Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPINGN SINDHOESG 04/04/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Brasil supera 1 mil mortes por dengue este ano, aponta Ministério da Saúde

Saúde alerta para circulação simultânea de dengue e chikungunya em Goiás

Sírio-Libanês investirá R$ 150 milhões em nova unidade na cidade de São Paulo

Artigo – Os impactos da adoção do modelo preditivo na saúde suplementar

Nova lei cria certificado para empresa que promove saúde mental

Norma do CFM inviabilizará aborto legal acima de 22 semanas, dizem especialistas

Fim de uma era e decreto da ANS sobre falência: Plano gigante da Unimed acaba de encerrar serviço aos clientes

AGÊNCIA BRASIL

Brasil supera 1 mil mortes por dengue este ano, aponta Ministério da Saúde

O Brasil superou mais de 1.000 mortes por dengue de janeiro até esta quarta-feira (3/4). De acordo com o Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, foram registrados 1.020 óbitos pela doença no país. Ao longo de 2023, o número de mortes por dengue chegou a 1.079. Conforme o levantamento, 1.531 mortes estão sob investigação e os casos somam 2,6 milhões. 

Nessa terça-feira (2/4), o ministério informou que oito unidades federativas brasileiras estão com tendência de queda no número de casos de dengue. São eles: Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Piauí, Roraima e Distrito Federal. “Os estados que estão com queda foi onde houve o início da epidemia. Para esses, a gente pode dizer que o pior já passou”, disse a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, em entrevista coletiva.
 

Outros sete estados ainda permanecem com tendência de aumento: Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Em 12 estados, os números estão estáveis. Apesar do cenário, o Ministério da Saúde diz que é preciso continuar a vigilância contra a doença.

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A REDAÇÃO

Saúde alerta para circulação simultânea de dengue e chikungunya em Goiás

Todos os municípios goianos precisam redobrar os cuidados de combate mosquito Aedes aegypt. O alerta da Secretaria de Estado da Saúde (SES), divulgado nesta quarta-feira (3/4), se deu pelo fato de que a pasta registrou a circulação simultânea de dengue e chikungunya em 65 cidades do estado. O cenário foi confirmado por exames realizados pelo Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO).

Em cinco desses municípios, também foi registrada coinfecção em 11 pessoas, com as duas doenças, por meio do exame de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). “Pode parecer pouco, mas é preocupante. Estamos monitorando esses casos para ver se o fato de uma pessoa ter coinfecção aumenta a gravidade ou a chance de complicação, resposta que a gente ainda não tem”, diz a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim. 

O diretor-geral do Lacen-GO, Vinícius Lemes da Silva lembra que todos os municípios podem enviar amostras por meio de seus serviços de vigilância ou diretamente pelas unidades de atendimento. “Todos os pacientes devem ser notificados, e a amostra deve acompanhar a ficha de notificação e cadastro no Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL)”, orienta.
 

A superintendente também reforça a importância de pais ou responsáveis levarem seus filhos de 10 a 14 anos para se vacinarem. “Embora a vacina não projeta contra a zika e a chinkungunya, ela é uma vacina tetravalente, protege contra os quatro sorotipos de dengue. 

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MEDICINA S/A

Sírio-Libanês investirá R$ 150 milhões em nova unidade na cidade de São Paulo

Seguindo seu plano de expansão geográfica, o Hospital Sírio-Libanês terá uma nova unidade em São Paulo a partir de janeiro de 2025. O novo prédio, localizado na região do Morumbi, vem para ser a quarta unidade do Sírio-Libanês na cidade, que já conta com a sede na Bela Vista e as unidades Jardins e Itaim Bibi. Além dessas, a instituição oferece ainda ambulatórios para atendimento do programa de Saúde Populacional na Zona Sul, Zona Leste e Zona Oeste de São Paulo.

A nova unidade faz parte do planejamento estratégico da instituição de expandir serviços de excelência, como já é feito em São Paulo e Brasília, além de aumentar a capilaridade e portas de acesso por meio da ampliação da sua estrutura física. “A nova unidade Sírio-Libanês Morumbi é um passo importante na nossa estratégia de crescimento, na qual a instituição visa dobrar de tamanho até 2030”, diz Paulo Nigro, CEO do Sírio-Libanês. O projeto conta com investimentos de R$ 150 milhões.

A nova unidade terá 10 mil metros quadrados e ocupará 9 andares do novo edifício localizado na Torre Orvalho do complexo O Parque, empreendimento administrado pela Brookfield Properties, na Avenida Roque Petroni Júnior. “A Torre Orvalho está em uma localização privilegiada, de fácil acesso e possui 18 andares, dos quais 9 serão ocupados pelo Hospital Sírio-Libanês. Com padrão Triple-A, o projeto foi desenvolvido com as mais avançadas tecnologias e atende às exigências globais de sustentabilidade. O edifício possui certificação do US GBC LEED Gold e duas estrelas da certificação FitWel. Além disso, será adequado para as especificações hospitalares exigidas pelo Hospital Sírio-Libanês”, explica Hilton Rejman, vice-presidente executivo da Brookfield Properties.

Inicialmente, a unidade funcionará das 7h às 19 horas. Estão previstos 8 leitos de hospital dia, mais 4 salas cirúrgicas, além de 8 boxes de quimioterapia e consultórios. Assim como há hoje na unidade do Itaim e Jardins do Sírio-Libanês, a nova unidade atenderá diferentes operadoras de saúde com propostas diferenciadas das demais localizações levando em conta a localização e necessidade de saúde e atenção médica da região. “Observamos que essa região tem hoje grande demanda por serviços médico-hospitalares e enxergamos uma oportunidade de trazer os serviços e a qualidade do Sírio-Libanês para mais perto de nossos clientes/pacientes e também da população local”, explica Fernando Ganem, diretor geral do Sírio-Libanês.

A nova unidade será construída no conceito “Day Hospital”, além de centro cirúrgico, oncologia (consultas e infusões), consultórios e núcleos de especialidades médicas (saúde da mulher, cardiologia), serviços de laboratório de análise clínica e diagnóstico por imagem, como ressonância magnética, endoscopia, colonoscopia, densitometria óssea, mamografia, tomografia e ultrassom. Haverá também serviços de exames cardiológicos, como Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (Mapa), ecocardiograma, eletrocardiograma, teste ergométrico e holter. “A grande novidade é que, além de ser um Hospital Dia, a Unidade Morumbi do Sírio-Libanês contará com o mais moderno serviço de Pronto Atendimento, ou seja, terá grande relevância para toda a região que tem grande carência em serviços hospitalares capazes de atender desde a baixa e média até a alta complexidade, uma vez que será integrada à unidade da Bela Vista”, explica Edi Souza, Diretor das Unidades de Saúde e Expansão do Sírio-Libanês.

O espaço contará ainda pronto atendimento e consultórios do programa de Saúde Populacional, vertical física-digital de negócios do Sírio-Libanês, que atende colaboradores e associados de empresas e instituições, muitas dessas localizadas inclusive na região ocupada pela nova unidade.

A unidade ampliará também o espaço para consultas com especialistas do Sírio-Libanês, além do atendimento médico com processos de referência no mercado, alcançando os melhores desfechos clínicos para seus pacientes por meio de protocolos exclusivos e tecnologia de ponta. Haverá espaço para núcleos de especialidades médicas como oncologia, mastologia, ginecologia, urologia e hematologia.

Plano de expansão 

A nova unidade conversa também com a estratégia de abrir novas clínicas especializadas de excelência, iniciada há dois anos, com a formação de hubs que atendam as especialidades em consultórios e ambulatórios, e que abram portas de entrada para a alta complexidade. Em 2022, o Sírio-Libanês inaugurou um centro de diagnósticos em cardiologia em Brasília e, em 2023, uma clínica de oncologia em Águas Claras.

A instituição tem no seu planejamento a abertura de entre 10 e 15 novas clínicas de especialidade nos próximos seis anos. Até o final deste ano, deverá definir novas clínicas especializadas em outras cidades do Interior de São Paulo e do Centro-Oeste. O programa de expansão do Sírio-Libanês contempla também ampliação do hospital de Brasília, aumentando em 20% o número de leitos já no primeiro trimestre deste ano.

Além da sua expansão física, a instituição quer fomentar um sistema de saúde integrado e inteligente. Por isso, está desenvolvendo uma plataforma analítica robusta de dados interoperáveis entre seus sistemas de gestão e criando produtos digitais inovadores. Esta abordagem multifacetada visa proporcionar maior entrega de valor, gestão eficiente de custos e uma saúde mais preditiva por meio do acesso à tecnologia e excelência clínica. Dentro do seu planejamento estratégico, o Sírio-Libanês tem também diversas iniciativas extramuros, abordando atenção primária, média e alta complexidade, educação e inovação.

Inauguração no Aeroporto Internacional de Guarulhos

O Hospital Sírio-Libanês acaba de anunciar também a criação de um espaço de apoio ao paciente no aeroporto, em São Paulo. Inaugurado 3 de abril, o local terá uma equipe exclusiva e dedicada para atendimento em inglês e espanhol, auxiliando o paciente no agendamento de consultas, apoio à internação e alta hospitalar, coordenação de traslados médicos internacionais, auxílio em processos de transferências bancárias, emissão de documentos para reembolso e gestão de casos médicos junto à Governança Clínica da instituição.

O espaço, que funcionará em horário estendido das 6h às 23h, é mais uma iniciativa do robusto plano de expansão do Sírio-Libanês, e ficará localizado no Terminal 3 – Mezanino (interligação terminais 2 e 3). “Temos previsto para os próximos anos diversas iniciativas extramuros, como esse espaço no maior aeroporto da América Latina, que oferecerá maior comodidade para nossos pacientes, reforçando nossa excelência em cuidado”, diz Fernando Ganem, diretor geral do Sírio-Libanês.

São Paulo já é um consolidado hub de saúde, atraindo pacientes brasileiros de diferentes cidades e estados. No caso do Sírio-Libanês, observa-se também um importante movimento de estrangeiros, que cada vez mais buscam por serviços especializados, novas tecnologias e equipes médicas altamente qualificadas. Nos últimos três anos, o Sírio-Libanês prestou mais de 36 mil atendimentos voltados a clientes internacionais, com pacientes provenientes principalmente da América Latina, como Bolívia, Paraguai e Uruguai, além de brasileiros que residem no Exterior e optam por regressar ao Brasil para realizar procedimentos e acompanhamento no Sírio-Libanês.

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Artigo – Os impactos da adoção do modelo preditivo na saúde suplementar

O segmento da produção de tecnologia para saúde suplementar – operação de planos e seguros privados de assistência médica à saúde – é capaz de fornecer uma infinidade de dados de pacientes, que podem promover um grande impacto não só para a gestão financeira de operadoras e empresas, mas também na prevenção de doenças. No entanto, desde que comecei a trabalhar nessa área, me perguntei porque não era feita uma análise mais detalhada dessas informações. Por muito tempo, ouvi que os indicadores de sinistralidade olham para o passado e, por isso, pouco poderia ser feito.

Não satisfeita com essa justificativa, me propus a responder a uma pergunta: como modelos preditivos podem ajudar a saúde suplementar a identificar pacientes de alto custo e contribuir com ações de promoção da saúde e prevenção de doenças.

Para a pesquisa, utilizei dados de sinistralidade e de um questionário de saúde aplicado para que funcionários de uma empresa pudessem fazer uma autoavaliação. Após a criação de um único conjunto de dados e da escolha do melhor algoritmo, foi possível obter resultados significativos, com um modelo preditivo capaz de antever com alta assertividade os pacientes com alto custo. Esse algoritmo possibilitou também o entendimento sobre quais características estão associadas aos pacientes de alto custo – o que permite que, quem o utilizar, saiba exatamente quais variáveis estão associadas aos maiores gastos no plano de saúde. Além disso, as variáveis poderão ser usadas como critério para a elegibilidade de pacientes para programas de monitoramento e prevenção, por exemplo.

A importância das ações de prevenção no âmbito da saúde suplementar é amplamente conhecida e a tecnologia será a grande aliada para melhorar a seleção de pacientes para o acompanhamento e entendimento da jornada assistencial, além da compreensão dos custos.

Cuidados preventivos também são aliados da sustentabilidade econômica do setor. Em um cenário em que não há uma visão detalhada – e, mais importante, preditiva – acerca dos pacientes assistidos, a tendência é de aumento de custo e piores desfechos de saúde. Por isso, a busca por soluções inovadoras, que aliam os avanços tecnológicos às necessidades do setor, é uma demanda tão urgente.

A tecnologia se consolidou como uma aliada do gerenciamento desse setor. Só em 2023, foi possível evitar um prejuízo de R$ 500 milhões em fraudes nas operadoras com apoio da integração de dados, por exemplo. Acredito que, paralelamente aos cuidados em gestão, agora a tecnologia preditiva precisa ganhar mais força nas ações de atenção ao paciente. Com apoio dos dados, mapear o que aquela pessoa precisa e oferecer as orientações adequadas antes que a sua condição de saúde evolua. E a mudança não é importante apenas para a saúde suplementar. Considerando que o segmento atende 25% da população brasileira, sem ela, colocaríamos mais pressão no Sistema Único de Saúde (SUS), aumentando seus desafios de atendimento e financiamento.

*Ana Luísa Seleme é head de Gestão de Saúde e Sócia na Wellbe.

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Nova lei cria certificado para empresa que promove saúde mental

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, sem vetos, a lei que cria o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, voltado para as empresas que seguem critérios de promoção da saúde mental e do bem-estar de seus funcionários.

Para obter o certificado, as empresas devem desenvolver ações e políticas que efetivamente promovam a saúde mental dos trabalhadores. Caso descumpram as diretrizes, o certificado poderá ser revogado.

O certificado será concedido por comissão nomeada pelo Ministério da Saúde, que deverá aferir se as práticas desenvolvidas pela empresa estão alinhadas com as diretrizes.

Publicada no Diário Oficial, a Lei 14.831/24 tem origem em projeto (PL 4358/23) da deputada Maria Arraes (Solidariedade-PE), aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado. Segundo Arraes, o objetivo da lei é criar “um ambiente corporativo mais humano”.

Validade e transparência

O certificado terá validade de dois anos, período após o qual a empresa deverá passar por nova avaliação para renovação. Enquanto válido, as empresas poderão utilizá-lo em sua comunicação e materiais promocionais. Paralelamente, o governo federal poderá promover ações publicitárias para incentivar a adoção do certificado.

Para subsidiar a concessão e a manutenção do certificado, a empresa deverá fazer uma espécie de prestação de contas e atuar com transparência. Assim, terá de divulgar regularmente as ações e políticas relacionadas à promoção da saúde mental e do bem-estar de seus funcionários nos meios de comunicação utilizados pela empresa. Terão ainda de manter um canal para receber sugestões e avaliações. 

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FOLHA PRESS

Norma do CFM inviabilizará aborto legal acima de 22 semanas, dizem especialistas

Ministério da Saúde havia suspendido nota técnica que estabelecia que não deveria haver limite temporal para a interrupção da gravidez

A resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) que proíbe médicos de realizar um procedimento que provoca a morte do feto em casos de interrupção de gestação acima de 22 semanas, publicada nesta quarta (3), inviabilizará o aborto legal nesses casos, segundo médicos e advogados ouvidos pela reportagem.

A norma veta a assistolia fetal, que envolve a injeção de produtos químicos que interrompem os batimentos cardíacos do feto. Depois disso, é feito um procedimento parecido com o parto para a retirada do bebê.

A assistolia é uma recomendação técnica da OMS (Organização Mundial da Saúde) em casos de aborto legal acima de 20 semanas. Entre outras razões, é indicada para evitar que o feto seja expulso com sinais vitais antes da sua retirada do útero, além de prevenir o desgaste emocional e psicológico das pacientes e equipes médicas.

A decisão do CFM ocorre pouco mais de um mês após o Ministério da Saúde suspender nota técnica que estabelecia que não deveria haver limite temporal para a interrupção da gravidez nos casos previstos em lei -o Código Penal não estabelece limite de tempo. O recuo se deu após pressões de bolsonaristas.

A nota do ministério anulava decisão anterior do governo de Jair Bolsonaro (PL) que impunha o limite temporal de 21 semanas e seis dias para o aborto legal.

Para Henderson Fürst, presidente da Comissão Especial de Bioética e Biodireito da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o recuo do ministério abriu brecha para atual resolução do CFM. “Agora temos uma restrição certa em relação ao aborto legal.”

Segundo ele, as vítimas de estupro que tenham passado da idade gestacional de 22 semanas e queiram ter acesso à interrupção vão precisar procurar apoio judicial, por exemplo, um pedido de habeas corpus ou de alvará judicial.

“Os médicos vão se recusar a realizá-lo com receio tanto de uma persecução criminal quanto por uma persecução no âmbito ético-profissional nos CRMs [Conselhos Regionais de Medicina].”

Para o médico e ginecologista Raphael Câmara, relator da resolução do CFM, a medida não proíbe que os médicos façam a antecipação do parto nos casos previstos em lei, mas, na prática, haverá receio em realizá-lo.

“Muitos não vão fazer. Nenhum médico vai ter coragem de fazer a antecipação de parto com 22, 23, 24 semanas, porque as chances de sair sequelado é muito grande. Quem é contra a resolução tem que deixar claro que é a favor de matar bebês de nove meses na barriga”, diz ele, ex-secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Na opinião de Henderson Fürst, a resolução do CFM é inconstitucional porque a lei que regulamentou o aborto legal, em momento algum, estabelece uma restrição temporal para a sua realização.

“Essa restrição de direitos é inconstitucional. A Constituição diz que você só pode ter direitos restringidos com base em lei, não em uma resolução”, diz Fürst.

Segundo o ginecologista e obstetra Cristião Rosas, coordenador no Brasil da Rede Médica pelo Direito de Decidir (Global Doctors For Choice – GDC), a resolução é um equívoco grandioso e, na prática, inviabilizará os abortos legais acima de 20 semanas.

“Ela atenta contra direitos legais, constitucionais e humanos de meninas e mulheres mais vulneráveis e marginalizadas da sociedade brasileira. Os direitos dos fetos não estão acima dos direitos de mulheres e meninas”, afirma.

Füsrt tem a mesma avaliação. “Por mais que digam que é uma criança com viabilidade de vida extrauterina, temos que considerar que estamos diante de uma vítima de estupro, que engravida contra a sua vontade, em um país com incontáveis barreiras à realização do procedimento.”

Entre os entraves estão os transtornos emocionais causados pelo estupro que “paralisam” a vítima, retardando a tomada de decisões, a falta de informação dos hospitais que realizam abortos legais e o número insuficiente, o que obriga as mulheres a viajarem longas distâncias até realizá-lo, além da alegada objeção de consciência de equipes médicas que se recusam a fazer a interrupção.

“Muitas vezes se ultrapassa o tempo gestacional das 22 semanas não por vontade dessas mulheres, mas, devido a essas barreiras, o tempo vai decorrendo”, diz ele.

Raphael Câmara discorda da tese de inconstitucionalidade e diz que a resolução foi discutida por mais de um ano, por três câmaras técnicas (bioética, obstetrícia e pediatria) e passou por avaliação de três plenárias no CFM.

Entre os argumentos a favor da norma, ele cita que ela já estava prevista no manual publicado durante sua gestão no Ministério da Saúde, no governo Bolsonaro, e que, mesmo após ser questionado no STF (Supremo Tribunal Federal), não foi derrubado.

“O aborto legal é um procedimento médico e cabe ao CFM decidir quais procedimentos que o médico pode ou não fazer baseado em princípios bioéticos. [A assistolia] é um procedimento com zero beneficência para a mulher e total maleficência para o bebê.”

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TV O FOCO

Fim de uma era e decreto da ANS sobre falência: Plano gigante da Unimed acaba de encerrar serviço aos clientes

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Assessoria de Comunicação