Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

SINDHOESG NA MÍDIA – Comurg volta a coletar lixo de hospitais

Confira a reportagem publicada na edição de 16/03/13 do jornal O Hoje:

 

Trabalhos haviam sido paralisados por falta de estrutura e depois de constatado que lixo contaminado era despejado em meio

LYNIKER PASSOS

A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) vai retomar os serviços de coleta de lixo dos hospitais goianienses. O órgão municipal estava impedido de realizar o trabalho desde quarta-feira (13), devido a falta de equipamentos e estrutura necessárias para garantir a segurança de seus funcionários. A decisão foi tomada ontem, após reunião com representantes dos hospitais públicos e privados, Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego em Goiás (SRTE/GO), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Comurg.
Ficou definido que os hospitais particulares irão disponibilizar, de forma emergencial, equipamentos de proteção individual (EPI) aos coletores de lixo. Já o Hospital das Clínicas (HC) e o Hospital de Doenças Tropicais (HDT) disponibilizarão os pontos de apoio – espaços destinados para a alimentação e descanso dos garis. Segundo a auditora fiscal do trabalho Jacqueline Carrijo, a medida foi tomada apenas para não paralisar o serviço.
A Comurg e os hospitais têm o prazo de seis meses para fazer as devidas adequações. “A Comurg não possui equipamentos de proteção individual na quantidade necessária para manter o trabalho, por isso os hospitais particulares ficaram responsáveis por isso, apenas nesse período”, disse Jacqueline. A auditora ressaltou que, durante o prazo, ações de fiscalização acontecerão normalmente para garantir a segurança. Seis caminhões específicos de coleta de lixo hospitalar também terão de ser adquiridos pelo órgão de limpeza municipal.
Estão inclusos nos equipamentos de proteção individual (EPI) tocas, óculos de proteção, máscaras, vestimentas impermeáveis, luva de PVC e botas de borracha. Os pontos de apoio devem oferecer armários, banheiros e refeitório. “Os garis trabalhavam com roupas normais, o que contribui para riscos de contaminação, e não tinha locais apropriados para as refeições.”
Além do lixo infectante, a segregação do lixo pelas unidades hospitalares, segundo o SRT/GO, estava sendo realizada de maneira inadequada. Havia lixo hospitalar misturado com lixo comum. “As fiscalizações comprovam essa má segregação, mas todos já se comprometeram em respeitar as exigências”, disse.
O diretor administrativo e financeiro da Comurg, Paulo Cesar Fornazi, afirmou que os hospitais, dentre outras unidades de saúde – farmácias, laboratórios e consultórios odontológicos – representam a menor quantidade de estabelecimentos, mas em contrapartida produzem mais lixo hospitalar. “Pelo menos 90% do lixo hospitalar é produzido pelos hospitais, que representam apenas 3% dessa fatia de estabelecimentos”, garantiu.
Ele também afirmou que as unidades hospitalares estão dispostas a seguir as exigências e que a Comurg está preparada para fazer esse tipo de coleta. “Temos caminhões adequados. Os representantes dos hospitais não quiseram falar com a imprensa. Em nota, o Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg) informou que vem negociando uma solução para o problema que garanta a proteção dos trabalhadores que fazem o recolhimento do lixo nos estabelecimentos de saúde. Já a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) enviou nota, antes de a reunião ter acontecido, informando que ainda está avaliando que medidas seriam adotadas pelos hospitais associados diante do anúncio da interdição pela SRTE/GO da coleta de lixo comum nos hospitais.
Ainda destacou que a associação sempre esteve aberta ao diálogo com a Comurg e com os órgãos competentes em busca de uma solução para os problemas relacionados à coleta de lixo nos hospitais da capital. A associação, que representa os 15 maiores hospitais privados do Estado, ressalta que a maioria dos hospitais de Goiânia já tem contrato com empresas que incineram o lixo infectante, cabendo ao poder público a responsabilidade de coletar somente o lixo comum. (16/03/13)