Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINHOESG 06/02/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Artigo – O custo do menor preço

Adolescente que morreu de dengue recebeu diagnóstico dois dias antes: ‘Piorou muito rápido’, diz irmã

Haddad diz que haverá diálogo com Congresso sobre desoneração da folha: ‘nós, obviamente, vamos para a mesa ouvir’ 

Fabricante dará prioridade da vacina contra dengue ao SUS

Empresa responsável pela vacina contra dengue capacita profissionais goianos

Hospitais públicos e privados colapsam com epidemia de dengue no DF

AVC pode aumentar o risco de demência em até 80%, aponta estudo

O GLOBO

Artigo – O custo do menor preço


Nem bem foi anunciada a missão do plano Nova Indústria Brasil de criar um ambiente que torne o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis) resiliente e apto a ampliar o acesso da população a produtos e serviços de saúde, e a iniciativa corre o risco de morrer prematuramente. A estratégica e urgente emancipação tecnológica sustentável do Brasil nessa área poderá se transformar em mais um ansiado e ambicioso projeto a fracassar por causa de leis mal formuladas e da leniência do poder público.

A ministra Nísia Trindade e o secretário Carlos Gadelha se esforçam para tirar o Brasil do atraso tecnológico na saúde. Mas outras áreas do ministério estão desviando o governo desse nobre objetivo.

É o caso da licitação internacional (Edital PE SRP 90005-2024) que permite a importação de imunoglobulinas não aprovadas e registradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fornecimento no SUS, com base em parecer do Tribunal de Contas da União que determina a compra de medicamentos pelo menor preço.

Mais Sobre Nísia Trindade Diretor da OMS se reúne hoje com Lula e ministra da Saúde; casos de dengue devem entrar na pauta Prioritária no discurso, área social tem menos espaço na agenda de Lula Tal iniciativa traz prejuízos ao consumidor, estabelece uma concorrência desleal entre empresas e contraria a meta do governo de estimular a produção e a pesquisa de medicamentos no país, induzir investimentos privados e reduzir as vulnerabilidades do SUS. Isso porque permite que empresas estrangeiras – sem qualquer representação no Brasil – vendam para o país produtos não aprovados e registrados, produtos que não foram submetidos às modernas, rigorosas e imprescindíveis regras sanitárias estabelecidas pelapara proteger a população. São as mesmas regras que garantem a segurança, a eficácia e a qualidade de todos os medicamentos e produtos para a saúde consumidos no território nacional.

Na prática, a decisão desestimula o desenvolvimento setorial, ao estabelecer condições desvantajosas e assimétricas para as empresas nacionais e internacionais aqui estabelecidas, que, independentemente da origem de capital, estão alinhadas às mais avançadas diretrizes sanitárias e de pesquisa e desenvolvimento (P&D), além de comprometidas com a agenda de saúde pública. Elas realizam estudos clínicos no país e estão envolvidas na pesquisa de medicamentos inovadores e relevantes para as necessidades dos brasileiros.

Nos anos 1980, a adoção do critério de menor preço no setor farmacêutico levou ao desmonte do parque industrial de matérias-primas de medicamentos que havia no Brasil, os insumos farmacêuticos ativos (IFAs). Consequência: medicamentos essenciais para a saúde pública, como a penicilina benzatina, usada no tratamento de infecções como sífilis, sumiram do mercado, causando crises de desabastecimento.

É preciso esclarecer o que é melhor para o país: erigir um sólido hub de saúde – para reduzir a dependência de fornecedores externos e garantir o suprimento de produtos essenciais ao bem-estar da população – ou comprar medicamentos tendo como critério único o menor preço. Não podemos cometer os mesmos erros do passado, tão criticados pelo atual governo.

*Nelson Mussolini é presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos e integrante do Conselho Nacional de Saúde

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PORTAL G1

Adolescente que morreu de dengue recebeu diagnóstico dois dias antes: ‘Piorou muito rápido’, diz irmã

Fernanda Ferreira Martins teve um quadro grave de dengue associado à diabetes. A irmã da adolescente afirma que ela lutou com todas as forças para viver.

A adolescente de 16 anos, que morreu de dengue, recebeu o diagnóstico da doença dois dias antes, afirma a família. Fernanda Ferreira Martins morreu no sábado (3), em Uruaçu, no norte de Goiás. A irmã da adolescente, Yasmin Ferreira, afirma que o quadro de dengue e diabetes piorou muito rápido.

“Foi tudo muito rápido. Quando ela foi internada, não estava respondendo. Ela piorou muito rápido”, destaca Yasmin em entrevista ao g1.

Yasmin conta que os sintomas começaram no dia 29 de janeiro, mas diz que a adolescente estava bem. “Ela estava sentindo dores e teve febre, o que é normal da dengue. Ela estava bem e trabalhando”, afirma. Fernanda fez o exame no dia 30 e recebeu o diagnóstico de dengue na quinta-feira (1º).

Segundo a irmã, Fernanda começou a vomitar na madrugada de sexta-feira (2). Yasmin conta que a adolescente foi em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), tomou soro e voltou para casa com a mãe. Porém, ainda com vômito e muito fraca, Fernanda voltou à UPA na manhã do mesmo dia.

“Quando ela voltou, a diabetes estava alta. Então, fizeram o uso da insulina rápida para normalizar e ela melhorou um pouco”, relata.

Yasmin explica que a irmã descobriu a diabetes há três anos, fazia tratamento e afirma que a doença sempre esteve controlada. “A diabetes sempre esteve controlada e ela fazia o tratamento com insulina em casa”, afirma. A irmã diz que a diabetes e a dengue pioraram juntas na noite de sexta-feira (2).

Preocupados com Fernanda, que estava a cada hora mais fraca, a família levou a adolescente para o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN). “Quando ela foi internada, não estava respondendo. Os médicos estavam monitorando ela toda hora. Ela foi muito bem atendida”, destaca.

A irmã conta que, na madrugada de sábado (3), Fernanda começou a ter dificuldades para respirar e, por isso, precisou ser entubada. “Os médicos estavam muito preocupados devido a dengue e a diabetes juntas”, afirma. Poucas horas depois, a adolescente teve uma primeira parada cardíaca.

“Ela estava entubada e recebendo todo atendimento necessário, mas teve a parada cardíaca e ficou 26 minutos desacordada”, lembra Yasmin.

Segundo a irmã, os médicos reanimaram a adolescente e aguardavam o quadro dela estabilizar para fazer uma tomografia quando Fernanda teve a segunda parada cardíaca e não resistiu. “Ela lutou muito para viver. Usou todas as forças, mas infelizmente não conseguiu”, desabafa Yasmin.

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O HOJE

Haddad diz que haverá diálogo com Congresso sobre desoneração da folha: ‘nós, obviamente, vamos para a mesa ouvir’ 

Ministro da Economia informa que já apresentou alternativa consistente aos parlamentares | Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Nesta segunda-feira (5), Fernando Haddad afirmou, após reunião com pesquisadores do Instituto de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE-FGV), que pretende apresentar dados relativos à desoneração ao Congresso, além de já ter exposto, aos parlamentares, alternativas à prorrogação da medida. “Se o Congresso entender que há outras alternativas a serem consideradas, nós obviamente vamos para a mesa ouvir. Mas nós apresentamos uma alternativa que, na minha opinião, é bastante consistente com aquilo que vem sendo desenvolvido pelo Congresso junto ao Executivo”, destacou 

Segundo o ministro da Fazenda, é necessário rever o benefício setorial. “O importante, nesse momento, é que o Congresso tome consciência dos números dos orçamentos aprovados no ano passado. Tem uma coisa chamada Lei de Responsabilidade Fiscal, e nós precisamos que qualquer gesto do Congresso na direção de um setor da economia seja compensado por medidas que equilibrem o orçamento”, argumentou.  

Ao final, Haddad disse que é necessário que haja um equilíbrio entre gestos do Congresso em direção a um setor da economia e medidas que ajam em concordância com as contas públicas. De acordo com ele, o impacto da desoneração da folha será de R$ 16 bilhões.  

A medida 

A medida provisória (MP) 1.202/2023 foi anunciada no dia 28 de dezembro do ano passado. Ela consiste na reoneração da folha para 17 setores da economia, baixando normas para aumentar a cobrança de impostos e, ainda, barranndo a redução da alíquota previdenciária de 20% para 8% a municípios que possuem população de até 142,6 mil habitantes.  

A desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia foi criada em 2011, com o objetivo de reduzir encargos trabalhistas e gerar consequências positivas, como a criação de empregos. Desde então, ela vem sendo modificada a partir de medidas provisórias. 

A última medida, que se estenderia de outubro de 2023 até dezembro de 2027, foi vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), devido a conselhos da equipe econômica. Entretanto, o veto presidencial foi derrubado pelo Congresso. Assim, a medida foi editada para estabelecer uma reoneração gradual por atividade econômica, tendo extensão de abril de 2024 até dezembro de 2027.  

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AGÊNCIA BRASIL

Fabricante dará prioridade da vacina contra dengue ao SUS

A farmacêutica Takeda, que produz a vacina contra a dengue (Qdenga), emitiu um comunicado nesta segunda-feira (5/2) para informar a decisão de priorizar o atendimento aos pedidos do Ministério da Saúde no fornecimento dos imunizantes. De acordo com o comunicado, a empresa suspendeu a assinatura de contratos diretos com estados e municípios e vai limitar o fornecimento da vacina na rede privada apenas para suprir o quantitativo necessário para as pessoas que tomaram a primeira dose do imunizante completem o esquema vacinal com a segunda dose, após um intervalo de três meses.

A medida foi tomada, segundo a empresa, diante do cenário de inclusão da Qdenga no Sistema Único de Saúde (SUS) e o agravamento da epidemia de dengue em diversas regiões do país.  

“Em linha com o princípio da equidade na saúde, a Takeda está comprometida em apoiar as autoridades de saúde, portanto seus esforços estão voltados para atender a demanda do Ministério da Saúde, conforme a estratégia vacinal definida pelo Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI) que considera faixa etária e regiões para receberem a vacina. Conforme já anunciado, temos garantida a entrega de 6,6 milhões de doses para o ano de 2024 e o provisionamento de mais 9 milhões de doses para o ano de 2025. Em paralelo, estamos buscando todas as soluções possíveis para aumentar o número de doses disponíveis no país, e não mediremos esforços para isso”, diz o comunicado.

A decisão não prejudica compromissos previamente firmados com municípios antes da incorporação da Qdenga ao SUS, observou a empresa.

Ainda segundo a farmacêutica, a previsão é que o fornecimento global da vacina Qdenga atinja a meta de 100 milhões de doses por ano até 2030, o que inclui um novo centro internacional dedicado à produção de vacinas, na Alemanha, previsto para ser lançado em 2025.

Vacinação

A vacina Qdenga teve o registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. O processo permite a comercialização do produto no Brasil, desde que mantidas as condições aprovadas. Em dezembro, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação do insumo no Sistema Único de Saúde (SUS).

Na próxima semana, as doses começam a ser distribuídas a 521 municípios selecionados pelo Ministério da Saúde para iniciar a vacinação na rede pública. As cidades compõem um total de 37 regiões de saúde que, segundo a pasta, são consideradas endêmicas para a doença. Serão vacinadas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue, atrás apenas dos idosos.

Epidemia

O Brasil vive uma explosão de casos de dengue que fez com que o Distrito Federal e três estados, além do município do Rio de Janeiro, decretassem situação de emergência por conta da doença. Na última sexta-feira (3/2), o Ministério da Saúde abriu o Centro de Operações de Emergências (COE) contra a dengue, em Brasília. 

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A REDAÇÃO

Empresa responsável pela vacina contra dengue capacita profissionais goianos

Representantes da farmacêutica Takeda, que produz a vacina contra a dengue (Qdenga), chegam a Goiânia nesta terça-feira (6/2) para um compromisso importante: capacitar 300 profissionais da saúde, entre médicos e enfermeiros, em relação ao manejo clínico de pacientes diagnosticados com a doença. 
 

A iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), visa orientar os participantes sobre os atuais protocolos nesses casos.

Para isso, o doutor em doenças infecciosas, Kleber Giovanni Luz, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e consultor internacional da Organização Pan-Americana da Saúde para Arboviroses (OPA/OMS), recepciona o público, a partir das 8h, no Hotel Holiday Inn, no setor Oeste.

O estado tem neste ano, até o momento, 14.051 casos de dengue e dois óbitos confirmados pela doença nos municípios de Uruaçu e Águas Lindas. Quando comparados os casos notificados nas cinco primeiras semanas de 2024 com o mesmo período de 2023, houve um aumento de 77% nos registros de dengue, em Goiás. Atualmente, 56 municípios estão em situação de emergência para arboviroses. 

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CORREIO BRAZILIENSE

Hospitais públicos e privados colapsam com epidemia de dengue no DF


Com 47,4 mil casos prováveis de dengue e 11 mortes em apenas 33 dias do ano, o Distrito Federal vive o reflexo da epidemia da doença também nos atendimentos em hospitais. As redes públicas e privadas vivem o colapso com cada vez mais demanda de pessoas com o vírus ou demais problemas de saúde. O Metrópoles percorreu diferentes unidades em pontos distintos da capital do país e verificou que os brasilienses não têm para onde correr.

Após três horas esperando, o marceneiro Marcos Layonardo Almeida, 35, e a dona de casa Claudiana José da Silva, 30, saíram do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) sem conseguir fazer o exame de dengue na bebê de cinco meses Cecília Sophia Almeida. Ela chorava de dor e chegou à unidade com 39ºC de febre por volta das 14h, recebendo a pulseira amarela para atendimento urgente.

“A febre não baixava em casa e decidimos vir para cá”, contou a mãe. A alta temperatura atormentou a noite de sono da menina e dos pais, que acompanharam ao longo da madrugada o termômetro não sair da casa dos 38ºC em.

Apesar de suspeitar de dengue, os pais não tiveram o diagnóstico. “Fomos orientados para ir à UPA [Unidade de Pronto-Atendimento] ou para as tendas e fazer o exame lá, que aqui está sem”, disse.

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Questionados se iriam para a UPA ao sair dali, os pais de Cecília responderam juntos: “Não adianta”. Dois dias antes de a filha apresentar os sintomas, Claudiana, também se sentindo fraca, teria ficado das 20h de sábado até as 4h da madrugada de domingo esperando por atendimento – que não aconteceu – na UPA de Ceilândia.

“Eu com dor, minha filha pequena esperando para ser atendida e nada”, contou Claudiana. “Esse tempo todo o painel ficou parado sem chamar ninguém. Voltamos para casa e passei a tomar paracetamol por conta própria”, disse.

Também no HMIB, uma moradora de São Sebastião, que não quis se identificar, disse que aguardava das 11h até as 16h para que o filho fosse atendido. Ele apresentava quadro de febre alta em casa, mas passou pela triagem sem o estado febril e ficou com a pulseira verde para o atendimento, o que significa pouca urgência.

Veja explicação para a explosão dos casos de dengue em Brasília

“Com a verde, não faço nem ideia de que horas vamos ser chamados. E estou aqui porque lá em São Sebastião o atendimento é pior”, contou.

Longa espera e vômito

A reportagem foi ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) e pediu para fazer o exame de dengue, detalhando sintomas típicos da doença. No entanto, foi informada de que a unidade só atende pessoas com ambulância, mas se quisesse tirar dúvidas e solicitar um exame, poderia conversar com a enfermeira na área clínica. A previsão era de de três horas para passar pela triagem e fazer o exame.

Na UPA de Ceilândia, a paciente Vaneide Batista, 41, filmou outras pessoas esperando o atendimento. Uma mulher chega a vomitar enquanto aguarda ser atendida. Veja a cena:

Vaneide contou que é o terceiro dia que vai para UPA e não é atendida. Ela, o filho e o marido estão com sintomas de dengue. “Meu filho está ali com a boca branca e desidratando desde às 9 horas”, disse. A reportagem esteve no local às 18h45. “Quando pedi para que meu filho e meu marido tivessem atendimento, me ameaçaram dar voz de prisão por desacato. Só faltava eu doente ainda ser presa”, indignou-se.

UPA

Também na UPA, a aposentada Lenice Silva, 63, disse que estava há dois dias com sintomas de dengue e que foi fazer o exame no Hospital de Campanha montado nessa segunda-feira (5/2). Ela ficou das 10h às 16h na tenda e recebeu o resultado positivo para a doença. “Depois senti um gosto de sangue na boca, cuspi e tinha sangue. Aí me mandaram vir aqui para UPA para eu fazer um novo exame para entender o sangramento”, disse. Lenice já estava há mais de duas horas esperando o atendimento.

Enquanto pacientes aguardam com sintomas de dengue, outros com doenças diversas não conseguiam atendimento. Na UPA, Severino Nascimento contou que passou o sábado, das 17h30 até 1 hora da madrugada de domingo aguardando para verificar uma dor no peito, mas não conseguiu. Ele retornou à unidade ainda pela manhã, e após 12 horas na UPA seguia sem atendimento.

DF: pacientes com dengue enfrentam filas e superlotação em UPAs e UBSs

A situação não foi diferente no Hospital de Ceilândia. Uma mulher que não quis se identificar levou a cunhada para a unidade porque havia cortado a mão e precisava de pontos. Ela contou ficou responsável por levar a cunhada à unidade porque todos da família estavam com dengue. “Lá na Chácara 76, do Pôr do Sol, está um surto mesmo, todo mundo doente. A dengue pegou todo mundo”, disse.

Três dos familiares com a doença tentaram atendimento no hospital em dias diferentes, mas nenhum teria sido atendido e desistiram da espera, segundo relatou.

Rede privada estrangulada

Não é só na rede pública que a espera tem sido longa e até mesmo motivo de desistência de atendimento. No Hospital Santa Lúcia da Asa Sul, a administração da unidade chegou a colocar cartazes pedindo desculpas pelo transtorno causado pela demora do atendimento. No papel, a justificativa é a alta demanda de pacientes com sintomas de dengue. Veja a imagem:

Foto de comunicado hospital

Uma paciente com dengue e febre chegou a desistir do atendimento no Santa Lúcia mesmo passando mal, porque não tinha mais previsão de ser avaliada. No Hospital Santa Luzia, da Rede D’Or, um atendente informou que devido ao surto de dengue havia demora de “cerca de três horas fazer” fazer o exame que confirma ou não se o paciente está com dengue.

O Hospital Brasília de Águas Claras chegou a fechar o pronto-socorro no domingo (4/2) pela superlotação na unidade. Na quinta-feira (1º/2), o Metrópoles apurou que Hospital Sírio-Libanês, no Lago Sul, não tinha mais leitos para internação naquele dia.

“Os pacientes estão esperando quatro horas para liberar a poltrona e tomar a medicação. Está tudo superlotado. Tem pacientes aguardando por causa da dengue há três dias no pronto-atendimento”, disse um funcionário.

O hospital, por meio da assessoria de imprensa, disse que não procede a informação e que os atendimentos básicos iniciais funcionavam normalmente.

Por ligação, mais tarde, a assessoria do Sírio-Libanês explicou que existem dois tipos de leito, sendo um geral para a acomodação básica, como em uma enfermaria, e outro seria para a internação individual, disponibilizada em apartamentos. A assessoria informou que pode ter sido comunicado que não haveria leitos do tipo de apartamento porque eles estariam passando pelos procedimentos, como limpeza, para a liberação. E assegurou que não há registros de falta de internação ou atendimento para pessoas com dengue ou outras doenças.

Dengue: 45 mortes e 47 mil doentes

O Distrito Federal tem 45 óbitos suspeitos de dengue em investigação. A Secretaria de Saúde confirmou que outras 11 mortes foram provocadas pela doença em 2024, até o momento.

Um total de 47.417 casos prováveis de dengue foram registrados na capital do país, entre 1º de janeiro e 3 de fevereiro de 2024. Houve um aumento de 1.120,6% em relação ao número registrado no mesmo período de 2023.

Entre os prováveis infectados pela doença, 97,6% são residentes do DF. Há 1.043 casos de moradores de Goiás atendidos no DF, 17 de Minas, nove de São Paulo e oito da Bahia. Os dados constam no último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do DF, concluído nesta segunda-feira (5/2).

Dos 11 mortos confirmados por dengue no DF em 2024, até o momento, oito são homens e três, mulheres. Morreu uma criança entre 5 e 9 anos, um adolescente de 15 a 19 anos, e três adultos de 20 a 49 anos. Outras três vítimas da dengue na capital do país tinham entre 70 e 79 anos, duas eram da faixa etária de 60 a 69 anos e uma tinha 80 anos ou mais.

Ceilândia é a região do DF que concentra o maior número de mortes pela doença: foram registradas três, até o momento. O Guará teve dois óbitos. Estrutural, Lago Sul, Recanto das Emas, Samambaia, São Sebastião e Sobradinho notificaram, cada um, um óbito em decorrência da dengue.

Reforço no atendimento

O Hospital de Campanha (HCamp) da Força Aérea Brasileira (FAB) instalado em Ceilândia foi inaugurado nessa segunda-feira (5/2).

O hospital possui 60 leitos e atenderá pacientes com dengue 24 horas por dia. Ao todo, 29 militares profissionais de saúde vão atuar na unidade, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e de laboratório.

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“Não existe a possibilidade de faltar medicamento”

Correio Braziliense | Cidades

06 de fevereiro de 2024


– Entrevista/CELI NA LEÃO, vice-governadora do df

Ao CB.Poder, a gestora conta que todo o GDF está focado no combate à dengue, mas pede apoio dos moradores para evitar o descarte irregular de lixo, que traz inúmeros problemas sanitários, como a proliferação do Aedes aegypti

“Não existe a possibilidade de faltar medicamento”

– LUIS FELLYPE RODRIGUES*

A educação e a conscientização das pessoas são cruciais no combate à dengue, segundo destacou a vice-governadora Celina Leão, durante o programa CB.Poder – parceria entre Correio e TV Brasília – de ontem. As jornalistas Ana Maria Campos e Denise Rothenburg, ela

também comentou sobre a saúde mental da população, que tem ficado mais frágil, conforme o tempo passa, e deve ser tratada como problema de Estado e de saúde pública. Além da criação de um curso de capacitação destinado a policiais durante atendimento às mulheres.

Quando o DF vai ter segurança em relação à dengue? Estamos mesmo vivendo uma epidemia?

São várias informações que precisamos trabalhar todos os dias para estabilizar e diminuir os quadros de dengue no DF. Há, sim, uma convicção, por parte da Secretaria de Saúde e da Vigilância Sanitária, não só aqui (na capital do país), mas em todo o Brasil. E só observarmos os estados que decretaram emergência, como Minas Gerais e Goiás, com quase 23 mil casos. Nós conseguimos identificar de uma forma muito mais rápida do que os outros, isso porque temos uma Secretaria de Saúde única, que cuida de todas as nossas cidades. O DF consegue ser um modelo para que possamos realmente ver o que está por vir no Brasil e, desde a primeira semana, identificamos o crescimento vertiginoso da doença. Aumentamos toda a rede de atendimento; colocamos 40% das unidades básicas de saúde só para o atendimento de dengue; levantamos tendas nas cidades; chamamos 70 agentes de vigilância de saúde. O governador Ibaneis Rocha mandou para a Câmara Legislativa um orçamento para chamar mais servidores públicos dessa área. O governo está muito mobilizado. Hoje (ontem), teve a abertura do Hospital da Aeronáutica em Ceilândia. Então, a missão é, realmente, atacar todas as frentes que podemos. Todos os dias, o GDF tem uma ação de combate diferente à dengue, não paramos em nenhum minuto.

Ceilândia é a cidade que lidera o número de casos. 0 que tem de problema na cidade?

Ceilândia é a maior cidade, tudo fica muito concentrado na Região Sul (do DF) – 42% dos casos estão na Região Sul. Por isso que o hospital de campanha foi escolhido para ser instalado lá, ao lado da UPA do Sol Nascente. Dessa forma, vamos conseguir desocupar um pouco mais as nossas UPAs e os hospitais. Assim, podemos tratar, nas UPAs e nos hospitais, os casos mais graves da doença.

Por que, no DF, as campanhas de conscientização não começaram antes? Em Niterói (RJ), há apenas três casos registrados este ano. Como eles conseguiram chegar a este ponto, mesmo sendo perto do Rio de Janeiro, que também está explodindo de casos? Implantaram uma bactéria no mosquito que o impede de disseminar a

doença. Isso não pode ser feito aqui também?

Isso é uma pesquisa. Assim que a pesquisa for confirmada, acredito que será disponibilizada para os outros estados, até porque ninguém pode guardar para si algo que poderia salvar milhares de vidas. Acho que é o que acontece em Niterói hoje. Você tocou em um ponto para nós que é muito importante. A educação e a conscientização das pessoas. Às vezes, as pessoas não se incomodam com o lixo estar próximo à sua casa ou em colocá-lo nas ruas de qualquer forma. Além de trazer inúmeros problemas sanitários, como a própria dengue, isso causa enchentes. Há pouco tempo passamos dificuldades (com as chuvas). Se vocês olharem o que tiramos dos bueiros- são garrafas, móveis, entre outras coisas. São descartes irregulares de lixo. Estamos mudando um pouco a forma de pensar essas cobranças de multa, no sentido de coibir o lixo e o descarte irregular. Talvez, o legado que podemos tirar dessa grande crise é diminuir o descarte irregular em Brasília. Os administradores estão com uma delegação para identificar lixo irregular e enviar diretamente para o DF Legal. Antes, tinha que ir um auditor ao local fazer a notificação. O governador Ibaneis Rocha soltou, na sexta-feira, no Diário Oficial do DF, a determinação de que a multa será virtual, para que possamos ter agilidade.

Qual a dificuldade na produção da vacina contra a dengue?

Acredito que possa ser até pela própria tecnologia. A pesquisa foi feita por uma determinada empresa. Hoje, é só ela que fornece, o único comprador dela é o Ministério da Saúde, que irá fazer a distribuição das doses das vacinas. Conforme foi dito pela ministra (NísiaTrindade), o DF será prioridade para recebê-las. Na primeira semana, eu já tinha feito um ofício para ela, que respondeu ao governador, e o DF deverá ser a primeira cidade. É pela quantidade de produção e a demanda. Há, também, uma mutação do mosquito, que demora um tempo menor de incubação e sobrevive um tempo maior. Por parte da Vigilância Sanitária, existe uma preocupação enorme. Se este ano estamos com a doença

assim, existe uma evolução genética no mosquito que está causando uma doença um pouco mais agravada, como está vindo essa cepa, que é mais violenta. Por isso que falamos que caso você esteja com alguns sintomas, comece a se hidratar, busque ajuda, vá a uma Unidade Básica de Saúde (UBS). O nosso pedido é que busque as UBSs se estiverem com febre, dor nas articulações, atrás dos olhos e no corpo. Se hidrate. O remédio para dengue, além dos paliativos, é a hidratação. Quando falamos em tendas montadas, é para que as pessoas possam tomar o soro na veia, é isso que pode poupar e salvar milhares de vidas.

Existe risco de faltar medicamentos?

Não. Não existe essa possibilidade. A secretária Lucilene Florêncio (de Saúde) e o dr. Juracy Cavalcante Lacerda Júnior (presidente do Iges-DF) estão controlando isso bem de perto. Pode, em algum um dia ou outro, ter feito um direcionamento para atender V pessoas e faltar em algum lugar específico, mas a rede está abastecida.

Há recursos para compra de medicamentos?

Há recursos. O governador Ibaneis tem cuidado muito de perto. O grupo de trabalho é comandado pela secretaria de governo. O governo inteiro está trabalhando nesse sentido.

A covid-19 não acabou. Estamos vendo uma nova cepa da doença, também é um problema?

Esse é um problema também. Muitas vezes, as pessoas chegam às unidades básicas de saúde sem saber o que é sintoma de dengue e o que é de covid-19. As campanhas publicitárias do GDF têm esclarecido quais são os sintomas de dengue, que são as dores nas articulações e manchas vermelhas na pele. A covid é mais ligada com doenças respiratórias, mas pode dar febre também. Na dúvida, procure uma UBS.

Como está a parceria com o governo federal?

Por parte do governador e do GDF, nossa relação é dentro do pacto federativo, uma relação republicana. Quando o Exército veio para nos

ajudar, fazendo visitas de casa em casa, o governador aceitou. Foi oferecido a nós por meio do ministro (José) Múcio (Defesa) ao governador Ibaneis, e ele aceitou a ajuda. O governador sempre pensa na população antes de pensar nessa questão de ideologia. Aquilo que ele precisar do governo federal vai ser pedido e nós temos recebido.

Agora, vamos tratar sobre a segurança pública. Na última vez que a senhora veio ao programa, citou um curso de capacitação que seria oferecido a policiais para atender a mulheres. Como está isso?

Foi um decreto muito importante naquele momento, pois além dessa questão do curso para formação de policiais, nós colocamos que, a partir de agora, desde o estudo e o edital para concurso público, até a formação dos agentes, eles terão um módulo que trata da questão da violência contra a mulher. Falamos também sobre saúde mental (da corporação). Acho que é um desafio para qualquer gestor público, nunca se teve tanta depressão. Há um sentimento de adoecimento da população (em geral), não sei se é pelo número de informações que recebemos ou no formato de como elas chegam, mas isso precisa ser observado. Dentro do GDF, todas as secretarias estão montando os módulos de estudo sobre o tema. Devem fazer a primeira edição por esses dias, pois a Polícia Civil, a PM, os Bombeiros e Polícia Penal, todos estão participando da elaboração desse curso.

A senhora tem o projeto de candidatura para o GDF. Teme que dentro do seu grupo político tem aquele chamado fogo amigo?

Se isso não acontecesse, não estávamos falando de política, não é? Sempre tem alguma pessoa dentro do grupo que fica insatisfeita com alguma coisa. Acredito no que o governador Ibaneis fala todos os dias: o nosso grupo representa a liderança dele e todos nós que estamos unidos (em torno dele). Às vezes, quando você vai montar uma chapa (eleitoral) e alguém fica fora. Pode ser que isso aconteça, mas acredito que sob a liderança do nosso governador, estamos todos unidos.

CNN

AVC pode aumentar o risco de demência em até 80%, aponta estudo

Um novo estudo mostrou que as chances de uma pessoa desenvolver demência aumentam em 80% quando ela sofre um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Além disso, o risco pode ser três vezes maior no primeiro ano após o derrame. Os resultados da pesquisa serão apresentados na Conferência Internacional da Associação Americana de AVC de 2024, que acontece nos dias 7 a 9 de fevereiro em Phoenix, Arizona, nos Estados Unidos.

O AVC é uma lesão cerebral caracterizada pelo entupimento ou rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro. A condição está associada a fatores de risco como pressão alta, tabagismo, diabetes, colesterol, sedentarismo, obesidade e doenças cardíacas.

Além disso, pode deixar sequelas como dificuldade de movimentos de um lado do corpo, dificuldade de fala ou de expressão, déficit de memória, alterações comportamentais, além de aumentar o risco de depressão, segundo estudos anteriores.

No caso da demência, a relação com o AVC pode ocorrer pelo fato de, durante um derrame, o fluxo de oxigênio para o cérebro ser interrompido. Isso causa a morte de células cerebrais, aumentando o risco de desenvolvimento de Alzheimer e outros tipos de demência, como a demência vascular (causada pelo baixo fluxo sanguíneo para o cérebro).

“O comprometimento cognitivo é muito comum após um acidente vascular cerebral e pode levar à demência, o que diminui a qualidade de vida e diminui a expectativa de vida. É importante mostrar uma ligação direta entre o AVC e a demência, e investigar o momento da demência após o AVC, para informar a investigação, o planeamento e a realização de intervenções”, afirma Raed Joundi, principal autor do estudo e professor assistente da Universidade McMaster em Hamilton, Ontário, no Canadá, ao Medical News Today.

Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram dados de mais de 15 milhões de pessoas em Ontário, no Canadá, por meio de bancos de dados médicos. Dessas, cerca de 181 mil tiveram um AVC isquêmico ou um AVC hemorrágico e sobreviveram sem demência por, pelo menos, 90 dias.

O restante dos participantes foram, então, divididos em dois grupos de controle: um de pessoas que não tiveram AVC ou ataque cardíaco e outro com pessoas que tiveram ataque cardíaco, mas não um derrame.

Os cientistas descobriram que o risco de demência era 80% maior em pessoas que tiveram um AVC quando comparado com o grupo de controle sem ataque cardíaco ou derrame. A mesma taxa de risco foi encontrada em pessoas que tiveram AVC em comparação com aqueles que tiveram ataque cardíaco, mas não tiveram um derrame.

A pesquisa descobriu também que o risco de desenvolver demência é três vezes maior no primeiro ano após um acidente vascular cerebral. No entanto, o risco diminui após cinco anos, mais, ainda assim, é 1,5 vezes maior em comparação com quem não teve o derrame e, segundo a pesquisa, permaneceu elevado 20 anos depois.

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Assessoria de Comunicação