Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 31/07/15

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES

• Mulher morre na porta de hospital por falta de atendimento, em Goiandira
• Mulher com 5 filhos espera há 3 anos por cirurgia na mão, em Rio Verde
• Servidores administrativos paralisam atendimento em hospital de Goiânia
• O Whatsapp e seu papel na relação médico-paciente
• Programa recebe nota 9 em relatório
• Reforma nos Cais fica para 2016
• Desafios da carreira Médica


TV ANHANGUERA/GOIÁS

Mulher morre na porta de hospital por falta de atendimento, em Goiandira
http://g1.globo.com/goias/jatv-2edicao/videos/t/edicoes/v/mulher-morre-na-porta-de-hospital-por-falta-de-atendimento-em-goiandira/4359139/
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Mulher com 5 filhos espera há 3 anos por cirurgia na mão, em Rio Verde
http://g1.globo.com/goias/jatv-1edicao/videos/t/edicoes/v/mulher-com-5-filhos-espera-ha-3-anos-por-cirurgia-na-mao-em-rio-verde/4358679/

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Servidores administrativos paralisam atendimento em hospital de Goiânia
http://g1.globo.com/goias/jatv-1edicao/videos/t/edicoes/v/servidores-administrativos-paralisam-atendimento-em-hospital-de-goiania/4358147/

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SAÚDE BUSINESS
 

O Whatsapp e seu papel na relação médico-paciente
 

A cor muda para azul. Do cinza, a cor passou a ser azul. Com isso, seu interlocutor já percebeu que a mensagem foi lida. As formas de comunicação modernas vêm mudando rapidamente e, com o whatsapp, a revolução da rapidez e da simplificação da comunicação mostram que vieram para ficar. Radicais já fazem previsão do fim do uso de e-mails, enxergando em alguns poucos anos o uso exclusivo do armazenamento de dados em nuvens e a comunicação quase que monopolizada por aplicativos como o whatsapp. Mas e na relação médico paciente? O whatsapp veio para ajudar, facilitar, estreitar laços e evitar ligações desnecessárias? Ou também para quebrar o bom senso das relações com relação a horários para mensagens, relativizar o conceito de urgência, penetrar na intimidade do prestador de serviço e evitar que situações que devem ser resolvidas ao vivo, olho no olho, tenham seu desfecho pelo whatsapp? Julgo que um misto disso tudo veio junto com o whatsapp.
Ainda hoje não lidamos de maneira clara com seu papel na relação com os pacientes. Não temos dúvida que ele veio para facilitar a ajudar em uma série de circunstâncias. Hoje pode-se enviar uma foto de Miami para seu dermatologista de uma reação alérgica do seu filho, resolver a alergia pelo aplicativo e com isso continuar a viagem sem problemas. Mas e a responsabilidade da mãe e do médico caso aquela mancha fosse o pródromo de algo mais grave, que se detectado precocemente poderia já estar resolvido? E a responsabilidade da conduta médica? Quando diferenciar se algo é simples que pode ser resolvido a distância com seu cliente? Estes são apenas uma pequena parcela de todos os desafios e situações que vieram com o uso do whatsapp na comunicação entre médico e paciente.
A ferramenta é útil e veio para ficar. Eu uso com meus pacientes, mas me pego inúmeras vezes questionando se não deveria priorizar a resolução daquele problema ao vivo. Recentemente tive um cliente que me enviou uma mensagem a meia noite e meia de uma quinta-feira, apenas para confirmar o agendamento de uma cirurgia que seria realizada 35 dias depois. Naquele momento eu respondi, disse que estava tarde e que resolveríamos isso no dia seguinte com minha secretária. Ele no mesmo ato pediu desculpas e alegou que achava que eu veria a mensagem apenas no dia seguinte cedo. Minha resposta final foi educadamente: é que meu celular vibra no criado mudo e eu acho que pode ser algo urgente.
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O POPULAR
 

Programa recebe nota 9 em relatório

Pedro Nunes

Ao longo dos próximos três anos o programa Mais Médicos, do governo federal, será estudado por várias universidades e órgãos para constatar os impactos reais da iniciativa junto à população. Um relatório parcial foi divulgado, ontem, durante o 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva realizado na Universidade Federal de Goiás (UFG).
Os dados constataram que a avaliação das pessoas que foram atendidas dentro do programa foi positiva, com nota nove numa escala até 10. Além disso, 84% delas disseram que não houve dificuldade para entender as recomendações dos médicos estrangeiros.
“Identificamos que a proximidade com os médicos contribui para a avaliação positiva”, ponderou a coordenadora do grupo de pesquisa Opinião Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), professora Helcimara Telles.
O programa completou dois anos e, durante esse período, 63 milhões de pessoas tiveram acesso à atenção básica nas unidades de saúde de mais de 4 mil municípios brasileiros. O foco do Mais Médicos está nas regiões de maior vulnerabilidade, como nas periferias das grandes cidades, nos quilombolas, assentamentos rurais, aldeias indígenas e na Floresta Amazônica. E foi nessas regiões que o estudo foi intensificado.
“Não vou esconder que tivemos alguns problemas e denúncias. Só que são queixas pequenas. Vimos que a língua pode ser um problema, mas não é algo determinante já que o atendimento é mais humanizado, com maior tempo de atenção”, defendeu o consultor da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), Renato Tasca.
A tendência é que o acompanhamento seja expandido para outras lugares, como no Centro-Oeste. “Não temos dados absolutos para Goiás, mas temos visto que ele foi bem aceito aqui”, relatou.

Tempo para analisar cura e mortalidade

Os entraves futuros do programa já estão em fase de discussão, como a avaliação dos procedimentos aplicados pelos médicos. “Precisamos de tempo para analisar, por exemplo, a cura das doenças e a mortalidade de cada região. Tudo indica que ele tem conseguido alcançar os objetivos, mas temos de comprovar”, detalhou o consultor da Opas, Renato Tasca.
Segundo o consultor, há ainda a preocupação de planejar o futuro do programa e a inserir novos médicos. “A curiosidade é que existe o interesse dos médicos brasileiros em ingressar no programa e, para Goiás, estamos otimistas, já que novos cursos de medicina serão abertos”, disse.
O próximo passo será a integração de gestores locais e governo federal para, a partir do levantamento, definir os próximos passos do programa.

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Reforma nos Cais fica para 2016
 

A cinco meses do prazo acordado com a Promotoria, só dois dos 55 centros passaram por obras. Prefeitura negociou novo limite

Gabriela Lima

Sem conseguir cumprir a meta de reformar ou ampliar 55 unidades municipais de saúde até dezembro, a Prefeitura de Goiânia ganhou novo prazo: 2016. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) prevendo as obras foi assinado com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) em 2013. Além do pedido de revisão do documento, a prefeitura decidiu que os trabalhos serão terceirizadas.
A alteração foi necessária porque, a cinco meses do fim do prazo, apenas dois Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais) foram reformulados e entregues, o de Campinas e o do Novo Horizonte. O segundo foi entregue de forma parcial e nem consta no relatório da Secretaria Municipal de Saúde, enviado ao MP, como obra concluída.
“O TAC foi revisto. Vamos respeitar o cronograma de prioridades mas, em termos prazo, vamos estender até o fim do próximo ano”, disse o secretário municipal de Saúde, Fernando Machado.
Segundo o secretário, a readequação das unidades de saúde esbarrou em problemas estruturais. Muitas construções são antigas, com mais de trinta anos, e estão fora das normas atuais da vigilância Sanitária. Outra parcela ocupa prédios alugados e a prefeitura tem um limite para gastar com essas unidades. “Optamos por começar algumas unidades do zero e seis delas estão com a construção avançada”, diz.
O secretário também cita a burocracia de fazer a obra via órgãos municipais. “Quando vimos que a administração direta não teria condições de concluir tudo, procuramos o Ministério Público. Agora estamos preparando edital para contratar uma empresa especializada em manutenção predial, preventiva e corretiva, das demais unidades”, revelou Machado.
Segundo o secretário, a reunião foi feita entre o prefeito Paulo Garcia e o coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde (CAO) do MP-GO, Érico de Pina Cabral. Todos teriam concordado com as alterações. A reportagem procurou o Ministério Público, mas foi informada que o promotor Érico de Pina, único que pode responder pelo TAC, está de férias.
Em maio deste ano, o Ministério Público havia pedido esclarecimentos sobre a demora da prefeitura em cumprir o TAC. Este mês, a gestão municipal, por meio da Gerência de Infraestrutura e Manutenção da SMS, enviou um relatório ao MP, detalhando o andamento das intervenções.
De acordo com o documento, dos centros de saúde em reforma, o mais próximo de ser concluído é o da Vila Redenção (veja quadro). A reforma já dura quase dois anos e moradores da região reclamam que o mobiliário da unidade está se acabando em um galpão nos fundos do prédio.
O Ciams do Setor Urias Magalhães também está fechado para reforma há quase dois anos. A demora dificulta a vida da população que precisa se deslocar para unidades distantes em busca de atendimento.

Campinas se torna modelo

A única obra que aparece como finalizada no relatório da SMS é a do Cais Campinas. O paciente que procura a unidade encontra um espaço amplo, pisos bem conservados, ventiladores, televisores, bancos na área externa e interna e até brinquedos na emergência pediátrica.
O Cais Campinas, de acordo com ofício, está entre as cinco da rede municipal que serão transformadas em Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Mas o documento não define prazo para a mudança.
Entre os Cais que serão transformados em Unidades de Pronto Atendimento está o do Setor Novo Horizonte. Apesar do relatório não detalhar a situação do centro de saúde, ele passou recentemente por uma ampla reforma. Mas a unidade foi reaberta apenas com a parte de atendimento ambulatorial. O setor de emergência foi desativado e a SMS diz que o serviço só será retomado quando o local se tornar uma UPA. No entanto, não há data para a mudança.
O secretário de Saúde, Fernando Machado, diz que, diferentemente do que consta do relatório, todos os Cais passaram por reparos. “O problema é que não resolveram o problema das unidades”.

Relatório faz referência a obras ainda não notadas

De acordo com o relatório enviado ao Ministério Público (MP-GO) pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o Cais Cândida de Morais está passando por reparos. A reportagem esteve no local, mas não encontrou homens trabalhando. “Fizeram uma maquiagem aqui na emergência, mas veja como está o piso, todo danificado”, diz uma funcionária, que prefere não ser identificada, temendo represálias.
Os problemas estruturais do Cais Cândida de Morais podem ser vistos por toda parte. Já na recepção, o paciente se depara com diversas caixas amontoadas no chão. Ao ser questionada, uma atendente responde: “Não temos um sistema e os prontuários são organizados dessa forma”.
Marcas de infiltrações no teto e paredes descascadas são imagens comuns. “Aqui quando chove é terrível, vira uma cascata. O esgoto entope e o Cais inteiro fica fedido”, diz outra funcionária que pediu anonimato.

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DIÁRIO DA MANHÃ

Desafios da carreira Médica

Uma das atividades mais importantes do mundo revela que existem oportunidades e inúmeros desafios: é preciso estudar muito, enfrentar extensas cargas horárias e se dedicar ao paciente quando o Estado não oferece nem mesmo medicamento. Reportagem mostra os bastidores desta profissão

Cristiano Martins,Da editoria de Cidades

No passado, quem era médico e tinha o título de “doutor” carregava prestígio e, de quebra, bons salários. No presente, a profissão, uma das mais tradicionais do mundo, continua sendo valorizada e é, dentre todas no Brasil, a que possui condições mais interessantes para um futuro profissional quando são considerados salário, jornada de trabalho, facilidade de conseguir emprego e cobertura da previdência, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mas, apesar da boa empregabilidade na área e de o curso de Medicina ainda ser um dos mais concorridos nos vestibulares, “nem tudo são flores” para os médicos brasileiros.
Em dias não tão conturbados, são cerca de 30 pacientes para um médico que assumiu uma posição em um posto de saúde. Isso significa 15 minutos de atendimento para cada paciente em um expediente de 8 horas ininterruptas de trabalho. Exagero? Não, é apenas um dos desafios que os médicos enfrentam no dia a dia.
Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Aldair Novato Silva, o principal desafio do médico é fazer a residência e ingressar no mercado de trabalho. “O número de vagas para residência é pequeno e não atende a demanda. Então muito dos profissionais que estão se formando não encontram vagas para fazer residência. Eles vão para as periferias, para as cidades menores e ficam fazendo atendimento em programas de família até que consigam passar em uma residência e poder ingressar no mercado de trabalho. O mercado de trabalho é muito exigente. Então, com certeza, o maior desafio hoje é fazer a residência e ingressar no mercado”, afirma o presidente.
Ainda assim, a Medicina é uma carreira que tem se mantido firme no mercado, com um ingresso regular de alunos nos quase 200 cursos de graduação em universidades brasileiras.
Nos dois últimos anos, o Cremego emitiu cerca de 800 registros de CRM, boa parte desse número se deve aos profissionais de fora, estudantes que fazem faculdade em outros Estados.
Dentre os motivos, que fazem com que os jovens queiram exercer a profissão, estão o ideal de ajudar as pessoas, salvar vidas e transformar o mundo por meio de descobertas inéditas.

O retorno às origens
Parece contraditório que os desafios sejam tantos e que mesmo assim as pessoas continuem sonhando em ser médicos. Contudo, a Medicina deixou de ser uma área técnica para ser também relacional, já que boa parte das enfermidades da população está atrelada ao comportamento e às emoções. Sendo assim, campos da Medicina, que até pouco tempo eram secundários, voltam a despertar o interesse de novos profissionais.
É o caso da saúde da família, em que, além de tratar o estado físico dos pacientes, é preciso compreender e envolver os aspectos social e econômico. É outro desafio, amplo e complexo, mas que atrai jovens médicos entusiasmados em participar da vida de comunidades que estavam abandonadas pela saúde pública.

PRINCIPAIS DESAFIOS DA PROFISSÃO

Primeiro plantão
Ao se formar, o médico sai com muito conteúdo teórico, mas com pouca experiência prática e este é o primeiro desafio: conseguir plantão em pronto-socorro e Cais sem ter tido a parte prática sozinho.
Inserção na residência
A residência virou um concurso como outros, é uma quantidade muito grande de pessoas querendo e com poucas vagas.

Carga horária
A carga horária excessiva, às vezes, se transforma em grande estresse para o residente, pois ele começa a entender que agora o paciente só depende dele e não mais do professor. Ele que terá que manejar o caso da maneira adequada.

Especialização
A especialização é um desafio ainda mais difícil. Nem todos conseguem e ficam vários anos tentando, o tempo de especialização e de estudo pós-formado é grande.

Inclusão no mercado de trabalho
Inserir no mercado de trabalho e ter um bom relacionamento com os colegas são primordiais porque, na Medicina, sempre se precisa uns dos outros, de outras especialidades ou de outros serviços que possam ajudar no manejo do paciente.

Baixo valor da bolsa paga aos residentes
Passar pelo período de especialização ganhando a bolsa que o governo oferece também é um grande desafio, uma carga horária muito alta para um salário muito pequeno perto do que ganhariam por um trabalho normal que não fosse a residência.

Incompreensão de pacientes
Muitas vezes, os médicos se deparam com casos clínicos que o diagnóstico não é simples. Isso vai demandar muitos exames, leituras por parte do médico e, às vezes, o paciente não entende que o diagnóstico não é feito sempre na hora. A Medicina não é uma ciência exata, em alguns casos é preciso um exame minucioso pra conseguir o resultado adequado para o paciente e muitas vezes isso não é entendido pelos familiares.

Pouca idade
Há relatos de casos em que pacientes diante do médico mais jovem o encaram com preconceito. Hoje em dia está cada vez mais comum e normal pedirem para o chefe do serviço reavaliar o paciente e não só o residente.

Médico residente relata rotina agitada

Frente a tantos desafios, o médico tem ainda que cumprir rigoroso protocolo de acompanhamento, onde deve relatar todo o histórico do paciente, prestar contas, gerir consultório e, por vezes, uma clínica inteira – e ainda dar conta da vida pessoal. Tanto trabalho pode hoje ser facilitado pela utilização de softwares para gestão de consultórios e clínicas, preparados para atender as demandas mais emergentes de qualquer profissional da área, agilizando a sua performance e possibilitando um acompanhamento mais próximo de cada caso atendido.
Com simples exemplos, podemos ter uma noção da abrangência que a carreira traz, da responsabilidade de um médico recém-formado e da necessidade de adaptação de profissionais mais experientes. Cada vez mais a Medicina vem se aproximando das ciências humanas para compreender e atuar de forma diferenciada junto aos pacientes, visando a uma nova visão da profissão, muito mais responsável e participativa.
Flavio Braga, residente em clinica médica e aspirante a cardiologista, relata sua rotina: “Trabalho uma média de dez horas por dia nos hospitais pela residência. Durante a manhã, faço enfermaria e intercalo algumas tardes nas UTIs. Nos finais de semana, faço plantões pra ganhar um dinheiro extra, trabalhando em média 24 a 36 horas por fim de semana”.
Com essa rotina agitada, sobra tempo para a família? Ele diz que sim: “Sempre arranjo um tempinho para a família pelo menos duas noites da minha semana tiro para estar com eles”.
Flavio Braga afirma que a vontade de ser médico vem de família: “Tenho dois grandes exemplos, que são meus tios Eisenhouwer e Eder, pessoas que tenho profunda admiração não só pela profissão mas pelas pessoas que são. Morei com eles até os 12 anos e tenho neles o meu espelho, meu norte. Conforme fui crescendo, achei que isso seria um benefício não só pra mim como para as pessoas que eu poderia atender”.
Para ele, o maior desafio da profissão é se inserir no meio profissional em meio a sua especialização: “Hoje em dia, a gente forma e tem um longo caminho pela frente, de residência, especialização e sub-especializações e nesse meio tempo você tem que se inteirar, conseguir ter sua profissão, trabalho, remuneração e mesmo assim fazendo a residência e especialização, esse é o principal desafio”.

PIOR
O médico residente diz que o pior lado da medicina se baseia mais em gestão que na própria medicina. Conforme Flávio, a medicina na prática é muito boa: “Nós conseguimos fazer uma atuação muito boa no paciente, a gente tem um grande campo de terapêutica pra ajudar o paciente, mas, infelizmente, a gente esbarra em alguns problemas de gestão e problemas de estruturação de planos de saúde e hospitais públicos”.
Ele diz que, em geral, isso acaba dificultando a fazer a medicina do jeito que gostaria. “Às vezes, passamos por burocracias sem sentido e dificuldades que acabam postergando o tratamento, acaba sendo prejudicial para o paciente pra fazer uso dessa terapêutica”.
A profissão, explica o médico, oferece momentos gratificantes e que marcam a personalidade. Ele recorda os primeiros plantões em terapia intensiva, onde teve contatos com pacientes graves: “Isso é uma coisa que marca muito a gente, ver pacientes tão graves assim, tão debilitados e num estado tão difícil, você ajudar aquele paciente é uma responsabilidade muito grande e é um choque emocional muito grande se inserir nesse local”.
Ele diz que ser médico no Brasil é um desafio: “Você não tem que só estudar e fazer sua profissão como nos outros países. Tem que lutar pelo seu paciente: muitas vezes já sai pra comprar remédios para os meus pacientes porque o plano não custeava e ele não tinha condição. A gente se vira, faz o que pode com o que tem. A gente tem que brigar e correr atrás de órgãos públicos pra conseguir medicação. Em outros países, não vemos isso e não falo só na saúde pública, mas também na saúde privada, a gente tem que comprar a briga pelo paciente”.
Flávio Braga explica que a medicina, se tem dificuldades, pode também oferecer a realização pessoal e fácil inserção no mercado de trabalho, além de boa remuneração. Todavia, ressalta os negativos: carga horária excessiva e situações estressantes tanto de pacientes desrespeitosos quanto do local de trabalho.

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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação