mil crianças tenham vivido em preventórios entre as décadas de 1930 a 1980. "Mas sabemos que esses números são subestimados. Onde estão esses prontuários, por exemplo?", questiona a historiadora.
Quanto aos leprosários – terrenos que reproduziam cidades, com cadeias, escolas e até cemitérios -, existiram 40 por todo o Brasil, todos construídos e administrados pelo governo. Isolados da sociedade, pacientes da doença eram presos ali; pessoas saudáveis eram proibidas de entrar.
Diagnosticar, separar e isolar
Entrada do leprosário de Bauru, no interior de SP, um dos maiores do Brasil. – Foto: Acervo Jaime Prado
Entre 1949 a 1986, a lei federal nº 610 permitiu ao Estado isolar compulsoriamente os pacientes de hanseníase nos leprosários e mandar aos preventórios os filhos desse pacientes – tanto os que nascessem nos leprosários como os filhos que a pessoa havia tido antes do diagnóstico.
"A política nacional de combate à hanseníase que vigorou até 1986 era organizada em três eixos: isolar os pacientes diagnosticados nos leprosários; segregar os filhos dos pacientes nos preventórios; e monitorar as pessoas com quem esses pacientes tiveram contato nos dispensários", explica Luis Henrique Monteiro, o advogado dos irmãos.
Os dispensários funcionavam como um centro de saúde em que as pessoas citadas pelos pacientes eram obrigadas a se apresentar aos agentes de saúde. "Elas eram fichadas e tinham de passar por consultas nos dispensários de tempos em tempos", descreve historiadora Yara Nogueira Monteiro.
A pesquisadora conta que os preventórios passaram a ser construídos primeiro no estado de São Paulo e com doações da sociedade civil:
"Um grupo de mulheres da elite paulista ligada à Igreja Católica começou a arrecadar dinheiro para se construir um lugar para os filhos dos pacientes de hanseníase. Listas de doadores eram frequentemente publicadas nos jornais de grande circulação".
"Com tanta campanha, a sociedade acreditava que o preventório era o melhor local para essas crianças, mas hoje sabemos que elas sofreram todos os tipos de violência nesses lugares. Existiram os casos dos bebês que eram enviados para a adoção, mesmo tendo os pais vivos nos leprosários, assim como há histórias de crianças obrigadas a trabalhar em casas de família ou nos próprios preventórios", relata Monteiro.
Os preventórios também serviam como argumento para que os pais hansenianos não fugissem dos leprosários. "Passava a falsa sensação que essas crianças estavam sendo bem cuidadas e que os pais sabiam onde elas estavam", conta a pesquisadora.
Uma vez nos preventórios, os bebês e crianças passavam a ser controlados pelo departamento de profilaxia de hanseníase, o que durava até que chegassem aos 18 anos de idade. "Era o DPL que decidia quem podia sair do preventório, para onde iam etc."
Quando Roberto e Ana saíram das instituições, eles foram enviados para a casa de um tio, no Rio Grande do Sul. Lá, descobriram que a mãe havia morrido dentro do leprosário, no mesmo ano em que foi internada. Já o pai permaneceu internado até 1975.
Uma geração de surdos
"De cada 10 filhos que nasciam no leprosário, 7 morriam. Os que sobreviviam eram mandados aos educandários. Lá, passaram fome, agressão física e violência sexual", afirma o médico Getúlio Ferreira de Moraes, diretor da Casa de Saúde de Santa Izabel, de Betim (MG).
Fundada em 1921, a Colônia de Santa Izabel funcionou como leprosário até 1986 e foi uma das maiores do país. Somente em 1937, o local recebeu 3.886 pacientes internados compulsoriamente.
Há quatro anos, Moraes localiza e entrevista filhos que nasceram em Santa Izabel para dimensionar os danos sofridos por eles. O médico já entrevistou 150 desses filhos.
Um dos relatos que mais chamou sua atenção foi o de uma senhora violentada por três homens a partir dos 9 anos e durante toda a adolescência. "Eles [os agressores] davam cola de sapateiro para ela cheirar e a violentavam de todas as formas. Recentemente, eu consegui uma cirurgia plástica porque ela não tinha vagina, mas o que chamamos de cloaca: era tudo emendado", conta ele.
O médico destaca que o pior caso de que tem conhecimento em Minas Gerais aconteceu com crianças que foram mandadas a um educandário em Araguari.
"Eu me assustei com os filhos de Araguari. Por causa dos tapas que os meninos recebiam nos ouvidos toda a hora, temos uma geração de homens surdos que cresceram ali."
Recentemente, o médico localizou filhos que foram separados dos pais em 1986, ano que a lei que permitia a segregação deixou de existir. "Já existia [em 1986] tratamento para a hanseníase e todo mundo sabia que a doença não se pegava pelo simples contato, mas o Estado continuou separando e maltratando esses filhos", diz.
Os relatos colhidos por Moraes estão sendo usados pelo Morhan como base para possíveis políticas públicas de assistência médica e social aos filhos separados. "A maioria dos entrevistados não sabe ler ou escrever. Quase todos têm depressão e não conseguiram construir laços afetivos para fora dos orfanatos", conta o médico.
O que querem os filhos
Desde 2017, o Morhan move na Justiça uma Ação Civil Pública contra o Estado pedindo que o governo reconheça a responsabilidade na segregação e alienação dessas famílias e no isolamento compulsório dos pacientes, além de uma indenização aos filhos separados ainda vivos.
Além de uma indenização financeira – conseguida pela primeira vez pelos irmãos do Rio Grande do Sul – os filhos separados lutam na Justiça para que os leprosários ainda existentes no Brasil sejam transformados em museus sobre a hanseníase.
Hanseníase: Brasil é 2º país em notificações
O que é a hanseníase e os números altos de contágio no Brasil. – Foto: Arte/G1
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil é o segundo país no mundo que mais registra novos casos de hanseníase. Para Moraes, contudo, "a sociedade rejeita tanto a doença, que considera que ela acabou."
"Quase 30 mil pessoas adoecem por causa de hanseníase a cada ano no Brasil. Dessas, quase 3 mil são crianças. Eu conheço pacientes infantis que já estão com as mãos em garra", afirma o médico.
"Mãos em garra" é um termo usado para descrever a fase aguda da doença, capaz de destruir as pontas dos dedos e outras extremidades do corpo, como cotovelo e nariz.
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CREMEGO

Cremego conclama médicos a apresentarem sugestões para a atualização das normas da telemedicina

As sugestões devem ser encaminhadas às Sociedades de Especialidade ou diretamente ao Cremego até o dia 10 de fevereiro

O Conselho Federal de Medicina (CFM) está recebendo sugestões dos médicos para a elaboração da nova resolução que vai disciplinar o uso da telemedicina no Brasil e o Cremego conclama todos os médicos goianos a participarem da redação deste importante texto que vai regulamentar a prestação de serviços médicos mediados por tecnologia.

O objetivo da consulta pública aberta pelo CFM e que termina agora em fevereiro é aperfeiçoar, alterar e atualizar o texto da Resolução número 1.643/2002 (clique aqui e confira), atualmente em vigor e que estabelece parâmetros para a prestação de serviços por meio da telemedicina.

O Cremego orienta os médicos a enviarem suas sugestões para as Regionais das respectivas Sociedades de Especialidades Médicas. Aqueles profissionais que não têm especialidade registrada podem participar encaminhando suas sugestões para o Conselho por meio do formulário disponível no ícone “Fale Conosco” no site www.cremego.org.br.

As sugestões apresentadas pelos médicos goianos serão enviadas pelo Cremego ao CFM para que sejam avaliadas. Essa é a segunda etapa da consulta pública feita pelo CFM com o intuito de elaborar uma resolução que atenda às necessidades dos médicos. Entre fevereiro a julho de 2019, houve um processo de consulta pública que recebeu cerca de 1.500 contribuições.

Essas primeiras sugestões e as que o CFM espera receber agora dos Conselhos Regionais e demais entidades médicas serão analisadas por um grupo de trabalho criado especificamente para acompanhar esse processo sob as perspectivas éticas, técnicas e legais. O relatório do grupo subsidiará a produção de uma nova resolução sobre a telemedicina.

O presidente do Cremego, Leonardo Mariano Reis, enfatiza que a participação dos médicos é fundamental para a elaboração de uma resolução que atenda aos anseios dos profissionais e corresponda à realidade do mercado de trabalho médico, preservando o exercício ético da medicina, a boa relação entre médicos e pacientes e os direitos trabalhistas dos profissionais.

A elaboração de uma nova resolução, mais atual, sobre telemedicina, segundo o presidente do CFM, Mauro Ribeiro, é necessária também para resguardar o médico brasileiro, “que está sendo explorado por uma série de operadoras de saúde, que ganham fortunas com a telemedicina hoje”. O Cremego estará recebendo as sugestões enviadas via formulário “Fale Conosco” e por meio das Sociedades de Especialidade até o dia 10 de fevereiro.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação