ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
• Jackson Abrão comenta a falta de médicos na rede pública de saúde no interior de Goiás
• População reclama da demora no atendimento na rede pública de saúde em Luziânia
• Casos de dengue diminuíram na última quinzena em Goiânia, diz secretaria
• Morte deixa turma emocionada
• Morre bebê queimado em churrasqueira
• Cartas dos Leitores – Nota de desagravo
• Aumento de 360% no Jardim Novo Mundo
• Artigo – Você sabe o que é o Resseguro Saúde ?
• Artigo – Pra não dizer que não falei das próteses – Parte 1
• Idosa com suspeita de infecção grave e contagiosa ainda aguarda transferência para hospital
• Dengue sufoca unidades de saúde
• Anvisa proíbe lote de anticoncepcional em todo o País
TV ANHANGUERA/GOIÁS
Jackson Abrão comenta a falta de médicos na rede pública de saúde no interior de Goiás
http://g1.globo.com/goias/bom-dia-go/videos/t/edicoes/v/jackson-abrao-comenta-a-falta-de-medicos-na-rede-publica-de-saude-no-interior-de-goias/4072317/
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População reclama da demora no atendimento na rede pública de saúde em Luziânia
http://g1.globo.com/goias/bom-dia-go/videos/t/edicoes/v/populacao-reclama-da-demora-no-atendimento-na-rede-publica-de-saude-em-luziania/4072301/
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Casos de dengue diminuiram na última quinzena em Goiânia, diz secretaria
http://g1.globo.com/goias/jatv-2edicao/videos/t/edicoes/v/casos-de-dengue-diminuiram-na-ultima-quinzena-em-goiania-diz-secretaria/4074401/
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O POPULAR
Morte deixa turma emocionada
Cristiane Lima
Pensamos de tudo, mas sequer passou pela nossa cabeça que ele pudesse morrer. Entre nossos palpites aparecia queda de pressão ou qualquer outra coisa mais simples”
Fernanda Lima, aluna
“Ele estava como sempre, contando histórias e nos ensinando com muito amor e carinho”
Layla Carolina, aluna
“O professor Humberto sempre foi muito querido por todos e vai deixar muitas saudades”.
Geovana Luyza Guilarduce, aluna
“A morte do professor Humberto pegou a todos de surpresa.” Assim a aluna Layla Carolina, de 15 anos, começa a contar como foi a manhã de ontem na sala do 2º ano E, do Colégio da Polícia Militar Polivalente Modelo Vasco dos Reis, no Setor Oeste. Humberto Milhomem da Mota, de 55 anos, passou mal e não resistiu depois de uma parada cardiorrespiratória enquanto dava aula para cerca de 40 alunos. “Ele estava bem, alegre como sempre. Foi um choque para toda a turma”, disse a aluna.
Layla relata que o professor de Literatura ministraria duas aulas em sequência para sua turma. A primeira começou às 8 horas. O sinal para troca de professores tocou às 8h45. Como o professor ficaria em sala, continuou com o conteúdo. “Ele estava como sempre, contando histórias e nos ensinando com muito amor e carinho”, lembra Layla. Ela detalha que cerca de dez minutos depois, ele se sentou e disse que tomaria água porque estava se sentindo mal. “Mas não foi nada que nos chamasse a atenção ou que precisasse chamar pelo atendimento médico”, conta.
Fernanda Lima, de 16, também é estudante do 2º ano E e viu o professor dizer que não se sentia bem. “Nessa hora, ele tomou água e sorriu. Um colega fez uma pergunta e ele respondeu. Ele então encostou na parede e foi caindo aos poucos até chegar ao chão.” A aluna se lembra que os alunos se assustaram e foram até o local onde Humberto estava para ver o que ocorria. “Quando percebemos que ele não estava bem, três colegas o levaram para a sala dos professores e chamaram os bombeiros da escola”, relatou.
Os alunos foram orientados a voltar para a sala de aula e aguardar o atendimento que seria prestado ao professor. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado. Os médicos tentaram reanimar o professor por cerca de uma hora, mas ele não resistiu. “Estávamos na sala querendo notícias porque ele estava bem. Pensamos de tudo, mas sequer passou pela nossa cabeça que ele pudesse morrer. Entre nossos palpites apareciam queda de pressão ou qualquer outra coisa mais simples.”
Enquanto o professor ainda recebia atendimento médico, os alunos em sala foram informados que o caso era grave. “Ficamos todos em oração. Demos as mãos e pedimos muito a Deus que ele ficasse bem”, relembra Fernanda. A informação correu a escola e em pouco tempo todos os alunos buscavam informações sobre o estado de saúde de Humberto Milhomem. Aluna do 3º ano F, Geovana Luyza Guilarduce, de 18, disse que ninguém mais prestou atenção na aula. “O professor Humberto é querido por todos”, conta.
Todos os alunos foram liberados e se reuniram na quadra de esportes da unidade, à espera de mais informações. Pouco antes das 11 horas foram informados sobre a morte do professor. “Foi um momento difícil. Todos ficaram desesperados e muitos alunos choraram abraçados aos colegas. É uma perda muito grande para todos que já foram ou ainda eram seus alunos. Foi um excelente professor e será lembrado por todos como mestre, poeta e amigo.”
Aluna do 3º ano, Vitória Ramalho também destaca as qualidades do professor. “Ele apagava a luz, contava as histórias de uma maneira surpreendente, para que nos sentíssemos parte dela. Assim ele conquistou a atenção de muita gente que sequer tinha lido um livro inteiro.” Ex-aluna de Humberto por três anos, Isabella Ferreira, de 20, se lembra do professor como uma das pessoas mais inteligentes que já conheceu. “Também fui pega de surpresa e estou muito triste pela perda.”
Nas redes sociais a morte do professor também foi bastante comentada. Em sua página no Facebook, dezenas de mensagens foram postadas até o início da noite de ontem. A maioria de alunos, ex-alunos, colegas de trabalho e de estudos. Formado em Direito, Humberto é mestre em Ciências Jurídicas e Letras pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Além de lecionar no Colégio Militar, ele também era professor na Faculdade Padrão.
Causa
O professor Humberto Milhomem passou mal no sábado e foi ao médico. No pronto-socorro, foi tratado da gripe que já o acometia há alguns dias e mandado de volta para casa. A informação foi repassada pelo irmão do professor, o médico Orlando Milhomem aos comandantes do colégio da PM. Em nota, o diretor do colégio, tenente-coronel Marco Antônio Ferreira lamentou a morte e prestou “sinceras condolências aos familiares e à comunidade escolar por tão grande perda”. Foi decretado luto oficial de dois dias no colégio.
O velório teve início na noite de ontem, no Cemitério Jardim das Palmeiras e até o fechamento desta edição o sepultamento não tinha horário confirmado. Como a família do professor é de Montes Altos (MA), ainda seria confirmada a presença de alguns parentes para essa definição.
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Morre bebê queimado em churrasqueira
Janda Nayara
Um bebê de 1 ano e 10 meses, que teve 63% do corpo queimado durante um churrasco em Rio Verde, na Região Sudoeste do Estado, morreu no Hospital de Queimaduras de Goiânia. Davi Lima da Silva se queimou com a água quente de uma churrasqueira elétrica no dia 8 de março e foi internado, inicialmente, no Hospital Municipal de Rio Verde, e transferido no dia seguinte para a unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica do Hospital de Urgências do Sudoeste (Hurso), em Santa Helena de Goiás.
Por não ter atendimento especializado para queimaduras, a unidade solicitou a transferência do menino para Goiânia, o que só aconteceu 11 dias depois, em 19 de março. O diretor da regulação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Cláudio Tavares, informou que fez tudo o que foi possível para conseguir uma vaga para o garoto. “Hoje, só temos três vagas para queimados, e atendemos pacientes de diversos municípios, pactuados ou não, gerando um estrangulamento no sistema. No caso do Davi, a transferência só foi possível porque transferimos um paciente adulto, que estava com o quadro de queimadura estabilizado, para outra unidade”, afirma.
Ao site de notícias G1, o pai do menino, o auxiliar de pedreiro Dielson Lima dos Santos, afirmou que ele sofreu uma falência múltipla de órgãos. “Como a queimadura era muito grave, prejudicou o coração e o pulmão dele”, disse.
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Cartas dos Leitores – Nota de desagravo
Gostaria de agradecer ao Comitê das Entidades Médicas de Goiás o total apoio à minha pessoa em nota de desagravo publicada no POPULAR. Muito me orgulho da profissão que escolhi e há tempos vejo o atento trabalho que o Cremego e demais entidades médicas realizam junto à sociedade.
Neste episódio “das panelas” (vídeo completo no Facebook) minha filha e eu (além de outros manifestantes do Movimento Brasil Livre) fomos vítimas de autoritarismo por parte de policiais militares, dos quais apenas um foi suspenso.
Não poderia ser diferente a postura das entidades médicas em defender e posicionar-se a favor da democracia e dos direitos dos cidadãos. Pois, como médicos, somos essencialmente, cuidadores! Muito obrigada!
Claudina Ramos Caiado
Alphaville Flamboyant – Goiânia
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Aumento de 360% no Jardim Novo Mundo
Eduardo Pinheiro
Terceiro bairro mais populoso de Goiânia, o Jardim Novo Mundo, na Região Leste, também é um dos principais focos de transmissão de dengue na capital. Mesmo com alto índice de urbanização, com poucos lotes baldios, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) registrou na 11ª semana epidemiológica 126 casos de doenças no bairro, um aumento de 360% quando comparado com a semana anterior. Os dados contam também casos atualizados de outras semanas. Foram ao todo 22.200 casos em Goiânia somente neste ano.
O Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) do Jardim Novo Mundo é um retrato fiel do surto pelo qual o bairro passa. De todos os atendimentos diários na unidade de saúde, pelo menos 60% são casos de dengue. Ao todo, foram 346 casos (os dados da SMS não contabilizam as semanas 2, 5 e 9) somente neste ano no setor, que segundo o Censo de 2010 possui 34 mil moradores. O que dá caso a cada 98,2 habitantes.
Morador do bairro há 20 anos, o pedreiro Celso Rosa Medeiros, de 41 anos, sabe bem o como andam as coisas na região. Afirma que o Cais do bairro vive lotado; três pessoas da família e um conhecido já contraíram a doença. “Acho que a quantidade de criadouros é o grande problema. O bairro é cheio de casas com quintais, as pessoas descuidam e acaba proliferando a doença”, acredita.
Incidências
É justamente essa a explicação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para o grande número de casos apontados pelo Informe Semanal de Dengue e Chikungnya no Jardim Novo Mundo. De acordo com a diretora do departamento de vigilância e saúde da SMS, Flúvia Amorim, o fato de ser um bairro predominantemente horizontal, sem grande concentração de prédios, e com alta densidade populacional facilita a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.
Em levantamento realizado em janeiro deste ano, o Distrito Leste, onde fica localizado o bairro, apresentou como principais criadouros tambores, piscinas, plantas e vasos sanitários.
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SAÚDE WEB 365
Artigo – Você sabe o que é o Resseguro Saúde ?
Por Alexandre Fernandes Fonseca*
Os custos com os planos de saúde vêm crescendo a cada ano como consequência do rápido avanço da medicina, que permitem por muitas vezes acelerar a cura de diversas doenças e até mesmo salvar vidas. Todo este progresso aumenta a qualidade dos tratamentos, mas por outro lado impacta financeiramente a estrutura de custeio dos planos de saúde privados e consequentemente eleva a sua sinistralidade, provocando reajustes elevados.
Diante deste cenário foi criado um produto com o intuito de proteger os desvios causados por sinistros incomuns ou de alto-custo dentro de uma apólice de benefício saúde. Este produto é chamado como “Employer Stop-Loss”(ESL), ou Resseguro Saúde. As coberturas do produto seguem o rol mínimo de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) além das coberturas particulares de cada contrato de Plano de Saúde.
O objetivo do produto é de proteger a sinistralidade das apólices e/ou contratos de benefício saúde das empresas contra sinistros de valores elevados causados por doenças de alta complexidade ou reclamações atípicas que aumentam substancialmente os gastos em um ano específico. Com a cobertura do resseguro saúde a companhia poderá garantir um orçamento consistente no longo prazo no que se refere a manutenção do “budget” destinado ao custeio do benefício saúde dentro do ano fiscal e impedirá reajustes abusivos na data de renovação do plano.
Com a contratação do Resseguro Saúde, as empresas passam a visualizar os custos futuros reais do plano de saúde, ou seja, o orçamento ficará protegido de gastos excessivos com utilização de serviços médicos hospitalares. Com esta proteção, se reduz a possibilidade de surpresas, em relação ao aspecto financeiro do plano de saúde, permitindo ao gestor que dedique seu tempo a estudos e análises relevantes ao aprimoramento da qualidade e resolubilidade dos serviços e não apenas ao caráter financeiro do programa.
São vários os benefícios na contratação do Resseguro Saúde, dentre eles, podemos destacar:
Proteção contra reajustes elevados;
Proteção do fluxo de caixa das empresas;
Proteção contra custos crescentes com saúde;
Manutenção da margem de solvência de um plano pós-pagamento;
Revisão adicional nas contas médicas hospitalares.
O produto pode ser contratado para proteger tanto os planos de saúde estruturados na modalidade de pré-pagamento quanto na modalidade de pós-pagamento. Para cada tipo de plano, há um produto específico a ser oferecido. A contratação deste seguro oferece a possibilidade de uma mensuração e projeção real dos custos futuros do plano de saúde, eliminando impactos financeiros não esperados referente a utilização do plano.
O custo do Resseguro Saúde é calculado através de histórico de utilização do benefício saúde de cada empresa, das condições de saúde dos seus funcionários e dependentes (se inclusos na apólice), da sua exposição ao risco, suas idades e respectivos históricos de saúde.
O número de colocação de contratos de resseguro saúde pelas empresas vem aumentado nos últimos anos e o resultado das apólices vigentes foi positivo. Esta informação consolida um aumento real da procura por cotações/consultorias o que torna sua contratação como uma tendência real.
*Alexandre Fernandes Fonseca é Especialista em Resseguro Saúde da Benefex Consultoria de Resseguros e Membro do Instituto de Atuária – MIBA 1.700.
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Artigo – Pra não dizer que não falei das próteses – Parte 1
Por Sandro Scárdua
O paraibano Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, melhor conhecido como Geraldo Vandré, é um daqueles compositores no qual a história injustamente colocou num local desproporcional ao seu talento. As gerações mais novas talvez não tenham uma noção muito exata do contexto em que ele se tornou popular, mas, dificilmente, aqueles que frequentaram rodinhas de violão nas universidades e barzinhos da década de setenta e oitenta vão esquecer-se de como seu sucesso mais popular, “Pra não dizer que não falei das flores”, era tocado e cantado, às vezes a plenos pulmões, tanto pela beleza da obra, quanto pelo que ela significava. Mas a semelhança entre essa introdução e o que trata esse texto fica por aqui.
Para aqueles que acham que o propósito desse comentário é justamente acrescentar alguma proposta inovadora de solução para a forma incômoda como convivemos com o problema das próteses no nosso país, vou logo adiantando que nada tenho a somar. Desde que mais uma vez foi trazida à tona recentemente, após uma denúncia no programa “Fantástico” da Rede Globo de Televisão em janeiro deste ano (para quem não viu, acesse http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/01/mafia-das-proteses-coloca-vidas-em-risco-com-cirurgias-desnecessarias.html e http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/01/hospitais-recebem-parte-de-propina-de-empresas-de-proteses.html ), a notícia foi multiplicada e discutida à exaustão em diversos outros meios e redes sociais. Em todos os meios, a reação foi de perplexidade e indignação quanto a essa forma criminosa com que médicos e hospitais tratam a saúde das pessoas que necessitam de uma prótese para a melhora de sua condição de saúde, privilegiando ganhos pessoais envolvendo grandes somas em dinheiro de maneira ilícita, algumas vezes prioritariamente em relação ao bem estar do paciente. Na denúncia em apreço, os envolvidos citados eram entes públicos em sua maioria, mas se engana quem pensa que tal fato não ocorra em hospitais privados: pode ser que nestes o volume de transações seja até mesmo maior.
Este problema é muito antigo, um “câncer” agressivo não erradicado da prática médica na sua relação com o complexo industrial da saúde, com repercussões em toda uma coletividade que, há décadas, aponta para a necessidade de orçamentos mais robustos voltados para as ações de saúde pública. A medicina suplementar, ao contrário daqueles que acham que não apresentam problemas dessa natureza, convive com margens apertadas e ações regulatórias/fiscalizatórias cada vez mais rígidas, eternamente refazendo seus cálculos atuariais e percebendo ao final que as contas não fecham. Em ambos, o somatório de perdas resultantes pode representar ao final um percentual significativo em seus orçamentos, valor esse ainda não mensurado pois não é possível uma estimativa precisa.
Minha preocupação é outra, e diz respeito ao papel do gestor clínico e o quanto esse problema impacta na sua labuta diária.
É dispensável recapitular os condenáveis aspectos morais, legais, éticos e até mesmo religiosos que envolvem a prática de obtenção de ganhos pessoais, muitas vezes em detrimento da saúde do próprio paciente, quando da indicação de órteses, próteses e materiais/drogas/tratamentos especiais. Nesse cenário, a busca por valores ou benefícios diretos ou indiretos (objetivo de toda a cadeia envolvida), tem como origem uma distorção muito própria do meio, e que nunca vai deixar de existir: a assimetria de informações.
A assimetria de informações aqui se constata no comportamento do médico, detentor dos saberes que teoricamente deveriam se reverter em benefício do paciente que o procura, e é quem indica, sugere, induz ou mesmo obriga a aquisição daquilo que julga como necessário para o paciente aos seus cuidados após sua avaliação baseada em suposta expertise. Quase sempre o faz sem que o paciente, instituição ou fonte pagadora obtenha em tempo hábil alguma forma de contestação, argumentação ou alternativas de solução. A perspectiva de discutir em termos técnicos o que está sendo proposto e da forma como está sendo proposto, é exceção e não regra. É um exemplo clássico em que o conhecimento e manipulação desse conhecimento geram poder. E que poder.
O fenômeno dos incentivos à prática médica, tanto os justificáveis quanto os inaceitáveis, e sobejamente conhecido dentro do campo da Economia da Saúde, infelizmente encontra pouco espaço para discussão nos meandros da administração hospitalar, dos conselhos de classe e dos tribunais em geral, quando deveriam ser aprofundados em nome de contribuição efetiva à sociedade, uma obrigação do ponto de vista pecuniário e moral, e não ficar restrito às teses acadêmicas que tratam do assunto (apesar da enorme contribuição das mesmas para uma melhor compreensão do tema).
O público leigo e um grande contingente de pessoas ligadas ao setor saúde acredita que as situações denunciadas são pontuais e se restringem apenas àqueles casos que ganham maior notoriedade na mídia. Há um equívoco colossal nessa percepção. Negócios obscuros tendo médicos como protagonistas de um sistema que visa lesar orçamentos públicos ou privados em benefício pessoal, mesmo que não tragam prejuízos detectáveis aos seus pacientes, não são tão raros assim.
Em outro aspecto mais negligenciado ainda, talvez por serem mais diluídos no cotidiano da organização de saúde, esses benefícios enviesados são alcançados por médicos através de pequenos ganhos de natureza discutível, e não envolvem próteses, órteses e materiais especiais. Para ficar em apenas alguns exemplos:
* Drogas mais caras são estimuladas na sua prescrição pelos seus representantes comerciais, em detrimento de outras com a mesma função e padrão de qualidade, e com menor custo para quem paga a conta, tendo como contrapartida vantagens para quem as prescreveu;
* Procedimentos em pacientes da rede pública ou da medicina suplementar, dos mais simples aos mais complexos, só são realizados em alguns locais se o paciente contribuir de alguma maneira para uma complementação de honorários (estes anteriormente previstos na prestação do serviço através de tabelas próprias, e tácita ou explicitamente acatados pelo profissional), muitas das vezes sendo evocada uma suposta legitimidade a título de compensação, em função dos valores defasados em relação ao valor que é repassado ao profissional pelos entes pagadores;
* Exames e outros procedimentos diagnósticos/terapêuticos de alta complexidade são estimulados na sua realização, através de indicações discutíveis e de frágil sustentação, no intuito de gerar receita adicional pela super-utilização, seja para a organização que adquiriu aquele aparato, seja para o profissional ou grupo de profissionais que arcou com sua aquisição (e, portanto, não só tem que pagar pela compra do mesmo como tem que gerar lucro com a utilização deste, quando no âmbito de algumas organizações privadas);
* A permanência hospitalar do paciente internado além da devida, ou a indicação de internação hospitalar inadequada (fazendo uso, inclusive, de justificativas maquiadas para a permanência dos pacientes aos seus cuidados), principalmente para o profissional que tem muitos pacientes sob sua responsabilidade, traz ganhos em escala para a organização e para o profissional, que recebe uma valor pré-determinado a cada visita que faz. Alguma vezes a visita médica se restringe a dar um bom dia ao paciente e ir embora.
A maneira como o assunto chega às discussões tem um comportamento em forma cíclica e frequentemente hipócrita (recomendo a leitura do texto de Claudia Collucci emhttp://www1.folha.uol.com.br/colunas/claudiacollucci/2015/01/1577424-mafia-das-proteses-e-as-reacoes-hipocritas.shtml): alguém, em algum lugar, se utilizando dos meios apropriados, torna pública uma denúncia, geralmente através de um meio forte de comunicação. Fica-se debatendo a questão por algumas semanas, um representante da lei fala sobre penas mais duras, um representante do governo ameaça com resoluções que não saem do papel, alguns “bois de piranha” são presos temporariamente, as redes sociais esculacham a ordem vigente e começam a discutir, discutir e discutir a questão. Efetivamente, não há nenhuma medida de impacto. Nunca houve. E assim o problema volta para a obscuridade, sem deixar nunca de existir, para mais tarde uma nova leva de denúncias promoverem a indignação geral.
Há uma chance real de que nada sério seja feito no futuro porque (tomara que esteja enganado) a pureza de intenção do homem quando o assunto é dinheiro é uma utopia (como sempre é bom lembrar, salvo honrosas exceções). E não se trata de uma exclusividade do nosso país, ou de países com características semelhantes, e nem se trata de um fenômeno recente. No âmbito dos sistemas de saúde em geral, a diferença está no fato de que existem países em que mecanismos regulatórios e fiscalizatórios são mais sérios, dificultando qualquer atitude pessoal ou coletiva suspeita. E em outros não.
Resta o alívio de saber que as práticas listadas acima não são generalizadas. Médicos e demais profissionais de saúde podem ser criticados de diversas formas em suas ações, mas geralmente cumprem aquilo para o qual são treinados, com honestidade e ética acima de tudo.
Cabe ao gestor clínico fiscalizar e coibir abusos na forma como as atividades do Corpo Clínico dentro do hospital sob seu comando ocorre, sejam eles quais forem. Seu universo é composto por tudo que se relaciona à atividade médica. E seu papel de fiscal da boa prática é, de longe, o mais importante.
E, certamente, o mais difícil.
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O HOJE
Idosa com suspeita de infecção grave e contagiosa ainda aguarda transferência para hospital
A aposentada Maria Cunha Martins, de 72 anos, está isolada em um leito no Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) Nova Era, em Aparecida de Goiânia
Kamylla Rodrigues
A aposentada Maria Cunha Martins, de 72 anos, que pode estar com uma infecção por uma bactéria contagiosa, ainda continua à espera de transferência para um hospital do Estado. A paciente está internada no Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) Nova Era, em Aparecida de Goiânia, desde a última sexta-feira (27).
De acordo com o diretor do Cais Nova Era, Denysson José Morais Lopes, um leito foi adaptado para o isolamento da aposentada. “A suspeita é de que a idosa esteja infectada pela bactéria Acinetobacter, que é multirresistente e altamente contagiosa pelo contato. Todos os profissionais estão usando Equipamento de Proteção Individual (EPI) para evitar qualquer problema”, disse.
O diretor afirmou ainda que a bactéria pode ter sido adquirida no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). “Depois de um acidente automobilístico no ano passado, Maria ficou internada cerca de dois meses no Hugo. Lá, pelo fato de ficar muito tempo na mesma posição, ele teve escaras acima do glúteo e na nuca. Os ferimentos podem ter sido propícios para a infecção”, afirmou o diretor.
No Cais, Maria continua isolada, a espera de uma vaga no Hugo ou no Hospital Geral de Goiânia (HGG), unidades que possuem tratamento mais adequado, segundo o diretor. O pedido de transferência, feito pelo Cais, na sexta-feira, foi cancelado hoje às 8h40 na Central de Regulação de Goiânia. A secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, responsável pela central, disse que o pedido foi retirado do sistema para reavaliação do tipo de leito necessário.
O diretor do Cais afirmou que um novo pedido foi feito hoje às 12h40 e enviado a Central de Regulação de Aparecida, que é responsável por encaminhar a solicitação à Central de Regulação Goiânia. A equipe do jornal O Hoje entrou em contato com a central de Aparecida e fomos informados pela médica reguladora do município que o pedido deve entrar no sistema de Goiânia até esta noite. “Quando recebemos essa solicitação faltava o histórico da paciente. Não podemos solicitar uma vaga de isolamento sem esses dados e só conseguimos isso agora a tarde. Mas já estamos lançando tudo neste momento (17h50)”, disse Maria de Fátima Uchoa.
Hugo
A direção do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) informou por meio de nota que Maria Cunha Martins foi admitida na unidade de saúde no dia 23 de novembro de 2014, vítima de acidente de trânsito. “A paciente recebeu tratamento clínico devido, apresentando no decorrer da prolongada permanência, quadro de infecção hospitalar. Situação esta, imediatamente controlada que, junto à melhora geral de seu estado, possibilitou sua alta em 29 de janeiro de 2015”.
A unidade relatou ainda que o Hugo faz um rigoroso acompanhamento da incidência de infecção hospitalar. “Desde janeiro de 2014 os números apresentam queda em todos os setores de assistência. Observa ainda, que o hospital é responsável pelos pacientes que se mantém em sua unidade, não podendo responder pelo quadro clínico atual de Maria Cunha Martins, tendo em vista um intervalo de dois meses entre sua alta e a data de hoje”.
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Dengue sufoca unidades de saúde
Em Goiás, o número de casos chega a 52,4 mil. Em Goiânia, a secretaria municipal de saúde vai instalar tendas nos Cais para dar apoio ao atendimento
Cynthia Costa
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) notificou mais de 52.400 casos de dengue em todo o Estado nas 11 primeiras semanas de 2015. O número revela que houve um avanço de 63,77% na quantidade de registros da doença neste ano em relação ao mesmo período de 2014.
Nestas 11 semanas foram confirmados sete óbitos. Os municípios com maior número de casos da doença são a capital, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Jataí, Ceres, Pirenópolis, Rio Verde, Goiatuba, Mineiros e Crixás.
A diretora do Departamento de Urgências da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, Patrícia Antunes de Moraes, afirma que já foram notificados cerca de 4,5 mil novos casos de dengue por semana na capital.
Para enfrentar a doença, Patrícia revela que duas ações foram implementadas: a identificação dos pacientes sintomáticos da dengue por meio de uma pulseira colorida e a definição de um profissional específico para atendimento nas cinco unidades: Cais Vila Nova, Cais Campinas, Cais Chácara do Governador, Cais Cândida de Morais e Cais do Bairro Goiá. “Em todas essas unidades, estamos fazendo o atendimento de retorno de dengue e, cada novo caso, o paciente vem à unidade de três a cinco vezes”.
Segundo a diretora, esses pacientes voltam e são atendidos por um médico específico em um auditório. “O objetivo foi facilitar o atendimento a esse público e absorver toda a população sintomática de dengue”. Ela afirmou ainda que será instalada uma tenda no Cais da Chácara do Governador a fim de ampliar a recepção e oferecer mais conforto aos pacientes com dengue. “Quando ele volta, já vai direto para o laboratório e aguarda mais confortavelmente o resultado do exame”.
Outros municípios
Patrícia Antunes explica que moradores de todos os municípios goianos se dirigem a Goiânia em busca de atendimento para a dengue. “Mas, em algumas unidades, a situação é pior devido à grande demanda por tratamento para a doença”. Ela revela que, de Aparecida de Goiânia, eles buscam atendimento no Cais Chácara do Governador e Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Dr. João Batista de Sousa Junior, no Residencial Itaipu. “De Trindade, as pessoas procuram atendimento no Cais do Setor Cândida de Morais”.
Questionada de que forma o município recebe pacientes de outras cidades, a diretora relata que não é exigido comprovante de endereço nas urgências das unidades de saúde. “Na urgência dos postos de saúde de Goiânia, não se discute a procedência do paciente porque o importante é atender com rapidez e qualidade”.
Em compensação, conforme a diretora, muitos pacientes de Goiânia buscam unidades de saúde de Aparecida por habitarem em regiões próximas.
Pacientes reclamam
A dona de casa Dulciléia Costa Furtado Lima, 37 anos, aguardava por cerca de uma hora para ser atendida por um médico no Cais Novo Mundo. “Tem cinco dias que estou sentindo dor nos olhos, febre, fraqueza, dor e manchas se espalharam pelo corpo todo. Espero que não demore muito para o médico me atender”.
No mesmo Cais Novo Mundo, o motorista Elaino Calixto Silva, 41 anos e morador de Bonfinópolis, esperava ser atendido logo. “Estou passando mal desde quarta-feira da semana passada. Ontem, fui ao hospital na minha cidade, mas não fizeram nenhum exame”. Ele disse que tinha aproximadamente duas horas que esperava ser chamado, mas que não estava agüentando a fraqueza e a dor pelo corpo.
Cais
O professor de Educação Física, Jânio Batista Arantes, 57 anos, levou os amigos Jaci, 62 e Elian, 16 para consultas no Cais Chácara do Governador. “O rapaz veio acompanhando o pai, que tem problemas do coração, e disse que estava sentindo dores pelo corpo e febre alta”. Atendido, foi confirmado mais um caso de dengue e até às 16 h de ontem, o jovem havia tomado quatro bolsas de soro.
Operador de máquinas pesadas, Daniel Cardoso, 23 anos, morador do Parque São Jorge, conta que a esposa contraiu dengue nesta semana. “Nas semanas anteriores, foram um cunhado e uma cunhada e muitos dos vizinhos também estão com sintomas da doença”. Ele afirma que levou a esposa ao Cais na manhã de ontem e ela foi atendida por volta de 9 h.
Aparecida de Goiânia
A diretora de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia, Fernanda Cássia Fagundes Lemes, relata que o município tem realizado diversas ações de combate à dengue em bairros considerados de maior número de notificações. “Entre eles, Buriti Sereno, Jardim Tiradentes, Colina Azul, Cidade Livre, Garavelo e Garavelo Park, onde fazemos visitas domiciliares em todas as residências desses setores”. Conforme Fernanda, o objetivo é fazer advertências e aplicar multas nos casos que forem necessários.
Sem leito, mulher fica no chão
A auxiliar de serviços gerais, Elisangela Roseno de Oliveira, 35, procurou atendimento no Cais Nova Era, Aparecida de Goiânia, na manhã de ontem. A dor era tão forte que a mulher chegou a deitar no chão. “ Só me atenderam porque viram o fotógrafo perto de mim”.
Conta que chegou por volta de 11 horas da manhã e só foi atendida após cerca de duas horas de espera. “Tomei duas bolsas de soro e me liberaram para vir para casa. Meu filho de 15 anos também tem dengue e ficou internado no Cais para tomar soro”. Revela que o rapaz só foi chamado às 17 horas. Moradora do Parque Amazônia, ela declara que foi para o Cais Nova Era porque é mais perto de sua casa.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Anvisa proíbe lote de anticoncepcional em todo o País
A Anvisa determinou a suspensão da distribuição, comercialização e uso do produto.
O lote 90602 do anticoncepcional Harmonet foi proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (30).
De acordo com a publicação, a empresa responsável pelo produto, a Wyeth Indústria Farmacêutica, solicitou o recolhimento, após ter recebido reclamações de consumidoras que relataram ter encontrado duas embalagens com problemas.
O Harmonet é fabricado pela Pfizer e embalado pela Wyeth. O lote que a Anvisa suspendeu foi fabricado em novembro de 2013 e teria validade até junho deste ano.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação